terça-feira, 8 de julho de 2014

Gianotti X Coreia do Norte: As tolices de Bronsteyin

Caro Bronsteyin: tenho acompanhado no seu blog tentativas de defender o "verdadeiro marxismo" contra o "inimigo do povo" Cristiano Alves e difamações contra a Coreia do Norte. E vejo inúmeros artigos do professor Bertone Sousa sendo reproduzidos como se ele fosse "o" progressista. No entanto, vejamos um "marxiano" que ele cita favoralmente, Gianotti:

A recaída dos movimentos revolucionários na tentação do totalitarismo também não pode ocupar lugar secundário em nossas reflexões. Poucas teorias foram tão deformadas e tão amplamente usadas para justificar os mais variados atos, de lutas pela liberdade a tiranias. Com isso, vale o conselho de Giannotti[4]: “Atualmente os textos de Marx estão cobertos por camadas e camadas geológicas de reflexões sadias e tolices inomináveis. Cabe voltar à leitura cuidadosa dos textos originais, antes de armar um novo discurso sobre a ‘emancipação’, a ‘democracia radical’ e outras palavras de ordem. Para tanto, é preciso não perder de vista certas escolhas teóricas que Marx fez durante a montagem de sua obra”.


Ora, Gianotti, embora escreva Lições de Filosofia primeira, texto que é a fonte dessa citação acima, já foi ouvido na UFMG, nos anos 90, por pessoas do grupo do José Chasin defendendo a saída da Filosofia do Ensino Superior! Sim. Discutia-se a entrada da Filosofia no Ensino Médio e o canalha defendeu SUA SAÍDA DO ENSINO SUPERIOR! E ainda fatura com "lições de filosofia primeira". Para quem ele está escrevendo isso, então?
Note bem o que Gianotti escreve: o PRÓPRIO Marx, por você tão reverenciado, escreve TOLICES INOMINÁVEIS!!! Oh, meu Deus, onde estará o amigo do povo agora, quando seu magíster diz que os textos de Marx têm "camadas geológicas de tolices".
Esse grande geólogo das camadas de besteira, Gianotti, esteve outro dia no Roda Viva e definiu que quem chama ele de direita é "maluquinho"! Defendeu que os militares da ditadura militar tinham caráter, pedagogos não sabem o que ensinam. Mais moderado, o presunçoso apoia agora que a filosofia apenas saia do Ensino Médio. E o pior é que o regime militar tirou a Filosofia e a Sociologia do Ensino Médio e o PSDB está novamente propondo essa medida, culpando-nos, professores de Filosofia e Sociologia, pelo avanço do PT!
Para mim, nenhuma surpresa: Gianotti tem mais de cinquenta anos de serviços prestados à direita: foi um dos gurus do Seminário de O Capital na USP. Para tanto, inspirou-se nas ideias de Oswald de Andrade sobre o marxismo, com quem Gianotti estudou na adolescência, mas a quem raramente dá algum crédito enquanto autor crítico do marxismo-leninismo. Também pudera: Oswald é um autor brilhante, saboroso, muito longe das abstrações onto-pretensiosas de Gianotti e de seus paralelepípedos de estilo detestável, destinados à lata de lixo da história. Outro dia ele lançou "Certa Herança Marxista". Não seria "Certa Herança Machista"? Afinal, Gianotti, segundo uma entrevista de Marilena Chauí na revista Caros Amigos, dizia para as mulheres na sala de aula de Filosofia: "O que as margaridinhas tão fazendo aqui? Espera marido é na Letras!" 

É incrível imaginar que nos anos 90 Gianotti virou colunista da revista Veja e que seu texto sobre Wittgenstein (o marxismo ficou tão melado que ele praticamente o abandonou) foi apresentado pelo próprio presidente Fernando Henrique Cardoso na Folha, sob o título paroquial e provinciano de "ENFIM, UM FILÓSOFO BRASILEIRO"!!!

 Oswald já tinha previsto que seria preciso inventar outro marxismo para a universidade, mas, embora profético, morreu pouco depois de levar bomba em um concurso para professor na USP, a meu ver a grande mancada da USP em todo o século passado. Essa foi a época em que os professores uspianos viram, na confusão gerada pelo agora comprovadamente falso Relatório Kruschev, uma boa oportunidade de hegemonizarem, com revisões e falsificações, o marxismo no Brasil. E foram muitíssimo bem sucedidos!
Leiam o que disse sobre Gianotti, em 1997, o professor Ruy Fausto, em carta publicada no site da Folha de São Paulo:

Resposta omitida"A Folha publicou no seu suplemento Mais! de 6/10/96, sob o título 'A esquerda passada a limpo', uma parte -menos da metade- de uma entrevista que dei ao jornalista Fernando de Barros e Silva, na qual tratei tanto de questões políticas de ordem geral como de problemas -a meu ver também de interesse geral- cujo território de origem é a universidade.Entre outras coisas, falei das práticas de concorrência brutal, bem conhecidas, do meu colega José Arthur Giannotti. Este me respondeu no jornal 'O Estado de S.Paulo' (ver 'A beca chifruda', 2/11/96). Giannotti se refere a mim como 'exemplo (...) teratológico' e afirma que 'há mais de 30 anos' eu o acuso, 'sem (...) uma única prova', de 'ter plagiado' as minhas idéias.Como já na parte não publicada da entrevista eu dava uma resposta a Giannotti, enviei um texto àquele jornal contendo a parte omitida. A publicação foi recusada. Dirigi-me então à Folha, julgando que o jornal não deixaria subsistir a situação anômala de alguém a quem se pedem razões que ficaram na gaveta do copidesque. O texto nunca foi publicado. Daí esta carta.Essa discussão pode parecer 'pessoal', como se costuma dizer, e sem importância. Mas como já tentei mostrar, essas pretensas questões pessoais são na realidade de ordem ética, e portanto universais.Não acusei Giannotti de plágio, mas -pior do que isso- de parasitismo e violência. Também dei alguns exemplos de vigarices teóricas do pretenso grande pensador.Se o texto tivesse sido publicado, os leitores poderiam julgar se as minhas razões e os meus exemplos constituem provas ou não. Desafio aliás os amigos de J.A.G. a desmentir as minhas alegações.A história dos métodos de Giannotti na universidade é conhecida de muita gente. Mas não se pode escrever sobre o assunto. Seria 'baixar o nível'.Como se a baixaria estivesse não no objeto, mas no discurso que diz o objeto.A Folha estaria com medo de desvalorizar definitivamente o produto? As chanchadas em torno do restaurante X e do Bar J.A.G. se tornariam impossíveis?A mitologia do grande homem perderia o seu curso? Ou o assunto tem pouco interesse?O que não tem interesse é a farsa das intervenções sucessivas do primeiro amigo do presidente se arvorando em vestal e Catão da República.Ele e o presidente sempre se entenderam bem. Quem conhece os métodos de J.A. Giannotti -os quais, guardadas as proporções, não são essencialmente diferentes dos dos aliados pefelistas do governo- sabe que isso tudo é uma mistificação.


Esse texto aí é um exemplo do tipo de polêmica em que orbita a figura do professor Gianotti. Que nossos "adolescentes" que combatem o "chauvinismo" da Coreia do Norte fiquem mais espertos quanto às suas fontes..


14 comentários:

Anônimo disse...

Olha só o Cristiano Alves apoiando o esquisitão do Duguin:

http://apaginavermelha.blogspot.com.br/2014/07/mundo-quem-abandona-novorrussia-tambem.html

A Página Vermelha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
A Página Vermelha disse...

Duguin não é mais esquisito do que extremistas de esquerda. Gostando você ou não da barba dele, ele é um progressista e um dos mais vocais anti-imperialistas! Apoiamos o discurso anti-imperialista de Duguin, como o de Michael Parenti e até mesmo de Emir Sader, o que não quer dizer que concordemos com seus pensamentos em seu todo. Ora, temos até um artigo do pulha do Bertone Souza, o que não nos impediu de expô-lo como um mentiroso, desonesto e vigarista acadêmico!

Ao contrário do que dizem, nós não somos sectários e não temos medo de fazer uma análise supra-ideológica.

A Página Vermelha disse...

Esse texto dele, aliás, é um dos mais honestos e demonstra que ele não tem o rabo preso com as elites russas. É uma crítica muito, mas muito pesada ao Kremlin, o que talvez explica por que ele foi demitido da Universidade Estatal de Moscou.

Isso você, anônimo, talvez não entendeu, por que deve ser um guri de 14 anos que acabou de estudar a Revolução Russa ou algum anencéfalo que pensa que é um super-homem marxista.

A Página Vermelha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
A Página Vermelha disse...

Voltando ao tema da resposta, os artigos desse tal "Bronsteyn"(melhor seria chamá-lo "Bronha") são no mínimo risíveis. O sujeito me acusa de "receber dinheiro russo para defender a Coreia do Norte".

Pode ter certeza de que se eu recebesse dinheiro do governo russo faria questão de deixar isso evidente, só para mostrar para palhaços como esse que diferente dele eu tenho competência para alguma coisa!

Não vejo problema nenhum em receber dinheiro por um trabalho bem feito, diferente dos parasitas que desfrutam de traduções gratuitas do meu site pra depois saírem me chamando de "nazista".

Só um dos textos traduzidos do inglês para o português, um artigo de M. Parenti, com mais de 20 mil palavras, se eu fosse cobrar USD 0,07, que é normalmente o preço mínimo que faço para os meus clientes, sairia por US$ 1400,00. Mil e quatrocentos dólares(talvez mais do que o anônimo ganha em 10 anos, tirando a mesada do papai), que eu deixo de ganhar trabalhando de graça para uma cambada de parasitas filha da puta vir me chamar de "fascista russófilo"!

A Página Vermelha disse...

Eu não disse isso, e nem bajulo Putin, apenas reconheço seu papel na Síria e hoje o importante papel que desempenha em Cuba. E seja homem, e se identifique, em vez de escrever anônimo!

Putin e Lavrov fizeram mais pela Síria do que o que você sequer sonharia em fazer!

Anônimo disse...

Qual é o problema de eu não me identificar?

O camarada Stalin usava nomes falsos, e muitas vezes nem se identificava, para não ser pego pela Okrana e burgueses.

Anônimo disse...

Ad hominem não faz bem para nossa saúde.

Anônimo disse...

Desde 2002 tu não muda nada...

Anônimo disse...

Cristiano Alves fala da União Soviética como se fosse uma realidade, quando na prática, não passa de pura fantasia de um lunático, cuja internação no hospício seria um ato de caridade moral. O Muro de Berlim caiu, o regime soviético faliu, a ex-KGB tomou conta de todas as instituições da Rússia e, no entanto, o asno vive de uma nostalgia de um passado que nunca existiu. Um passado inventado pela propaganda de desinformação da antiga NKVD, a polícia política de Stálin.

Revistacidadesol disse...

Se fosse verdade, amigo anônimo, o que vc fala sobre URSS e Cristiano Alves, vc colocaria seu nome.

A direita racional no Brasil é o PT. A mídia é extrema direita e acolhe reaças como Olavo e Bolsonaro.

Revistacidadesol disse...

Eu suponho que vc, anônimo fazendo comentários idiotas aqui, ou é o Azambuja ou é o Marcos.

O que faz, imbecil, É MERA TROLAGEM, POIS VC NUNCA COMENTA OS POSTS, NUNCA.

Anônimo disse...

Esse anônimo deve ser o Bertone, tá na cara!