O Jornal de Negócios de Bom Despacho lançou uma edição Extra antes das eleições.
É preocupante, pois esse jornal mantém uma relação no mínimo simbiótica com o grupo do prefeito Fernando Cabral (PT/PC do B/PPS).
Em eleições passadas, uma edição inteira chegou a ser apreendida, pois ela falava numa suposta virada de Vital (PSDB) contra Haroldo Queiroz. Apenas do esforço manipulatório do grupo político por trás do Jornal de Negócios, a vitória não ocorreu.
Agora um dos artigos de Cabral trata de "Como Nasceram as Urnas Eletrônicas". Ele deseja com o artigo tranquilizar a todos, retificando o que disse em um artigo de 94, artigo esse em que o então funcionário do Serpro (Serviço de Processamento de Dados, local onde os votos são processados em Brasília) mostrava saber como fraudar urnas eletrônicas:
Novos tempos, novas formas de cometer fraude. O computador introduziu um novo potencial e novas formas de manipular resultados de eleições, como uma variação do esquema do bico de pena: simplesmente alterar os números durante a transcrição da caixa oficial dos resultados do papel para o computador. A forma mais fácil de fazer isso sem atrair muita atenção seria tornar os votos nulos em votos "válidos".
É pelo menos preocupante saber que um candidato sabe isso. A preocupação cresceu a partir do artigo do blog Revista Cidade Sol, que é a afinal o artigo que ele busca rebater:
Peço aos amigos que leiam e tirem suas próprias conclusões.
Mas estou certo de que, desde 94 até agora, a confiança nas urnas eletrônicas apenas caiu, mas as urnas permanecem as mesmas, ao contrário do que diz o nosso nobre alcaide.

Após a votação na Câmara dos Deputados, a imprensa imperialista reafirmou seus alertas. O jornal britânico The Guardian lançou um editorial colocando no título que o impeachment de Dilma é “uma tragédia e um escândalo”, explicando que essa via “longe de ajudar a resolver a polarização política e social, exacerba ambos”. O espanhol El Pais aponta no mesmo sentido no editorial intitulado “Brasil diante do abismo: o processo de destituição de Dilma não resolve nenhuma das crises do país”. Reportagem da rede de TV estadunidense CNN diz que, no Brasil, estão usando meios “anti-democráticos” para acusar a presidente Dilma. Já a revista The Economist, após publicar uma coletânea das justificativas bizarras utilizadas pelos deputados para votar “sim” ao impeachment, trouxe em sua capa, pela terceira vez, o Cristo Redentor, dessa vez levantando uma placa com “SOS”, a revista aponta a responsabilidade de Dilma pela crise, mas também ressalta que "Toda a classe política decepcionou o país, em um misto de negligência e corrupção. Os líderes brasileiros não vão recuperar o respeito dos cidadãos e superar os problemas econômicos do país a menos que haja uma limpeza geral" e que "aqueles que estão trabalhando pela remoção dela (Dilma) são muito piores".