Mostrando postagens com marcador discurso. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador discurso. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Discurso na Câmara dos Vereadores, 13 de setembro de 2010

Boa noite. Venho aqui essa noite parabenizar o vereador Carlos da Rádio, que atendeu recentemente uma reclamação dos artistas locais. Esclareço que tenho acompanhado o andamento do projeto através de meu amigo André do Rock, que encaminhou o anteprojeto ano passado.

Tendo em vista que essa reivindicação foi atendida, venho trazer algumas outras, ligadas aos artistas ou de outra ordem. Os artistas locais demandam há muito uma lei municipal de Incentivo à Cultura. Os Reinadeiros, que também são artistas, informaram que há muito não está ocorrendo repasse de verbas da prefeitura para o Reinado. Gostaria de saber, junto aos vereadores de oposição, se essa informação procede.

Outros dois pontos são a necessidade da criação de uma rádio comunitária e de uma TV local. Nunca vi uma iniciativa que me pareceu tão anunciadora do futuro quanto a TV Interativa. Foi uma iniciativa visionária. No entanto, ela parou e não tenho visto manifestações em seu favor por parte do poder público e dos empresários locais. O apoio e o questionamento sobre o que aconteceu, porque ela parou de ser exibida na web e não foi estimulada como um embrião de uma TV local. Será que a cidade vai deixar morrer essa iniciativa?

Outra iniciativa é a criação de uma rádio comunitária. A rádio comunitária ainda não existe na cidade da forma como ela é idealizada, ou seja, como um espaço plural, onde a s pessoas da comunidade tenham voz. Para a comunidade também é importante a entrada das aulas da cultura afro-brasileira e da música nas escolas municipais.

Outra questão é a preservação da Língua do Negro da Costa. Minha sugestão é a realização de oficinas de produção oral e escrita na Língua do Negro da Costa, assim como frisar a necessidade da revitalização do patrimônio afro do Beco dos Aflitos. Garanto que existe interesse nacional na preservação desse patrimônio local, assim como o apoio à publicação de textos na editora local, que é a Dez Escritos, que já editou Madrinha, de Sônia Queiroz, e o Fernando Cabral, aqui presente.

Lúcio E. do E. S. Júnior

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Adefis elege sua diretoria em evento no Lyons Clube


No último dia 12 de maio, a Adefis (Associação dos Deficientes Físicos de Bom Despacho) reuniu seus membros para realizar a eleição de sua diretoria. Reproduzimos aqui um trecho do discurso do presidente:

Estamos aqui reunidos nesse dia luminoso para conquistar um futuro também cheio de luz para nós. Para conquistar esse futuro, precisamos ser eficientes em nossa luta. Nós, deficientes físicos, sabemos do esforço que precisamos fazer para sermos respeitados em nossos direitos de cidadãos. Ser deficiente, no Brasil, ainda é como ser um traste, algo descartável, inútil, insignificante. Temos pela frente a possibilidade de revertermos essa situação não só para nós, mas para a comunidade. Com base em nossa experiência de vida, sabemos que o que nos falta fisicamente nos sobra espiritualmente: mais do que muitos cidadãos ditos de bem, buscamos ajudar os outros, tentando sempre fazer com que todos (e não só uns poucos ditos normais) usufruam das belezas desse mundo que Deus nos deu. O Deus do que falo aqui não é o de Bush e Bin Laden, não é um Deus que mata e sim que dá a vida. O Deus do que estou falando é aquele que criou esse mundo com um sol que nasce para todos, um mundo onde a riqueza precisa ser dividida entre homens que são todos irmãos.

As pessoas que fazem discursos costumam dizer que o trabalho dignifica. E o que peço é justamente essa capacidade de fazer digno: nós, deficientes, queremos ter condições de trabalhar e produzir, mas para isso é preciso que a sociedade entenda que a pérola nos precisa ser ofertada, ou seja, precisamos dos meios. E esses se chamam próteses, órteses, cadeiras de rodas e aparelhos ortopédicos. Para que os deficientes estejam no mercado de trabalho, precisam de atenções especiais, precisam, cada um conforme sua necessidade, de uma profissão em que possam exercer uma atividade produtiva. Aliás, nós queremos produzir, mas não viver para trabalhar, nem nada justifica o trabalho árduo acompanhado de exploração. Queremos dar nossa contribuição para a sociedade, desdobrando-nos e superando nossos limites, mas para isso é preciso que tenhamos direitos. E que esses direitos sejam respeitados. E essa associação representa uma união. Separados, eles podem fazer prédios e hospitais fingindo que não existimos, mas unidos somos fortes e eles não desviarão os olhos de nós quando passarem pela rua. Como diz nosso Hino Nacional, também queremos conquistar com braço forte, ainda que sem braços. É que, unidos, outros nos emprestarão esses braços, assim como os ombros amigos.

Nessa luta sem descanso que travamos, grandes desafios nos esperam. Um deles é aquele de conseguir uma sede própria para a Associação dos Deficientes Físicos de Bom Despacho. Queremos conquistar nosso espaço na sociedade. Para isso, é preciso que tenhamos um cantinho que possamos chamar de nosso. E eu garanto que dentro de nossos corações ele será como um oásis num deserto, um acampamento numa tempestade. Ocupará em nossa memória um lugar muito maior do que ele ocupará fisicamente, assim como nós iremos fazer de nossa deficiência um chamado para a consciência, de nossa falta, conscientização de que o ser humano é ser caracterizado pela falta, a falta de algo, sempre. Portanto, com nossa presença de espírito, caminhemos juntos, sabendo do suor e das lágrimas que derramaremos no caminho, certos de que podemos fazer muito pela sociedade e pelas pessoas ao nosso redor. No futuro, outras gerações comentarão sobre o dia em que foi fundada uma Associação dos Deficientes Físicos em Bom Despacho: será com certeza um marco de avanço da civilização, pois o principal elemento para sabermos se uma sociedade é civilizada é olharmos como ela trata os que, dentro dela, estão numa posição de mais fracos. Finalizando, deixo a mensagem de que todos temos direitos a um futuro, mas precisamos nos organizar para conquistá-lo.