Mostrando postagens com marcador Dead Lover´s Twisted Heart. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Dead Lover´s Twisted Heart. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 15 de junho de 2010

O show dos Dead Lover´s no Lapa foi múlti

Sábado passado, dia 11, numa noite de vento antártico, fui ao show dos Dead Lover´s Twisted Heart, três DJs (Luiz PF, Deivid, Fael e JJBZ, todos discotecando apenas vinis) e Fusile, no Lapa Multishow. No show, pude sentir o calor e a emoção das canções da banda, que acompanho há dois anos e na qual meu irmão Vinícius toca. No show ao vivo, sente-se o frescor das emoções e muita coisa passa a fazer sentido: a ligação da banda com Odair José, por exemplo, que sempre me pareceu enigmática, pode ser desvendada pela herança Jovem Guarda/country que Odair José e Dead Lover´s têm em comum.
E o show é celebração alegre, fanfarrona, do lançamento do CD, um acontecimento para a banda, que tinha até agora apenas um EP e um vinil. A abertura teve um quê eletrônico onde destacou-se Thiakov nos teclados. Depois, passou-se ao rockabilly dançante ao folk melódico de canções como “Rock Hurts and The Heart Beats”, quase um hino na banda, assim como “Shake your Hips” and “Folk You”, todas representantivas do bom humor da banda e sua alegria contagiante. Uma canção muito bonita (Isabelle), misto de chanson française e the Doors, contou com a participação de Rafael Ludicanti (dos Junkie Dogs, banda irmã). Todos os componentes cantam bem e a voz da baterista impressiona, lembra muito a de Maureen Mo Tocker, do Velvet Underground, o que nos introduz num túnel do tempo.
O som do CD independente, que obteve qualidade profissional, dá uma enorme vontade de ver o que farão os Dead Lover´s com uma gravadora e uma estrutura profissional. Ver a banda ao vivo é uma experiência esclarecedora, diferente do som de MP3 e do CD, que de qualquer forma separa um pouco os instrumentos. Ao vivo, a banda faz diferença e produz um som mais encorpado, convence mais, atrai mais.
A parte mais ousada do show foi a participação da orquestra composta por amigos da banda. Os metais sobressaíram em relação às cordas, mas mesmo assim a química entre os músicos (dentre os quais, o Chico do poemacto.blogspot.com, que enfim conheci pessoalmente no sábado passado) tinha um quê meio carnavalesco, meio balcânico. Clima de festa fanfarrônica e intensa, ideal para aquecer o inverno belo-horizontino.
A apoteose do show aconteceu em “Where I am” que diz “Take me by the hand”. O público ergue as mãos e o que se vê é justamente a banda seduzindo seu público, conduzindo-o pela mão. A ordem das músicas no show me lembrou a do CD. Os Dead Lover´s, portanto, não me deixaram com coração de amante morto e sim com uma promesse du bonheur muito bem cumprida.

domingo, 5 de outubro de 2008

Texto da Banda do Meu Irmão Vinícius no MySpace

Obrigado Roberto!”

Poucos dariam crédito a realeza de nossa Graceland do Itapemirim ao definir a existência de três malucos e uma baterista (lê direito mané: UMA!) que andam berrando o libidinoso refrão “Quero fazê amor” na língua pátria de Iggy Pop, nos inferninhos astrais da capital mineira. Mas é possível que seja o mais notório dos Carlos desse país a justificativa mais elegante para explicar o nascimento dos The Dead Lovers Twisted Hearts.

Mais até do que outros pedaços sagrados da música popular, como Dylan e os Ramones ou mesmo a jovem guarda representada por Franz Ferdinand e Yeah Yeah Yeahs-influências óbvias e assumidas, sem maiores dramas, é a biografia (a autorizada, aquela escrita nas canções) de Roberto Carlos que pauta os Dead Lovers. Personagens universais disfarçados de ficção (“Huckleberry Finn”), desilusões mascaradas em porres (“Hey Babe Have You Ever Been In Hell?”) e claro, ingenuidades que revelam sacanagem pura e simples mesmo, como na suprema “All Night Long”. No caso desses caras (e uma baterista!), a idéia do “simples e direto” é mais do que musical, é assumidamente um estilo de vida.

Estilo! Algo que a banda tem de sobra e está em falta no mercado. Já estava na hora de apresentar: Ivan (voz e guitarra base), Velvs (baixo e piano), Guto (guitarra solo), e elevando o coeficiente cool nas alturas, a baterista Pati,não parecem se importar muito em reinventar a roda já bastante gasta do roque, e sim caírem na estrada com o melhor combustível possível: diversão babe!

Se for para subir no palco que seja turbinado da melhor forma possível, com músicas altamente dançáveis, refrões instantâneos, folks tocados com energia punk e punks vestidos de folks ancestrais. Definitivamente o show do Dead Lovers – e as sempre lotadas noites no bar A Obra são um termômetro exato – é uma das coisas mais bacanas de Belo Horizonte nos últimos anos. Cumprem com louvor as promessas gravadas e lançadas em 2006 na demo “What Is It For?”, também disponíveis nos endereços Trama Virtual (www.tramavirtual.com) e My Space.

Faça as contas: um nome divertido, gente fina elegante e sincera, UMA baterista, canções aderentes e um show concorridíssimo. Desmentindo o dito: acredite no hype. Ou siga os The Dead Lovers Twisted Hearts, menos acadêmicos, em “All Night Long”: it ain..t over till is done!

Ah,faltou falar do nome da banda: é o título de uma canção do trovador indie norte americano Daniel Johnston, mais um daqueles biscoitos finos não consumidos pela massa. Um sujeito que gravava canções bonitas da maneira mais torta possível.Bingo!

Thiago Pereira


http://www.myspace.com/thedeadloverstwistedheart


segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Se o Rock das origens era algo tosco e que moveu a juventude dos anos 50, talvez hoje em dia alguém possa dizer que não é possível o Rock and Roll como antigamente. No entanto, o gênero tornou-se muito bem sucedido no mercado do mundo inteiro.
No cenário um tanto caótico do mundo, em que um presidente norte-americano parece ter seguido o conselho de Che Guevara e criado muitos vietnãs (Afeganistão, Iraque, Coréia do Norte), emerge a banda belorizontina Dead Lover´s Twisted Heart, mostrando vitalidade com seu Folk-Rock Indie. Fazendo da possível precariedade um diferencial e uma possível demonstração de ligação com as raízes do gênero musical ao qual se filiam canções como Hey Babe, Have You Ever Been in Hell e All Night Long, as músicas fazem apelos primais & tribais ao desejo e à vontade de p(h)oder. A banda demonstra um transbordamento nietzschiano de vida.
Hey Babe faz uma descrição do inferno sentimental pelo qual a sua amada nunca passou, tal qual um Dante clamando por sua Beatriz. All Night Long faz a apologia do desejos do eu profundo (Kant com Sade), além do elogio do impulso instintivo de posse mais primitivo e brutal. E se há algo de que existe efetivamente posse é o domínio que essa banda exibe do estilo folk-rock. Há todo um discurso amoroso trágico à la Nelson Gonçalves que parece ter sido vertido em inglês.
Se há quem diga que a história da música popular é um amontoar de clichês, vale a pena notar como a Dead Lover´s não soa clichê como soavam Engenheiros do Havaí e Guns and Roses quando regravavam iê-iê-iê italiano e Bob Dylan, fazendo referência aos anos 60 que, essa sim, faz jus ao termo clichê no pior sentido: uma linguagem desgastada. As guitarras da Dead Lover´s soam emocionadas, selvagens e faiscantes, nunca chupadas dos Rolling Stones ou de algum bluesman de antes.
A Dead Lover´s harmoniosamente arranjou uma ligação entre os nervos e as cordas de aço, entre o desejo de morte e de dor e os Eagles do Death Metal. Os amore excluir


*Laurene & Lúcio 11/12/2006 11:21 Os amores de Erasmo (Carlos) aproximam-se das loucuras de Erasmo de Roterdã, uma vez colocados sob o império de David Bowie & Lou Reed. Referências literárias (Mark Twain) misturam-se a outras musicais (Franz Ferdinand) e em diálogo com outras artes (Laerte e Angeli). Deixando um pouco de lado os arroubos de rebeldia, desejo e melancolia, o bom humor fez uma aparição picaresca em Huckleberry Finn. Os dramas são levados a um ápice em No More Dramas: o drama musical iluminista dos tempos de Beethoven não tem como sobreviver na violência de um mundo em que a história da burguesia fundiu com a humanidade; todas as bandeiras estão em frangalhos e os dramas foram levados ao extremo para serem destruídos.
A destruição é a verdadeira Beatriz dos Amantes Mortos de Coração Balançado. Eles se assentam sobre todas as ruínas de um mundo superaquecido, tarde na História, mas cantam, dançando de alegria entre restolhos e relíquias para rasgar.