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domingo, 28 de março de 2010

Carta ao Emídio sobre o Vampiro

Oi, Henrique. Olha: respondendo à sua pergunta, eu suponho que o "Vamp" seja um nickname do Luiz Damasceno, diretor teatral curitibano, mas é só suposição. Suponho isso a partir da leitura dos textos no almost complete works do Gerald e de entrevistas, onde ele se refere ao Damasceno de uma forma semelhante àquele se dirige ao Vamp no blog. No mais, acho que ele não é Reinaldo Azevedo, não. Mas é leitor fanático do Azevedo e pasticha seu estilo, isso sim. O Vamp é um cara que gostaria que Lula lesse A Insustentável Leveza do Ser e pusesse o insustentável ser que é o terrorista Battisti para fora, ou seja, ficasse igual ao Vamp, Globo, Berlusconi...só falta Bush. Agora já levou uma sapatada higiênica, mas Vamp, Diogo, Azevedo e Mainardi continuam uma política herdada do homem, que já é carta fora do baralho. A bola da vez é o Battisti.


Azevedo e Diogo Mainardi sustentam aquelas posições porque são jornalistas bem pagos, ou melhor, são a ponta de lança editorial da Veja. Senão não dariam a cara a tapas nem o pescoço ao cutelo daquele jeito. Gerald Thomas não é ponta de lança editorial do Ig...Talvez o Ig tenha trazido o Gerald, em primeiro devido ao inegável talento e inteligência, em segundo para desfazer e minorar a fama de "petista" com a qual o Azevedo e o Diogo tachavam o Ig. Gerald fez amizade com Azevedo, mas parece que brigou com a turma do Manhattan Connection, onde não teve uma boa experiência: foi atacado pelo público através da correspondência do programa, o que para ele foi traumático. Acho que ele continuou amigo do Nelson Mota, mas já afirmou que Mainardi é só pose e que os outros "morreram", Caio Blinder é um "judeu insuportável", etc.

Enfim, acho que Diogo e Azevedo, assim como Nassif e Paulo Henrique Amorim, não dão nenhum passo que não seja bastante calculado e pensando, é claro, na carreira. Quando Lula ameaçou ir aos quarenta anos da Veja, PHA e Nassif ameaçaram se rebelar. Lula aparentemente voltou atrás ou foi aconselhado a não ir. Na revista Piauí ele diz que é porque se conscientizou de que, se alguém te xinga, vc não deve ir à casa dele...tomara.

O blog do GT tinha o Vamp desde antes da briga com Reinaldo Azevedo, que teve lances terríveis, do Azevedo chamar o GT para "pagar um béqueti" e o GT responder argumentando que o boquete não deveria ser esse tabu que é para os heteros e Jesus Cristo pregava o amor. Nisso Olavo de Carvalho comentou que Gerald estaria pregando que Jesus fazia boquetes (claro que não com essas palavras). Isso está por aí pela web. Talvez o próprio GT não saiba disso. Parte do post do Azevedo contra o Gerald está nesse meu blog, basta procurar pelo Luís Nassif no blog.

Na mesma época, o Olavo de Carvalho polemizou com o Paulo Ghiraldelli, filósofo pragmatista, e o Ghiraldelli analisou que o problema era que "Olavo me quer como homem". O Olavo dizia, segundo o Paulo, que tinha visto a bunda dele e que ele fizera filme pornô. Estava se referindo, suponho, a uma certa semelhança física entre Ron Jeremy (ator pornô) e Paulo Ghiraldelli, que de fato existe. Procure no google images. Quando eu vi as fotos ri muito kkkk. Ghiraldelli também chama o Azevedo de burro e coloca uma imagem lá no site dele, no que diz respeito a comentários sobre Kant e o Capitão Nascimento. Para o Azevedo, o Nascimento seria um Kant rústico. E o Kant seria o Capitão Nascimento sofisticado? O artigo do Guiraldelli contra o Reinaldo vale a pena. É só não levar o Ghiraldelli muito a sério, ele é um show man como o Gerald, mas com menos talento. Ele é péssimo crítico de cinema brasileiro, por exemplo. Reproduz preconceitos dos anos 70 sobre a pornochanchada.

Ás vezes me dá medo o fato de que um militar de direita como o Pacheco possa estar fazendo a "ficha" da gente nesse blog, que seja um agente do serviço de informações disfarçado. Uma vez, eu estava numa lista de discussão bolivariana e teve um papo assim: "um de nós é agente" e logo expulsaram um cara que dizia que era "ni ni", nem Chávez nem oposição. Eu saí da lista logo depois, achei os caras (que se reuniam no centro cultural Vergueiro, em SP) muito neurados.

Um conselho: nunca fale sobre o Orkut para o Gerald. Lá tem um monte de comunidades sacanas, tipo "fulana olha onde o Gerald Thomas" e um perfil falso dele com uma foto do Bambi, fora comentários na comunidade do Paulo Francis que dizem: "quem era o mairo cheirador depois do Francis?" E tem o cara que respondeu: "Gerald Thomas e Hélio Oiticica" e por aí vai. O GT detesta. Eu também detestaria, se fosse ele...

No blog teve papos que eu nunca entendi bem, tal como a ruptura entre Gerald e Jorge Schweitzer (o taxista que o entrevistava no Rio) e a briga entre Gerald e Contrera (que foi através de quem eu conheci o blog do Gerald). Nem tampouco a ruptura com o John Hemingway, exceto pelo fato de que o Hemingway desce o pau no Obama e o Gerald chora quando fala nele. Pelo que entendi, a Opera H do Gerald com o John vai passar no Sesc em SP, mas nem sei quem a dirige, acho que é o Caetano Vilela. Eu conheço o Contrera de um encontro em SP há anos e ninguém mais, pessoalmente, nunca tive oportunidade, pois Bom Despacho, onde moro, é longe de São Paulo. Eu tentei conciliar ele e GT e acabei brigando com o Contrera, que é um católico chileno triste, azedo, beckettiano e cioraniano que o GT conseguiu fazer que produzisse peças teatrais com nomes como O Nascimento de um Palhaço, o que é um milagre, pois ele me pareceu muito pessimista e trágico para o Brasil e assim destinado a ser raté, mesmo.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Caetano X Lula



A luta continua.

Vejam o vídeo explicando parte da polêmica:




Depois disso, Lula disse que esse tipo de crítica é burrice, Caetano mandou carta explicativa ao Estado de São Paulo e disse que a manchete é que foi provocativa e os linguistas gostam da fala de Lula e aplaudem. "Linguistas" virou quase que sinônimo de "petistas". Lula falou que pode falar sine qua non, ou seja, domina latim. A "família Caetano" quis pedir desculpas, Dona Canô mas pois teme a repercussão na política local de Santo Amaro; Lula ligou e perdoou. Reinaldo Azevedo foi ao Jô e protestou contra o perdão. Soube que está circulando um cordel a respeito do caso. Vejamos os novos desdobramentos. Vou se posto o cordel aqui.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Reinaldo Azedo no Jô: Show de Bobagens!

Reinaldo Azevedo deu um show de bobagens ontem no Jô. Protestou em nome das mulheres, minorias religiosas e sexuais, sr. anti-politicamente correto e carola que nunca nada fez de efetivo pelas minorias.

O apresentador tentou resistir, mas a ré estava forte. Jô tentou injetar humor num jornalista político que produz textos onde ele é escasso, raso ou de acintoso mau gosto. Desafiador, propõe a Lula estatizar o sistema telefônico, no que Jô reage, amenizando a provocação, temeroso das consequências...Ai que meda, hein?

Ele deu vivas ao preconceito de Caetano Veloso ao chamar Lula de analfabeto, invertendo tudo e dizendo que foi Lula quem ligou para coagir a pobre Dona Canô a pedir desculpas. Oh, Lula maldoso, molusco molestador de velhinhas!

Tio Rei, o jornalismo do Samuel Wainer apoiado pelo Getúlio era muito melhor do que sua militância tucana pseudo-profissional! Tem gente que, por mais que estude, não melhora!

Ele chega a dizer que operaram seu cérebro e só deixaram o tumor, que ele é tão reacionário que é até contra a reforma ortográfica. Repetir como mantra argumentos contrários não os anula, pelo contrário. O rei de coroa de lata está traumatizado pelas verdades que ficam girando em torno de sua cachola oca.


Reinaldo é de direita e reacionário, sim; Ahmadinejad é o governante de um povo que vive uma revolução, ainda que uma revolução islâmica.

Aliás, o ataque de Jô e Azevedo à "reforma" foi o ápice do circo de horror, com a gramática no papel de Mulher Monga. Jô, Reinaldo, não avacalhem nosso trabalho de professores, o acordo é para unificar a GRAFIA, não a língua! Parem de repetir isso (a falácia de que o acordo unifica a fala), pois a gente acaba tendo que explicar isso aos alunos umas MIL VEZES devido às besteiras que vocês, com incrível credibilidade junto aos ingênuos, repetem na televisão!

Ô mídia demo-tucana, Globo e Veja, ô trem que emburrece e deseduca!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Reinaldianas Bobagens: vá estudar, Reinaldo Azevedo!



Que linda imagem! Diz tudo...


Recentemente, Reinaldo Azevedo escreveu todo cheio de si em seu blog:


Ô, Gerald Thomas! Volte logo com seu blog para que possa escrever sobre processos de construção de personagem; como é que os atores são convidados, em abordagens digamos, convencionais, a recorrer à memória afetiva para compor os seus papéis.


Mal sabe ele, no entanto, que Gerald Thomas não gosta de Stanislavski, que é o teórico do teatro que propõe o recurso à memória afetiva para compor os seus papéis, como disse num Café Filosófico recente com Contardo Calligaris. Vá estudar Reinaldo! Do Gerald Thomas ele finge que é amigo, mas não entende nada da obra. Tudo o que ele sabe do Gerald é que ele não gosta de Lula, e basta.

Reinaldo Azevedo, dizem, é bom com números. Mas a resposta de Gerald Thomas a ele foi impagável e deu num post chamado Os Idiotas:



Pera ai, Sr. Blogueiro, trocadilheiro nada engraçadinho! Com Fidel ou sem Fidel, com Hitler ou Pol Pot, com ou sem Milosovec, ou Stalin, com ou sem Robert Mugabe ou Idi Amin Dada, não vou aqui comecar a criar um incesto entre blogs. O que seria isso? Um "clogg", um "in-lock"? Enfim, se quizermos comparar crimes humanitários não precisamos de máquinas calculadoras, mas o blogueiro aí da Veja, apesar de querer colocar muitos números e estatisticas em seu blog, acho que falta sexo em sua vida. Você pratica isso por acaso? Está com a vida sexual em dia? Precisa de umas dicas? Esse blogueiro está com os ponteiros no mesmo lugar que Nader: nele próprio!!!!

Os militares brasileiros mataram, toruraram, desapareceram com um monte de gente. Os argentinos, os uruguayos e os chilenos também. Não me venha o senhor aqui com maquinazinha de merda fazer a apologia disso ou daquilo. Isso é tentar reescrever a História de uma das piores maneiras e destruir a dignidade das famílias que sofrem, até hoje, a perda da vida de milhares, digo, milhares de vidas inocentes (muitos estudantes) sacrificadas em nome de nada. Eu disse nada. Em nome da brutalidade pura, do capital estrangeiro, do investimento obscuro, do totalitarismo sem forma, sem idealismo, do regimento militar de ultra direita, financiado e orientado pela CIA. Não acredita ainda? Leia o livro de Philip Agee! Não acredita ainda, vá aos inúmeros livros lançados, na época pela isenta e excelente Amnesty International. E ainda tem gente que defende os militares? Quanta gente imbecil ! Caramba!

Estamos entrando numa nova era ideológica, digamos assim, estamos entrando numa nova era com fome ideológica. Essa fome não tem paladar, devora qualquer coisa que vier, portanto cuidado com a gastrite!. Vivemos numa era cega, sem parâmetros. Qualquer blog pode dizer qualquer coisa, ja que a garotada não tem realmente noção de quem foi Ben Gurion, Malcolm X, James Baldwin, Truman, quem foi Lord Mountbatten ou a porra de Ben Johnson. Não adianta aqui ficar 'name dropping'.

Mas essa nova fome ou era pede um novo tribunal de Nuremberg , como se pudesse haver outro. Não seriam julgados criminosos nazistas. Seriam julgados os Idiotas que escrevem em Blogs. Quem sabe eu mesmo não seria o primeiro réu?



O primeiro réu não sei, mas continuo achando que Reinaldo Azevedo merece esse lugar aí que a imagem (tirada do blog da Dilma) mostrou.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Blog de Yoani Sánchez em português: divirtam-se

Pessoal: verifico, hoje, que embora os posts de Yoani Sánchez sejam traduzidos e embora o tradutor frequente o blog do Reinaldo Azevedo, ele aparentemente teme divulgar que os textos dela estão disponíveis também em português, porque o debate em português não está favorável à corrente ideológica deles, que só sabe xingar. Então, aí vai:

http://desdecuba.com/generaciony_pt/

Como o que mais existe lá são difamadores do PT e da esquerda em geral, sugiro que todos os meus leitores dessa orientação e de outras passem lá para fazerem um belo debate. É um blog chat, sem moderação, situado num país pária da comunidade internacional, onde aparentemente vale tudo para insultar o regime cubano. Parece ter um nick do Reinaldo, um tal "Dirceu". Já pensaram que divertido um blog chat com Reinaldo Azevedo, que é o que ele mais teme e proíbe no blog dele? kkk! Então, "petralhas", criem nicks, enfim, entrem lá, DIVIRTAM-SE! Um bom substituto do blog do Gerald, que fechou.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Reinaldo Azevedo e a morte do pai

Meu pai padeceu longamente de um câncer, que depois se generalizou em metástases várias... Já não podia mais se comunicar, mas estava vivo... Não sentia mais dor. Não sofria mais. Até seu último suspiro, que eu não olvidaria esforços para retardar, construí e reconstruí teias de afetos e de lembranças, caminhei pelos desvãos da memória, tentei entendê-lo melhor e a mim mesmo. Queria me fazer, e talvez tenha conseguido, a partir dali, um homem melhor. Meu pai estava vivo porque sua vida, mesmo naquelas condições, vivia em mim, na minha irmã, na minha mãe, nos seus netos, na generosa rede familiar que se criou, incluindo sobrinhos, irmãos, cunhados, para protegê-lo e dignificá-lo. Seu corpo ainda morno, embora já não emitisse qualquer sinal de consciência, me acolhia e me amparava, cobrava de mim entendimento.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

RA é maisl iberal que Antônio Cícero

Nunca imaginei que, algum dia, o poeta e ensaísta Antônio Cícero se mostraria mais reacionário do que...Reinaldo Azevedo! Marcelo Coelho está certo quando coloca RA como sendo um parâmetro: "até ele..."

Pois, ora vejam, Reinaldo não é contra a proibição da burca! Até ele sabe que esse tipo de proibição é contraproducente, é bobagem. Ele não é um pessimista sombrio, como insinuou o Marcelo Coelho. Ele gira, gira e tenta nos convencer que o estado atual das coisas é o melhor possível. É o Pangloss pós-moderno, não tão otimista, portanto. Pangloss agora precisa combater; não basta o conformismo, é preciso ser crítico.

Comecei a ler O Mundo Desde o Fim, por recomendação de Caetano Veloso, mas realmente ele é o extremo oposto de José Agrippino de Paula, que queria viver a obra de Oswald de Andrade. Ora, não posso viver Serafim Ponte Grande. Como seria isso? Vou a uma palestra na Flip e tentar enrabar alguém lá chamando-o de "Pinto Calçudo?" Vou peidar e dizer que meu blog acabou, que saí do blog? Tentar viver a arte seria algo próximo do fim da razão, da loucura mesmo.

Cicero não quer viver a arte, quer trazer as luzes do Iluminismo para todos os âmbitos: arte, principalmente. Ele teoriza com poesias logocentricamente, sem teoria da literatura, com silogismos. Há algum tempo li As Razões do Iluminismo do Roaunet, mas logo vi que estava diante de um "dono da razão". Quem discorda do absoluto acaba virando irracionalista.

O Mundo Desde o Fim me pareceu um texto que precisava de uma metáfora como a da minhoca. A minhoca não tem fim. A boca e o ânus se assemelham. Antonio Cicero pode estar começando antropofagicamente por abocanhar a modernidade, mas pode também estar absolutizando a razão, no momento mesmo em que ela serve para Auschwitz, o Gulag, os atentados contra as Torres Gêmeas. Ou pelo menos um tipo de razão, a instrumental. Mas não vi nada de cisão nas teorias de Cícero. Não. A razão é absoluta, é dogma.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

RA, Simonal e a Máquina Difamatória

Vi na TV trechos do documentário do Sr. Casseta sobre "o homem que torturou o Caetano", Wilson Simonal, na excelente coluna do Nelson Mota no Jornal da Globo, que atualmente é um dos melhores programas da televisão.

Preciso ver o documentário todo antes de falar, mas me pareceu honesto e simpático. Reinaldo Azevedo e a Veja já tascaram que a esquerda é que enterrou vivo o Simonal.

Nos trechos que vi ninguém colocou sua decadência na carreira na conta da esquerda. Essa palavra nem sequer foi falada. Há muitos anos o jornalista Rodrigo Mehreb, do Tempo, falou no assunto e comentou que Vandré foi o mártir da esquerda e Simonal, da direita.

O problema é que RA não aceita as críticas a Simonal ainda hoje, assim como repudia os "milionários" do Pasquim, Ziraldo e Jaguar. Ele não deixa a peteca cair de jeito nenhum. Se Fidel fica, ele reclama; se sai, pau nele. Se falam em Foucault, ele retruca algo como "entre eu e o careca, separa que é briga". Coitado, queria ver ele discutindo a fundo os argumentos do Foucault com esse azul e vermelho de professorzinho, de tiozinho. Alguém tem de falar para ele que professor não corrige mais de vermelho. Agora não é mais considerado pedagógico -- mas já sei o que ele vai dizer...É a pedagogia do chicote, mesmo!

E repisa suas obsessões. Ele acusa a esquerda de, ainda hoje, dar pernada três por quatro, atacando quem não tem nada a ver e de manter uma "máquina difamatória".

Gerald Thomas foi atacado por equívoco por RA nessa estratégia mesma da "pernada três por quatro", quando GT romanticamente falou da revolução cubana nos anos 60, mais ou menos como seu amigo Jabor. E a máquina desceu a ripa em Jabor e Gerald, atacados por gente como Hélio Póvoa (Mídia Sem Máscara ou CIA mascarada?) por serem franquifurtianos, fidelistas que mostram a bunda participando do eixo do mal latino-americano e outras vaias bobocas.

No entanto, nada se encaixa melhor na descrição de uma "máquina difamatória" do que o blog dele, com tentáculos para colunas de Diogo Mainardi e referências elogiosas a Olavo de Carvalho e o Paulo Francis da última fase, notórios "maquinistas". Agora é Obama que leva "pernada". Ele faz tudo o que o manual não aconselha a blogueiros: caluniar (imputar a alguém um crime, mesmo que sendo verdade) e difamar (insultar: fulana é idiota, burro, sem educação).

A desciclopédia é que matou a charada. Quando vc pergunta lá Reinaldo Azevedo, ela responde à moda da wikipedia: "você quis dizer calunista?"

kkkk!

sábado, 18 de abril de 2009

Blognovela Penetrália parte 11: quer ver Cuba lançar

(Um barco aproxima-se da costa cubana, cheio de brasileiros).


Gerald Thomas: Nessuno dorma! Estou chegando pela quinta vez a Cuba! Eles já me convidaram quatro vezes, agora vou cantar com Andrea Bocelli aqui!

Pacheco: quack!

Crítico de arte: será uma obra geraldiana imperdível! Se você espirrar, saúde!

Gerald: vamos fazer uma chamada? Donald Duck, Pacheco, crítico de arte, Tene, Francinny, Edward, Sandra, Contrera...


Lúcio: só as personagens do Pacheco ocupam meio barco, oh capitán mio capitán...

Walter Greulach: maestro!

Fantasma de Paulo Francis: essa josta. Voltou. Fidel não morreu, eu morri antes dele! Socialismo ou muerte: muerte!

Lúcio: o que estava escrito naquele papel do Reinaldo Azevedo, hein, Gerald?

Gerald: cadê ele?

Lúcio: está comigo aqui, mas é uma letra ilegível, tá sujo... É...

Gerald: é isso que vc está pensando mesmo!

Lúcio: quero..que..Cu...ba...lance...North Korea...vai lançar foguete...ich.

Gerald: ich weiss es nicht.

Crítico de arte: já disse que essa porcaria não deveria ter voltado. Agora não existem mais grandes bandas de rock. O rock morreu. Denny Yang acabou seu blog. Walter Greulach é o novo Borges, o novo Cortázar...

Fantasma de Paulo Francis: queeeem? Se eu não conheço, não presta!

Tene: Hamlet. Vamos montar em Cuba um Hamlet. Cubista. Um Hamlet de protesto contra o chavismo e outros ismos comunismos socialismos nazismos chebismos arabismos israelismos grafismos

Crítico de arte: adoro seus poemas, mas isso aqui é blognovela, aliás, para quê essa porcaria voltou? Que diabos tou fazendo aqui?

Pato Donald: quack!

MNC: pessoal, estamos chegando! Tou ouvindo rock! rock em Cuba, o embargo acabou! (ela pula do barco e dentro em pouco volta)

Gerald: oh my god!

Caetano Veloso: o fato dos Estados Unidos violarem os direitos humanos em solo cubano é por demasiado significativo para eu não me abalar...

Mnc: estamos em Guantánamo!

Edward: mierda para vcs (salta, tentando voltar nado para os USA)

Lúcio: a nado, não!

Gerald (já em terra, cercado de jornalistas): Cuba não significa nada...

Targino: como assim, não significa nada? Ela só significa!

Ezir: isso é simplesmente P-R-O-F-U-N-D-O! NECESSITA inter-PRETAÇÃO inter-SEMIÓTICA

Lúcio: vamos ver a Yoani, pessoal! Aprender a blogar com a blogueira mais importante do mundo!

(Continua...)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Delírios, Ecstasy, Schweitzer, Volks Partei, etc.

Acabo de ver um "reader´s guide" de Shakespeare. Em determinado momento eu ri muito, pois a mãe de Hamlet diz a ele, logo da segunda vez que ele vê o fantasma do pai, na cena do gabinete:

Mãe de Hamlet: está tudo no seu cérebro, é tudo causado pelo ecstasy.
Hamlet: ECSTASY?

(Corta).

A imprensa suíça passou a atacar com rudeza o Brasil, como mais um tentáculo do poder a tentar sustentar seu governo de coalização xenófobo. Agora começaram com todo o tipo de difamação, deitando e rolando a partir dos laudos (sabiam que vendem-se laudos? Badan Palhares é um estado de espírito!) que "desmentem" a versão de Paula, atacada por neonazistas na Suíça. E a imprensa aqui embarca. Eliane Cantanhêde, leia Foucault: saber é poder. Os sábios da Suíça estão ligados ao poder. Assim como Reinaldo Azevedo aqui está ligado a que tem poder econômico. Quer queimar Celso Amorim e Lula de qualquer jeito, a qualquer custo, mesmo apelando. Aí não dá. Mas eu ri também agora, com os insultos suíços à nossa imprensa, ele foi atingido e precisou rebolar para não dizer a dura verdade: a Suíça é marketeira, vende uma imagem de tolerância enquanto aceita propagandas racistas do SVP como aquela da ovelhinha negra sendo expulsa. Reinaldo precisou de rebolado para poder sair dessa. Mas afinal é carnaval, RA, a gente que vê faz quá quá quá!


Por isso, o diploma dos peritos suíços precisa cair das paredes. A polícia suíça está se comportando como a polícia de uma delegacia do interior do Brasil. Já vi isso acontecer com gente conhecida: a mulher vai denunciar violência e é levada, pelo ambiente machista, a desistir, a culpar a si própria, a imaginar que foi tudo "delírios de uma anormal"...Para isso surgiu a Lei Maria da Penha. Eu conheço esse fake do poder. Os imigrantes estão só no lugar dos judeus de ontem: engendram-se as mais variadas desculpas, porque economicamente é mais interessante culpar os imigrantes e as minorias do que os ricos e poderosos, é mais cômodo do que questionar Davos e a ausência dos especuladores de Wall Street lá.



Obama deveria acabar com as guerras, mas sabe que o poder não quer. Os pacotes de Obama serão, no fim das contas, para que o grande capital não corra risco. E qual a política de Obama para os negros? Até hoje não entendi. Quando eles perguntaram com faixas, Obama deu de ombros: podem apoiar outro candidato. Foi como dizer: "fodam-se. Me apoiem ou nada."

Precisamos pedir a revisão desses exames da Suíça aqui no Brasil. Nas fotos, ela estava visivelmente grávida, exibindo uma barriga que começava a crescer, além dos terríveis cortes.

Dei um voto de confiança a outro suíço, o Jorge Schweitzer e fui lá ver um vídeo dele no Museu Villa-lobos e no Tempo Glauber, além do Catete. Qual nada! Só porque o Tempo Glauber não quis que ele filmasse o local, ele desmereceu o lugar. Ele é uma criança, meu Deus...E ainda falou: "O Gerald vai ficar chateado..." Ele descobriu Glauber através do Gerald agora em 2008, tadinho!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Encontrei Mariana na Web, Reinaldo Azevedo X Marcelo Coelho: ÚLTIMO ROUND?

Eu encontrei, como uma concha no mar, a Mariana na web:

http://portfoliodamari.blogspot.com/

E gostei. Ela tb tava no blog do Emídio perguntando: "e aí, agora o blog do GT vai acabar?" kkkkkkk

No mais, Gerais. O último "round" da briga Reinaldo Azevedo X Marcelo Coelho acabou numa postagem "irada" do Azevedo, com letras maiúsculas e tal, protestando contra o Coelho.

Coelho destacou a tendência ao destempero e a imoderação das críticas a ele mesmo, pintado como petralha, subversivo, Montaigne da Grampolândia, Milosevich, etc. Não é muita gente, ele pergunta? No último post, Azevedo mostra como Coelho é subversivo e "fofucho" ao comentar um desenho animado. No desenho um dinossauro roxo dizia: "policiais são maravilhosos". Na verdade, Azevedo, como ideólogo, opera por inversão: o catolicismo é uma religião acossada, a direita é estigmatizada e os poetas não a cantam mais (chuif!),o aborto vem aí com Obama, Diogo Mainardi e Olavo de Carvalho são dois exemplares de espécies em extinção (ornitorrincos? Brontossauros?)O Brasil está afastado de Deus, nas mãos dos irmãos Petralhas e por aí vai, numa lógica de histórias em quadrinhos. É divertido? Até certo ponto.

Gianotti lia Heidegger para passar raiva; petista lê Azevedo para passar raiva. No entanto, boa parte dos comentários dos post dele são anônimos. Quem será o nick do Azevedo no blog do GT, será o "Garganta"? Esse sim, tinha me falado que era um cristão conservador. Aliás, adorei quando GT me homenageou no Kepler, the dog, foi uma honra. E foi um pouco surreal ser citado em meio a pilhas de nicknames e pseudônimos. O diálogo no blog, como dissse Mau, é te-a-tral.

O blog do GT deu origem até a um apêndice, o blog anti-gt do Jorge Schweitzer (www.taxiemmovimento.com.br). Taxista, quando dá para ser fofoqueiro, é fogo. Azevedo atacou o que ele chama de subjornalismo e usou a imagem: o subjornalismo é um fiacre, é um táxi, vc paga e vai onde quiser. No entanto, André Sant´Annna me disse (a carta está no www.emiliojunior.zip.net) que na Veja existe quem serve de "cavalo" de seu editor e citou como exemplo Jerônimo Teixeira/Mário Sabino na literatura.

Diferente do que Azevedo pensa, Marcelo Coelho não é tãaaao de esquerda assim: veja-se, no blog dele, o comentário a Tropa de Elite, chamado de "fascista" pela esquerda. Esse foi o recado que o Marcelo quis passar, mas o Azevedo não pegou.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Repercussão no blog selva brasilis

Les Mots et Les Choses: Azevedo Contra Professor Andrei

Reinaldo Azevedo detona um professor da UnB chamado Andrei por supostamente "desconstruir Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo". O professor Andrei replicou dizendo, entre outras coisas, que: "Minha relação com a UnB é totalmente VOLUNTÁRIA. Não recebo patavina por isso. Ofereço a disciplina porque sou alumnus da UnB e sempre fui – como digo repetidamente em aula – CONTRA a gratuidade do ensino superior no Brasil. Ensino na UnB para repagar minha dívida com meu país. (...) Esse blog é um espaço informal – e, acima de tudo, aberto – de ensino. Quem quiser participar, pode. A menos que os alunos da disciplina decidam pelo contrário, manterei todos os comentários QUE NÃO FOREM ofensivos a eles. Quem quiser me ofender, que fique à vontade. Mas serei bem menos diplomático com quem ofender a eles".

Brilhante e corajosa iniciativa Andrei. Quantos professores teriam a coragem de colocar seus cursos online e aceitar críticas? Poucos.

O SB gostaria de sugerir um adendo ao programa do curso. Seria interessante remeter os alunos na aula sobre Foucault `a crítica de José Guilherme Merquior em seu livro, Foucault (1987) [uma resenha aqui]. Merquior, um grande pensador brasileiro, é, como esperado, solenemente ignorado na selva.

Reinaldo Azevedo X Professor Andrei: Cont.

Alunos da UnB: vinguem-se da escória com livros!
Lembram-se daquela história de ontem, a do professor que resolveu desconstruir Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo? Pois é... Dei um cartaz tremendo para o bruto. Isso sempre acontece. Basta eu falar aqui de qualquer imbecil, e ele é logo catapultado para a fama. O debate pegou fogo na tal pagineta do mestre. Alguns alunos saíram numa defesa ensandecida do seu Sócrates. Cicuta nele, hehe...Uma boa parcela dos defensores do apedeutinha diz que eu sou autoritário e reacionário, ou coisa parecida, ao apontar os erros do seu texto. O nome da disciplina é “Escrita e Sociedade na América Latina”. Huuummm... Se o português não lhe cai bem, então que tente o guarany... Sou ortodoxo: acho que um professor de escrita deve zelar pela escrita, assim como um cirurgião deve saber, como direi?, corte e costura...

A Universidade de Brasília, aliás, é um caso sério. A universidade fez eleição direta para escolher o seu reitor. Venceu o professor José Geraldo de Souza Júnior, a principal expressão daquela maravilha já tantas vezes abordada aqui: “O Direito Achado na Rua”. Trata-se de uma corrente do, vá lá, pensamento jurídico brasileiro que acredita, sem peias, que o legítimo (sempre as causas ditas “populares”) se sobrepõe ao legal — que estaria a serviço, então, das causas impopulares — vocês sabem: coisa da tal Dona Zelite.

Vá lá... Sou tentando a pôr um pouco de pimenta nessa história e observar que algo que começou com Darcy Ribeiro não poderia dar em coisa muito boa. Mas seria injusto com tanta gente competente, esforçada, trabalhadora, que está na UnB e não endossa a vigarice populista que tomou conta da universidade faz tempo. Há lá bons acadêmicos e alunos que não se deixam cavalgar pela estupidez politicamente correta. Deve ser uma trabalheira danada. São verdadeiros heróis num ambiente completamente conspurcado pela militância a mais estreita, a mais boçal.

Espero que, no país dos petralhas, continuem a resistir aos que tentam criar a universidade dos petralhas. Proponho aos verdadeiros estudantes da UnB: resistam a esses caras; vinguem-se deles. A melhor vingança, acreditem, é estudar, é ler. Um livro, para essa gente, funciona como a kriptonita para o Super-Homem.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Fábio Wanderley Reis na Minha Memória

Algumas postagens atrás surgiu o nome de Fábio Wanderley Reis, segundo Reinaldo Azevedo, agora um lulista. Eu estudei na mesma faculdade onde ele leciona, a Fafich-UFMG. Não sei se ele virou lulista. O fato é que antes tendia ao PSDB.

Ele deu uma entrevista há algum tempo para a TV Assembléia. Nela, curiosamente, ele explicava o Lula com o conceito de "populismo", velho conceito que em sociologia foi usado para explicar 1964, que seria o "colapso do populismo".

Na faculdade, diziam que o Bruno Wanderley Reis, filho do Fábio, é que era simpático. Li um texto dele numa revista em homenagem a um professor marxista, Luiz Bicalho. Bruno me pareceu simpático: será que ele é um petucano ou tucapeta? (conforme o lado do espectro de onde se olha)!

O Fábio queixava-se, na TV, de ser cobrado à esquerda pelos alunos e à direita pelos reitores. Os alunos diziam que ele aprendeu a se defender respondendo rispidamente (para dizer um eufemismo).

O professor escrevia ensaios áridos no jornal O Tempo. Mas na TV, embora ele estivesse nervoso, deu-se bem, esclareceu alguns episódios curiosos. Um foi esse que o Reinaldo cita. Quando o Lula foi eleito, em 2002, ele teria participado de uma reunião (não ficou claro na entrevista) onde os artigos dele teriam sido lidos junto com outros e realmente falou-se mais ou menos o seguinte: Lula precisava aplicar as elites -- como aplacou logo em seguida, em 2002 mesmo -- senão existiria risco de golpe.

Só faço duas observações a esse raciocínio e a outros dele: se nossa democracia só vai ficar madura quando um reformista hipotético governar sem cair com um programa consagrado nas urnas, então ela não está madura ainda, pois o governo Lula não é isso, poderíamos defini-lo como o neoliberalismo com cestas básicas para o povão.

E, se Fábio Wanderley acompanhou o movimento das elites de insatisfeitas para satisfeitas com o Lula já em 2002, toda a retórica de ameaça de golpe contra Lula realizada a partir de 2005 é sabidamente falsa. Creio que a imprensa queria fazer uma onda e causar um impeachment -- mas existiram, quando as denúncias chegaram a Duda Mendonça e salpicaram em Lula e Zé Dirceu -- elementos para isso.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Assim Não, Aécio!

Assim não, Aécio! Ou "Democracia e salvacionismo"
(Ler primeiro o post abaixo)
Aécio Neves é tão simpático, que também eu sou tentado a achar que essa sua visão que mistura catastrofismo com salvacionismo é irrelevante. Também eu penso em fazer como a maioria dos analistas e fingir que ele não disse nada. Mas ele disse.

Então vamos ver: cadê a “radicalização” que, segundo ele, ameaça o futuro do Brasil? Onde ela está? Quero me juntar aos radicais, aos que fazem oposição de raiz... Onde eles estão? No PSDB? Não posso crer. Qual foi a dificuldade real que os tucanos, sejam aecistas, serristas ou de outro “ismo” qualquer menos vistoso, criaram para o Brasil? Ou Aécio aponta, ou serei obrigado a concluir que ele está blefando.

Estariam sendo radicais os tucanos quando, com certa timidez até, cobram do governo providências contra o estado paralelo (ou “estados paralelos”) das escutas telefônicas? Foram radicais na época do mensalão? Ou do dossiê dos aloprados? Ou do dossiê anti-FHC-Ruth? Cadê os radicais, governador? Mostre-me um único voto de vingança dos tucanos — a CPMF não vale porque o governo tinha maioria para aprová-la e não conseguiu. Ademais, as oposições estavam certas: a arrecadação já cobriu com sobra o "buraco".

Por que fico sempre com a sensação de que Aécio se oferece para ser o Salvador de uma mal que não existe? Por que fico com a sensação de que ele “precisa inventar o pecado para, então, inventar o perdão?” Imagino o governador de Minas nos Estados Unidos: “Gente, vamos parar com isso. Vamos nos unir para fazer as reformas de que os Estados Unidos precisam. Pra que tanta divisão?"

Exemplo de Belo Horizonte? Com a devida vênia, a invenção de Aécio e Fernando Pimentel (PT) inaugurou a eleição biônica pelo método democrático. Uma jabuticabaça! Até ser ungido candidato — sim, foi uma unção!—, os belo-horizontinos não conseguiriam distinguir o futuro prefeito, Márcio Lacerda, e seus óculos escuros de uma peça de mortadela. Juntaram-se as duas máquinas, a do PSDB e a do PT, e ele ganhou a Prefeitura. Sem oposição possível. Aécio tem razão: Belo Horizonte não é exemplo de coisa nenhuma — nem de indicadores sociais — pesquisem; não vou abrir uma picada nova no texto.

Aécio tem todo o direito de pleitear a vaga de seu partido para disputar a Presidência da República. É governador de um grande estado, tem uma aprovação popular altíssima, tem trânsito no establishment político e — sim, é verdade — costuma ser poupado pela imprensa — sobre a mineira, há pouco a falar: Minas é um verdadeiro celeiro do “jornalismo propositivo”. Mas ele não pode depredar assim a teoria política nem inventar uma radicalização que não existe.

Depreda a teoria política quando faz crer que a existência de oposição sabota as aspirações populares. A rigor, é o que pensam todos os autoritários. Aécio certamente não é um deles. Parece nos dizer que o que os outros conseguem pela força — anular a oposição —, ele pode conseguir com um acordo, na base do papo. Meio não é fim; método não é finalidade.

Mas esperem um pouco: o bom é não haver oposição? É assim que o Brasil avança? Se o próximo governo for tucano, de Serra ou de Aécio, espero que o PT seja vigilante. Se Dilma for eleita, espero que haja partidos e líderes que se oponham a ela — Aécio, já sei, não deve estar entre eles. Há algo de surrealista nessa conversa toda.

Ah, lamento não compartilhar desse idílio. Esse negócio de “interesse nacional” é um dos velhíssimos mitos da política. Ou você cai nessa porque leu menos do que deveria ou cai porque, sei lá, acredita que a política atrapalha o ambiente de negócios, e é melhor um ambiente de negócios sem política...

Só agora?
Só agora escrevo isso? Ah, não. Faz tempo. Já escrevi rigorosamente a mesma coisa, acreditem, em favor de Lula. Como? Eu poderia remetê-los ao livro O País dos Petralhas (aguardem, está saindo...), mas digo já.

O hoje governista Fábio Wanderley Reis, acadêmico mineiro, escreveu, em 2001, um texto chamado "Brasil ao quadrado? Democracia, subversão e reforma", que foi debatido por banqueiros. Lá pelas tantas, desconfiava: “Creio haver boas razões para reservas quanto à perspectiva de que um Lula ou assemelhado assuma o poder presidencial e o exerça sem mais, até o momento de transferi-lo ao sucessor. Falta a nossa democracia passar por este teste". Eu o critiquei duramente no site Primeira Leitura. Pareceu um flerte, ainda que distante, com um golpe. E não que eu não quisesse, como vocês devem supor, que o PT fosse combatido. Hoje que Reis é lulista, eu continuo a criticá-lo. Ele e Lula podem ter mudado. Eu não.

Não, não me venham apresentar catastrofismos para vender salvacionismos, ainda que nessa versão light, risonha e boa-praça de Aécio Neves. Se a democracia brasileira corre algum risco, ele não decorre de uma inexistente radicalização, mas justamente da “deslegitimação” do discurso oposicionista. Não existe democracia sem oposição, governador! Ademais, o senhor fique tranqüilo: se eleito presidente, creio que não teria dificuldade nenhuma de fazer um acordo com o PT. Qualquer um, de fato, pode fazê-lo desde que pague o preço.
Por Reinaldo Azevedo | 19:19 | comentários (37)

Governador de Minas diz temer o "pós-2010"
Na Folha Online. Comento no post seguinte:
O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), comentou nesta terça-feira a sucessão presidencial e disse temer o pós-2010. O tucano anunciou hoje, no Palácio da Liberdade, a liberação de recursos para obras de infra-estrutura no Estado.
"Eu temo muito, não o resultado das eleições de 2010, alguém vai ganhar, é natural. Eu temo é o pós-2010. Que ambiente nós vamos encontrar? O mesmo ambiente radicalizado de que quem perde as eleições atua no sentido de inviabilizar as reformas propostas por quem ganha ou nós vamos ter, a partir da maturidade que adquirimos tanto nós do PSDB que governamos por oito anos o Brasil como o PT do presidente Lula que governará por oito anos, uma agenda comum?", questionou.
Aécio voltou a dizer que é necessário colocar os interesses da população à frente dos interesses dos partidos. "Acho que essa construção política de Belo Horizonte é uma sinalização, não que precisa ser seguida por outras partes do país, mas que é possível sim você colocar os interesses da população à frente dos interesses dos seus próprios partidos e acho que quem ganha no final é a população."
O governador defendeu ainda a diminuição do radicalismo, que, segundo ele, tomou conta da política brasileira. "Nós sabemos o que precisa ser feito no Brasil. Precisamos fazer reforma tributária, precisamos fazer reforma previdenciária, precisamos enfrentar a questão administrativa, e, antes delas todas, fazer a reforma política."

Agenda
Aécio também comentou que tem buscado compatibilizar a vida de governador com a presença junto a alguns companheiros de seu partido, que disputam cargos nas eleições de outubro.
"Participarei hoje à noite de um jantar de apoio à campanha do Beto Richa [candidato à reeleição em Curitiba], um grande companheiro, uma das grandes vocações políticas da nossa geração. Na semana que vem, tenho um planejamento de estar no Centro-Oeste. Se não me engano, em Campo Grande e em Cuiabá. Existe também um planejamento para a última semana da campanha, entre 24 e 27, para que eu possa estar no Nordeste, a pedido do presidente do meu partido, o senador Sérgio Guerra, que está montando uma agenda para que eu visite de cinco a seis Estados do Nordeste."
Por Reinaldo Azevedo | 18:40 | comentários (18)

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Mirisola chama Nassif e Azevedo de Palhaços

Grande circo místico (um tributo a Arrelia e Carequinha)

Marcelo Mirisola*

Teve uma época em que eu acompanhava o blogue de Reinaldo Azevedo com mais interesse. O homem enfrentava os adversários com argumentos incisivos, e uma boa dose de sarcasmo e humor. Jamais refugava. Gosto disso. No episódio em que tive minhas palavras mutiladas por Paulo Markun, no programa Roda-Viva, Azevedo abriu seu blogue para que eu pudesse contar minha versão dos fatos. Decente. A mesma versão que publiquei no site Observatório da Imprensa e no Jornal de Debates. Uma pena que a coisa mudou. Não que eu tenha perdido completamente o interesse: o blogueiro continua ferino e sarcástico, e sempre é garantia de bom entretenimento... mas já não consigo levá-lo a sério, não como antes.

Tudo começou com a foto dele. Pensei: esse cara sabe calcular; ele sabe que os seus desafetos ficarão entorpecidos diante de sua figura: Reinaldo Azevedo – não dá para negar – alimenta um tipo asqueroso, carnívoro. Parece que se diverte. Que sorri para dentro. Para mim foi fácil associá-lo à figura da harpia. Ou melhor: previsível.

A previsibilidade, aliás, é um tributo que os homens entrincheirados pagam para os inimigos na justa proporção das diferenças que cultivam. No caso de Azevedo, há humor, sagacidade, alto poder de destruição, porém jamais surpresa: os movimentos dele são sempre os mesmos, de certa forma, Azevedo é um alvo fácil – porque sabemos quem ele é.

Voltando à harpia. Reinaldo Azevedo meio que personifica, à guisa desse ser mitológico, as tempestades e a morte. Vejam só: a harpia era encarregada de raptar os seres humanos para oferecê-los ao Deus do Inferno (qualquer semelhança com o mundo virtual não é mera coincidência). Homero descreve esse “ser” na forma de uma sereia-harpia.

Reinaldo Azevedo é uma sereia que foi engendrada a partir da cabeça. Uma sereia lógica (às avessas)... como se isso fosse possível. Seduz pelo que tem de repugnante: um ar clerical mezzo hepático, mezzo ap. de 3 dorms. na Riviera de São Lourenço.

Eis que surge o “Tiozinho do Chapéu”.

Ele soube delimitar um território. E eu tiro o meu chapéu para qualquer um que saiba delimitar territórios. Isso pressupõe uma voz, um lugar (ou a simulação de uma voz... de um lugar). Tanto faz. No caso de Azevedo, o que conta – para o bem ou para o mal – é que estabeleceu uma trincheira destoante (embora previsível). Isso não é nada pouco se levarmos em conta a época bundona em que vivemos. Reinaldo Azevedo poderia ter optado por um distanciamento CDF metido a elegante, do tipo Daniel Piza. Ele, afinal, tem ideologia e verniz para isso. Mas, não! Em vez de ser um prosaico coxinha, optou pelo confronto direto. Não dá para negar que Reinaldo Azevedo é um estrategista: o Tiozinho do chapéu.

O problema é que surgiu uma pedra no caminho de Azevedo, cujo nome é bastante conhecido de todos, trata-se do jornalista Luis Nassif, o antípoda.

Se eu dissesse, aqui, que Reinaldo Azevedo o batizou de “ratazana”, estaria correndo um sério risco de ser desautorizado, e até processado. Eis a questão. Por causa desse entrave, o que antes era um jogo de inteligência acabou virando futrica, troca de recados. De ambos os lados.

Nassif publicou em seu blogue uma série de textos intrigantes, “O Caso Veja”: entre uma e outra notícia do mundo do samba (que eu dispenso), ele relata o suposto modus operandi de uma suposta “máfia de jornalistas” que tomou de assalto a redação da revista de maior circulação do país, a Veja.

Dizer que Nassif “desmonta” essa estrutura seria tomar partido de Nassif, coisa que eu sinceramente gostaria de fazer. Eu juro por Deus, queria tomar partido. Mas para isso precisaria que os lados em questão fossem francos, e que também tomassem partido. Como posso confiar num cara que manda recadinhos herméticos para o jornal em que trabalhava na forma de peidos de elefante? Pra começo de conversa: queria saber por que Nassif saiu da Folha de S. Paulo. Foi mandado embora? Uma certa “ratazana” teria cometido falcatruas? Depois de quase 15 anos de jornal, de um dia para o outro, Nassif desaparece, e o jornal não dá sequer uma nota? O que aconteceu, afinal?

Quanto mais Nassif manda recados (publicou em seu blogue a foto de Octavio Frias, falecido publisher da Folha de S. Paulo, dando a entender que “naquela época” as coisas eram diferentes), enfim, quanto mais Nassif fala de elefantes em salas de visita, mais minha desconfiança aumenta... é tudo muito esquisito, e suspeito. O leitor da Folha de S. Paulo teria consumido informações de um “lobista” ao longo de todos esses anos? – quem sugere é Reinaldo Azevedo. Se for isso mesmo, quero tomar partido de Azevedo. É isso mesmo? Seria o caso de acionar o ombudsman ou o Procon?

Uma alma quase isenta diria: “O problema é da Folha. Quando Bernardo Carvalho deixou de escrever, o jornal também não publicou nenhum comunicado”. Ora, a coluna de Bernardo Carvalho não provocava exatamente oscilações no pregão da bolsa de valores.

Enquanto essa situação não for esclarecida, simplesmente não posso confiar nos textos devastadores e implacáveis que Nassif publica em seu blogue. Da mesma forma que não posso acreditar no brilhantismo de Azevedo, uma vez que ele, em vez de nomes, chama os bois pelo apelido. Quem é quem nesse jogo? Quem ganhou e quem está perdendo os processos? Notícias de primeira instância me interessam.

Será que só os advogados é que podem se divertir a essa altura do campeonato? Agora que a chapa esquentou, o leitor vai ficar de fora? Para ser fofoqueiro, palpiteiro e canastrão, eu me basto. Às vezes penso que esses dois blogueiros não têm idéia do tamanho do circo que proporcionam aos seus leitores. E já que não dá para tomar partido, a única coisa que me resta é acompanhar o incêndio no picadeiro, e aplaudir as palhaçadas. A última, impagável, veio do blogue do Nassif.

Lembram da figura do velho canalha vendido a interesses escusos? (Ianques! Cuidado, os Ianques!); então, Nassif o substituiu pelo inocente cavalgado. Isso é muito engraçado.

Nassif é tão previsível quanto Azevedo, aliás.

Às vezes dá a impressão de um Big Brother incontrolável. Leitores enfurecidos de um lado, e de outro. Fla x Flu. Ameaças, injúrias, aulinhas de gramática e lenha nos opositores. Difamações generalizadas (porém, cuidadosamente em suspensão); interesses inconfessáveis, a defesa intransigente da verdade, da honra, das leis e da ordem. Indignação! Exemplos de conduta e civilização acompanham o câncer dos blogueiros e os respectivos desempenhos sexuais. Um coquetel folhetinesco servido à sanha da dona de casa internauta.

Ah, a dona de casa internauta! Essa é a grande personagem: ela participa com dedicação, e tem absoluta convicção de que o seu comentário vai alterar os rumos da eleição norte-americana... as mais modestas empenham-se em derrubar o Lula diariamente. Ah, meu Deus.

Reinaldo Azevedo e Luis Nassif aliciam pequenas multidões para suas causas. Comandam verdadeiros exércitos virtuais. E os soldados os abastecem de futricas, informações confidenciais, dossiês explosivos, estatísticas incontestáveis, citações eruditas e tudo, enfim, que caiba na algibeira ideológica do novo cruzado de um lado, ou do árabe explosivo de outro. Os generais agradecem a colaboração compungidos, exortando os fiéis a continuar na luta. Eita!

E eu me divirto. Nunca dei tanta risada como na ocasião em que Mario Sabino, editor da Veja e inimigo número um de Nassif, publicou uma carta no blogue de Reinaldo Azevedo para provar para as donas de casa – com todos os alvarás e certidões negativas – que ele, além de homem sério, ético e trabalhador, era também e sobretudo um gigante literário.

Nassif, claro, deitou e rolou. Quando abri os comentários no blogue de Nassif, achei uma pérola. Um internauta dizia mais ou menos que tinha pena de Mario Sabino porque ele “confundia a atividade executiva com imortalidade”... em seguida, o internauta traçou algo parecido com um perfil psicológico do escritor-editor, e diagnosticou “problemas primários de vaidade não correspondida”... ah, meu Deus... estou me contorcendo de tanto rir, e encerrava o comments dizendo que “nem Kafka, em seus delírios mais febris de rejeição”, enviaria uma carta aos seus leitores para provar que era o maior de todos... resultado, segundo o internauta: Sabino era “uma fraude como executivo, e um mico como escritor”.

Isso é muito engraçado. Suponho que a dona de casa e leitora da Veja deve ter estrilado e, é claro, imediatamente acionado seu blogueiro de confiança, cobrando reações imediatas. O Tiozinho do Chapéu corresponderia lavando a honra de Mario Sabino, o maior autor da língua portuguesa desde Camões, mas sobretudo lavaria a honra da dona de casa inconformada, e das amigas do Clube Pinheiros. Previsível, folhetinesco. Não dá pra levar a sério.

Quando Reinaldão Azevedo ficou amiguinho do “maconheiro” e “depravado” Gerald Thomas, algumas fiéis não perdoaram o deslize e ameaçaram abandonar o blogue. Oóóóóó. E agora? Fico pensando com meus botões: quem é que vai dar chutes e pontapés nas viúvas de Azevedo? Aliás, o sadomasoquismo explícito e doentio é moeda corrente no blogue do Tiozinho do Chapéu. Ele adora disciplinar e chutar traseiros (e usa a lógica, e a ética e a moral e os bons costumes, para penabundear os incautos que atravessam seu caminho). Assim conseguiu transformar o porra-louca Gerald Thomas num filho de Maria, isso é genial. Nassif faz a linha Vila Madalena, técnico-estatístico-ódoborogodó.

Teve um internauta que, a partir da foto postada por Nassif, chamou Mario Sabino de Tio Chico das letras. Tive câimbras de tanto rir. Não dava para negar, realmente o maior escritor do Brasil, inspirava... nada mais nada menos que... a carranca ameaçadora de Tio Chico! Aquele mesmo da família Adams! Seria assustador se não fosse absurdamente ridículo, e engraçado.

Já pensaram? As faces do mal. O Tiozinho do Chapéu e Tio Chico. Os dois tiozinhos, lá na torre do edifício Abril, arquitetando maldades inomináveis contra o direito dos fracos e oprimidos. Às margens da poluída marginal do rio Pinheiros. Um céu escuro cortado por trovões mefistotélicos. Cabrum!!

De qualquer forma, a foto tenebrosa coincidiria com os métodos de Mario Sabino – quem diz é o Nassif, hein? – de cavalgar subordinados. Segundo a lógica hípica de Nassif, o terceiro do eixo maléfico, Diogo Mainardi, seria cavalgado por banqueiros suspeitíssimos e defenderia interesses cabeludos de lobistas ameaçadores, e numa escala hierárquica de ferreiros e ferrados, a coisa descambaria para Jerônimo Teixeira, o boca maldita da Veja, ele mesmo, Jerônimo Teixeira: autor de um livro chamado Pedacinho de Céu (uiii que medo), essa fera temida pelo stablishment cultural brasileiro – diz o Nassif – seria cavalgada por Tio Chico em pessoa. Que, embora cavaleiro e adestrador dos mais implacáveis, não escaparia de oferecer o próprio lombo para algum figurão imediatamente acima dele, e assim por diante.

Ninguém estaria livre de cavalgar e ser cavalgado por uma estrada nada colorida. Nesse exato momento alguém estaria cobiçando a próxima garupa, talvez o lombo de Carlos Graieb, ou do pônei Miguel Sanches Netto: esse, coitado, deve ter ouvido o galo cantar, mas não sabe exatamente sobre qual costado.

As teorias eqüestres-conspiratórias de Luis Nassif realmente são muito divertidas, e até o José Padilha, cavalgado pelo Urso de Ouro, não escaparia dessa maldição. Os últimos cavalgados da lista, seguindo essa lógica delirante, seriam os incautos e ingênuos leitores da revista Veja, é um circo ou não é?

Definitivamente, esses blogueiros – talvez sem saber? – são os responsáveis diretos pela volta triunfante e pela inclusão irrevogável de Arrelia e Carequinha no debate nacional. Tem goiabada? Tem sim, senhor! Tem marmelada? Tem sim, senhor! E o palhaço, quem é?

*Marcelo Mirisola, 41, é paulistano, autor de O herói devolvido, Bangalô, O azul do filho morto (os três pela Editora 34), Joana a contragosto (Record), entre outros. Publica em revistas, sites e jornais de todo país. No prelo, Proibidão (Editora Demônio Negro).

PUBLICADO EM:10/03/2008

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A Cara da Veja no Blog do Nassif

Slogan da nova campanha publicitária de Veja:

"Veja, indispensável para o país que queremos ser"

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A cara da Veja, para todos os leitores que freqüentam o portal da revista, é o Blog de Reinaldo Azevedo.

Assista à campanha institucional da revista. Repare nas imagens, mostrando os problemas nacionais, a miséria, as criancinhas, a violência. E confira, na prática, “qual o país” que Veja quer ser.

Uma revista é o que ela publica, não o que a publicidade imagina.

Azevedo foi um jornalista apagado até os 40 anos de idade. Depois, entrou para a revista “Primeira Leitura”, que cerrou as portas quando foi denunciado o esquema de patrocínios políticos que a mantinha.

Foi, então, contratado por Mario Sabino para se tornar o blogueiro da Veja, incumbido dos ataques aos adversários e da bajulação aos aliados e à empresa. Pratica ambos com notável desenvoltura.

Dedica a Sabino temor reverencial. Quando não recebe ordens diretas da direção, procura se antecipar ao que considera ser a opinião da revista.

Às vezes erra e entra em pânico.

Quando Barack Obama despontou nas pesquisas, escreveu comentário preconceituoso contra ele. No final de semana a edição da revista elogiava o candidato. Sua reação foi um e-mail temeroso a Sabino, perguntando das conseqüências do escorregão.

Acalmou-se quando recebeu o “nihil obstat”. Passou recibo no Blog, divulgando o e-mail súplice e a absolvição generosa.

Tenta reproduzir o ideal “yuppie” do grupo, como apregoar que sempre foi bem sucedido (até os 40 anos era jornalista apagado; até dois anos atrás, jornalista desempregado), gostar de uísque escocês e separar parte de suas cinco horas de sono para “fazer amor”. Aprecia quando comentários supostamente assinados por leitores (grande parte dos comentários é de "anônimos", que tanto podem ser leitores quanto o próprio blogueiro) realçam sua inteligência e charme.

Gosta de ser chamado de "meu Rei" e "tio Rei" pelos leitores. Esbanja preconceito contra negros, mulheres, abusa de um linguajar chulo, não tem limites para caluniar ou difamar críticos da revista.

Seu blog participa do circuito de blogs que fazem eco às "denúncias" lançadas pelo lobby de Daniel Dantas.

É reconhecidamente pessoa desequilibrada, com pendores homofóbicos. Tem obsessão por insinuações sexuais contra adversários e é especialmente agressivo com mulheres. Consegue saltar, sem nenhum filtro, da agressão mais escatológica contra os "inimigos" à bajulação mais rasteira às chefias.

Em qualquer publicação, independentemente do porte, seu desequilíbrio seria contido dentro de limites editoriais. Na Veja de Eurípedes-Sabino não só tem autorização para fazer o que quiser -até sugerir "boquetes" ao presidente - como é estimulado a isso.

Graças à falta de discernimento de Eurípedes e Sabino e à pouca importância que ambos - mais a Abril - dedicam ao trabalho de preservação da imagem da revista, Azevedo representa uma espécie de caricatura, a parte mais grotesca do processo de degradação editorial da revista. É um esgoto sem filtro. Todo o seu desequilíbrio é despejado diariamente no Blog e sua atuação festejada por Sabino.

Hoje em dia, junto ao universo crescente dos freqüentadores da Internet, a imagem de Veja tornou-se irremediavelmente ligada à de Azevedo, o "tio Rei". É o exemplo mais acabado do processo de deterioração moral e editorial que tomou conta da revista.

Confira a cara da Veja:

Por Reinaldo

“Ô Tomaiz, faiz um Bequéti aí pra mim vê se ocê é bão mesmo"

"Um momento lindo nos aguarda: o petralhismo filtrado pela ópera (e bunda) seca de Gerald Thomas. Seca, mas molhada pelo capilé oficial. Em visita ao “Hemisfério Sul” como diz, Thomas deveria ir ao Palácio do Planalto. Aí o Apedeuta poderia lhe dizer: “Ô Tomaiz, faiz um Bequéti aí pra mim vê se ocê é bão memo". E ele, claro, fará. Como sempre"

“Os publicadores de releases, batedores de carteira e caloteiros estão submetendo a tal premiação a um ridículo estupendo. E os cachorros loucos estão à solta. As cadelas também”

De uma tal Lais F., recebo o que segue. (...) Lais F? Seria a mãe intelectual de Christiane F?”

“Entrei no site da vereadora (…) Ali, a coroa (...) aparece num desenho simpático, todo catita, em que finge ter 13 anos. Essa imagem de Lolita — que já ficou tempo demais na grelha se você tem olhos para ver — é diligentemente cultivada pela vereadora, que gosta de falar aos jovens e sentar de um jeito descontraído. No que me diz respeito, eu escondo dela as minhas crianças. Eu não tenho nada contra coroas, deixo bem claro. Muito pelo contrário. Mesmo! Desde que não miem como gatinhas”.

"Imaginem o sujeito olhar a própria cara triste no espelho, todos os dias, e constatar: “Sou um vendido, um vagabundo, um pilantra”. Mais: “Não pago as minhas dívidas: nem as públicas nem as privadas”".

"Dizer o quê? O sujeito não seria um vendido, um vagabundo, um pilantra e um caloteiro se não fosse também invejoso e mentiroso. Ele conseguiria fazer um blog de sucesso como este? Não. É um analfabeto. Mas poderia ao menos tentar. Só que é preciso trabalhar em vez de bater a carteira alheia."

"Alguns sugeriram que eu peça emprestada àquele lá a botinha cor-de-rosa. Xiii, acho que não vai dar. Para usar aquilo é preciso ter um passado, hehe. Vai que o Alexandre Frota olhe pra mim e diga: "Huuummm, que matéria!". E cobre de mim aquele rodopio sensual e manemolente. Não estou preparado para emoções fortes com esta idade..."