Aos 90 anos da Semana de Arte Moderna, nada como desfazer um equívoco. O intelectual tem de ir onde o erro está: O Homem e o Cavalo, peça de Oswald de Andrade, não é uma peça “stalinista” como dizem os colonizados Sábato Magaldi e Iná Camargo Costa. A peça é surrealista, mas se coloca em relação com o mundo real, por isso a “Voz de Stálin”. Há também uma passagem onde é citado Eisenstein, grande inspirador de Glauber Rocha. Ou seja, o Cinema Novo é a Semana de Arte Moderna novamente, principalmente no cinema e no teatro, artes nas quais o modernismo não esteve presente em 1922. Novamente, A Semana de 22 devorou e o foi devorada pelo Brasil. Nos anos 80, 90 e 2000, a idéia que circula na TV e na universidade colonizadas é que o Modernismo e o Cinema Novo devem ser celebrados, mas são meras cópias malfeitas das vanguardas européias. Parcialmente vencedores, os modernistas e cinemanovistas foram em parte domesticados e aceitos, mas para isso, tiveram de passar a ser vistos como continuidade do processo de colonização, não como teoria e prática da descolonização.
O PT reaproveita alguns elementos do Modernismo, em outros rompe totalmente. Dilma Rousseff é a Tarsila do Amaral da política brasileira e Lula é o seu Abaporu que não aparece no Fantástico. Dilma no poder é o começo do matriarcado de Pindorama. A bolsa-família é idéia de Oswald de Andrade de um teto mínimo e um teto máximo para a humanidade, idéia provavelmente que ele antropofagizou nos utopistas. Apesar desses avanços pontuais, o Brasil permanece um grilo de oito milhões de km2, comandado por elites vegetais e predatórias, a favor de um código florestal escrito por madeireiras.
No centro da política nacional está Lula, que percebeu que o povo não identifica no marxismo-leninismo a teoria do proletariado e sim uma teoria importada, exploração disseminada por pequeno-burgueses, enquanto vê no cristianismo como algo seu, algo proletário. A partir desse atraso cultural que nem a Semana de Arte Moderna nem o Cinema Novo puderam transcender, Lula, originário de um setor operário privilegiado em relação aos demais, construiu e está alimentado o seu messianismo pequeno-burguês, assim como o culto de sua personalidade. O seu messianismo anti-povo tende, no entanto, a se esgotar ao mostrar suas limitações ao passar do tempo: seu cinismo, seu individualismo, sua política de classe média.
É preciso ouvir o que a ciência, na figura de historiadores como Grover Furr, diz sobre Marx, Lênin, Stálin. Vai ser preciso ensinar novamente que a teoria de Marx e Lênin é a teoria do proletariado, que a Semana de Arte Moderna é o começo da descolonização brasileira para valer, o que Cinema Novo é o cinema revolucionário antes da revolução. “O ouvido é o único sentido nos resta”, aconselha São Pedro em O Homem e o Cavalo. Resta a esquerda brasileira querer ouvir.
Na peça Homem e o Cavalo, a voz de Stálin, ainda polêmica como nunca, se faz ouvir: “O socialismo é o poder dos sovietes mais a eletrificação”. Isso vale ainda para hoje: o socialismo será o povo brasileiro no poder, afirmando valores nacionais e populares, modernizando e eletrizando o País com a tecnologia para todos.
Um observatório da imprensa para a cidade de Bom Despacho e os arquivos do blog Penetrália
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sábado, 18 de fevereiro de 2012
sábado, 28 de janeiro de 2012
Presidenta, quero os haitianos, não Yoani
Presidenta Dilma, quero visto para os imigrantes haitianos, não para a aliada da Veja e de Reinaldo Azevedo Yoani Sanchéz.
No blog da Yoani tem linque para a Veja e tem um nick chamado Dirceu que, se não é o Reinaldo Azevedo, é alguém que usa o mesmo vocabulário: "esquerdopata", "che guevara porco fedorento assassino", etc.
Quando denunciei isso em meu antigo blog Penetrália e no blog de Yoani, muitos petistas passaram a protestar lá e Yoani, para se defender, fingiu ter sido agredida por partidários de Fidel. Ela tem acesso à web, não é censurada, os cubanos a leem, sim. Só que lá ela não é uma escritora famosa, não tem carreira consolidada, é alguém que apareceu turbinada pelo apoio da mídia ocidental. O seu marido, Reinaldo, está juntamente com ela e seu grupo (afinal, só pode ser um grupo que a apoia, o blog é traduzido em vários idiomas).
É esse pessoal que Eduardo Suplicy e Jaime Pinsky defendem, inspirados, quem sabe, na ideia trotsca de liquidar o socialismo na periferia para fazer florescer o verdadeiro socialismo (sabe lá onde). Yoani virá a propósito do lançamento de um filme que se chama Conexão Cuba-Honduras. Ou melhor, para detratar os acertos da política internacional do governo Lula, comparando o golpista micheletti e Fidel. Ou seja, ela vem difamar a política de Lula.
Diretor Dado Bobalhão, Yoani NÃO repudiou o golpe em Honduras! Eu acompanho o blog dela! Yoani não se manifesta contra o bloqueio norte-americano. Segundo o wikileaks, Yoani está a serviço da embaixada norte-americana.
Eu quero é que entrem no Brasil os imigrantes haitianos, não Yoani. Temos responsabilidade com o Haiti, temos uma missão lá. Se um cubano apoiador de Fidel denunciar o horror dos presídios brasileiros, os brasileiros vão aceitar essa intromissão? E se Ahmadinejad denunciasse a violência contra a mulher no Brasil? Será que no Irã homens matam mulheres tranquilamente como aqui no Brasil, ou batem e aleijam? Com certeza, não. E se Fidel vier se encontrar com dirigentes do PCB? Imaginem a grita dessa imprensa!
Aliás, os parentes dos nossos onze soldados mortos no terremoto já receberam indenização? Porque eu soube que as famílias estavam aguardando há meses sem um centavo.
No blog da Yoani tem linque para a Veja e tem um nick chamado Dirceu que, se não é o Reinaldo Azevedo, é alguém que usa o mesmo vocabulário: "esquerdopata", "che guevara porco fedorento assassino", etc.
Quando denunciei isso em meu antigo blog Penetrália e no blog de Yoani, muitos petistas passaram a protestar lá e Yoani, para se defender, fingiu ter sido agredida por partidários de Fidel. Ela tem acesso à web, não é censurada, os cubanos a leem, sim. Só que lá ela não é uma escritora famosa, não tem carreira consolidada, é alguém que apareceu turbinada pelo apoio da mídia ocidental. O seu marido, Reinaldo, está juntamente com ela e seu grupo (afinal, só pode ser um grupo que a apoia, o blog é traduzido em vários idiomas).
É esse pessoal que Eduardo Suplicy e Jaime Pinsky defendem, inspirados, quem sabe, na ideia trotsca de liquidar o socialismo na periferia para fazer florescer o verdadeiro socialismo (sabe lá onde). Yoani virá a propósito do lançamento de um filme que se chama Conexão Cuba-Honduras. Ou melhor, para detratar os acertos da política internacional do governo Lula, comparando o golpista micheletti e Fidel. Ou seja, ela vem difamar a política de Lula.
Diretor Dado Bobalhão, Yoani NÃO repudiou o golpe em Honduras! Eu acompanho o blog dela! Yoani não se manifesta contra o bloqueio norte-americano. Segundo o wikileaks, Yoani está a serviço da embaixada norte-americana.
Eu quero é que entrem no Brasil os imigrantes haitianos, não Yoani. Temos responsabilidade com o Haiti, temos uma missão lá. Se um cubano apoiador de Fidel denunciar o horror dos presídios brasileiros, os brasileiros vão aceitar essa intromissão? E se Ahmadinejad denunciasse a violência contra a mulher no Brasil? Será que no Irã homens matam mulheres tranquilamente como aqui no Brasil, ou batem e aleijam? Com certeza, não. E se Fidel vier se encontrar com dirigentes do PCB? Imaginem a grita dessa imprensa!
Aliás, os parentes dos nossos onze soldados mortos no terremoto já receberam indenização? Porque eu soube que as famílias estavam aguardando há meses sem um centavo.
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domingo, 24 de outubro de 2010
Jornal Fique Sabendo quase declara o voto em Serra em seu editorial
Aqui estamos novamente para debater com o Valmir do Jornal Fique Sabendo, que em editorial da edição de 15 a 30 de outubro de 2010 ensaiou declarar o voto em Serra, mas ficou só no quase. Quase declarou. O título do editorial é: "O Brasil da Imprensa Quase Livre".
Valmir: você poderia ter declarado o voto em Serra nessa edição, imitando o jornal O Estado de São Paulo. Teria sido mais honesto, mostrado mais coragem. Porque durante a campanha você fez uma cobertura que ignorava todos os candidatos e falava só dos que anunciavam com você: Zé do Nô, Jefinho, Dr. Grilo, Anastasia.
Na capa você colocou uma imagem de Vital Guimarães, presidente do PSDB local, recebendo um panfleto de Anastasia e colocou a chamada falando em "carta de reivindicações". Achei muito positivo, como achei positiva a cobertura do caso do menino morto em circunstâncias misteriosas, o José Paulo. Como você já deve ter lido no blog do André, vou mesmo publicar um artigo a respeito da manifestação que aconteceu reivindicando uma apuração justa para esse caso. O artigo se chamará Outubro Vermelho em Bom Despacho.
Você ignorou a manifestação histórica e publicou um Boletim de Ocorrência, o segundo que vejo (o primeiro foi publicado no blog do Fique Sabendo) a respeito do caso José Paulo. Esse que você publicou impresso nem sequer toca no assunto "drogas" que era o grande tema do outro, que acusava José Paulo de traficante. O que aconteceu? Por que dois BOs? Por que esse agora dando ênfase ao acidente que o teria matado?
A carta de Vital a Anastasia foi uma iniciativa boa, parabéns ao Vital, que parece ter boas relações com você. A carta continha as seguintes reivindicações que vale a pena transcrever:
1--instalação imediata da Superintendência de Educação (já criada por Lei).
2--Destinação da Fazenda --antiga Febem --para o projeto da escola profissionalizante do Agroindustrial.
3--Recursos para a construção de um Anel Rodoviário e duplicação da entrada da cidade até a BR 262.
4--Recursos para a aquisição de um CTI e uma Hemodiálise para serem administrados pela Santa Casa e não por uma empresa particular conforme tem sido noticiado.
5--Asfaltamento para o Campo de Pouso, que se encontra e pista de terra desde sua construção há mais de dez anos.
6--Apoio para o processo de agilização do Parque Ecológico Mata do Batalhão.
São pontos bons, mas poderiam chegar a dez, com a estatização das siderúrgicas locais paradas pelo Lula, quem sabe, etc.
Mas, deixando de lado esse tema candente, vamos ao seu editorial. Em primeiro, você é extremamente inexato ao tratar de "numa edição da revista Veja..." Que edição? De quando? A Veja é um péssimo exemplo para você, Valmir. Ela se faz de neutra, mas é partidária do PSDB. E mente e distorce.
Como acho que é distorção e mentira essa história de que Lula quer monitorar a imprensa mediante um dispositivo na Constituição. Afirmações mentirosas desse naipe foram feitas pelo candidato Dr. Grilo, que pagava publicidade em seu jornal a respeito de minorias religiosas e sexuais. Esse candidato confunde o PNDH-3, plano de direitos humanos, com emendas à Constituição, por pura má fé.
Cuidado, Valmir: tomar partido, sim, incentivar a ignorância, a mentira e a confusão, deliberadamente, aproxima um órgão do fascismo, porque o fascismo faz uso deses expedientes. Não estou dizendo que você é fascista. Eu vi você na manifestação contra a morte de José Paulo e acredito que você é um cidadão que quer que a cidade melhore, é um cidadão que luta por uma imprensa melhor, é um rapaz batalhador que leva adiante sozinho o seu jornal. Por isso me dou ao trabalho de escrever esse texto: no intento de ajudar você a seguir o seu caminho que é de luz e impedir certos deslizes nas trevas.
Eu não peço a você ser cem por cento imparcial, mas ser parcial e não assumir acho negativo. Você pode receber pelas publicidades, mas o conteúdo pode ser uma cobertura mais abrangente, ouvindo e olhando os dois lados.
O governo Lula se caracteriza por ter tido uma simpatia da imprensa em seu início, para depois passar a ser intensamente combatido por ela. Nesse combate, ela não se mostrou isenta e sim conservadora, autoritária, ignorante e praticante da censura que ela diz querer evitar. Sim, ela modera, censura, omite, não dá direito de resposta! Escreva uma carta criticando a Veja e veja se sai lá!
Eu votei em Ivan Pinheiro do PCB no primeiro turno e votarei e Dilma no segundo, mas só porque ela é a menos pior. Mas de censura a jornalistas não se pode acusar o governo Lula! E mesmo Chávez sofreu um golpe de estado do qual participou toda a imprensa. E o que ele fez com a RCTV foi cassar a concessão dela, mas ela continuou funcionando a cabo e pela internet. Não foi "fechada pelo governo" como mentem por aí. Existe oposição a Chávez, sim, como o jornal Tal Cual, do Teodoro Petikoff. Leia que é espanhol, dá para ler e é menos editorializado que a Veja. Leia lá e não repita mais as besteiras reaças da Veja:
http://www.talcualdigital.com/index.html
Aliás, esse governo tem a peculiaridade de ser combatido por praticamente toda a imprensa, rádio, jornais e televisão, mas nem por isso perde popularidade. Isso é para você refletir sobre sua (ir)relevância para o povão.
A própria Veja tem publicidade de empresas tais como o Banco do Brasil, o que me deixa espantado. Receber dinheiro de um órgão do governo para falar mal dele! Eu creio que o PT deveria criar sua imprensa própria, não-estatal, e esculachar essa imprensa demotucana.
No mais, espero que você aceite esse texto como estima ao seu jornal e a você, assim como desejo de abrir o diálogo. Deixe estar que Lula quer você e seu jornal livres e Deus, no qual o FHC já disse não acreditar e a imprensa esconde, com certeza vai ser bem benevolente e onipresente e, sem se tornar "um minúsculo chefe de estado em virtude de sua decadência governamental", como você escreveu, com certeza irá querer.
Abraços sempre camaradas do Lúcio Jr.
Valmir: você poderia ter declarado o voto em Serra nessa edição, imitando o jornal O Estado de São Paulo. Teria sido mais honesto, mostrado mais coragem. Porque durante a campanha você fez uma cobertura que ignorava todos os candidatos e falava só dos que anunciavam com você: Zé do Nô, Jefinho, Dr. Grilo, Anastasia.
Na capa você colocou uma imagem de Vital Guimarães, presidente do PSDB local, recebendo um panfleto de Anastasia e colocou a chamada falando em "carta de reivindicações". Achei muito positivo, como achei positiva a cobertura do caso do menino morto em circunstâncias misteriosas, o José Paulo. Como você já deve ter lido no blog do André, vou mesmo publicar um artigo a respeito da manifestação que aconteceu reivindicando uma apuração justa para esse caso. O artigo se chamará Outubro Vermelho em Bom Despacho.
Você ignorou a manifestação histórica e publicou um Boletim de Ocorrência, o segundo que vejo (o primeiro foi publicado no blog do Fique Sabendo) a respeito do caso José Paulo. Esse que você publicou impresso nem sequer toca no assunto "drogas" que era o grande tema do outro, que acusava José Paulo de traficante. O que aconteceu? Por que dois BOs? Por que esse agora dando ênfase ao acidente que o teria matado?
A carta de Vital a Anastasia foi uma iniciativa boa, parabéns ao Vital, que parece ter boas relações com você. A carta continha as seguintes reivindicações que vale a pena transcrever:
1--instalação imediata da Superintendência de Educação (já criada por Lei).
2--Destinação da Fazenda --antiga Febem --para o projeto da escola profissionalizante do Agroindustrial.
3--Recursos para a construção de um Anel Rodoviário e duplicação da entrada da cidade até a BR 262.
4--Recursos para a aquisição de um CTI e uma Hemodiálise para serem administrados pela Santa Casa e não por uma empresa particular conforme tem sido noticiado.
5--Asfaltamento para o Campo de Pouso, que se encontra e pista de terra desde sua construção há mais de dez anos.
6--Apoio para o processo de agilização do Parque Ecológico Mata do Batalhão.
São pontos bons, mas poderiam chegar a dez, com a estatização das siderúrgicas locais paradas pelo Lula, quem sabe, etc.
Mas, deixando de lado esse tema candente, vamos ao seu editorial. Em primeiro, você é extremamente inexato ao tratar de "numa edição da revista Veja..." Que edição? De quando? A Veja é um péssimo exemplo para você, Valmir. Ela se faz de neutra, mas é partidária do PSDB. E mente e distorce.
Como acho que é distorção e mentira essa história de que Lula quer monitorar a imprensa mediante um dispositivo na Constituição. Afirmações mentirosas desse naipe foram feitas pelo candidato Dr. Grilo, que pagava publicidade em seu jornal a respeito de minorias religiosas e sexuais. Esse candidato confunde o PNDH-3, plano de direitos humanos, com emendas à Constituição, por pura má fé.
Cuidado, Valmir: tomar partido, sim, incentivar a ignorância, a mentira e a confusão, deliberadamente, aproxima um órgão do fascismo, porque o fascismo faz uso deses expedientes. Não estou dizendo que você é fascista. Eu vi você na manifestação contra a morte de José Paulo e acredito que você é um cidadão que quer que a cidade melhore, é um cidadão que luta por uma imprensa melhor, é um rapaz batalhador que leva adiante sozinho o seu jornal. Por isso me dou ao trabalho de escrever esse texto: no intento de ajudar você a seguir o seu caminho que é de luz e impedir certos deslizes nas trevas.
Eu não peço a você ser cem por cento imparcial, mas ser parcial e não assumir acho negativo. Você pode receber pelas publicidades, mas o conteúdo pode ser uma cobertura mais abrangente, ouvindo e olhando os dois lados.
O governo Lula se caracteriza por ter tido uma simpatia da imprensa em seu início, para depois passar a ser intensamente combatido por ela. Nesse combate, ela não se mostrou isenta e sim conservadora, autoritária, ignorante e praticante da censura que ela diz querer evitar. Sim, ela modera, censura, omite, não dá direito de resposta! Escreva uma carta criticando a Veja e veja se sai lá!
Eu votei em Ivan Pinheiro do PCB no primeiro turno e votarei e Dilma no segundo, mas só porque ela é a menos pior. Mas de censura a jornalistas não se pode acusar o governo Lula! E mesmo Chávez sofreu um golpe de estado do qual participou toda a imprensa. E o que ele fez com a RCTV foi cassar a concessão dela, mas ela continuou funcionando a cabo e pela internet. Não foi "fechada pelo governo" como mentem por aí. Existe oposição a Chávez, sim, como o jornal Tal Cual, do Teodoro Petikoff. Leia que é espanhol, dá para ler e é menos editorializado que a Veja. Leia lá e não repita mais as besteiras reaças da Veja:
http://www.talcualdigital.com/index.html
Aliás, esse governo tem a peculiaridade de ser combatido por praticamente toda a imprensa, rádio, jornais e televisão, mas nem por isso perde popularidade. Isso é para você refletir sobre sua (ir)relevância para o povão.
A própria Veja tem publicidade de empresas tais como o Banco do Brasil, o que me deixa espantado. Receber dinheiro de um órgão do governo para falar mal dele! Eu creio que o PT deveria criar sua imprensa própria, não-estatal, e esculachar essa imprensa demotucana.
No mais, espero que você aceite esse texto como estima ao seu jornal e a você, assim como desejo de abrir o diálogo. Deixe estar que Lula quer você e seu jornal livres e Deus, no qual o FHC já disse não acreditar e a imprensa esconde, com certeza vai ser bem benevolente e onipresente e, sem se tornar "um minúsculo chefe de estado em virtude de sua decadência governamental", como você escreveu, com certeza irá querer.
Abraços sempre camaradas do Lúcio Jr.
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Se beber, não critique
Reparem que ela chamou o repórter Heródoto Barbeiro primeiro de "Nonato" e depois "Lolito".
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sábado, 26 de dezembro de 2009
Vampirotheutis Infernalis

O meu ex-professor Rodrigo Duarte está lendo um livro de Vilém Flusser intitulado Vampirotheutis Infernalis, texto inspirado nessa Lula de olhos azuis aí da foto, que na natureza atinge grandes tamanhos.
Rodrigo comenta que Vilém parte da descrição taxonômica dessa espécie que habita as profundezas abissais para atribuir-lhe características semelhantes àquilo que, em sua filosofia da comunicação, aparece com o nome de "tecnoimagem". A principal diferença seria que espécie humana demorou milênios para produzir culturalmente o que Vampirotheutis tem impresso em sua própria natureza.
(Baseado na nota "o que eu estou lendo", da revista Cult número 142).
Salmo a la muerte ojos azules - Alberto Destephen, Honduras
La muerte está en su regazo,
ojos claros, cabello blanco,en cadena de televisión
entonando el nombre de dios.
Vitupera el sacrificio,los corderos están en la listadel general.
Magia negra, anticristo.
La Democracia llora lágrimas negras,
sangra en un puñal
en nombre de la rosa.
Mientras, la muerte esculpe su diadema.
Cadena nacional, loros en alambres,máquinas en las calles color verde.
Cadena nacional,
se condecora al hombre ojos azules,
cabello blanco.
Dios , Oh Dios , Oh Jehová,
Yave.
Dime tu nombre verdadero. El circo esta montado;
llora Pilatos y se lava las manos con agua tibia y jabón,
y pin pon es un muñeco de trapo y de cartón.
La muerte ojos azules
se arrodilla
al perdón del carde mal, al aplauso del rebaño;
todos los intrusos de vidrio cantan al unisonó:“Dios es ojos azules, cabello blanco”.
Es cadena nacional
Las escenas están listas, el director suena su trompeta,
el general conduce los destinos.
Indefensión, la muerte de la justicia, de la paz y la libertad.
Cadena nacional
Televisores a diez por uno…Se ofrece un canal,
todas las películas de terror,con el mismo director,
ojos azules, cabello blanco y actores consumados,
dobles y asesinos.
Y de las cinco en adelante no se moverá de su asiento,
hombres verdes vigilarán las calles y escenarios.
La Muerte en su escritorio
enumera a sus analistas,
presupuesta la planilla.
Pero es el sur que tiene mar,
Progresa la conciencia en tierra inmensa;
David vence a Goliat. Dios ven a nosotros,
Libra de todo mal a las almas puras;
líbranos de todos los que nos quieren silenciar
por amar la verdad, la justicia y la democracia.
Auxílianos;
es el juicio del fin, el círculo de los nueve y la bestia de las 128 cabezas.
Venga tu Reino Señor.
Danos a todos el pan de cada día,
aquello por lo que luchamos,
por los que resistimos;
porque ahora es la hora
Recemos , es la vigilia por Patria ,
pequeña niña….
por los siglos de los siglos. Amen.
Fonte: fabricioestrada.blogspot.com
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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Fragmentos de um Discurso Horroroso: Lula, Benjamin, Calligaris, Pasolini, Gramsci
Contardo Calligaris, em artigo a respeito da sórdida polêmica César Benjamin/Lula, citou hoje Pier Paolo Pasolini em artigo na Folha de São Paulo. O artigo é para fundamentar o argumento "a boçalidade não é prerrogativa de classe", compartilhado até por um Reinaldo Azevedo, ou melhor, desculpa para um Reinaldo Azevedo rebater críticas a Lula que seriam dirigidas a toda uma classe social.
Calligaris queria dizer que não só a burguesia é boçal, mas o operário também pode ser, ou a classe operária; Lula, apesar da origem operária, pode agir como um boçal, dizendo numa piada que, em carência sexual, traçaria qualquer um, mesmo à força, esse é o argumento de Calligaris, utilizado em diálogo com os leitores. Uma tentativa rasa de psicanalisar o episódio e ajudar a Folha a não ser "enrabada" junto aos leitores. Ao tentar tirar o seu reto da reta, Calligaris faz com que a baixaria renda ainda mais; o assunto fede. Mas precisamos enfiar a mão na merda, mas depois tem recompensa, tem poesia. Vejamos.
Aliás, o que diria Pasolini de um episódio assim? Ele poderia psicanalisar Lula. Lula queria "enrabar" simbolicamente Benjamin com essa piada, pois Benjamin é bonito e Lula não é, mas acabou, agora, muitos anos depois, "enrabado" politicamente por ele, de surpresa, em seu momento mais feliz, aquele em que ele está construindo uma estátua de si.
Para mim, o escândalo não está no fato em si, na tentativa de estupro em si, que, pesquisada, não rendeu, não se confirmou, mas no episódio particular tornado arma política. Lula merece essa "enrabada" simbólica? Talvez ele sinta agora, como um personagem de Jabor em seus filmes, "um macho canalha morrendo dentro de mim". Ou não!
Pasolini talvez dissesse que a boçalidade do burguês é algo muito mais profundo, estrutural e sistêmico do que a estupidez ou a grosseria do proletário. Lula é um espetáculo repugnante aos olhos de um olhar que tome o ponto de vista da classe operária: um ex-operário que é tão irresponsável com os interesses da classe trabalhadora quanto a crítica infeliz de César Benjamin, que só tem o mérito de abrir o debate sobre O Filme Filho do Pai dos Pobres do Brasil, mais nada.
Depois de debater esses "fragmentos de um discurso horroroso", passemos para um poema do livro citado por Calligaris:
03 Novembro 2008
pier paolo pasolini / as cinzas de gramsci
IV
O escândalo de me contradizer, de estar
contigo e contra ti; contigo no coração,
à luz do dia, contra ti na noite das entranhas;
traidor da condição paterrna
- em pensamento, numa sombra de acção –
a ela me liguei no ardor
dos instintos, da paixão estética;
fascinado por uma vida proletária
muito anterior a ti, a minha religião
é a sua alegria, não a sua luta
de milénios: a sua natureza, não a sua
consciência; só a força originária
do homem, que na acção se perdeu,
lhe dá a embriaguez da nostalgia
e um halo poético e mais nada
sei dizer, a não ser o que seria
justo, mas não sincero, amor abstracto,
e não dolorida simpatia…
Pobre como os pobres, agarro-me
como eles a esperanças humilhantes,
como eles, para viver me bato
dia a dia. Mas na minha desoladora
condição de deserdado,
possuo a mais exaltante
das poses burguesas, o bem mais absoluto.
Todavia, se possuo a história,
também a história me possui e me ilumina:
mas de que serve a luz?
Calligaris queria dizer que não só a burguesia é boçal, mas o operário também pode ser, ou a classe operária; Lula, apesar da origem operária, pode agir como um boçal, dizendo numa piada que, em carência sexual, traçaria qualquer um, mesmo à força, esse é o argumento de Calligaris, utilizado em diálogo com os leitores. Uma tentativa rasa de psicanalisar o episódio e ajudar a Folha a não ser "enrabada" junto aos leitores. Ao tentar tirar o seu reto da reta, Calligaris faz com que a baixaria renda ainda mais; o assunto fede. Mas precisamos enfiar a mão na merda, mas depois tem recompensa, tem poesia. Vejamos.
Aliás, o que diria Pasolini de um episódio assim? Ele poderia psicanalisar Lula. Lula queria "enrabar" simbolicamente Benjamin com essa piada, pois Benjamin é bonito e Lula não é, mas acabou, agora, muitos anos depois, "enrabado" politicamente por ele, de surpresa, em seu momento mais feliz, aquele em que ele está construindo uma estátua de si.
Para mim, o escândalo não está no fato em si, na tentativa de estupro em si, que, pesquisada, não rendeu, não se confirmou, mas no episódio particular tornado arma política. Lula merece essa "enrabada" simbólica? Talvez ele sinta agora, como um personagem de Jabor em seus filmes, "um macho canalha morrendo dentro de mim". Ou não!
Pasolini talvez dissesse que a boçalidade do burguês é algo muito mais profundo, estrutural e sistêmico do que a estupidez ou a grosseria do proletário. Lula é um espetáculo repugnante aos olhos de um olhar que tome o ponto de vista da classe operária: um ex-operário que é tão irresponsável com os interesses da classe trabalhadora quanto a crítica infeliz de César Benjamin, que só tem o mérito de abrir o debate sobre O Filme Filho do Pai dos Pobres do Brasil, mais nada.
Depois de debater esses "fragmentos de um discurso horroroso", passemos para um poema do livro citado por Calligaris:
03 Novembro 2008
pier paolo pasolini / as cinzas de gramsci
IV
O escândalo de me contradizer, de estar
contigo e contra ti; contigo no coração,
à luz do dia, contra ti na noite das entranhas;
traidor da condição paterrna
- em pensamento, numa sombra de acção –
a ela me liguei no ardor
dos instintos, da paixão estética;
fascinado por uma vida proletária
muito anterior a ti, a minha religião
é a sua alegria, não a sua luta
de milénios: a sua natureza, não a sua
consciência; só a força originária
do homem, que na acção se perdeu,
lhe dá a embriaguez da nostalgia
e um halo poético e mais nada
sei dizer, a não ser o que seria
justo, mas não sincero, amor abstracto,
e não dolorida simpatia…
Pobre como os pobres, agarro-me
como eles a esperanças humilhantes,
como eles, para viver me bato
dia a dia. Mas na minha desoladora
condição de deserdado,
possuo a mais exaltante
das poses burguesas, o bem mais absoluto.
Todavia, se possuo a história,
também a história me possui e me ilumina:
mas de que serve a luz?
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domingo, 6 de dezembro de 2009
Cesar Benjamin, Lula, Caetano, Filhos da Pátria que os Pariu
Algumas observações sobre esses assuntos recentes. A polêmica César Benjamin versus Lula: a pior posição é a esquerda independente, dizia o Glauber Rocha: apanha da esquerda oficial e da direita.
Benjamin é esquerda independente. Há muito vem criticando o governo Lula com bons argumentos, mas agora que fez uma observação pessoal na Folha, levantando a hipótese de Lula ter tentando forçar um garoto do Movimento da Esquerda Proletária na prisão em 1979, é que ele obtém repercussão. A mídia vende é com o escândalo, a baixaria é que é comentada. Triste, mas Benjamin vai continuar como importante crítico da esquerda pela esquerda. Lula já disse absurdos sobre a luta armada, dizendo que os guerrilheiros não deram conta nem de umas muriçocas. Ninguém se importou. Agora, Cezinha fez um ataque particular que pôs em polvorosa a militância petista e a base governista; ele fez despertar o fantasma da ex-mulher de Míriam em 1989, que com seu ataque pessoal devastou a campanha de Lula, assim como arrasou Lula psicologicamente, a olhos vistos.
Pena que ele não criticou a estética do filme do Lula, totalmente devedora da Globo e de suas telenovelas. Fora o anacronismo de colocar Zezé Di Camargo e Luciano como trilha sonora de acontecimentos dos anos 70. E isso, por sugestão política de gente do PT. Enquanto Dilma bate na Globo em seu blog, chamando os jornalistas da grande rede de tucanos, o filme de Lula transmite a mensagem contrária: produto audiovisual só dá certo com o melodrama sem distanciamento crítico algum da telenovela, filme nacional só dá certo copiando a estética subroliúde da Globo. É, Lula, as imagens falam por si!
Deve-se criticar Lula e seu filme: qual o legado teórico de Lula? Existe um certo obreirismo no PT, como subsequente mitificação da figura do operário? Que valores ou antivalores Lula representa? O filme ensina ao povo o quê, objetivamente, que ensinamento ele dá às massas? Ele simplesmente apela para que se mitifique um político, mostrando-o como um super-homem, dando a entender que se deve segui-lo e eleger a Mulher Maravilha que o Superman apontar?
Para fazer essa crítica tão necessária, deve-se evitar tanto o ataque particular de Cezinha (que, pelo menos, abre o debate sobre o filme de Lula) quanto o ataque boboca e confuso de Caetano Veloso, que insiste em dizer besteiras, agora dizendo que Lula não sabe conjugar "substantivos e artigos" (deveria falar em concordância nominal, conjugação é para verbos) e o pior, em Portugal. Caetano: não são os linguistas brasileiros que idealizam a fala de Lula, é você que idealiza, com a cabeça colonizada, o português de Portugal, desejando impô-lo aos brasleiros como o mais bonito, o mais chique, o mais elegante...
Benjamin é esquerda independente. Há muito vem criticando o governo Lula com bons argumentos, mas agora que fez uma observação pessoal na Folha, levantando a hipótese de Lula ter tentando forçar um garoto do Movimento da Esquerda Proletária na prisão em 1979, é que ele obtém repercussão. A mídia vende é com o escândalo, a baixaria é que é comentada. Triste, mas Benjamin vai continuar como importante crítico da esquerda pela esquerda. Lula já disse absurdos sobre a luta armada, dizendo que os guerrilheiros não deram conta nem de umas muriçocas. Ninguém se importou. Agora, Cezinha fez um ataque particular que pôs em polvorosa a militância petista e a base governista; ele fez despertar o fantasma da ex-mulher de Míriam em 1989, que com seu ataque pessoal devastou a campanha de Lula, assim como arrasou Lula psicologicamente, a olhos vistos.
Pena que ele não criticou a estética do filme do Lula, totalmente devedora da Globo e de suas telenovelas. Fora o anacronismo de colocar Zezé Di Camargo e Luciano como trilha sonora de acontecimentos dos anos 70. E isso, por sugestão política de gente do PT. Enquanto Dilma bate na Globo em seu blog, chamando os jornalistas da grande rede de tucanos, o filme de Lula transmite a mensagem contrária: produto audiovisual só dá certo com o melodrama sem distanciamento crítico algum da telenovela, filme nacional só dá certo copiando a estética subroliúde da Globo. É, Lula, as imagens falam por si!
Deve-se criticar Lula e seu filme: qual o legado teórico de Lula? Existe um certo obreirismo no PT, como subsequente mitificação da figura do operário? Que valores ou antivalores Lula representa? O filme ensina ao povo o quê, objetivamente, que ensinamento ele dá às massas? Ele simplesmente apela para que se mitifique um político, mostrando-o como um super-homem, dando a entender que se deve segui-lo e eleger a Mulher Maravilha que o Superman apontar?
Para fazer essa crítica tão necessária, deve-se evitar tanto o ataque particular de Cezinha (que, pelo menos, abre o debate sobre o filme de Lula) quanto o ataque boboca e confuso de Caetano Veloso, que insiste em dizer besteiras, agora dizendo que Lula não sabe conjugar "substantivos e artigos" (deveria falar em concordância nominal, conjugação é para verbos) e o pior, em Portugal. Caetano: não são os linguistas brasileiros que idealizam a fala de Lula, é você que idealiza, com a cabeça colonizada, o português de Portugal, desejando impô-lo aos brasleiros como o mais bonito, o mais chique, o mais elegante...
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sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Caetano X Lula

A luta continua.
Vejam o vídeo explicando parte da polêmica:
Depois disso, Lula disse que esse tipo de crítica é burrice, Caetano mandou carta explicativa ao Estado de São Paulo e disse que a manchete é que foi provocativa e os linguistas gostam da fala de Lula e aplaudem. "Linguistas" virou quase que sinônimo de "petistas". Lula falou que pode falar sine qua non, ou seja, domina latim. A "família Caetano" quis pedir desculpas, Dona Canô mas pois teme a repercussão na política local de Santo Amaro; Lula ligou e perdoou. Reinaldo Azevedo foi ao Jô e protestou contra o perdão. Soube que está circulando um cordel a respeito do caso. Vejamos os novos desdobramentos. Vou se posto o cordel aqui.
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009
FHC: Um liberal impopular
Leio o artigo de FHC no Estadão e comento aqui. Já li vários livros dele. Diferente de discos antigos de Caetano, livros antigos de FHC não são lidos com prazer: é um tudo um linguajar soporífero, irritante, ora acadêmico, ora bacharelesco. Não é estudado mais na área de Ciências Humanas. A campanha de Geraldo Alckmin não contou com sua pessoinha impopular: conselho de marqueteiros...
Já esse artigo ("Para Onde Vamos") não é sociologia propriamente; é um panfleto de agitação e propaganda a favor de seu partido, o PSDB. Lula não pode escrever artigos assim; os que ele escrevia no Zero Hora me pareciam ser escritos com ajuda de um ghost writer.
FHC fica, então, numa posição de superioridade. O artigo enfeixa inúmeras críticas e palpites, sempre dizendo como "deveria ser", sempre professoral. FHC foi o professor de Lula, e não Brizola. No entanto, o artigo não tem uma teoria geral sobre o governo Lula tal como FHC apresentara em 2002, dizendo que seria parcialmente a volta do "nacional-estatismo", conceito que ele usou e abusou nos anos 70. Ele não acusa Lula de nacional-estatismo, talvez porque tema maus fluidos geiselistas. Para ele, o imperialismo é um tigre de papel: piratas, só na Somália.
Nas queixas dele, genéricas, me espanta a queixa a respeito das compras de aviões para o exército. Todo mundo que eu encontro e que é do exército queixa-se do armamento sucateado, ultrapassado, dos riscos grandes, etc. FHC irritou-se especialmente com isso, por questões freudianas, quem sabe: o pai dele era o general Lêonidas e era ligado a Getúlio Vargas. Esse artigo gorduroso só pode ser entendido à luz de informações de bastidores encontráveis na web: a IV frota americana voltou à ativa, por isso a compra de armamentos no Brasil, fora as bases e a tensão entre Colômbia, Equador e Venezuela, que já valeu a invasão do Equador; isso pode perfeitamente ocorrer na nossa fronteira, por que não?
O autoritarismo, em si, estaria ligado à excessiva proximidade entre governo e Vale do Rio do Doce, governo e MST, e por aí vai. Ele elenca vários exemplos sem nexo.
Quando fala em Dilma, sempre sem citar seu nome, aí é que se sente a alma tinhosa, invejosa e venenosa desse artigo: Dilma é chamada de "claudicante". Só faltou chamar de "câncer no palanque". Impopular, FHC odeia a ideia de ter de negociar com o PT uma nova derrota. FHC teve apoio da máquina em 94, em 98, em seu governo também ocorreu promiscuidade entre o público e privado, corrupção, etc. Vide Daniel Dantas e Eduardo Azeredo. Esse é um artigo que se perde em um narcisismo de pequenas diferenças. FFHH tem uma obsessão com o dedo faltante de Lula. Ele fez campanha com cinco dedos e agora chamou a indicação de Dilma de "dedaço".
FFHH quer uma competição fálica com Lula, quem sabe na suposição de que, assim como não tem um dedo, Lula talvez não tenha pênis...
Existe uma questão de estilo dele que me irrita sobremaneira. Fora imaginar, ao ler esse texto, ele falando essas coisas com aquela boca mole, "de gamela", como dizem seus adversários. Ele usa aspas a torto e a direito: "entreguista", "privatizadas", como se isso não existisse.
A maior preocupação, obsessão mesmo, nesse artigo, é a possível reversão das privatizações via fundos de pensão, sindicatos e governo, a reestatização; no fundo, ele não se preocupa tanto com a sucessão e sim com seu "legado", sua "herança maldita", que é uma possibilidade que, felizmente, surge no horizonte, vide governo Obama.
O pior é quando chega o final do artigo e essa qualificação neoboba de "subperonismo". Perón foi um estadista destacado entre os únicos dessa estirpe da América Latina e ombreia com Bolívar, Vargas, Fidel Castro e outros. Historicamente será sempre mais importante do que Fernando Henrique Cardoso, que desaparecerá e comerá poeira da História. Se Lula é subperonista, Cristina Kirchner, então, é super-peronista, hiper-peronista, Nestor Kirchner, super-hiper-peronista?
Isso me faz lembrar a frase que finaliza a monografia (péssima de se ler) dele em 1964, que contava com o pai do Xyco Buark na banca: subcapitalismo ou socialismo?
Subcapitalismo, né, FHC, subcapitalismo...
E o pior é ele cobrar prévias no PT, sendo que no PSDB elas também não existem e a indicação é, também, através do bico de alguns tucanos da cúpula.
Fica a cobrança: FHC, aqui em Minas queremos prévias no PSDB entre Aécio e Serra!
Já esse artigo ("Para Onde Vamos") não é sociologia propriamente; é um panfleto de agitação e propaganda a favor de seu partido, o PSDB. Lula não pode escrever artigos assim; os que ele escrevia no Zero Hora me pareciam ser escritos com ajuda de um ghost writer.
FHC fica, então, numa posição de superioridade. O artigo enfeixa inúmeras críticas e palpites, sempre dizendo como "deveria ser", sempre professoral. FHC foi o professor de Lula, e não Brizola. No entanto, o artigo não tem uma teoria geral sobre o governo Lula tal como FHC apresentara em 2002, dizendo que seria parcialmente a volta do "nacional-estatismo", conceito que ele usou e abusou nos anos 70. Ele não acusa Lula de nacional-estatismo, talvez porque tema maus fluidos geiselistas. Para ele, o imperialismo é um tigre de papel: piratas, só na Somália.
Nas queixas dele, genéricas, me espanta a queixa a respeito das compras de aviões para o exército. Todo mundo que eu encontro e que é do exército queixa-se do armamento sucateado, ultrapassado, dos riscos grandes, etc. FHC irritou-se especialmente com isso, por questões freudianas, quem sabe: o pai dele era o general Lêonidas e era ligado a Getúlio Vargas. Esse artigo gorduroso só pode ser entendido à luz de informações de bastidores encontráveis na web: a IV frota americana voltou à ativa, por isso a compra de armamentos no Brasil, fora as bases e a tensão entre Colômbia, Equador e Venezuela, que já valeu a invasão do Equador; isso pode perfeitamente ocorrer na nossa fronteira, por que não?
O autoritarismo, em si, estaria ligado à excessiva proximidade entre governo e Vale do Rio do Doce, governo e MST, e por aí vai. Ele elenca vários exemplos sem nexo.
Quando fala em Dilma, sempre sem citar seu nome, aí é que se sente a alma tinhosa, invejosa e venenosa desse artigo: Dilma é chamada de "claudicante". Só faltou chamar de "câncer no palanque". Impopular, FHC odeia a ideia de ter de negociar com o PT uma nova derrota. FHC teve apoio da máquina em 94, em 98, em seu governo também ocorreu promiscuidade entre o público e privado, corrupção, etc. Vide Daniel Dantas e Eduardo Azeredo. Esse é um artigo que se perde em um narcisismo de pequenas diferenças. FFHH tem uma obsessão com o dedo faltante de Lula. Ele fez campanha com cinco dedos e agora chamou a indicação de Dilma de "dedaço".
FFHH quer uma competição fálica com Lula, quem sabe na suposição de que, assim como não tem um dedo, Lula talvez não tenha pênis...
Existe uma questão de estilo dele que me irrita sobremaneira. Fora imaginar, ao ler esse texto, ele falando essas coisas com aquela boca mole, "de gamela", como dizem seus adversários. Ele usa aspas a torto e a direito: "entreguista", "privatizadas", como se isso não existisse.
A maior preocupação, obsessão mesmo, nesse artigo, é a possível reversão das privatizações via fundos de pensão, sindicatos e governo, a reestatização; no fundo, ele não se preocupa tanto com a sucessão e sim com seu "legado", sua "herança maldita", que é uma possibilidade que, felizmente, surge no horizonte, vide governo Obama.
O pior é quando chega o final do artigo e essa qualificação neoboba de "subperonismo". Perón foi um estadista destacado entre os únicos dessa estirpe da América Latina e ombreia com Bolívar, Vargas, Fidel Castro e outros. Historicamente será sempre mais importante do que Fernando Henrique Cardoso, que desaparecerá e comerá poeira da História. Se Lula é subperonista, Cristina Kirchner, então, é super-peronista, hiper-peronista, Nestor Kirchner, super-hiper-peronista?
Isso me faz lembrar a frase que finaliza a monografia (péssima de se ler) dele em 1964, que contava com o pai do Xyco Buark na banca: subcapitalismo ou socialismo?
Subcapitalismo, né, FHC, subcapitalismo...
E o pior é ele cobrar prévias no PT, sendo que no PSDB elas também não existem e a indicação é, também, através do bico de alguns tucanos da cúpula.
Fica a cobrança: FHC, aqui em Minas queremos prévias no PSDB entre Aécio e Serra!
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sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Caetano: a burrice desse cara tem me consumido...
Adoro Caetano. Acho um grande músico, ícone de geração, gosto dele sólido, gasoso, líquido, etc.
Só que, de vez em quando, acho ele burro. No blog dele, Obra em Progresso, cansamos de dizer para ele que não se deve dizer que o Lula é analfabeto, que ele é perfeitamente um falante, coisa e tal. Eu, Eduardo Luedy, uma linguista, o Sírio Possenti, todos explicamos que falar isso é preconceito, é ideologia, não uma observação científica, coisa e tal.
Mas agora, em plena época de eleição, lá vem o bonitão repetir a mesma coisa que disse antes no blog, numa formulação ainda mais agressiva. Lula seria analfabeto, grosseiro e cafona em comparação com Marina. Não seria melhor ele explicitar que acha FHC sexy, fino, chique, muito elegante? Aécio também é? É aquela coisa. Um leitura pós-moderna, meio Zelberto Zel, de Casa Grande & Senzala: o mestiço pernóstico da varanda gritando:
Bate! Mas bate de cinto Pierre Cardin que é mais chique! O bonito é borrar tudo com nossa mestiçagem, não é, Demétrio Magnoli?
Tava pensando.
Dizer que Lula é "analfabeto" é como dizer que Caetano é "bicha". Não é verdade, mas é um contágio com um universo do qual se está próximo ou com o qual sua imagem pública apresenta pontos de contato.
Só que, de vez em quando, acho ele burro. No blog dele, Obra em Progresso, cansamos de dizer para ele que não se deve dizer que o Lula é analfabeto, que ele é perfeitamente um falante, coisa e tal. Eu, Eduardo Luedy, uma linguista, o Sírio Possenti, todos explicamos que falar isso é preconceito, é ideologia, não uma observação científica, coisa e tal.
Mas agora, em plena época de eleição, lá vem o bonitão repetir a mesma coisa que disse antes no blog, numa formulação ainda mais agressiva. Lula seria analfabeto, grosseiro e cafona em comparação com Marina. Não seria melhor ele explicitar que acha FHC sexy, fino, chique, muito elegante? Aécio também é? É aquela coisa. Um leitura pós-moderna, meio Zelberto Zel, de Casa Grande & Senzala: o mestiço pernóstico da varanda gritando:
Bate! Mas bate de cinto Pierre Cardin que é mais chique! O bonito é borrar tudo com nossa mestiçagem, não é, Demétrio Magnoli?
Tava pensando.
Dizer que Lula é "analfabeto" é como dizer que Caetano é "bicha". Não é verdade, mas é um contágio com um universo do qual se está próximo ou com o qual sua imagem pública apresenta pontos de contato.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Lula para a Academia Brasileira de Letras!
Eu explico, eu explico. Sou oposição ao governo Lula. No entanto, eu o quero na ABL. Por que? Porque ele tem interesse em Gramática. Outro dia foi registrado que ele perguntou ao ministro Luiz Dulci sobre a crase, assim como corrigiu o "interviu" do ministro Tarso Genro. Ele tem curiosidade a respeito da Gramática, daí que será um belo estímulo para nossos alunos. E esse quase haikai que ele fez?
Não tem poema com narcotráfico
Poema ao narco tráfego
Não é um belo mote para um poema?
Não há rima com o narcotráfico
Não há poema; o narco
trêfego
anarco
trôpego
A droga é a morte do filho de Gullar
Na coca a poesia morre
Nada de cosmococa
Nada de Hélio Oiticica
depois do incêndio.
O estado fará tréguas
secretas
--segredos de liqui
dificador
com os traficantes.
Eles brincam com
nossas vidas:
polícia &
ladrão.
Outro dia, lendo um livro de Saulo Ramos, Código da Vida, vi que ele -- ou um amigo dele, não estou lembrado ao certo -- pediu ao Sarney que fizesse tudo, só não colocasse Lula na ABL, em nome do Português e da Gramática. Já eu adoraria ver aquelas carecas de louça e ratazanas fardadas estremecendo diante de um "menas", ou chorando sangue diante da ausência de um plural! Ahhh! Eu quero, eu quero!
DEDO IVO, JOSÉ SARNA, TREEEEMEEEEI!
LULA PARA A ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS!
PS: o próximo a ser lançado será o Gerald Thomas, para realmente ABALAR as estruturas! Já pensaram o Gerald com aquele fardão e os taxistas perguntando, em movimento: SOIS REI?
Não tem poema com narcotráfico
Poema ao narco tráfego
Não é um belo mote para um poema?
Não há rima com o narcotráfico
Não há poema; o narco
trêfego
anarco
trôpego
A droga é a morte do filho de Gullar
Na coca a poesia morre
Nada de cosmococa
Nada de Hélio Oiticica
depois do incêndio.
O estado fará tréguas
secretas
--segredos de liqui
dificador
com os traficantes.
Eles brincam com
nossas vidas:
polícia &
ladrão.
Outro dia, lendo um livro de Saulo Ramos, Código da Vida, vi que ele -- ou um amigo dele, não estou lembrado ao certo -- pediu ao Sarney que fizesse tudo, só não colocasse Lula na ABL, em nome do Português e da Gramática. Já eu adoraria ver aquelas carecas de louça e ratazanas fardadas estremecendo diante de um "menas", ou chorando sangue diante da ausência de um plural! Ahhh! Eu quero, eu quero!
DEDO IVO, JOSÉ SARNA, TREEEEMEEEEI!
LULA PARA A ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS!
PS: o próximo a ser lançado será o Gerald Thomas, para realmente ABALAR as estruturas! Já pensaram o Gerald com aquele fardão e os taxistas perguntando, em movimento: SOIS REI?
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sexta-feira, 4 de setembro de 2009
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Metáforas e Metonímias Oficiais
O segredo de Lula é usar terno e macacão ao mesmo tempo. Às vezes, um aparece no lugar do outro
Sírio Possenti* - O Estado de S.Paulo
Tamanho do texto? A A A A
- Quase ao final do Roda Viva de 30/03/2009, um entrevistador perguntou ao vice-presidente, José Alencar, se é possível que ele e Lula apoiem candidatos diferentes em 2010. Em resposta, Alencar contou uma longa história que envolvia quatro antigos jornalistas esportivos do Rio, torcedores do Flamengo, do Fluminense e do Botafogo. Haveria um jogo entre Vasco e Bangu, nos dias seguintes e a única chance de um dos três clubes ser campeão era a derrota do Vasco. Discutiram longamente a possibilidade de isso acontecer e, não tendo chegado a um acordo, foram ouvir Neném Prancha. Expuseram-lhe o "problema". Ele pensou, pensou, pensou e, finalmente, disse: "Em sendo a bola redonda, tudo é possível". O vice riu, a bancada gargalhou.
Se a história tivesse sido contada por Lula em resposta a pergunta análoga, não faltaria quem dissesse que ele só fala por metáforas (análise errada, consagrada desde as menções ao tempo que jabuticabeira leva para produzir jabuticabas) e em geral as busca no futebol. Mas, sendo Alencar, louvar-se-á a habilidade mineira diante de uma pergunta incômoda.
Uns podem, outros não. É uma velha regra, que permite a Obama dizer "esse é meu chapa" e a Michelle abraçar a rainha, mas não vale para Lula. Lula erra, Obama faz estilo. Lula é ignorante, Obama é informal. A mesma coisa é outra, conforme se trate de um ou de outro cidadão. Levada ao extremo, a regra se enuncia todos os dias e está em música (imperdível) de Ary Toledo: rico correndo é atleta, pobre correndo é ladrão.
Que Lula não é letrado já sabemos. Não há razão para esperar que cite Montaigne ou Weber. Mas é bom analisar um pouco melhor o que diz e o estilo de que se vale, se se quiser entender melhor - se interessar, para combatê-lo - se o conjunto revela suas posições, estratégias diversas para públicos diferentes, possíveis contradições, se são eleitoreiras ou uma forma de governar, se isso é bom para a democracia, etc. Mas esqueçam um pouco a gramática (aliás, o Manual de Redação), por favor!
A questão do ajuste às diversas plateias, aparentemente um bom problema, é hoje menos relevante, já que falas de governantes, sejam proferidas onde forem, se destinam à mídia. Uma coisa é o repórter ou o cidadão que o ouve nos palanques. Bem outra é o verdadeiro destinatário, que o verá e ouvirá nos jornais.
Suas metáforas são insuportáveis? Pode ser. Eu posso não gostar, frequentemente não gosto, posso achar repetitivas ou simplórias, mas quem disse que ele fala para mim? A queixa esconde duas expectativas: a) ele deveria falar conosco, mas prefere falar com eles; b) um presidente deveria ser mais fino. Nos tempos de Collor x Lula, uma jornalista declarou preferência por Collor porque não envergonharia o Brasil em recepções oficiais. Referia-se ao uso de guardanapos!
Mas há algo de insuportável nesse assunto, que se repete há anos: as falas de Lula são genericamente classificadas como metáforas. Até Alencar fez isso, na mesma entrevista. Claro, deve haver muitas (o linguista Roman Jakobson mostrou que metáfora e metonímia são as leis básicas da língua), mas o que se classifica aqui de metáfora quase sempre foi outra coisa.
Talvez se devesse começar por um esboço de classificação das falas de Lula. Simplificando muito: há pequenas "parábolas", gafes, quebras de etiqueta (ou sinceridade inusitada) e passagens que podem lembrar metáforas, mas são mais propriamente comparações (como agora mesmo, no G-20, quando disse, pela enésima vez, que estamos num barco que faz água e temos que jogar a água fora e consertar o barco, senão afundamos). É bem menos chique do que febre de consumo e economia sadia... E, sim, eventuais metáforas.
As repetidas explicações de Lula para o que não acontecia em seus primeiros meses de governo - sobre o tempo que uma jabuticabeira leva pra dar jabuticabas ou uma mulher para dar à luz - não são metáforas. São comparações. Ambas têm efeitos parecidos, mas uma coisa é dizer "o país acaba de engravidar" e outra é dizer "um governo é como uma gravidez". Gente sábia deveria saber... Exigir um pouco de precisão de nós mesmos - não só dele (s) - seria um bom começo.
Dizer da capital da Namíbia que é uma cidade limpinha é uma enorme gafe, e revela uma representação absolutamente estereotipada da África, mesmo que fosse verdade, como disseram alguns auxiliares, que ele queria combater o estereótipo. De qualquer forma, uma análise mais fina não faria mal.
Há expressões que estão no limite entre um discurso e outro. Quando disse que d. Marisa engravidou na primeira noite porque pernambucano não deixa por menos, foi pura gabolice besta. Ver aí machismo é superinterpretação. Só foi pouco fino. Pelo menos, ninguém falou em metáfora (embora "primeira noite" seja uma). É um ganho.
Chegou-se a ver racismo na declaração de Lula culpando brancos de olhos azuis pela atual crise. Não há um discurso racista, uma memória racista, que pretenda basear-se na suposta incapacidade de brancos, por serem brancos, de gerir instituições financeiras. O sentido da declaração é "parem de acusar os habitantes do Hemisfério Sul (ou "não os culpem pelo menos desta vez"), ora por causa do clima, ora por causa "das raças", de serem, por isso, incapazes de se governar, ou de serem, por isso, mais corruptos. E, definitivamente, "brancos de olhos azuis" não é uma metáfora. É uma metonímia - parte pelo todo, já que nem todos os de lá são brancos de olhos azuis.
"Tsunami" e "marolinha" são metáforas (enfim!): uma palavra por outra, melhor ainda, uma palavra de um campo por outra de outro campo. Dita por um francês ou por um acadêmico, é uma figura de linguagem. Por um brasileiro, ex-operário, é vício de linguagem. Ah, as gramáticas e os manuais!
Certamente, as falas de Lula são "populares" - em mais de um sentido. Nos palanques, lembra os animadores de auditório. Profere comparações e expressões do dia a dia, avaliadas negativamente em função da imagem que temos da figura presidencial. "Sifu", forma destinada a evitar um palavrão, foi analisada como se fosse um. Sua última fala "chocante" desapareceu, soterrada por Obama falando de Lula como se fosse um companheiro de quadra. Caso contrário, teria alcançado repercussão bem maior e negativa sua declaração de que, numa reunião como a do G-20, "você não faz negociação com o pé na parede, dá ou desce, existe uma negociação". Expressão informal? Grosseira? Pode achar. Mas não é uma metáfora.
Acho que o segredo de Lula é que usa terno e macacão ao mesmo tempo. Ora sua roupa de baixo é o terno, ora o macacão. Às vezes, o macacão aparece quando está de terno. E vice-versa.
Creio que isso seja uma metáfora.
*Professor do Departamento de Linguística/Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp
Sírio Possenti* - O Estado de S.Paulo
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- Quase ao final do Roda Viva de 30/03/2009, um entrevistador perguntou ao vice-presidente, José Alencar, se é possível que ele e Lula apoiem candidatos diferentes em 2010. Em resposta, Alencar contou uma longa história que envolvia quatro antigos jornalistas esportivos do Rio, torcedores do Flamengo, do Fluminense e do Botafogo. Haveria um jogo entre Vasco e Bangu, nos dias seguintes e a única chance de um dos três clubes ser campeão era a derrota do Vasco. Discutiram longamente a possibilidade de isso acontecer e, não tendo chegado a um acordo, foram ouvir Neném Prancha. Expuseram-lhe o "problema". Ele pensou, pensou, pensou e, finalmente, disse: "Em sendo a bola redonda, tudo é possível". O vice riu, a bancada gargalhou.
Se a história tivesse sido contada por Lula em resposta a pergunta análoga, não faltaria quem dissesse que ele só fala por metáforas (análise errada, consagrada desde as menções ao tempo que jabuticabeira leva para produzir jabuticabas) e em geral as busca no futebol. Mas, sendo Alencar, louvar-se-á a habilidade mineira diante de uma pergunta incômoda.
Uns podem, outros não. É uma velha regra, que permite a Obama dizer "esse é meu chapa" e a Michelle abraçar a rainha, mas não vale para Lula. Lula erra, Obama faz estilo. Lula é ignorante, Obama é informal. A mesma coisa é outra, conforme se trate de um ou de outro cidadão. Levada ao extremo, a regra se enuncia todos os dias e está em música (imperdível) de Ary Toledo: rico correndo é atleta, pobre correndo é ladrão.
Que Lula não é letrado já sabemos. Não há razão para esperar que cite Montaigne ou Weber. Mas é bom analisar um pouco melhor o que diz e o estilo de que se vale, se se quiser entender melhor - se interessar, para combatê-lo - se o conjunto revela suas posições, estratégias diversas para públicos diferentes, possíveis contradições, se são eleitoreiras ou uma forma de governar, se isso é bom para a democracia, etc. Mas esqueçam um pouco a gramática (aliás, o Manual de Redação), por favor!
A questão do ajuste às diversas plateias, aparentemente um bom problema, é hoje menos relevante, já que falas de governantes, sejam proferidas onde forem, se destinam à mídia. Uma coisa é o repórter ou o cidadão que o ouve nos palanques. Bem outra é o verdadeiro destinatário, que o verá e ouvirá nos jornais.
Suas metáforas são insuportáveis? Pode ser. Eu posso não gostar, frequentemente não gosto, posso achar repetitivas ou simplórias, mas quem disse que ele fala para mim? A queixa esconde duas expectativas: a) ele deveria falar conosco, mas prefere falar com eles; b) um presidente deveria ser mais fino. Nos tempos de Collor x Lula, uma jornalista declarou preferência por Collor porque não envergonharia o Brasil em recepções oficiais. Referia-se ao uso de guardanapos!
Mas há algo de insuportável nesse assunto, que se repete há anos: as falas de Lula são genericamente classificadas como metáforas. Até Alencar fez isso, na mesma entrevista. Claro, deve haver muitas (o linguista Roman Jakobson mostrou que metáfora e metonímia são as leis básicas da língua), mas o que se classifica aqui de metáfora quase sempre foi outra coisa.
Talvez se devesse começar por um esboço de classificação das falas de Lula. Simplificando muito: há pequenas "parábolas", gafes, quebras de etiqueta (ou sinceridade inusitada) e passagens que podem lembrar metáforas, mas são mais propriamente comparações (como agora mesmo, no G-20, quando disse, pela enésima vez, que estamos num barco que faz água e temos que jogar a água fora e consertar o barco, senão afundamos). É bem menos chique do que febre de consumo e economia sadia... E, sim, eventuais metáforas.
As repetidas explicações de Lula para o que não acontecia em seus primeiros meses de governo - sobre o tempo que uma jabuticabeira leva pra dar jabuticabas ou uma mulher para dar à luz - não são metáforas. São comparações. Ambas têm efeitos parecidos, mas uma coisa é dizer "o país acaba de engravidar" e outra é dizer "um governo é como uma gravidez". Gente sábia deveria saber... Exigir um pouco de precisão de nós mesmos - não só dele (s) - seria um bom começo.
Dizer da capital da Namíbia que é uma cidade limpinha é uma enorme gafe, e revela uma representação absolutamente estereotipada da África, mesmo que fosse verdade, como disseram alguns auxiliares, que ele queria combater o estereótipo. De qualquer forma, uma análise mais fina não faria mal.
Há expressões que estão no limite entre um discurso e outro. Quando disse que d. Marisa engravidou na primeira noite porque pernambucano não deixa por menos, foi pura gabolice besta. Ver aí machismo é superinterpretação. Só foi pouco fino. Pelo menos, ninguém falou em metáfora (embora "primeira noite" seja uma). É um ganho.
Chegou-se a ver racismo na declaração de Lula culpando brancos de olhos azuis pela atual crise. Não há um discurso racista, uma memória racista, que pretenda basear-se na suposta incapacidade de brancos, por serem brancos, de gerir instituições financeiras. O sentido da declaração é "parem de acusar os habitantes do Hemisfério Sul (ou "não os culpem pelo menos desta vez"), ora por causa do clima, ora por causa "das raças", de serem, por isso, incapazes de se governar, ou de serem, por isso, mais corruptos. E, definitivamente, "brancos de olhos azuis" não é uma metáfora. É uma metonímia - parte pelo todo, já que nem todos os de lá são brancos de olhos azuis.
"Tsunami" e "marolinha" são metáforas (enfim!): uma palavra por outra, melhor ainda, uma palavra de um campo por outra de outro campo. Dita por um francês ou por um acadêmico, é uma figura de linguagem. Por um brasileiro, ex-operário, é vício de linguagem. Ah, as gramáticas e os manuais!
Certamente, as falas de Lula são "populares" - em mais de um sentido. Nos palanques, lembra os animadores de auditório. Profere comparações e expressões do dia a dia, avaliadas negativamente em função da imagem que temos da figura presidencial. "Sifu", forma destinada a evitar um palavrão, foi analisada como se fosse um. Sua última fala "chocante" desapareceu, soterrada por Obama falando de Lula como se fosse um companheiro de quadra. Caso contrário, teria alcançado repercussão bem maior e negativa sua declaração de que, numa reunião como a do G-20, "você não faz negociação com o pé na parede, dá ou desce, existe uma negociação". Expressão informal? Grosseira? Pode achar. Mas não é uma metáfora.
Acho que o segredo de Lula é que usa terno e macacão ao mesmo tempo. Ora sua roupa de baixo é o terno, ora o macacão. Às vezes, o macacão aparece quando está de terno. E vice-versa.
Creio que isso seja uma metáfora.
*Professor do Departamento de Linguística/Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp
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sábado, 30 de maio de 2009
Valeska popozuda apresenta letra do funk que fez para Lula
Valeska Popozuda apresenta letra do funk que fez para Lula
Em entrevista ao jornal “Extra” desta segunda-feira, 26, a loira disse que agora só falta ele aprovar a música para o trio feminino lançar o batidão. Será que Lula vai gostar? Confira a letra:
“Conheci o Lula no Complexo do Alemão,
E ele não tirou o olho do meu popozão
Com todo respeito, senhor presidente,
O senhor gostou de mim, e o seu olhar não mente
Mas, senhor presidente, meu papo é outro
Sou popozuda e represento a voz do morro
Luis Inácio é do povo, e escuta o que ele diz
A favela tem muita gente, que só quer é ser feliz
Que Dilma que nada! Me leva pra Casa Civil
Vou por o som na caixa e balançar o quadril
O funk não é problema, para alguns jovens é a solução
Quem sabe algum dia viro ministra da Educação”.
Responda rápido, se puder e se quiser: Quem está chispando quem nessa história…?
Não precisa responder. Ninguém responde mesmo.
http://www.picturapixel.com/?p=7881
Em entrevista ao jornal “Extra” desta segunda-feira, 26, a loira disse que agora só falta ele aprovar a música para o trio feminino lançar o batidão. Será que Lula vai gostar? Confira a letra:
“Conheci o Lula no Complexo do Alemão,
E ele não tirou o olho do meu popozão
Com todo respeito, senhor presidente,
O senhor gostou de mim, e o seu olhar não mente
Mas, senhor presidente, meu papo é outro
Sou popozuda e represento a voz do morro
Luis Inácio é do povo, e escuta o que ele diz
A favela tem muita gente, que só quer é ser feliz
Que Dilma que nada! Me leva pra Casa Civil
Vou por o som na caixa e balançar o quadril
O funk não é problema, para alguns jovens é a solução
Quem sabe algum dia viro ministra da Educação”.
Responda rápido, se puder e se quiser: Quem está chispando quem nessa história…?
Não precisa responder. Ninguém responde mesmo.
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Estou convencido de que Lula é extraordinário
Reparem: Lula usa essas palavras nos discursos: "extraordinário" e "estou convencido".
Esses dias ele disse que está convencido de que educação é passo extraordinário e importante para que o filho do operário e o do empresário saiam de mãos dadas da escola...De mãos dadas? Estou convencido de que ele vai legalizar o extraordinário casamento gay.
Esses dias ele disse que está convencido de que educação é passo extraordinário e importante para que o filho do operário e o do empresário saiam de mãos dadas da escola...De mãos dadas? Estou convencido de que ele vai legalizar o extraordinário casamento gay.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Lula, Kerensky, Dilma e o buraco do Paquistão
E esse imbrólio de Dilma com câncer e peemedebistas e petistas querendo terceiro mandato para Lula! É surreal demais. A candidatura dela já tinha até blog! Lula virou queremista, dizem. Acho que ele é anarquista! Que dó que dá de gente que torce para o PT numa hora dessas. Até Zé Dirceu se indignou em seu blog: pô, "duas táticas"?
Já até juntaram as assinaturas necessárias para fazer um projeto de emenda constitucional, parece, permitindo o novo mandato para Lula...
E leio sobre o Paquistão/Afeganistão em O Tempo, um artigo de Nivaldo Murad. Nele, "descubro" que Kerensky foi um general russo! Vou olhar isso direito...um dia Paulo Francis deu chilique porque disseram que ele era menchevique. Isso eu me lembro: ele do partido social-revolucionário, mas politicamente era um liberal.
A biografia de Alexander Kerensky que encontrei:
Advogado, Kerensky foi, a partir de 1912, membro da quarta Duma, representando o grupo de Toil, um partido moderado. Após a Revolução de 1917, foi presidente do soviete de Petrogrado, ministro da Justiça do governo provisório e ministro da Guerra. Como primeiro-ministro da jovem República Russa (de julho a novembro de 1917), prosseguiu a guerra contra a Alemanha, na qual o país sofreu a "ofensiva de verão", para descongestionar a frente ocidental, que resultou em grande derrota. Conseguiu impedir o golpe de Estado levado adiante pelo general Lavr G. Kornilov, mas não correspondeu às expectativas do povo russo, nem, nas palavras de Lênin, às suas necessidades de "pão, paz e terra". Com a Revolução de Outubro e o assalto ao Palácio de Inverno por bolcheviques, emigrou para a Europa Ocidental. Viveu nos Estados Unidos a partir de 1940.
Já até juntaram as assinaturas necessárias para fazer um projeto de emenda constitucional, parece, permitindo o novo mandato para Lula...
E leio sobre o Paquistão/Afeganistão em O Tempo, um artigo de Nivaldo Murad. Nele, "descubro" que Kerensky foi um general russo! Vou olhar isso direito...um dia Paulo Francis deu chilique porque disseram que ele era menchevique. Isso eu me lembro: ele do partido social-revolucionário, mas politicamente era um liberal.
A biografia de Alexander Kerensky que encontrei:
Advogado, Kerensky foi, a partir de 1912, membro da quarta Duma, representando o grupo de Toil, um partido moderado. Após a Revolução de 1917, foi presidente do soviete de Petrogrado, ministro da Justiça do governo provisório e ministro da Guerra. Como primeiro-ministro da jovem República Russa (de julho a novembro de 1917), prosseguiu a guerra contra a Alemanha, na qual o país sofreu a "ofensiva de verão", para descongestionar a frente ocidental, que resultou em grande derrota. Conseguiu impedir o golpe de Estado levado adiante pelo general Lavr G. Kornilov, mas não correspondeu às expectativas do povo russo, nem, nas palavras de Lênin, às suas necessidades de "pão, paz e terra". Com a Revolução de Outubro e o assalto ao Palácio de Inverno por bolcheviques, emigrou para a Europa Ocidental. Viveu nos Estados Unidos a partir de 1940.
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sexta-feira, 17 de abril de 2009
Colabora, ó Brahma!
Lula apareceu na série norte-americana South Park. Eu vi ele e a bandeira do Brasil lá na notícia. Lula é pop. Uma época queriam fazer uma Lula para divulgar a campanha dele, uma Lula barbuda kitsch. Tá na hora de lançar de NOVO!
Quando bem estávamos achando que o achego de Lula a Obama -- e ele puxou Obama quase com um tentáculo -- era só formalidade tipo "ele diz isso para todos", lá vem o cara dizendo que quer parceria com a Terra Brazylys, que o Brasil isso, Lula aquilo. O que não fazem uns ativos!
Mangabeira Unger deve estar seguindo o conselho de Caetano e sendo mais baiano e menos prussiano. Resposta de Lula para Obama: "Yes, you´re my woman!"
Quando bem estávamos achando que o achego de Lula a Obama -- e ele puxou Obama quase com um tentáculo -- era só formalidade tipo "ele diz isso para todos", lá vem o cara dizendo que quer parceria com a Terra Brazylys, que o Brasil isso, Lula aquilo. O que não fazem uns ativos!
Mangabeira Unger deve estar seguindo o conselho de Caetano e sendo mais baiano e menos prussiano. Resposta de Lula para Obama: "Yes, you´re my woman!"
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segunda-feira, 13 de abril de 2009
Lula é o cara da Obamania
Deu muita repercussão o flerte de Obama com Lula. Todos já sabem que, em ano eleitoral, ser chamado de "o cara" vale votos, muitos votos. Será que foi tudo combinado? Obama sabia dos bônus da AIG? Sabe das eleições no Brasil?
Um amigo que trabalha na bolsa de valores e que eu acho melhor chamar "O Tempestuoso", pois toda vez que chega cai uma tempestade, me ligou dizendo que os ativos do Brasil dão para comprar todo o sistema bancário norte-americano, que é uma situação para lá de anômala. Ele diz que tem gente nos USA que durante gerações passava ações como herança. Eu citei a cena de um dos Batmans (não bait-mans) onde o pai, morrendo, dizia: "Filho, compre todas as ações da Enron e venda as da Google, aquela empresinha sem importância..." kkkk, o Tempestuoso riu demais e comentamos muito o artigo de Luiz Bresser Pereira, que pode ser acessado no site do Bresser (procurem no google acadêmico), o melhor até agora sobre a crise, que nem tem nome e que eu sugeri ao Tempestuoso para chamar de: "CRACK DE 2008". Tempestuoso anotou e vai lançar a moda dessa denominação a seus amigos da bolsa. Veremos se vai colar.
Sabe que pode afundar lutando contra os Talibãs, os antigos "guerrilheiros da liberdade"? Acho que não.
Há algum tempo, vi que Obama era objeto de uma obamania: a cidade de Obama no Japão estava em polvorosa, comia-se Obama em pasta de amendoim, sua biografia bombando como best-seller, Jabor orgulha-se de que sem Orfeu Negro não existiria Obama, mas Obama é um Orfeu Negro que irá naufragar no Hades-feganistão & Paquistão. Existe Obama sólido, Obama líquido, Obama gasoso. Pode-se comer Obama, beber Obama, cheirar Obama, lamber Obama, Obama pelos SETE buracos de sua Der Leone has sept cabezas.
Moral de escravos: os judeus eram perseguidos e viraram bodes expiatórios do capitalismo europeu. Moral de senhores: os judeus aprenderam que o bom é ser amigo do imperador. O negócio é tombar se o imperador tomba.
A tua presença. Terás um falcão negro por tumba. Terás uma somália por tumba. A Somália implodiu e assim também todas as suas estruturas e agora é dominada por milícias islâmicas.
Os USA não souberam entrar e sair de dentro do toda a estrutura somali e fizeram-na implodir...Quem teve essa coragem? Foi o capitão Maersk, Obama, Gil e eu? Pô, isso é discurso de Caetano em festival! Lula e Obama são o "centro progressista". Iam se aproximar, isso estava claro. Será esquerdofrenia ser Obama nos USA e combater Lula no Brazyl? Mas Lula, o cara que empresta grana pro FMI, é a favor de ANGRA III! Da transposição do Rio São Francisco, pode virar o nosso Mar de Aral! Greve de fome de novo, Morales, Di Cappio! Di fome, Di Caprio! Caetano disse que devoraria Di Caprio ou Di Cappio? Ele disse ao jornal Libération que devoraria muitos ícones culturais, mas que o Matt Dilon é mais palatável que o Di Caprio.
O falcão negro & a águia americana tentaram dar um rélpimperialista, mas não rolou. O que rola é Sombras de Goya, cinebiografia do pintor. Rola Julian Schnabel com Basquiat. Mas Bacon rola? Nos anos 90, estava um climinha "bem vindos aos anos 70" e Black Crowes tava na moda e eu até saí de calças veludo cotelê bocas de sino. Atores, escritores, pessoas comuns davam entrevistas dizendo que transavam os dois sexos. Que barato, Nosferatu! Dá saudade, mas agora não existe sequer vício solitário: adolescentes punhetam pela web.
Os anos 90 foram legais, nem tudo foi reciclagem. Nunca vi um modismo tão marcante quanto o grunge. Deve ter sido como os hippies para a geração de 68. Meu amigo Andrei Golemsky aderiu e fez banda grânji. Depois fracassou e não gosta de lembrar do Goobledygook, a banda bruzundanga.
Juntar tudo a respeito de nós, dar um google me, não é egolatria, é arquivo pessoal. Fichário marioandradino. MINHA LITERATURA AGORA, como diz o nosso amigo do blog!
Sonhei essa noite que Lula dava uma declaração citando Gerald Thomas! Foi um assombro. Vi o último filme do Adam Sandler, Zohan. Zohan total. Melhor comparação. O papo de conciliação de palestinos e judeus se perdeu num mar de escatologia e canastrice. Ele já não é o mesmo de Fifth First Dates. Esse filme dele, Zohan, foi uma bosta. O humor dele é lowbrow. A Alma Boa de Setsuan também não prestou? Dont´ know. Adorei Denise Fraga no Jô, que voltou.
É bom gostar de Bacon e ser vegetariano, alimentar-se de leite & mel, como fazia Mautner em London, London, disse Caets. A obra em progresso de Caetas está chegando ao final. Zi e Ziee, nome fraco que sugeri (sem sucesso) que ele substituísse por Zi & Zek, em homenagem ao filósofo esloveno, não deu certo.
Zizek transa Laibach que transa Neue Skolovenski Kunst. Ajuntando os clichês stalinistas e nazistas. Laibach era o nome de Liubliana, capital da Eslovênia. Como diz o Laibach como uma voz do demo (não dos demo-cratas brasileiros): Jesus Crist, Superstar!
Fiquei sabendo que Eistein, politicamente era um sionista que não queria apenas mais um nacionalismo. Isso na História Viva. Como disse Einstein, é duro ser o eleito do povo eleito!
Um amigo que trabalha na bolsa de valores e que eu acho melhor chamar "O Tempestuoso", pois toda vez que chega cai uma tempestade, me ligou dizendo que os ativos do Brasil dão para comprar todo o sistema bancário norte-americano, que é uma situação para lá de anômala. Ele diz que tem gente nos USA que durante gerações passava ações como herança. Eu citei a cena de um dos Batmans (não bait-mans) onde o pai, morrendo, dizia: "Filho, compre todas as ações da Enron e venda as da Google, aquela empresinha sem importância..." kkkk, o Tempestuoso riu demais e comentamos muito o artigo de Luiz Bresser Pereira, que pode ser acessado no site do Bresser (procurem no google acadêmico), o melhor até agora sobre a crise, que nem tem nome e que eu sugeri ao Tempestuoso para chamar de: "CRACK DE 2008". Tempestuoso anotou e vai lançar a moda dessa denominação a seus amigos da bolsa. Veremos se vai colar.
Sabe que pode afundar lutando contra os Talibãs, os antigos "guerrilheiros da liberdade"? Acho que não.
Há algum tempo, vi que Obama era objeto de uma obamania: a cidade de Obama no Japão estava em polvorosa, comia-se Obama em pasta de amendoim, sua biografia bombando como best-seller, Jabor orgulha-se de que sem Orfeu Negro não existiria Obama, mas Obama é um Orfeu Negro que irá naufragar no Hades-feganistão & Paquistão. Existe Obama sólido, Obama líquido, Obama gasoso. Pode-se comer Obama, beber Obama, cheirar Obama, lamber Obama, Obama pelos SETE buracos de sua Der Leone has sept cabezas.
Moral de escravos: os judeus eram perseguidos e viraram bodes expiatórios do capitalismo europeu. Moral de senhores: os judeus aprenderam que o bom é ser amigo do imperador. O negócio é tombar se o imperador tomba.
A tua presença. Terás um falcão negro por tumba. Terás uma somália por tumba. A Somália implodiu e assim também todas as suas estruturas e agora é dominada por milícias islâmicas.
Os USA não souberam entrar e sair de dentro do toda a estrutura somali e fizeram-na implodir...Quem teve essa coragem? Foi o capitão Maersk, Obama, Gil e eu? Pô, isso é discurso de Caetano em festival! Lula e Obama são o "centro progressista". Iam se aproximar, isso estava claro. Será esquerdofrenia ser Obama nos USA e combater Lula no Brazyl? Mas Lula, o cara que empresta grana pro FMI, é a favor de ANGRA III! Da transposição do Rio São Francisco, pode virar o nosso Mar de Aral! Greve de fome de novo, Morales, Di Cappio! Di fome, Di Caprio! Caetano disse que devoraria Di Caprio ou Di Cappio? Ele disse ao jornal Libération que devoraria muitos ícones culturais, mas que o Matt Dilon é mais palatável que o Di Caprio.
O falcão negro & a águia americana tentaram dar um rélpimperialista, mas não rolou. O que rola é Sombras de Goya, cinebiografia do pintor. Rola Julian Schnabel com Basquiat. Mas Bacon rola? Nos anos 90, estava um climinha "bem vindos aos anos 70" e Black Crowes tava na moda e eu até saí de calças veludo cotelê bocas de sino. Atores, escritores, pessoas comuns davam entrevistas dizendo que transavam os dois sexos. Que barato, Nosferatu! Dá saudade, mas agora não existe sequer vício solitário: adolescentes punhetam pela web.
Os anos 90 foram legais, nem tudo foi reciclagem. Nunca vi um modismo tão marcante quanto o grunge. Deve ter sido como os hippies para a geração de 68. Meu amigo Andrei Golemsky aderiu e fez banda grânji. Depois fracassou e não gosta de lembrar do Goobledygook, a banda bruzundanga.
Juntar tudo a respeito de nós, dar um google me, não é egolatria, é arquivo pessoal. Fichário marioandradino. MINHA LITERATURA AGORA, como diz o nosso amigo do blog!
Sonhei essa noite que Lula dava uma declaração citando Gerald Thomas! Foi um assombro. Vi o último filme do Adam Sandler, Zohan. Zohan total. Melhor comparação. O papo de conciliação de palestinos e judeus se perdeu num mar de escatologia e canastrice. Ele já não é o mesmo de Fifth First Dates. Esse filme dele, Zohan, foi uma bosta. O humor dele é lowbrow. A Alma Boa de Setsuan também não prestou? Dont´ know. Adorei Denise Fraga no Jô, que voltou.
É bom gostar de Bacon e ser vegetariano, alimentar-se de leite & mel, como fazia Mautner em London, London, disse Caets. A obra em progresso de Caetas está chegando ao final. Zi e Ziee, nome fraco que sugeri (sem sucesso) que ele substituísse por Zi & Zek, em homenagem ao filósofo esloveno, não deu certo.
Zizek transa Laibach que transa Neue Skolovenski Kunst. Ajuntando os clichês stalinistas e nazistas. Laibach era o nome de Liubliana, capital da Eslovênia. Como diz o Laibach como uma voz do demo (não dos demo-cratas brasileiros): Jesus Crist, Superstar!
Fiquei sabendo que Eistein, politicamente era um sionista que não queria apenas mais um nacionalismo. Isso na História Viva. Como disse Einstein, é duro ser o eleito do povo eleito!
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