Leio um editorial de João Paulo, do Estado de Minas, onde ele comenta o livro Entre Nós, de Philip Roth. Gostei da seguinte passagem:
"Tal como Beckett, Malamud escrevia sobre um mundo empobrecido e dolorido num idioma todo seu, um inglês que parecia -- mesmo sem levar em conta os diálogos idiossincráticos --ter sido arrancado do barril menos mágico que se poderia imaginar: as locuções, as inversões e a dicção dos imigrantes judeus, um amontoado de ossos verbais quebrados que, até surgir Malamud para fazê-los dançar ao som de sua melodia tristonha, pareciam só ter serventia para comerciantes judeus e profissionais da nostalgia".
É um livro de entrevistas onde a mais curiosa, segundo João Paulo, é a de McCarthy: "Depois dos elogios de praxe, Mary desfia uma série de críticas que se ligam quase sempre à incompreensão da matriz judaica do romance. Ela não entende porque os judeus são tão obsessivos quando se trata de circuncisão (...). Mary (segundo Roth) conseguiu separar os dois universos: o desconhecimento de elementos culturais a impediu de ver o mais importante do romance" (JP, Pensar, 3/01/2009).
Um observatório da imprensa para a cidade de Bom Despacho e os arquivos do blog Penetrália
Mostrando postagens com marcador João Paulo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador João Paulo. Mostrar todas as postagens
sábado, 7 de março de 2009
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Dias Melhores Verão
Um texto de João Paulo, editor do caderno Pensar do EM, escreveu em 7 de fevereiro excelente editorial ("Cultura de Verão") sobre o carnaval:
A folia carioca, que já foi a mais popular, se perdeu na rede de interesses e corrupção que afastou parte do público e quase toda a invenção em nome do efeito. Um carnaval de camarotes.
No Nordeste, a Bahia descobriu o filão, enriqueceu com ele e, com a padronização mercadológica, corre o risco de imitar o modelo carioca, deixando a criatividade para a periferia enquanto recria o modelo classista de pagar para desfilar. Além da negociação com os meios de comunicação. Em Pernambuco se mantém ainda a motivação e execução plenamente popular, traduzida no mesmo movimento de valorização econômica do estado e crescimento do ativo mais significativo numa festa sazonal: a capacidade de renovação (...). Se a folia da capital (Belo Horizonte) já foi excelente, tem tudo para voltar a ser.
Em geral não gosto muito do tom moralista macunaímico do João, mas acho que ele foi extremamente lúcido nesse artigo. Ele tem também que tentar romper o modelo classista do seu próprio caderno, onde eu por exemplo não recebi e desfilei com o meu artigo Lucidez para o Vazio. Sintomático?
A folia carioca, que já foi a mais popular, se perdeu na rede de interesses e corrupção que afastou parte do público e quase toda a invenção em nome do efeito. Um carnaval de camarotes.
No Nordeste, a Bahia descobriu o filão, enriqueceu com ele e, com a padronização mercadológica, corre o risco de imitar o modelo carioca, deixando a criatividade para a periferia enquanto recria o modelo classista de pagar para desfilar. Além da negociação com os meios de comunicação. Em Pernambuco se mantém ainda a motivação e execução plenamente popular, traduzida no mesmo movimento de valorização econômica do estado e crescimento do ativo mais significativo numa festa sazonal: a capacidade de renovação (...). Se a folia da capital (Belo Horizonte) já foi excelente, tem tudo para voltar a ser.
Em geral não gosto muito do tom moralista macunaímico do João, mas acho que ele foi extremamente lúcido nesse artigo. Ele tem também que tentar romper o modelo classista do seu próprio caderno, onde eu por exemplo não recebi e desfilei com o meu artigo Lucidez para o Vazio. Sintomático?
Marcadores:
carnaval,
Estado de Minas,
João Paulo,
Pensar
Assinar:
Postagens (Atom)