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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Yoani, o Hype da imprensa demo-tucana

Pessoal: o pessoal da nossa área, literatura e ciências humanas, tem mesmo é que reclamar, protestar, desde Cuba, Honduras ou Bom Despacho. Taí o blog mais comentado dos últimos tempos, o da Yoani, blogueira cubana:


http://www.desdecuba.com/generaciony/


Ela é simpática e quer reclamar como eu reclamo. Ótimo. O que me irrita é o apoio e a festa que se faz em torno dela na imprensa do Brasil. Os blogs não eram uma moda amadora, pornográfica, tosca, sem credibilidade? De repente, quando se fala da Yoani, viram uma janela pura de liberdade! O nosso Congresso não era sujo como pau de galinheiro, papagaio de americanos? De repente, como convidou Yoani e o regime cubano proibiu-a de vir, nosso congressinho sórdido virou reunião de vestais, quase celestial! OOOh!

Hersch Basbaun disse no Provocações do Antônio Abujamra que não sabe que caminhos perseguir para ter sua obra de contista e romancista reconhecida. A Yoani aponta o caminho, Hersch: você precisa levar a água para o moinho onde ela está levando. É isso.
Ela ganhou o prêmio Ortega Y Gasset por que mesmo? Escreveu algum ensaio como os de Ortega Y Gasset? Não! Ganhou o prêmio por puxar saco de americano, CARAJO!


O problema mesmo é que Yoani, escrevendo de um lugar onde não existe a imprensa mainstream, quer ser mainstream, quer o apoio dessa imprensa brasileira demo-tucana. Não conhecendo o ground, ela quer simplesmente sair do underground, afinal. Nada contra ela, acho que o papel dela é importante, o que me irrita é a súbita mudança de discurso na imprensa ao falar dela; o tom para falar dos blogs, por exemplo, no suplemento Pensar, coordenado por João Paulo do Estado de Minas, costumeiramente azedo e agressivo para falar de blogs, de repente torna-se doce, róseo, melífluo para falar do blog-hype de Yoani...ah, pelo amor de Deus, vão se danar, quem vocês pensam que enganam?

Peçam a ela para ficar uma temporada de colunista não-remunerada no Digestivo Cultural do Julio Daio Borges e no suplemento Pensar do Estado de Minas. Aliás, fica essa sugestão para o Raul em Cuba. Yoani precisa levar um choque de capitalismo aqui, precisa provar a gaiolinha invisível do imperialismo de que Che Guevara falou no filme do Steven Sondenberg, experimentando outros deliciosos rituais de poder além dos de Hamm e Clov. Ela é muito bobinha; vai ver que o estado deu muito para ela de mão beijada, ficou como os "sociais-liberais" brasileiros temem que fiquemos, daí as privatizações. Chamem ela para vocês sacanearem nas redações como sacaneiam as estagiárias do calcanhar sujo, fazendo teste do sofá! Chamem, chamem!

Yoani é jóia, mas bem limitadinha. Nós temos aqui muita estudante de Letras escrevendo melhor, com uma visão melhor. Mas ela quebra o galho; como disse, onde não tem imprensa oficial, como ela iria ter visão a respeito da alternativa? Vejam aí embaixo: ela pensa que Beckett é teatro do absurdo. Mandem ela ir conversar com Gerald Thomas a respeito! kkk! Que surpresas o mundo capitalista lhe reserva, queridinha!


Estamos en medio del festival de teatro y eso ayuda a escapar de la aburrida programación televisiva y las limitadas opciones recreativas –casi todas en pesos convertibles- de la noche habanera. Guiados por el drama y la comedia, intentamos disipar los problemas cotidianos, las desazones y las dudas que este guión del absurdo en que vivimos nos genera. Pero en esas salas en penumbras no siempre se logra la evasión, sino que pueden encontrarse las claves para volver sobre nuestra realidad y reinterpretarla.

El sábado se exhibió en el pequeño local del teatro Argos –calle Ayestarán esquina a 20 de mayo- la obra de Samuel Beckett “Final de partida”. Fuimos temprano para alcanzar espacio en las rústicas gradas de madera. Créanme que estar casi dos horas sin apoyar la espalda y sobre una dura tabla sólo se puede resistir si se trata de una magnífica puesta en escena. Pues bien, la de antenoche era del tipo que hace olvidar los calambres y el dolor en la cervical. Y no porque moviera al divertimento o a la risa, sino por generarnos esa angustia que nos mantiene en vilo, esa desazón humana que nos hace reparar en todo lo que nos falta.

Un anciano ciego y agonizante mantiene una relación de maltrato y sumisión con su sirviente, al que encierra en la rutina y el chantaje. Sobre una silla de ruedas, el caprichoso convaleciente quiere controlar todo lo que ocurre y utiliza los ojos de su súbdito para estar al tanto. Una enfermiza gratitud y la incapacidad de imaginar otras circunstancias de vida, hacen que Clov esté atado a su amo Hamm y que posponga el día de alcanzar su independencia. Desde una sucia ventana se ve el mar, señal de todo lo vedado que existe afuera, de todo lo que nos está prohibido experimentar.

Caminamos luego hasta la casa, traspasados por el desasosiego que nos dejó la puesta en escena. Fueron demasiado fuertes las paredes pintadas de negro, los gritos del déspota reclamando atención y asomarnos –con tanta crudeza y familiaridad- a “la naturaleza incalificable de las relaciones de poder, su misterio y su ritual de culpas, chantajes, imposiciones, perdones, manipulaciones…”*.

* Palabras de Carlos Celdrán, director de Argos Teatro, en el catálogo de la obra “Final de partida”, interpretada por Pancho García, Waldo Franco, José Luís Hidalgo, Verónica Díaz.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A crítica neoclássica do Digestivo

Pacheco: um exemplo da crítica que se faz por aí. Foi publicada no Digestivo Cultural. Só faltou o crítico lembrar que Gerald não fez uma exposição de bunda e sim uma montagem de Tristão e Isolda, né?


Quarta-feira, 3/9/2003
A bunda do Gerald Thomas
Alessandro Silva

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A bunda do Gerald Thomas é uma bunda branca de passarinho.

Ela apareceu quando o público protestou contra a adaptação de Tristão e Isolda no Teatro Municipal do Rio de Janeiro pelo diretor teatral.

Agora está sendo processado por “ato obsceno”.

O diretor defende-se alegando que vai processar quem o processou por “desconhecer a lei e por falta de mobral”.

Em entrevista, citou o Nelson Rodrigues:

– O mesmo público que vaiou “Vestido de Noiva” ( 1953 ) é o público que agora me vaia. Só que antes eles jogavam tomates. Pena não terem jogado nenhum, pois assim eu poderia ter garantido a janta.

Ele prosseguiu:

– Em Londres, eu seria vaiado por uma apresentação convencional. Esse país ( o nosso Brasil ) é de uma cafonice sem tamanho. Já foi em festa da alta sociedade? Usam prata falsa; com coisas de segunda. Isso aqui é o México, a Venezuela.

E:

– E o que tem de mais mostrar a bunda? O Brasil não é o país das bundas? Não é o país que vende e exporta bundas? Isso é de uma hipocrisia sem tamanho!

Quem for assistir à Art Revolution, mostra de arte moderna da galeria Tate de Londres acontecendo no pavilhão da Oca dará razão ao Gerald Thomas.

Não se trata de mera excentricidade. As obras da Tate chegam a ser esquizofrenicamente ofensivas em relação ao público.

Exemplos?

Humpty Fucking Dumpty, do artista plástico Bill Wodroow, onde o mecanicismo e a vulgaridade do sexo é representado por uma espécie de carroça formada por caixas de madeira empilhadas e atadas por uma roda a uma ferramenta de arar.

As obras livremente críticas em relação à indústria farmacêutica do artista plástico Damien Hirst, compostas por vitrines comerciais contendo rótulos ampliados de frascos de remédio – ao invés do nome do medicamento, o nome de uma comida típica pertencente a uma dada região, como por exemplo “charque”, ou “chucrute”.

E a arte descrente de Barry Flanagan, que contesta até a si mesma, como em Casb 2´67 ( 1967 ), obra que recria uma paisagem com quatro cones como montanhas e uma corda muito grossa como rio.

Flanagan que certa vez disse para seu mestre, Anthony Carro:

“Eu poderia alegar ser escultor e fazer tudo menos escultura”.

Gerald Thomas, na verdade, pôs em prática uma idéia do Morissey, cabeça dos Smiths, que na canção "Nowhere Fast" ( 1985 ) diz:

I’d like to drop my trousers to the world (...)
I´d like to drop my trousers to the Queen.

Mas não é justo comparar o público brasileiro com o público londrino.

Como exigir discernimento de um povo que forma opinião através do “Jornal Nacional”?

De um Brasil cujo Ministro da Cultura não passa de um violeiro simplório?

Com a palavra Wilson Martins:

– Somos imaginados pelos estrangeiros como um bando de índios desfilando de tanga pela avenida Rio Branco. ( Revista República, fevereiro/98 )

Ou Bruno Tolentino:

- Não é a toa que até em Portugal os brasileiros viraram piada. Ouvi uma que provocava gargalhadas logo à primeira frase. Um intelectual brasileiro ia começar a ler Camões quando a banda passou e... ( Revista Veja, 20/03/96 )

Mas o público de Londres teve um poeta como T.S.Eliot para lançar-lhe na cara seu fracasso social:

Unreal City
Under the brown fog of a winter dawn
A crowd flowed over London Bridge, so many,
I had not thought deat head undone so many
Sighs, short and infrequent, were exhaled
And eahch man fixed his eyes before his feet.

O público de Londres teve En Attendant a Godott ( 1952 ) em casa para denunciar-lhe o absurdo da existência.

No Brasil, Esperando Godot não provocou reação nenhuma, como no caso de Art Revolution, onde durante as duas horas e meia em que permaneci na exposição, o único comentário que ouvi foi:

- Que horror!

Proveniente de uma Penélope Charmosa - daquelas que tem nojo até de dar bom dia - depois de deparar-se com uma obra composta pela fotografia de uma minúscula casa feita com a pele do próprio artista plástico que sofria de uma doença do gênero.

Se estivesse em Londres, ou Paris, talvez a Penélope teria levado o seu.

Certa feita, durante uma exposição sua, Picasso respondeu a uma senhora bisbilhoteira:

- O que significa esse quadro? Esse quadro, minha senhora, significa cinqüenta mil dólares.

Picasso respondendo a um general francês atônito com “Guernica”:

- O que eu fiz não; o que vocês fizeram.

Mas estamos falando do Brasil, da telenovela, do rock chinfrim, do cinema insolitamente sádico, e da literatura de auto-ajuda.

Oscar Wilde sabia ser a arte imoral por natureza – indo além, algo mau. Mas o que explicar para os homens de cultura geral, aqueles para quem foi preparada a cartilha Flaubert de idéias feitas?

A arte não parece desejar compreensão.

Tristan Tzara gostou de ser vaiado em Paris durante a primeira guerra à leitura de seus Sete Manifestos Dada.

Como seria compreendido pelo público alguém como o poeta francês Tristan Corbière que em Paris, lá por 1880, protestando contra uma lei estúpida que obrigava aos donos de cães mantê-los na coleira durante os passeios, adquiriu uma corrente de quarenta metros para passear com o seu?

Como foi compreendido o silêncio de John Cage ou as buzinas e hélices de avião com função instrumental durante as apresentações sinfônicas de Georg Antheil?

Como foi compreendido Ferreira Gullar quando vestiu-se como um maloqueiro para assistir a uma exposição do Museu de Arte de São Paulo?

E, finalmente, como seria compreendida a bunda de Gerald Thomas?

Alessandro Silva
São Paulo, 3/9/2003

quinta-feira, 26 de março de 2009

Big Brother Iraque & Afeganistão/Paquistão

Essa é só para registrar uma idéia que me ocorreu:

Que tal o Big Brother Iraque? Um curdo, um xiita, um sunita, cristãos e outros representantes iraquianos presos numa nave. Um marine faria o papel de "Pedro Bial".
O mesmo no Afeganistão: os hazaras, os uzbeques, pashtus e outros também reunidos com essa mesma mediação. Cada etnia falaria ora com Hamid Karzai ou Pervez Musharaf em estilo teleconferência. Abu Ghraib, Israel e outros temas fariam a casa pegar fogo (literalmente).

O paredão seria muito temido: seria fuzilamento de verdade. Rá-tá-tá.

Aqui não, é tudo muito cordial, é o Big Brother sem Orwell. São bibas, bofes e barangas de Bial!

O povo do Digestivo Cultural invadiu a Revista Discutindo Filosofia! Luiz Eduardo Matta e Rafael Rodrigues estão no último número. Rafael assumiu-se escritor e não escrevinhador e resenhou André Comte-Sponville herdando de todos os pensadores só o cinismo enquanto Luiz Eduardo Matta, que tenta vender o conceito de LPB (literatura popular brasileira) para concorrer com a MPB (será que ele vai vencer? Será que era por aí, a literatura popular brasileira precisa de quixotes? Coitado!), diz que um dos pesadelos dele na web são as ideologias infames e assassinas (comunistas? Socialistas?) e que atrapalharam o otimismo dele nos anos 90, fazendo-o perder as ilusões...Oh, as ilusões e virgindades perdidas! Ah, o idílico fundamentalismo de mercado, oh, musas neoliberadas do real! Oh, quimeras hayekianas...Mas livrai-nos do crack, amén.

Ele diz que a internet é feita de pessoas que soltam os monstros (será que ele escreveu depois de ler o blog do GT?) E o Luiz, na onda neoclássica conservadora do Digestivo, lamentou que pessoas cultas não cultuem a norma padrão ao escreverem na internet, provavelmente cedendo ao dialeto internetês...Oh, os bárbaros estão chegando! É a decadência! Nero! Heliogábalus!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Mirisola: " Quem Comia a Bunda de Mário de Andrade?" E Rafael Rodrigues: "Três Vezes Mirisola"

Mirisola apelou. Diz que não quer ser estudado pela academia e lançou a indagação acima, obscena e grosseira, para mostrar o nível das indagações que sua ficção deveria suscitar.
Talvez ele tenha ficado horrorizado com o debate, ocorrido desde os anos 60, quando alguns estudantes de Letras fizeram um trabalho sobre Mário e concluíram que ele gay, afirmação não confirmada e surpreendente para quem que conviveu com o grande escritor. Isso, longe de desabonar Mário, apenas enriquece o mito Mário.
Tudo isso seria uma simples fofoca, mas para estudiosos como Silviano Santiago, a homossexualidade é dado importante para se compreender uma escrita. Para Mirisola, no entanto, é um grande tabu que volta e meia ele revisita em sua escrita, mas que não quer ver analisado.

E o pior é que, com enigmas assim tão estimulantes, está sendo cada vez mais estudado e polemizado. Um exemplo, quase de seu mesmo nível, é a crítica do resenhista do Digestivo Cultural, estudante de Letras na Bahia, Rafael Rodrigues, acostumado a etiquetar de bons e ruins os livros que pega para resenhar. Como não é crítico e sim resenhista, deveria escrever para shvoong, mas insiste em escrever no Digestivo. Só vale a pena dizer que ele não formou sua opinião sobre o Mirisola agora. Há pelo menos um ano eu me correspondi com ele e, quando disse que Mirisola precisava de acompanhamento crítico, ele me disse por e-mail, horrorizado: "você está querendo dizer que Mirisola é bom?" Diga-se de passagem, o dono do site, Júlio Daio Borges, também não gosta do Mirisola e o chama de "filhinho da mamãe" há muito mais tempo. Fica bem, então, agradar. Mas ele se equivoca de cabo a rabo. De início, fica claro que ele para ele Mirisola teria de se encaixar no cânone. E o próprio Rafael está mais para Diogo Mainardi quando crítico literário do que para Machado & Nelson: crítica ferina e radical, realizada com base na linha editorial de onde se escreve e em afinidades subjetivas.

Ele busca "objetivo" numa obra de arte. Então só poderá julgar arte engajada. E não é o caso de Mirisola, que em sua ficção é pura fruição sem lei. O horror deveria ser agenciado com finalidade?

Vejam aí o que ele diz do Mirisola. Os comentários que faço vão em itálico.

Terça-feira, 23/9/2008

Três vezes Mirisola

Rafael Rodrigues

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Marcelo Mirisola é um gênio. É o melhor escritor brasileiro em atividade e, talvez, um dos poucos nascidos no século XX que será lido daqui a décadas ou, se este mundo não "acabar" antes, centenas de anos. Mirisola poderia, se assim quisesse, até assinar seus textos com o seguinte pseudônimo: Machado Rodrigues (ou Nelson de Assis, tanto faz), visto que há na sua escrita a classe, o humor e a ironia de Machado de Assis e o caos delicioso de Nelson Rodrigues. Isso tudo na opinião dele, claro. Para mim, Marcelo Mirisola não tem nada de Machado de Assis, Nelson Rodrigues ou qualquer outro grande autor, e não passa de alguém que publicou uma porção de livros e que, por causa disso, se diz escritor.


Aqui, Rafael aparenta querer dizer o que Nelson e Machado diriam de Mirisola. E diriam isso mesmo: é pornógrafo barato, não é escritor, etc. No entanto, uma ou duas gerações fazem toda diferença depois de uma revolução nos costumes, como ocorreu nos anos 60 e 70. Para Rafael, ser escritor é grande mérito; ele mesmo não diz crítico e sim resenhista; mas isso é o que ele não faz, mas seria útil: ele não resenha Mirisola. Apenas desdenha. Para Machado, censor teatral e Nelson Rodrigues, apoiador da ditadura, para resgatar alguns de seus "eus", Mirisola poderia morrer num hospício ou masmorra, à la Sade, com os livros proibidos, quem sabe? O fato é que os dois autores não fornecem base para que se analise Mirisola.


Digo isso baseado na leitura de O homem da quitinete de marfim (Record, 2007, 240 págs.), que reúne as crônicas que Mirisola escreveu para o extinto site da AOL durante o ano de 2004, e na tentativa frustrada de ler mais outros dois livros seus: o romance O azul do filho morto (Editora 34, 2002, 172 págs.) e o volume de contos O herói devolvido (Editora 34, 2000, 190 págs.).

Em uma de suas crônicas, o autor diz: "quero o horror pelo horror e vou do nada a lugar nenhum". E assim podem ser definidos todos os três livros citados: páginas repletas de críticas, ofensas e palavrões que surgem do nada e não têm objetivo algum, a não ser "o horror pelo horror".


Dá para cobrar "objetivo" para romance ou conto? Mirisola evidentemente escreve por prazer e, como consegue transmitir isso ao leitor, possui leitores que fruem seu texto. Deveria ser o horror pela revolução, horror pelo Paulo Franis, horror por New York, Rafael? Se fosse, queria ver seu julgamento.


O homem da quitinete de marfim é um livro sem quê nem pra quê. Li praticamente todos os textos de cabo a rabo ― admito que pulei uma crônica e li umas três ou quatro pela metade ― e não consegui gostar de nenhum deles. Aliás, minto: houve uma única crônica pela qual me afeiçoei, digamos assim: "SP Fashion Week", na qual Mirisola critica o mundo da moda (meninas novas demais, magras demais, algumas que ganham pouco demais ou são enganadas pelas agências de moda, essas coisas; ou seja: nenhuma novidade, mas não deixa de ser um assunto interessante), e há uma outra que vale a leitura porque se refere ao escritor japonês Junichiro Tanizaki. No mais, o que vemos são textos confusos (em um deles, por exemplo, Mirisola consegue citar Saddam Hussein, uma pesquisa científica, Ed Motta, Daniel Piza e Lula!), quase todos equivocados e que vão "do nada a lugar nenhum". Quando digo "quase todos equivocados" é porque há alguns comentários acertados sobre política (à época corria a história do mensalão). Trechos isolados dentro de textos prestes a desabar, de tão mal estruturados.


Aqui, pode-se dizer: se os textos estivessem realmente mal estruturados, nada disso acima poderia ter sido compreendido. E eles têm a estrutura de crônica, os temas cotidianos e o momento atual, etc. Não é o texto que me parece prestar a desabar e balança: é o resenhista que não resenha, impávido diante do texto de Mirisola.

O problema, a meu ver, é a crítica gratuita e nada construtiva. Personalidades como Walter Salles Jr., Rubens Barrichello e Ayrton Senna são criticadas e atacadas arbitrariamente. Mirisola reclama, por exemplo, de nunca ter visto Senna se referir a livros, ou ser associado a eles. Por mais que seja uma brincadeira do autor ― se for, é de muito mau gosto ―, não se justifica; é uma cobrança totalmente absurda e despropositada. É como recriminar Machado de Assis por não jogar bola nos fins de semana.


Espécie de Diogo Mainardi do meio literário, falta a Mirisola o bom senso que o colunista da Veja tem. Enquanto o primeiro tem como objetivo derrubar um governo, denunciar esquemas de corrupção e sacudir os leitores de sua coluna, levando-os a serem cidadãos mais críticos e exigentes, o segundo simplesmente atira para todos os lados sem qualquer critério ou finalidade.


Aqui, me incomoda o fato do autor, sem se assumir crítico, ter apanhado um clichê de críticos como Paulo Francis: falo de Montaigne e de 64, mas na verdade quero mais é falar de mim mesmo. Isso em Francis tem suporte até certo ponto, mas aí acima Rafael praticamente se auto-define: "espécie de Diogo Mainardi do meio literário". Mainardi é o modelo e a referência de Rafael até mesmo nessa crítica a Mirisola. Esse parágrafo acima é estarrecedor: Mainardi parece combater justamente o "bom senso". E o texto prossegue, fazendo uma bela confusão entre "derrubar um governo" e levar alguém a ser um cidadão mais crítico. Se ele dissesse: "fazer o impeachment de um governo corrupto", aí tudo bem. Mas, colocado assim, Rafael, parece a mera apologia de um golpe de estado, a derrubada de um governo eleito pela maioria dos cidadãos. Realmente, Mainardi já assumiu que escreve determinadas finalidades. No entanto, com que finalidade ele escreveu seus romances? Comparou-se, sem proveito, as crônicas políticas de Mainardi com as crônicas de Mirisola, que não é colunista político. E outra: esse "Três Vezes Mirisola" é um belo exemplo de crítica construtiva, né?


Das crônicas, passei para a ficção. Pensei que no terreno da invenção Mirisola pudesse se revelar um bom escritor. Sou, apesar de tudo, um otimista. Afinal, existem autores que não conseguem acertar a mão em textos não-ficcionais, apesar de muito tentarem. E imbuído de esperança tirei da estante o já citado romance O azul do filho morto.

Pode até ser falta de sensibilidade minha (duvido muito), mas depois de ler mais de trinta páginas de divagações de um narrador completamente obcecado por sexo e palavrões, resolvi interromper a leitura. Até li trechos adiante, na tentativa de encontrar alguma passagem que me fizesse mudar de idéia e voltar a ler o livro. Às vezes isso acontece. Há livros que só ficam interessantes depois de não sei quantos capítulos. E isso já aconteceu comigo pelo menos uma vez (foi quando li A história do amor, de Nicole Krauss). Ciente disso, percorri páginas e páginas em busca de algo animador e que apagasse a má impressão que as primeiras trinta haviam deixado. Até os parágrafos finais do livro eu li, porque a esperança é a última que morre, certo? Mas de nada adiantou.

Rafael, acho que você já foi a Mirisola com as esperanças mortas. Talvez isso te inspire resenhas ou poemas, enfim. E, se tudo tem que ter sentido e objetivo, qual o verdadeiro sentido e o objetivo dessa "resenha"? Rafael, deixe que eu mesmo respondo: ganhar pontos subjetivos em ressonância com afinidades eletivas dentro de um meio de comunicação. Creio que não foi preciso resenhar: o resenhista já tinha um ponto de chegada, uma opinião sobre Mirisola, apenas leu rapidamente os livros para confirmar seu ponto de vista preconcebido.

Foi também o que aconteceu com os contos de O herói devolvido. Depois de ler cinqüenta páginas de palavrões, sexo, fluidos corporais e reclamações sem qualquer sentido ou objetivo, e nem sequer me divertir com nenhuma das histórias contadas, desisti. Nem as referências a John Fante e Julio Cortázar, escritores que muito admiro, me fizeram seguir adiante.


Mas é com as referências e pistas que fornecerão os textos de John Fante, Bukowski e Cortázar que você vai conseguir resenhar Mirisola, Rafael, e não com Machado e Nelson.


É certo que há gosto para tudo. E se Marcelo Mirisola vem sendo publicado há 10 anos, é porque algum público ele tem. Bom para ele e para quem gosta dele. Não para mim, que perdi uma semana em leituras nada proveitosas, enquanto poderia ter lido coisa melhor.


Humm...essa impressão está passando para mim. E é a respeito de seu texto. Mas não fiquemos só na vontade. Existem as outras críticas acadêmicas aí em cima, Rafael, boas para quem desconhece a crítica acadêmica, afinal.


Apesar de tudo, é necessário reconhecer que Marcelo Mirisola é um dos poucos escritores brasileiros com autonomia e, vá lá, coragem para escrever o que quiser sobre o que (e quem) bem entender. Segundo ele, é o único. E Márcia Denser seria a única escritora com liberdade semelhante (também segundo Mirisola). Não diria que são os dois únicos autores brasileiros a desfrutar de tal privilégio, mas realmente são poucos os que se expõem (e expõem) tanto.

Pôxa, Rafael, você não tem autonomia nem para resenhar? Alguém manda você escrever sobre alguma coisa? Então cobre alguma coisa em troca, senão é injustiça. Você está trabalhando para outros e sendo explorado.

Sem contar que ao menos em uma coisa sou obrigado a concordar com ele. Em várias crônicas Mirisola afirma que Budapeste, de Chico Buarque, é um péssimo livro. Nisso ele tem razão.

Depois de desqualificar o Mirisola, concordar com ele a respeito de um juízo literário fica sendo absolutamente supérfluo. E pior: lança dúvidas sobre a competência do Mirisola e sobre a sua. Mas com certeza não era essa a sua intenção. Mas essa dúvida não é assim tão torturante. Basta ler com atenção seu texto.




domingo, 14 de setembro de 2008

Thomas Bernhard com Espírito Curitibano

Thomas Bernhard com espírito curitibano

Franco Caldas Fuchs

Embora nascido na Holanda e radicado na Áustria, o escritor Thomas Bernhard (1931-1989) parecia um curitibano. É o que pudemos constatar em Árvores Abatidas, romance de Bernhard que foi adaptado pela primeira vez para o teatro pelo diretor Marcos Damaceno. A montagem ficou em cartaz durante o mês de julho e início de agosto no galpão que Damaceno utiliza como teatro nos fundos de sua casa, na rua 13 de maio.

"Os vienenses não podem ver uma pessoa boa, importante, e um dia derrubam-na como a um monumento que não lembram que eles próprios ergueram ali." O que dizer de uma frase como essa, presente em Árvores Abatidas?

Impossível não comparar a autofagia vienense, que é escancarada nessa obra, com a conhecida autofagia curitibana, já descrita por Jamil Snege na crônica Como tornar-se invisível em Curitiba. "Cada vez que alguém, lá fora, reconhecer com isenção de ânimo que você está produzindo obra ou feito significativo - o seu grau de invisibilidade aumenta em Curitiba", escreveu ele.

Além de tratar do ambíguo sentimento de amor e ódio por uma cidade que esmaga seus talentos como um moinho, Árvores Abatidas expõe também uma série de críticas ao teatro vienense, o que impressionantemente serviu direitinho para o teatro daqui.

Público, atores, diretores, dramaturgos e críticos, todos os elos da cadeia teatral são detonados em Árvores Abatidas, aspecto da obra que foi especialmente destacado na montagem de Marcos Damaceno, inclusive com a citação de nomes de artistas conhecidos, como o diretor e dramaturgo Felipe Hirsch e a diretora e produtora Nena Inoue.

O enredo

No romance publicado em 1984, um escritor cinquentão - muito parecido com o próprio Thomas Bernhard - narra a experiência de ter ido a um jantar repleto de artistas na casa de um antigo casal de amigos, os Auersberger, que, naquele momento, ele não mais suporta.

O jantar, que conta com a presença de um ator veterano do burgtheater (teatro nacional austríaco), torna-se um martírio para o escritor, ainda mais que, no mesmo dia, pela manhã, acontecera o enterro de sua amiga Joana, também íntima dos Auersberger e de outros convidados.

A adaptação

Narrada em primeira pessoa no livro, essa história ganhou na peça a forma de um monólogo interpretado pela atriz Rosana Stavis, que fez um papel análogo ao do personagem escritor.

Porém, em suas reflexões sobre seus ex-amigos, sobre si e sobre a cidade, o discurso do protagonista no romance de Bernhard é muito mais dispersivo e menos humorístico do que foi apresentado em cena.

Na sua interpretação, em boa parte do tempo Rosana Stavis levou Árvores Abatidas para uma comédia escrachada, em que as repetições típicas do estilo de Bernhard foram convertidas em recursos cômicos (não muito risíveis para mim).

As insistentes referências ao "ator que até faz telenovela" ("o ator do burgtheater", no original), por exemplo, viraram um bordão, realçado com um "plim, plim" saído do violino de Roger Vaz, músico responsável pela trilha sonora ao vivo.

Diante dessa atuação frenética de Rosana Stavis, tão logo a peça começou, confesso que tentei imaginar como ficaria a montagem com uma interpretação mais contida da atriz. O que felizmente vi concretizado nos momentos em que a personagem dela se recordava de Joana, a amiga falecida, e quando ela relembrava de algumas árias que costumava cantar com os Auersberger.

"Como é bonito ficar sentimental de vez em quando", diz o narrador a certa altura no livro. Pois foi assim, bonito e sentimental, o final da peça, com a personagem de Rosana declarando o seu amor à cidade e às pessoas que ela tanto dizia que odiava, para então deixar a casa dos Auersberger (o teatro em que estávamos) e ganhar as ruas.

* * *

O diretor de Árvores Abatidas, Marcos Damaceno, fala sobre a primeira temporada da peça em Curitiba

Na estréia de uma montagem já é possível saber se um trabalho tem ou não potencial de seguir adiante, diz o diretor Marcos Damaceno. Com Árvores Abatidas, o diretor logo sentiu que a peça teria uma continuidade.

Porém, novas apresentações dessa adaptação (até então inédita) do romance de Thomas Bernhard irão demorar um pouco para acontecer, explica ele. De outubro a novembro, a sua companhia reapresenta a peça Sonho de Outono, do norueguês Jon Fosse, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

A idéia é que Árvores Abatidas retorne aos palcos no início de 2009, no próximo Festival de Teatro de Curitiba, avisa Damaceno. Na entrevista a seguir, ele conta como foi a primeira temporada da peça.

De onde veio a idéia de adaptar Árvores Abatidas para o teatro?

Em 2004, estive em um encontro latino-americano de novos dramaturgos em Córdoba. E lá, um dramaturgo espanhol chamado Paco Sarzozo, que era o coordenador do evento, me disse que o que eu escrevia, pela musicalidade, pela construção das frases, era muito próximo ao Thomas Bernhard.

Na verdade, o Paco me indicou dois autores que eu acabei montando. O Thomas Bernhard e o Jon Fosse, que naquela época era um cara que estava começando a estourar.

Quando voltei para o Brasil, busquei ler os romances e as peças desses dois autores. Então montei primeiro o Fosse [Sonho de Outono, 2005] e depois resolvi adaptar o Bernhard. Não optei por uma peça de teatro dele porque as suas peças costumam ter homens mais velhos e eu queria muito fazer um solo com a Rosana [Stavis, atriz, esposa de Marcos Damaceno]. Vi essa possibilidade através do Árvores Abatidas.

A montagem de Árvores Abatidas virou na maior parte do tempo uma comédia. Isso foi intencional?

Seguimos alguns caminhos nos primeiros ensaios até encontrarmos o tom geral do espetáculo. O primeiro mês foi só para achar esse tom. E quando vimos que estava ficando muito sério - afinal, o protagonista está sempre criticando, falando mal dos outros - ficamos com medo dele ficar arrogante demais. Então buscamos o humor para tentarmos criar uma empatia maior entre a platéia e a narradora.

Esse humor não foi um tanto exagerado?

O exagero é uma característica do próprio Thomas Bernhard. Exagero na linguagem, pela repetição de palavras e frases, e também pela caricatura que ele faz com os personagens quase estereotipados.

Isso causa bastante humor. Os personagens não têm um desempenho naturalista, uma voz naturalista. O Auersberger, por exemplo, é o bêbado. E se ele era para ser o bêbado, o deixamos ainda mais bêbado.

O estereótipo no teatro normalmente é algo depreciativo, mas aqui buscamos justamente isso, seguindo o Thomas Bernhard, na nossa visão.

O protagonista de Árvores Abatidas fala muito mal dos artistas que não deixaram Viena. Ficar na cidade ou sair dela é uma questão que sempre passa pela cabeça de todo artista curitibano, não?

Não há mal nenhum em ficar aqui. Curitiba tem fama de ter bons atores, tem uma tradição teatral forte. Mas há sempre esse discurso de que é preciso ir para São Paulo e Rio de Janeiro porque essas cidades continuam sendo os principais centros culturais.

E tem aquela coisa. Se você é o melhor ator de São Paulo, você não é simplesmente o melhor ator de São Paulo. Você é o melhor ator do Brasil. Agora se você é o melhor ator de Curitiba, você é só o melhor ator de Curitiba.

Então todo mundo busca sair. Inclusive nós, que temos procurado ir com nossos espetáculos para São Paulo e Rio, justamente por essa amplitude que você dá para a sua carreira, essa visibilidade.

O subtítulo do romance Árvores Abatidas (na tradução de Lya Luft) é "uma provocação". O Thomas Bernhard chegou a ser processado por provocar pessoas reais no livro, não?

Sim. O Thomas Bernhard realmente conviveu com as pessoas descritas no livro. Todas eram reais. A única coisa que ele fez foi alterar o nome do músico Gerhard Lampersberger, que ficou no romance como Auersberger.

Quando o Thomas Bernhard lançou Árvores Abatidas, o Lampersbereger leu e falou: "espera aí, esse sou eu!". Não há dúvida. E como ele é esculhambado no romance, ele conseguiu proibir a venda do livro.

Depois de alguns anos é que Árvores Abatidas pôde ser publicado na Áustria. Mas aí o Bernhard, um sujeito difícil, escreveu um testamento no qual proibia a publicação e a encenação das suas obras em território austríaco, após a sua morte.

Isso aconteceu mesmo, por um tempo, até que um meio-irmão do Bernhard conseguiu dar um jeito de burlar o testamento. Hoje o Thomas Bernhard é publicado, montado e reverenciado em toda a Áustria.

Assim como fez o Bernhard no romance, na peça a narradora também cita pessoas reais. A escritora Jeannie, por exemplo, é às vezes chamada de Nena (em referência à diretora e produtora Nena Inoue). Em certo momento ela fala que o único dramaturgo bom é o Felipe (em referência ao diretor e dramaturgo Felipe Hirsch) e ambos, Jeannie-Nena e Felipe, terminam detonados pelo ator do burgtheater. Como foi a reação das pessoas citadas?

Fizemos essas citações justamente para manter esse espírito provocador do Thomas Bernhard. Na verdade, não colocamos tanto opiniões nossas. A gente adora o Felipe Hirsch, por exemplo. Assisti ao Não Sobre o Amor e achei lindo, a melhor coisa que vi dele.

Mas a gente retrata o nosso meio. Falamos o que as pessoas falam. Em Curitiba existem essas relações de amor e ódio. O Felipe é um caso. Ele é daqui, mantém um escritório na cidade, e as peças dele não vêm para cá. Ele só fala mal de Curitiba, fala mal dos atores, que eles são vagabundos, preguiçosos. Isso até já virou uma guerra: o Felipe fala mal da classe artística e a classe artística fala mal do Felipe.

Sarah Kane, Jon Fosse, Thomas Bernhard. Pensando nesses autores que você já montou e também lembrando da peça Sobre Tempos Fechados que você escreveu, percebe-se que você tem um apreço por autores e personagens sorumbáticos, pessimistas, não?

As pessoas falam que montamos peças muitos pesadas, densas, difíceis. Mas essas peças me instigam, me atraem porque aprendo com elas.

Árvores Abatidas, por exemplo, foi uma reflexão para nós, sobre como se dão as relações entre as pessoas, principalmente as relações entre os artistas de uma cidade como Curitiba. A gente aprende muito. Aprende o que não cometer e como não se transformar nessas pessoas ressentidas.

Com essa peça expurgamos a nós mesmos. Eu até falo: vamos falar mal de tudo o que tiver que falar. Vamos expurgar isso, para que a gente não guarde esses sentimentos que depois dominam a nossa mente e não nos levam a lugar nenhum

Franco Caldas Fuchs

Curitiba, 12/9/2008


quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Júlio Daio Borges no Estadão Já!

Há tempos, quando eu escrevia no Usina de Letras, José Pedro Antunes comentou, sobre Samuel Ramos, jornalista com o qual eu estava polemizando: ele está prontinho para ir para o Estadão. Hoje, Júlio Borges, ao comentar um lançamento de Décio de Almeida Prado, comentou que aqueles eram bons e velhos tempos onde a família Mesquita convocava pessoas de revistas independentes para melhorar o Estado de S. Paulo. E eles poderiam mesmo continuar com essa prática e contratar o Júlio, criador de um bom veículo (www.digestivocultural.com.br) como colunista.