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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Yoani, o Hype da imprensa demo-tucana

Pessoal: o pessoal da nossa área, literatura e ciências humanas, tem mesmo é que reclamar, protestar, desde Cuba, Honduras ou Bom Despacho. Taí o blog mais comentado dos últimos tempos, o da Yoani, blogueira cubana:


http://www.desdecuba.com/generaciony/


Ela é simpática e quer reclamar como eu reclamo. Ótimo. O que me irrita é o apoio e a festa que se faz em torno dela na imprensa do Brasil. Os blogs não eram uma moda amadora, pornográfica, tosca, sem credibilidade? De repente, quando se fala da Yoani, viram uma janela pura de liberdade! O nosso Congresso não era sujo como pau de galinheiro, papagaio de americanos? De repente, como convidou Yoani e o regime cubano proibiu-a de vir, nosso congressinho sórdido virou reunião de vestais, quase celestial! OOOh!

Hersch Basbaun disse no Provocações do Antônio Abujamra que não sabe que caminhos perseguir para ter sua obra de contista e romancista reconhecida. A Yoani aponta o caminho, Hersch: você precisa levar a água para o moinho onde ela está levando. É isso.
Ela ganhou o prêmio Ortega Y Gasset por que mesmo? Escreveu algum ensaio como os de Ortega Y Gasset? Não! Ganhou o prêmio por puxar saco de americano, CARAJO!


O problema mesmo é que Yoani, escrevendo de um lugar onde não existe a imprensa mainstream, quer ser mainstream, quer o apoio dessa imprensa brasileira demo-tucana. Não conhecendo o ground, ela quer simplesmente sair do underground, afinal. Nada contra ela, acho que o papel dela é importante, o que me irrita é a súbita mudança de discurso na imprensa ao falar dela; o tom para falar dos blogs, por exemplo, no suplemento Pensar, coordenado por João Paulo do Estado de Minas, costumeiramente azedo e agressivo para falar de blogs, de repente torna-se doce, róseo, melífluo para falar do blog-hype de Yoani...ah, pelo amor de Deus, vão se danar, quem vocês pensam que enganam?

Peçam a ela para ficar uma temporada de colunista não-remunerada no Digestivo Cultural do Julio Daio Borges e no suplemento Pensar do Estado de Minas. Aliás, fica essa sugestão para o Raul em Cuba. Yoani precisa levar um choque de capitalismo aqui, precisa provar a gaiolinha invisível do imperialismo de que Che Guevara falou no filme do Steven Sondenberg, experimentando outros deliciosos rituais de poder além dos de Hamm e Clov. Ela é muito bobinha; vai ver que o estado deu muito para ela de mão beijada, ficou como os "sociais-liberais" brasileiros temem que fiquemos, daí as privatizações. Chamem ela para vocês sacanearem nas redações como sacaneiam as estagiárias do calcanhar sujo, fazendo teste do sofá! Chamem, chamem!

Yoani é jóia, mas bem limitadinha. Nós temos aqui muita estudante de Letras escrevendo melhor, com uma visão melhor. Mas ela quebra o galho; como disse, onde não tem imprensa oficial, como ela iria ter visão a respeito da alternativa? Vejam aí embaixo: ela pensa que Beckett é teatro do absurdo. Mandem ela ir conversar com Gerald Thomas a respeito! kkk! Que surpresas o mundo capitalista lhe reserva, queridinha!


Estamos en medio del festival de teatro y eso ayuda a escapar de la aburrida programación televisiva y las limitadas opciones recreativas –casi todas en pesos convertibles- de la noche habanera. Guiados por el drama y la comedia, intentamos disipar los problemas cotidianos, las desazones y las dudas que este guión del absurdo en que vivimos nos genera. Pero en esas salas en penumbras no siempre se logra la evasión, sino que pueden encontrarse las claves para volver sobre nuestra realidad y reinterpretarla.

El sábado se exhibió en el pequeño local del teatro Argos –calle Ayestarán esquina a 20 de mayo- la obra de Samuel Beckett “Final de partida”. Fuimos temprano para alcanzar espacio en las rústicas gradas de madera. Créanme que estar casi dos horas sin apoyar la espalda y sobre una dura tabla sólo se puede resistir si se trata de una magnífica puesta en escena. Pues bien, la de antenoche era del tipo que hace olvidar los calambres y el dolor en la cervical. Y no porque moviera al divertimento o a la risa, sino por generarnos esa angustia que nos mantiene en vilo, esa desazón humana que nos hace reparar en todo lo que nos falta.

Un anciano ciego y agonizante mantiene una relación de maltrato y sumisión con su sirviente, al que encierra en la rutina y el chantaje. Sobre una silla de ruedas, el caprichoso convaleciente quiere controlar todo lo que ocurre y utiliza los ojos de su súbdito para estar al tanto. Una enfermiza gratitud y la incapacidad de imaginar otras circunstancias de vida, hacen que Clov esté atado a su amo Hamm y que posponga el día de alcanzar su independencia. Desde una sucia ventana se ve el mar, señal de todo lo vedado que existe afuera, de todo lo que nos está prohibido experimentar.

Caminamos luego hasta la casa, traspasados por el desasosiego que nos dejó la puesta en escena. Fueron demasiado fuertes las paredes pintadas de negro, los gritos del déspota reclamando atención y asomarnos –con tanta crudeza y familiaridad- a “la naturaleza incalificable de las relaciones de poder, su misterio y su ritual de culpas, chantajes, imposiciones, perdones, manipulaciones…”*.

* Palabras de Carlos Celdrán, director de Argos Teatro, en el catálogo de la obra “Final de partida”, interpretada por Pancho García, Waldo Franco, José Luís Hidalgo, Verónica Díaz.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Minas no New York Times

http://travel.nytimes.com/2009/10/25/travel/25brazil.html?hpw

domingo, 15 de março de 2009

Estúdio 11: BH descobre Beckett! Quanto tempo ainda falta para descobrir GT?

Do blog estudio 11: estudio11.blogspot.com (um blog mineiro muito bom):


50 anos depois Belo Horizonte descobre Samuel Beckett. Existencialismo do anos 60/absurdo. Ao abrir o caderno de cultura do Estado de Minas no sábado ( 17 de Janeiro). Ficamos assustados, comovidos e intrigados com oque lemos, Minas Gerais acaba de descobrir que existe teatro que não seja comédia fácil.A matéria de Janaina Cunha Melo e Sérgio Rodrigo Reis elogia de maneira enfática oque eles chamam de "novidade" no Brasil ." Aqueles dois" do grupo Luna Lunera e "Amores surdos" do grupo Espanca!,apresentam-se como a nova marca de Minas Gerais e um "pisoteio" nas comédias e na Campanha de Popularização de dança e Teatro de Belo Horizonte. Será que estamos bêbados de montanhas? e que montanhas !!! e que relevos!!!! sem platôs é lógico, pois estes só temos nas Gerais do Serrado de Guimarães que se estendem para além de Goiás e Savanas/Agreste nordestino. Seguindo o caminho inverso dos gregos e de qualquer outros povos e tempos do mundo. O Mineiro parece desejar abandonar a comédia falaciosa e se engendrar num teatro onde o texto é o privilégio, onde a existência é o privilégio. Engraçado isto não? deve ser mesmo o efeito dessas montanhas auroferríferas... que entram pelo nosso sangue e pelos nossos cérebros e conexões... como assim? Caio Fernando Abreu é mineiro? onde estão nossos dramaturgos? Haaa! nós nos esquecemos, devem estar preparando seus próximos textos de sucesso como " A idade da Ameixa" para a próxima campanha de Popularização de teatro, a do ano que vem!!! concordo que tudo nessas peças que Janaína e Sérgio dizem ser uma grande novidade exportada de Minas para o resto do país num olhar primeiro parece interessante, talvez por não serem comédias, CHEGA de COMÈDIAS!!!!!!!!! Neste ano a Campanha de Popularização do teatro e da dança de Belo Horizonte ultrapassaram 80... Será porque a mineirada gosta tanto de rir? ou não seria uma maneira fácil de dizer que foi ao teatro e pagar a sí mesmo, cada um, a dívida com o saber. Enfim teatro é muito chato mesmo!!!! mas ainda tem alguns ou a maioria de alguns, que ainda acreditam o teatro ainda é fonte de revolução e originalidade estética. Que me desculpem meus companheiros, mas no momento nossa melhor arte, ainda estão nas incubadoras epistemológicas dos estudos avançados das equações diferenciais estocásticas. Não fiquem bravos!!!! nem muito menos nos perguntem o que é isso que acabamos de falar...ouvimos um dia. Só sabemos que a subjetividade configurável ou não incomoda mais os artistas da ciência do que os artistas da arte, coitados!!! Estes perdidos no achismo, quando muito na reinvenção da roda!!! da roda que nem mais roda... pois tudo agora parece não passar de dígitos e bytes que trafegam quando muito em movimentos translacionais, pois a rotação agora relativa também quer transladar. ( não nos perguntem sobre isto também). Haaa! mineiros, mineiros!! onde estão nossos heróis? anti-heróis? Chico Reis, Miguilins, Riobaldos?? que pena, se já os vejo estão travestidos... e aí sim, prefiro as comédias, são mais cômicas, mais comíveis e até mesmo mais antropofágicas.
Ser mineiro é ser resto.
Resto de mesa.
Resto e fundo de bateias.
Vaqueiros sem vacas.
Um teatro sem drama.
HO HO HO Minas Gerais!!! Que pena o melhor dessa peça ficou no próprio título. Cômico? quem sabe, não começou aqui nossa trágica comédia. Enfim parece que chegamos de volta a nossa terra mãe, mãe dos nossos caboclos, tambores, Tizumbas, Titânes, Miltons, e outros tantos que ainda choram nos fundos de nossas senzalas perdidas. Marília de Dirceu não passa de uma lembrança genética se extiguindo nas nossas veias emburacadas de ouro, por onde escorrem o tempo e nossa coragem dramática. Enfim! estamos neste momento na terceira margem, em qualquer outro lugar entre os limites do Brasil e as costas da África, presos nas malhas genéticas, puchadas para o Oriente pelos ritmos dos tambores incessantes, para o Ocidente pelas flechas tortas e frágeis Tupís/Aimorés, para o norte pelos antropofágicos modernistas, tropicalistas culpados, assustados, para onde iremos??? para onde devemos nos encaminhar agora??? Só as montanhas teêm as respostas. E não mais serão as montanhas de Cecília ou Drummond... quem sabe? nós não sabemos. Só sabemos com certeza que acabamos de descobrir a terceira margem de Guimarães. Que pena que Bertola, não sabe disto. Reveja sua peça Bertola, chamem todos do Rio de Janeiro, quem sabe aqueles que cortaram a cabeça de Tiradentes não sabem... Barbacena também fica no Rio de Janeiro? ou estamos enganados? Gostaríamos mesmo, que alguns dos grandes críticos de BH, pudesse nos esclarecer o que afinal se sucede com o movimento teatral de Belo Horizonte... Porque só agora, quase 60 anos depois, nosso movimento teatral descobre o existencialismo/Absurdo, Europeu.Porque só agora começam a achar que Peter Brook nasceu em BH? Engraçado... assistimos Peter Brook, ele mais parecia um colega de classe, de sala de aula. E o pior, o cara fez uma peça sobre o Islamismo, eu não sabia que Minas Gerais tinha uma comunidade Islâmica, ou nossa modernidade é realmente SURPREENDENTE????????? nos tornamos de antemão Islamicos, defendendo uma causa de Palestinos. Ha! Mineiros!!! HO HO HO Minas Gerais!!!!!!!!!!! que bom que essa peça existe... este título me serve tão bem agora. ( repito, é melhor do que a peça). Só nos falta mesmo a nossa faixa de Gaza, que Gerald Thomas já havia vislumbrado nos anos 80, pois daqui levou enamorado nossa grande Bete Coelho, pelos túneis e labirintos minero-auríferos que nos ligam até a civilização Becktiniana que Gerald soube traduzir plasticamente como ninguém a digitalidade de Beckett, para nós analógicos, Tupís-Macunaímas, habitantes dos tristes trópicos do construtivismo de Levi Strauss. Ha! meu querido Gerald, que pena que auschwitz não te levou como os seus, hoje entendo porque todos aqui te detestam, te odeiam Gerald e te empurram para o Monte Sião ( onde um dia chegarás) com o seu mal falado Iidich, pois contaminado está de Tupí e outras línguas clandestinas, que aqui não convem nem mesmo serem citadas. Porque pra nós mineiros, são como línguas do fundo do mar! muito abaixo das montanhas... dramaturgos nossos de agora, filhos amortecidos do anos 80/90. Coragem!!!!! matem de fato os heróis fantasmas que não reconhecem... pois melhores que sejam estas peças... peças de agora... não passam de cópias mal feitas que nosso escroto e amado Gerald já fez nos anos 80 e agora parece aposentado, bem como seu guru Bob wilson nos EUA e no mundo, e Peter Brook nos anos 70! Bem... todos estão vivos.... é nós aqui de Minas insistimos em achar que não existem e quando existem são Mineiros! Ainda bem que ser pretencioso é antes de mais nada ser Mineiro, ser inocente e solidário no cancêr.

Acionado por Estúdio11 exatamente às 20:31:00 9 devaneios

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Cioran sobre Beckett

Há anos vi um Beckett com o Armatrux no Parque das Mangabeiras, com bonecos e música. Foi belo, mas lembro somente de flashes, anjos, violões. Era um Beckett doce, tropicalizado.

A Martins Fontes está lançando agora um livro dele, O Despovoador e Mal visto mal dito (68 páginas, vinte e sete reais). São contos e novelas. O primeiro texto, conforme resenha no Estado de Minas, evoca uma utopia às avessas, que ecoa o inferno de Dante; o segundo é uma espécie de réquiem para uma velha enclausurada. O prefácio é de Fábio Souza Andrade, professor da USP, tradutor e especialista na obra de Beckett.

O filósofo Emil Cioran foi amigo de Samuel Beckett em Paris e falou dele algumas vezes em entrevistas:

"Olha, agora nos vemos menos, mas Beckett é um homem que sempre está perfeitamente lúcido e que não reage como escritor. Esse problema não se coloca para ele -- e é muito bonito em todo caso --, porque nunca reagiu como escritor. Ele não é enrolado como nós, que somos "enrolados", está acima disso, tem um estilo de vida próprio, é um caso à parte."

"Beckett vejo de forma distinta, totalmente antibalcânico: um homem discreto, que tem certo saber. A partir de todo ponto de vista, domina. Procede de outro extremo da Europa. É um angustiado que tem uma sabedoria. Como homens, Beckett e Ionesco estão no extremo um do outro. Samuel Beckett é o dono de si mesmo, se domina. Eugene Ionesco explode. São dois temperamentos diferentes. O fenômeno Beckett você o sente quando está diante dele. Beckett não se expõe, mas você sente que está diante de alguém. É um angustiado dono de si que se percebe no primeiro olhar. Não é balcânico. É um muito bonito ver um angustiado que é dono de si, é um fenômeno. Beckett está aqui há muito tempo, mas nunca foi tocado pela França, intelectualmente. Sempre foi um estrangeiro, mas está aqui há muito tempo. É um dos mais distintos não latinos".

"Beckett era notável, mas sua conversa não era interessante. Era sempre o mesmo, não se tornou francês. Um tipo curioso, não era instruído no sentido francês da palavra, mas tinha algo profundo".

"Beckett leu algo meu e nos conhecemos num teatro, depois ficamos amigos. Num determinado momento, me ajudou até mesmo financeiramente. Para mim é muito difícil definir Beckett. Todo mundo se engana a respeito dele, em especial os franceses. Diante dele, querem brilhar, fazer paradoxos deliciosos. Mas Beckett era alguém muito simples e nunca esperava isso. Para falar com ele, deveria ser direto e não presunçoso. Ele não tinha nada de parisiense, mas estava há vinte e cinco anos na França. Os franceses não o contaminaram, absolutamente, nem no bom sentido nem no ruim. Dava sempre impressão de ter caído da lua. Ele achava que tinha se afrancesado, mas não era nada assim. Era assombroso não se contaminar. Ele continuou sendo anglo-saxão e isso eu gostava muitíssimo. Ele não ia a coquetéis, sentia-se incômodo socialmente, não tinha prosa, como se diz. Gostava somente de conversar com outra pessoa e então tinha um encanto extraordinário. A mim me encantava.
Em Beckett eu adorava essa aparência de ter chegado na véspera a Paris."

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Dias Melhores Verão

Um texto de João Paulo, editor do caderno Pensar do EM, escreveu em 7 de fevereiro excelente editorial ("Cultura de Verão") sobre o carnaval:


A folia carioca, que já foi a mais popular, se perdeu na rede de interesses e corrupção que afastou parte do público e quase toda a invenção em nome do efeito. Um carnaval de camarotes.
No Nordeste, a Bahia descobriu o filão, enriqueceu com ele e, com a padronização mercadológica, corre o risco de imitar o modelo carioca, deixando a criatividade para a periferia enquanto recria o modelo classista de pagar para desfilar. Além da negociação com os meios de comunicação. Em Pernambuco se mantém ainda a motivação e execução plenamente popular, traduzida no mesmo movimento de valorização econômica do estado e crescimento do ativo mais significativo numa festa sazonal: a capacidade de renovação (...). Se a folia da capital (Belo Horizonte) já foi excelente, tem tudo para voltar a ser.



Em geral não gosto muito do tom moralista macunaímico do João, mas acho que ele foi extremamente lúcido nesse artigo. Ele tem também que tentar romper o modelo classista do seu próprio caderno, onde eu por exemplo não recebi e desfilei com o meu artigo Lucidez para o Vazio. Sintomático?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Saco do Estado de Minas, Propagandas, Nietzsche, Breuer, Sex Chocolate Factory, etc.

Eu gostaria de montar uma peça inspirada na Chocolate Factory, livro infantil tornado sucesso graças a dois filmes. Seria Chocolate Factory para adultos. Seria perfeita para esse nosso tempo de crise: os empregados falariam sobre a possibilidade de serem mandados embora, por exemplo. O público seria seduzido com o queijo Minas e o doce de leite exsudando de falos e vaginas, podendo também interagir e chupar pirulitos e chupetas eróticas, enquanto o subtexto seria essa nossa nova depressão sinistra. Um misto de Abu Ghraib e Beto Carrero World, Guantánamo & Disney.

E uma cena seria especialmente interessante: os participantes brasileiros poderiam marcar seus próprios corpos com chocolate quente, com símbolos a escolher. Um cara vestido de conde Drácula ficaria servindo mapas da Suíça em forma de chocolate. Os brasileiros comeriam ao som de Taí, eu fiz tudo para você gostar de mim, vestidos de corvos ou de ovelhas negras. Tudo seria filmado e televisionado para a Suíça, para que eles possam viver sua purgação, sua encenação, seu novo affaire Dreyfus.

Há muito gostaria de comentar duas propagandas: uma é do Estado de Minas. Um cara vestido de saco comenta: eu até que tinha conteúdo, mas eu era um saco (e ele aparece com saco de papel na cabeça). Depois ele assina Estado de Minas e passa a ter contato com as novidades dos times mineiros e outras mineiridades. Mas ele continua a ser um saco! Estado de Minas, dê no saco! Diplomas não servem para nada: escrevi na Cult, caderno Pensar do Estado de Minas, Revista Discutindo Filosofia, etc. Tudo de graça. Muito obrigado a todos pela oportunidade: obrigado João Paulo, Dayse Bregantini, Mariana Berger, isso não é uma crítica, é só uma reflexão: gostaria de viver, também, de brisa.

A outra propaganda é de cerveja. Nela, o cara fantasia se as mulheres fossem diferentes...e daí elas passam a se comportar como...homens. Ah, se as mulheres fossem homens, é a mensagem que ficou no final da propaganda. É como um texto que fiz a partir do Miramar do Oswald. Num diálogo, o poeta parnasiano Fíleas comenta a respeito da personagem Rolah: "-Ah, se todos os homens e mulheres do mundo possuíssem Rolah!"


Estou lendo Quando Nietzsche Chorou, de Irvin D. Yalom. Ele imagina o encontro entre Joseph Breuer e Friedrich Nietzsche, romanceando o encontro (que na realidade não ocorreu no final do século XIX) entre a filosofia nietzschiana e a psicanálise. Num dado momento, Nietzsche fala para Breuer, invertendo os termos e virando o terapeuta, algo como: vocês judeus reprimem sua raiva, pois para os judeus, reprimir a raiva é questão de sobrevivência. Breuer, por sua vez, nota que o tom de Nietzsche era belicoso e estridente e pergunta para quê gritar, se sua personalidade mesmo era suave e cavalheiresca, em contraste.