Um observatório da imprensa para a cidade de Bom Despacho e os arquivos do blog Penetrália
quinta-feira, 30 de outubro de 2025
João Carvalho e Cuba
João Carvalho e Cuba
	João Carvalho, admirável professor e ativista, editorialista de A Nova Democracia, comenta por vezes um tema muito caro a nós, a revolução cubana. Algumas de suas posições me parecem problemáticas. Ele chega a afirmar que os Estados Unidos deveriam deixar Cuba evoluir tranquilamente sem embargo, de forma que pudessem, então, verificar que o socialismo de fato funciona. Essa declaração tem dois problemas: 1) considerar que o arquiimperialismo estadunidense poderia permitir esse tipo de evolução naquele período, o que é ignorar a natureza agressiva do imperialismo, é ser kruschevista e acreditar na “emulação pacífica”. 2) Considerar que Cuba construiu efetivamente o socialismo; supomos que Cuba mais se declarou socialista do que efetivamente foi além do capitalismo de estado e completou a revolução democrática.
	João Carvalho cita o vídeo de Michael Parenti, em que Parenti começa dizendo que não se importa se chamamos Cuba de capitalismo de estado, chame da forma que quiser. Isso já é um erro grave. É muito importante termos uma análise crítica a respeito dessa experiência que se diz socialista. A partir disso, Parenti ressalta que foi a Camaguey (justamente onde houve mais repressão a camponeses devido a uma guerrilha liberal) e alega que lá disseram que, ao contrário de antes, no tempo do Batista, agora havia saúde e não havia mais analfabetismo. Mas a educação cubana é usada para a propaganda do castrismo, a educação, segundo Frank Garcia, do blog comunistas, não é dialógica como Paulo Freire pensava. Foi importante fornecer esse serviço de saúde em Camaguey justamente para debelar a rebelião que durou de 61 a 65, mais do que a rebelião de Castro em Sierra Maestra. Se Che quisesse combater, ele poderia ficar e combater essa guerrilha. Portanto, Che partiu para o exterior por outros motivos –sua excessiva criticidade foi um deles. Creio que sim, é verdade, houve melhoras desses índices, mas vendo no que deu hoje em dia, creio que é injustificável o grau de repressão contra quem pede simplesmente “energia” e “comida”.
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