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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Blognovela revista cidade sol: onze setembro, tudo beckett?



(A propósito do aniversário do World Trade Center, Cláudio resolve se vingar de Hamlet-Nascimento. Ele promove um debate sobre os ataques de Onze de Setembro e Hamlet-Nascimento é obrigado a polemizar com um ele sobre World Trade Center. Cláudio assume posições comunistas, irritando Hamlet-Nascimento. Francinny e Ofélia interagem na plateia. A repórter do Sistema Brega de Tevê media o debate e faz perguntas tolas. Quando os dois polemizam, ela encerra o debate fechando as cortinas).


Repórter Sonsa: E então...Capitão Hamlet-Nascimento, pois é...o impacto da imagem segundo Stockhausen...

Hamlet-Nascimento: Ora, o impacto da imagem! Vá ler Barthes!

Cláudio: Hamlet, o ataque ao World Trade Center não foi um ato terrorista, querido. Foi um ataque de nossa guerra contra o conglomerrado terrorista e sionista Israel/USA.

Hamlet-Nascimento: Eu não vou responder essa pergunta. Ela não prova nada. Eu me alistaria nas forças armadas americanas naquele dia.

Cláudio: Ora, você sabe que o atentado foi porque existiam tropas americanas na Arábia Saudita e eles retiraram suas tropas de lá depois disso.

Hamlet-Nascimento: O ser humano é predador por natureza. Temos que deixar de comer carne e comer alface. Deixar de especismo e pensar nos direitos animais.

Dramatuto (da plateia): Na minha peça O Nascimento de um Palhaço...(o debate prossegue).

Cláudio: Vou cometer um ato canibal agora: George Bush sabia do atentado? Porque Gore Vidal...

Hamlet-Nascimento: Ih, não me fale desse cara. Ah, não. Achei que as perguntas fossem inteligentes, Cláudio...Olha, nesse dia eu fui bombeiro lá naquele buraco, sabe? Eu também estive no Woodstock, estive lá quando o Muro de Berlim caiu, eu sou onipresente, eu...eu...eu...


Cláudio: Quero ver suas fotos nesses lugares.


Repórter Sonsa: A soberania, a soberania americana sobre o mundo ficou abalada com a queda das Torres Gêmeas, Capitão?


Francinny (da plateia): Ô, Hamlet, responde senão você vai ter que devolver seu cachê.

Ofélia: Hamlet, responda, querido, senão vou ter que virar faxineira do teatro para pagar as contas.

Hamlet-Nascimento: O povo americano é o melhor povo do mundo. Eu quero lutar no Afeganistão!

Repórter Sonsa: Os talibãs tratam as mulheres muito mal...Obama Bin Laden está morto. Foi morto via teleconferência...

Ofélia (nervosa): Então vai! Que pena que você não estava nas Torres Gêmeas naquele dia.

Hamlet-Nascimento: Tirem o microfone da mão da Ofélia, por favor.

Repórter Sonsa: Na ponte do Brooklin você sente assim, um alívio por estar saindo de Nova York, onde podem ocorrer ataques terroristas?

Cláudio: Seu negócio é tomar cervejinha com Barack "Banana".

Francinny: Isso, Capitão Hamlet-Nascimento, continue, tá tudo Beckett...

Hamlet-Nascimento: Beckett? Tudo Beckett, Beckett, Beckett. Ora, Beckett é um GRAAANDE Beckett...Beckett me deu enorme força para continuar Beckett. Falou a palavra mágica.

Repórter Sonsa: Mas...saindo no metrô você não tem medo de árabes?

Ofélia (entediada): Não és Beckett, não és nada.

Dramatuto (exaltado, tenta pegar o microfone): O que eu penso sobre o Sete de Setembro...Olha, tem o Onze de Setembro do Chile...Mas o Setember Eleven...ah, não ligo a mínima. Choro. Rio. Enlouqueço. Sentia tesão. Estava só num quarto de hotel. Bati uma punheta...(Prossegue falando baixinho, enquanto os debatedores e a plateia continuam falando mais alto).

Hamlet-Nascimento (levantando-se para ir embora, causando comoção na plateia): Said some things I had never said before.

Ofélia (salta e fecha as cortinas).

Repórter Sonsa (triste por ter sido ignorada): Acaba por aqui mais uma reporcagem sobre o dia Onze de Setembro: o dia que não acabou.

terça-feira, 19 de maio de 2009

POEma do Onze de Setembro

Existe sentido em escrever um poema sobre setember eleven?
Existe poesia após Auschwitz?
O corvo...j´ai perdu mon Euridice...
Gerald Thomas tudo viu e chorou
chapado de rivotril.
Tantas vítimas inocentes.
Existem inocentes?
Os niilistas russos e suas bombas:
Sartre
NINGUÉM É INOCENTE!
Gluck, Orfeu, Obama, Bush
Afe-ga-ni-ser-tão.
Bao tamem na bandeira de Minas
Escrito por dupla breganeja.
A volta dos bravos é tão banal
Os bombeiros morreram soterrados.
Eu ia chorar no final do filme
Aí veio Taleban e a última etapa do capitalismo
E Lênin e coisa e tal.
E chorei chorando.
Não chove mais. A rocha vermelha
No poema não era como o Francis falou.
A revolução. Ah, a crítica.
Maio não é um mês cruel não.
A morte de inocentes virou performance?
Pergunto ao fantasma de Stockhausen
E ao poeta Sebastião Antunes.
É preciso derrubar as torres de novo?
Pergunto ao Ramiro-filosofix
Se as torres estavam na Bíblia.
Estava escrito, estava escrito.
Henrique Hemídio, na bunda do mosquito.
É inverno, minha pele
Guimaraesrosianamente se arrupêia
Penso em escrever à la Mallarmé
Mas é outra besteira.
Os livros são uma carne triste
E estão todos comidos.
Guantánamo é uma instalação moderna.
Ninguém fugiu de lá, não é mesmo,
Partido republicobama?
John, HelpWay!
O corvo preto Groza:
Anu preto, ânus nosso.
Quando eu vou ver o rosto de Lenore?
O corvo disse
Never more.