terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Resposta ao Artigo de Dolores Gontijo no Cidade´s



Dolores Gontijo escreveu um texto muito equivocado contra professores no Jornal Cidade´s. Ela compara a educação do Brasil com o Canadá e alega, defendendo a pastora Damares, que no Brasil não há respeito às diferenças multiculturais (como se a vertente política de Damares não fosse a mais crítica das políticas em favor da diversidade de gênero, por exemplo).
O artigo chama-se "Resistência Lacradora, a Nova Mentalidade Infantil".
Ela protesta contra o "bullying" contra a ministra Damares. Segundo ela, a pastora "conhece profundamente os problemas das populações invisíveis e em projetos para políticas públicas, que se forem incrementados, beneficiarão a muitas pessoas. Vários deles semelhantes aos do Canadá, que respeita religiões e em sua grande curricular há respeito às diferenças multiculturais protegendo as crianças dos desvarios dos segmentos afoitos. O que infelizmente não acontece no Brasil, onde professores despreparados reproduzem o que bem entendem e as crianças das periferias são as mais expostas aos experimentos das teses irresponsáveis" (Jornal Cidade´s janeiro de 2019, p. 6).
Ora, o trabalho do professor é altamente fiscalizado. Há a necessidade de realizar um plano de ensino junto ao supervisor. O supervisor fiscaliza sua aplicação. Há questionamentos, inclusive, por parte de pais e alunos.
É muito recorrente ouvir que nós, professores, somos despreparados. A realidade da periferia, no entanto, é muito dura. Não é incomum, em grandes cidades, alunos que trazem armas de foto ou mesmo crimes como homicídios acontecerem em escolas. Quem prepara alguém para uma realidade assim?
É muito curioso ouvir isso, principalmente dessa vertente de Bolsonaro e Damares. Em nome da diversidade religiosa, os cultos afrobrasileiros entrariam na escola ou não? Ou essa gente pensa que diversidade multicultural é ensinar somente o criacionismo e a tese de que a terra é plana, advogada a sério pelo guru dessa vertente de pensamento, Olavo de Carvalho?

2 comentários:

  1. Estou de acordo consigo no essencial.
    Evidentemente, contesto as posições de Dolores Gontijo.
    O que não impede que tenha algumas dúvidas.
    Ao escrever (em resposta às críticas que alegam que os professores não estão preparados), que a realidade de alguns é muito dura («e quem os prepararia para uma realidade assim?»), reconhece e aceita, implicitamente, a crítica feita por Gontijo. Justifica-a, aponta-lhe causas, mas admite que na verdade um grande número de professores está impreparado para o seu trabalho. A questão interessante seria: que fazer? Como prepará-los?

    Por outro lado: devo deduzir, do seu artigo, que todas as crenças e mitologias teriam de ser ensinadas, em nome do respeito pela diversidade cultural? Isso não seria fazer do Ensino, no Brasil, um enorme campo de «vale tudo», «tudo é bom», todas as manifestações têm o mesmo peso e devem ter o mesmo estatuto científicos? Ou compreendi mal?

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  2. Oi, José.
    Compreendeu mal.

    Dolores refere-se a preparação em termos de conteúdo, ESTUDO. E esse não é o ponto. O segundo ponto também o que eu digo é o oposto. É a vertente de vcs, bolsonarista, que não respeita a diversidade e nem o mundo moderno.

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