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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Prefeito de Bom Despacho ameaça blogueiros e imprensa

Toda minha solidaridade com o companheiro blogueiro Rosemberg (lincado acima como Bom Despacho-MG), ameaçado de processo e insultado por Haroldo Queiroz (prefeito local, PDT/MG) na Rádio Difusora ontem. A intenção deve ter sido de intimidar toda a imprensa, pois ameaçou de processo não só o blogueiro Rosemberg, mas também o vereador e blogueiro Fernando Cabral (www.fernandocabral.blogspot.com) e o Jornal de Negócios.

Eu não comento muito as novas peripécias do prefeito porque acho que é perder tempo com alguém que vai sumir na poeira da história de Bom Despacho.

Mas que arranco democrático foi esse ontem na Rádio Difusora, onde ele, em fúria, reclamou até da própria rádio que o entrevistava!

Algumas dessas flores de pântanos, essas jóias da náusea emitidas ontem no ar:

"Que CPI? Qual CPI? Isso é assunto dos vereadores". (Haroldo, afetando ignorar as críticas).

"Se Deus quiser vou ser eleito para deputado".(Misericórdia!)

"O Jornal (de Negócios) é o único que tem na cidade" (Haroldo demonstrando desconhecimento dos outros dois jornais onde a própria prefeitura anuncia com frequência).

"É um cara que não acredita em Deus, parece o Santanás" (Haroldo abrindo o flanco para um possível processo de preconceito contra os ateus a propósito de fazer críticas ao vereador e blogueiro Fernando Cabral).

"Como é que as outras rádios não fazem isso". (Isso, no caso, seria, dar liberdade de expressão, dar espaço ao vereador Fernando Cabral para fazer denúncias de superfaturamento em obras da prefeitura).

"Ele pode estar gostando de mim, estar apaixonado por mim". (Sem comentários).

"Se eu fizer qualquer coisa errada, eu mesmo me retiro da prefeitura". (Será?)

"Eu não escuto bobogeira, não fico falando bolinha". (Prefeito exibe estranhas capacidades auditivas e orais, criando o neologismo bobogeira, mistura de bobagem com asneira).

"O concurso da câmara....todo errado. Tinha questões repetidas". (Eu fiz o concurso e não vi).

"Eu tinha vontade dele (FC) administrar a prefeitura". (Eu também).

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Mirisola: "O Capitão Nascimento Desmunhecou"

Vi ontem no Jornal da Globo e no Jô Soares o ator Wagner Moura, ex-capitão Nascimento, virar Hamlet com seu ser ou não ser.

A ligação foi mais para fazer um linque para o público (padrão classe média com que a Globo formata tudo, argh) do que uma ligação realmente existente entre esses dois antípodas: o melancólico Hamlet, distraído que não quer matar e a máquina de matar que tem alguma melancolia reprimida, algo de humano que cintila na mente de robô e máquina de matar e o obriga a tomar anti-depressivos.

Jô deitou e rolou com a biografia de Wagner Moura, mostrando-o desde a época de colunista social baiano, passando pelo momento em que ele foi "A Brisa" numa peça infantil até o Bond do Kubit-Kubit-Chek-Chek, um funk engraçadíssimo do tempo em que ele atuou como Kubitschek.

Ele no Jô, vendo beijos gays em filmes como Beijo no Asfalto e República dos Assassinos (esse ao som de Roberto Carlos, aquele com Tarcísio Meira & Ney Latorraca). Deve existir um fetiche nas roupas pretas, comentaram. Me chama de gaveta, me abre toda e me deixa desarrumada, brincou Jô, colocando-se no lugar das fãs do Wagner/Capitão.

Wagner, vendo beijos gays, falando sobre Lázaro Ramos em Madame Satã, gesticulou muitíssimo. Suas mãos pareciam aquelas mãos da Família Adams, independentes do dono.
Fizeram um tipo de performance que faz o gosto de um sacana cruel como Mirisola: o Capitão Nascimento desmunhecou, diria ele, com seu olhar homofóbico -- e não seria verdade. O olhar de pessoas como Mirisola, Márcia Denser e Júlio Daio Borges é mais influenciado pela árvore do que pela floresta, pelo dejeuner sur l´herbe do que pela paisagem.

Daí essa da Márcia Denser de apoiar a implicância de Júlio Jorge Luís Borges contra os blogueiros, que ajudariam a inflacionar o mundo literário (ameaçando o emprego de Márcia Denser?) Afinal, se Márcia Denser era dark, agora ela vai ter que se reinventar como musa dos emo. Será que o Mirisola vai deixar? Mirisola é pop? É emo?


O programa de ontem teve também o excelente filósofo Mário Sérgio Portella (ou é Cortella?) , lançando uma obra. No percurso filosófico dele (que falou rapidinho, senão o Jô interrompia) eu senti familiaridade, nesses anos todos já percorri esses labirintos. Voltou a velha questão Nietzsche e o nazismo.
Foi apropriação, explicou o professor. Ele também disse que a filosofia não torna ninguém crítico, veja-se o nazismo, que também tinha seus filósofos. Tudo bem, veja-se você, meu caro, falando numa tevê monopolista e de história de apoio a regimes autoritários, sem criticá-la (pois isso é impossível, ela não permite, só mediante liminar na justiça, como se pode ver no vídeo incluído nesse blog).