O PT de Bom Despacho mostra mais uma vez que o buraco é sem fundo: em nome do diretório local, Dr. João Batista (João Faquinha) acompanhou um vereador da base do prefeito Haroldo Queiroz em entrevista à rádio Difusora, fazendo exatamente o que o prefeito disse que um vereador deve fazer: sair pedindo apoio para obras na cidade, em troca do quê, não sei. Enquanto isso, Célio Luquine, ex-prefeito de Bom Despacho, derrotado nas últimas eleições para vereador (filiado ao PT), está em BH participando da gestão do empresário Márcio Lacerda. Vejam abaixo um artigo sobre como é essa gestão:
Márcio Lacerda privatiza 81 bens públicos de Belo Horizonte e o governo de MG sucateia Copasa
Minas Livre - [Carlos Alberto Cândido] Está no noticiário, mas ninguém parece ter se dado conta da importância do fato nesta cidade de imprensa submissa: o prefeito Márcio Lacerda (PSB) vai promover a maior privatização de imóveis públicos que Belo Horizonte e talvez qualquer cidade brasileira já viu. Serão 81 imóveis municipais, que irão a leilão, inclusive o Mercado Distrital da Barroca e a mansão residencial do prefeito, localizada às margens da Lagoa da Pampulha, próximo do Museu de Arte, e que tem um painel de Guignard. A informação é que o painel será retirado, mas até que isso aconteça, é melhor desconfiar.
O pior, porém, é ver dezenas de terremos desocupados, com tamanhos variando entre 1 mil e 10 mil metros quadrados, segundo notícia do Estado de Minas, se transformarem em mais espigões. Se tem uma coisa de que Belo Horizonte não precisa hoje é que áreas públicas se transformem em empreendimentos imobiliários. Muito melhor seria ver esses lotes virarem praças e parques, para lazer da população, com muitas árvores para ajudar a despoluir o ar. Ao contrário do que se diz, Belo Horizonte tem pouquíssimas áreas verdes; tem muitas árvores, mas elas estão nos passeios.
Em Belo Horizonte é impossível até andar nos passeios, tomados por lixos, lixeiras, postes, árvores, canteiros, carros e motos estacionados, obras de construção, mesas de bar, cocôs de cachorro, orelhões, caixas de correio e uma infinidade de obstáculos. Áreas públicas são uma necessidade nas grandes cidades. Quando as pessoas moram em casas, têm quintais e conhecem os vizinhos, a vida comunitária se forma assim. Quando casas são substituídas por edifícios, esse convívio desaparece juntamente com espaços privados.
É preciso, portanto, criar praças, parques, espaços de lazer, com bastante verde, para que as pessoas convivam e façam caminhadas, para que crianças brinquem e idosos possam sair dos apartamentos. O prefeito, que mora num condomínio em Nova Lima e se considera moderno, que é rico e já viajou o mundo inteiro, deveria saber disso, pois as grandes metrópoles mundiais estão preocupadas com espaços públicos. Mas não, sua política é de privatizar os espaços públicos e administrar a cidade como se fosse uma empresa lucrativa.
Foi o que fez com a Praça da Estação, cujo uso agora só se dá mediante pagamento de aluguel. Para que um artista se apresente na Praça 7, agora tem que ter alvará, como mostra notícia publicada neste portal. O prefeito gosta também de transformar áreas verdes em empreendimentos imobiliários, como está fazendo com a Mata do Isidoro, que será transformada na Vila da Copa, visando a abrigar delegações para a Copa da Fifa.
A privatização dos espaços públicos será certamente a marca do mandato do prefeito empresário, que tenta administrar Belo Horizonte como uma empresa: o que não dá lucro – cultura, por exemplo – não tem serventia. Não à toa recebeu vaia monumental do maior auditório da cidade, o Palácio das Artes, durante o Festival Internacional de Teatro (FIT), em agosto passado. Já tinha passado por isso na festa de encerramento do festival Comida di Buteco, em maio.
Empresário da cidade, o prefeito atua como auxiliar do capital, que destrói rapidamente todos os espaços vazios da cidade, derruba casas, escolas e até clubes – como acontecerá, ao que tudo indica, com o centro de lazer do América, no Bairro Ouro Preto – para erguer no lugar enormes edifícios.
É dever da prefeitura conter a especulação imobiliária, em defesa da qualidade de vida para os belo-horizontinos. Em vez disso age ela também a favor da deterioração do município. A intenção, diz a notícia, é fazer um caixa de R$ 200 milhões. O mercado vale no mínimo R$ 19,5 milhões; a casa do prefeito, R$ 1 milhão (só? Este é o preço de um apartamento na zona sul…). O governo FHC mostrou o que acontece com dinheiro de privatizações: desaparece sem trazer nenhum benefício social.
É incrível que nenhum representante dos belo-horizontinos, nenhum vereador, nenhuma organização da sociedade tenha ainda se levantado contra a realização desse crime contra o patrimônio público, movendo, inclusive, uma ação na justiça.
Um observatório da imprensa para a cidade de Bom Despacho e os arquivos do blog Penetrália
Mostrando postagens com marcador PT. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador PT. Mostrar todas as postagens
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Blog de Yoani Sánchez em português: divirtam-se
Pessoal: verifico, hoje, que embora os posts de Yoani Sánchez sejam traduzidos e embora o tradutor frequente o blog do Reinaldo Azevedo, ele aparentemente teme divulgar que os textos dela estão disponíveis também em português, porque o debate em português não está favorável à corrente ideológica deles, que só sabe xingar. Então, aí vai:
http://desdecuba.com/generaciony_pt/
Como o que mais existe lá são difamadores do PT e da esquerda em geral, sugiro que todos os meus leitores dessa orientação e de outras passem lá para fazerem um belo debate. É um blog chat, sem moderação, situado num país pária da comunidade internacional, onde aparentemente vale tudo para insultar o regime cubano. Parece ter um nick do Reinaldo, um tal "Dirceu". Já pensaram que divertido um blog chat com Reinaldo Azevedo, que é o que ele mais teme e proíbe no blog dele? kkk! Então, "petralhas", criem nicks, enfim, entrem lá, DIVIRTAM-SE! Um bom substituto do blog do Gerald, que fechou.
http://desdecuba.com/generaciony_pt/
Como o que mais existe lá são difamadores do PT e da esquerda em geral, sugiro que todos os meus leitores dessa orientação e de outras passem lá para fazerem um belo debate. É um blog chat, sem moderação, situado num país pária da comunidade internacional, onde aparentemente vale tudo para insultar o regime cubano. Parece ter um nick do Reinaldo, um tal "Dirceu". Já pensaram que divertido um blog chat com Reinaldo Azevedo, que é o que ele mais teme e proíbe no blog dele? kkk! Então, "petralhas", criem nicks, enfim, entrem lá, DIVIRTAM-SE! Um bom substituto do blog do Gerald, que fechou.
Marcadores:
blog da Yoani,
PT,
Reinaldo Azevedo,
versão em português
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
O Desmanche do PT -- e de Lula
Nota do Lúcio: para mim, já desmanchou há muito. É questão de enterrar a alma, pois o corpo já tá podre há muito tempo.
Laerte Braga
Há um pensamento dominante entre petistas que qualquer crítica ao governo Lula signifique apoio, ou consentimento, ou ajuda, a manobras tucano/democratas para eleger José Serra em 2010. Ou o tresloucado governador de Minas Aécio Neves. Petistas não têm o hábito de olhar para o próprio umbigo e perceberem os equívocos cometidos pelo governo Lula e pelo partido numa trajetória errática que, mesmo com os altos índices de aprovação do presidente, não o exime de críticas.
Uma coisa são as alianças podres do governo e outra coisa são os podres tucanos e fétidos democratas. Eu não votaria em Aluísio Mercadante para nada. Mas entendo sua decisão de renunciar à liderança da bancada do partido no Senado. Não votaria nele, mas há diferenças abissais entre Mercadante e Jereissati ou qualquer tucano. Mercadante é um sujeito decente, tucano não sabe o que é isso.
O problema é que Sarney é um dos cânceres da política nacional e como todo câncer precisa ser extirpado. Do contrário todo o organismo fica comprometido. E não há nenhum milagre no fato de Lula ser mais popular que FHC. Qualquer um que não seja tucano ou democrata em qualquer canto do mundo.
O xis da questão é que quando os eleitores se libertaram do jugo corrupto dos tucanos, do governo FHC, elegeram Lula para fazer o contrário. Lula não fez. Dourou a pílula, evitou uma ou outra das costumeiras besteiras de FHC, o caráter entreguista do governo, mas não foi além do “capitalismo a brasileira”, perfeita definição de Ivan Pinheiro.
E isso, evidente, porque há uma diferença de caráter entre o atual presidente e o ex-presidente. Lula não é bandido. Mas também não é mocinho.
A senadora Marina da Silva viveu na pele, sofreu, agüentou, tentou de todas as formas, que políticas ambientais – era o que lhe cabia no governo enquanto ministra – obedecessem ao programa do seu partido, o PT.
Esbarrou no pragmatismo de setores do governo e do partido, numa aliança inacreditável que levou, por exemplo, o norte-americano Henry Meireles (algumas pessoas chamam de Henrique) à presidência do Banco Central.
Em busca de uma “governabilidade” que não tinha nada a ver com os anseios e aspirações dos brasileiros que o elegeram, Lula juntou-se a partidos e políticos inaceitáveis em qualquer circunstância.
O que foi o mensalão? A jogada perversa, mas fria, planejada e pensada de um político ligado à ditadura militar, com postura de extrema-direita, mas corrupto confesso, Roberto Jéferson, em favor de tucanos.
Por detrás da postura de Jéferson havia apenas um jogo de interesses e o ex-deputado não fez nada daquilo por acesso de bom caratismo, até porque nada do que disse ficou provado até hoje. Ao contrário da compra de votos para aprovar a emenda constitucional da reeleição no primeiro governo de FHC. Mas Lula deixou-se enredar e cada vez mais foi atolando seu governo e seu partido num PMDB tucano, sob a batuta de Michel Temer e noutra faceta, a do coronelismo, sob a regência de José Sarney.
Existe algo maior que Lula e o PT. Não inventaram nem a esquerda e nem a luta popular. Se faz parte do governo uma figura com a estatura de Celso Amorim, ou do secretário geral do Itamaraty, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, do ministro da Saúde, que por sinal é do PMDB, José Carlos Temporão, fez parte até pouco tempo um embuste chamado Mangabeira Unger. Está no Ministério das Comunicações um político no mínimo complicado, Hélio Costa.
Quais os avanços reais e efetivos na reforma agrária? Por que a entrega de ponderável parte do pré sal?
A opinião pública foi iludida no governo FHC com a conversa fiada que privatizando o governo teria mais dinheiro para a saúde, a educação e políticas sociais de reais e efetivos avanços, na prática, o programa bolsa família, tocado com a competência e a seriedade do ministro Patrus Ananias (uma das exceções positivas), mas e daí?
O governo Lula caiu na armadilha da política rasteira de Brasília, uma espécie de ilha da fantasia e os aspectos positivos acabam se perdendo nessa “arraia miúda”, pagando o preço de defender um dos mais corruptos e venais políticos do Brasil contemporâneo, exatamente José Sarney.
O Senado todo é uma desnecessidade como afirma o jurista Dalmo Dalari de Abreu? Num projeto político de governo popular é sim. Não importa que existam cinco ou seis senadores decentes. A chamada Câmara Alta pratica a mais baixa forma de política.
Lula pensou pequeno.
A senadora Marina da Silva, à frente do Ministério do Meio-ambiente, tratou de defender interesses nacionais para além dos específicos de sua pasta.
A Amazônia é talvez o maior desafio para o País, ao lado do problema da Comunicação em poder de grupos controlados de fora. Por gente de fora. De olho na Amazônia.
Quando candidato a presidente Lula falava em projeto Brasil. Onde está? Nos acordos feitos com a MONSANTO para a produção de transgênicos? Na VALE privatizada? Na EMBRAER em mãos do capital estrangeiro?
Na PETROBRAS acossada dia e noite por bandidos do porte de Jereissati, FHC, Arthur Virgílio, de olho nas contas bancárias e nas contribuições das empresas estrangeiras do setor petrolífero?
Há dias a Marinha brasileira divulgou um comunicado oficial repudiando e desmentindo o jornal THE GLOBE (alguns conhecem como O GLOBO) sobre a questão dos submarinos movidos a propulsão nuclear. Já poderíamos ter pelo menos três desses submarinos tomando conta das costas, do litoral do Brasil e não o temos por conta do jogo de empurra e entrega do governo FHC e da falta de decisão do governo Lula. A decisão veio agora e como compensação política. Não como parte de um projeto de defesa da soberania nacional e da integridade de nosso território que passa pelo mar territorial brasileiro. São indispensáveis, os submarinos.
Pior ainda. A Aeronáutica brasileira está a mercê de interesses norte-americanos e de Israel no que diz respeito a ser reequipada com caças à altura das reais necessidades da segurança nacional. É um problema que rola desde os tempos de FHC e Lula não resolveu. Só procurou equilibrar-se na conversa de uma no cravo e outra na ferradura, ou em soluções paliativas.
Segurança não pode confundido com empregado do CARREFOUR levando um negro para um quartinho (a empresa é cúmplice, é bandida) pelo fato de ser negro e, portanto, suspeito de ser ladrão. Uai! FHC é branco. Sarney apesar de pintar cabelos e bigodes de preto é branco. E nunca ninguém levou os dois para quartinho escuro.
A política de Lula para a Amazônia, para além da questão ambiental, inexiste. Ou o que existe é um outro exercício de equilibrismo entre as mega concessões feitas a setores e grupos privados e as palhaçadas do ministro Minc com dados estatísticos que não comprovam coisa alguma no essencial.
Falta decisão política efetiva de uma integração latino-americana que exclui tropas no Haiti. E um monte de outras coisas.
Onde o governo Lula consegue avanços – e existem – é onde estão figuras que na verdade garantem o mínimo de credibilidade e visibilidade desses avanços. Do contrário seria só uma exibição fantástica de carisma de Lula, inegável, mas compreensível se comparado com alguém como FHC, uma figura que tipifica o ser amoral. Sem escrúpulos.
Ou você acha que Obama chama Lula de “o cara” por que?
O governo dá a sensação, outro ponto, que não atinou para a grave ameaça à soberania nacional e especificamente a Amazônia, no que diz respeito ao acordo militar entre a Colômbia e os Estados Unidos. Sete bases militares para “combater o narcotráfico”? Ora, o narcotráfico, segundo o departamento de combate às drogas do governo dos EUA, está no governo colombiano. Em Álvaro Uribe.
E é o que menos importa. Importa o controle da Amazônia. Quando a GLOBO e outros se referem às FARCs como “terroristas” estão apenas tentando criar na opinião pública – e criaram – o monstro que devora criancinhas, mata idosos, não permite a democracia, quando no duro, as FARCs são um ponto de resistência ao avanço dos EUA sobre a Amazônia brasileira ou não.
Em seguida ao cancelamento da visita do presidente do Irã ao Brasil, o líder sionista (sinônimo de fascismo) que ocupa o ministério das Relações Exteriores de Israel apareceu por aqui para deitar falas sobre cooperação, de olho em comunidades palestinas no sul do País e na água, no controle da tríplice fronteira, onde agem às escancaras terroristas do MOSSAD.
Por que o governo brasileiro não rompeu relações diplomáticas com o governo golpista de Honduras? Qual a razão da presença de tropas brasileiras no Haiti num processo de ocupação e repressão ao sabor dos interesses dos EUA?
Marina da Silva não é a ponta de um iceberg. É o próprio. Não agüentou digerir tantos sapos assim. E existem diferenças fundamentais entre ela e Heloísa Helena. A senadora Marina tentou de todas as formas resistir dentro do PT. Não é uma temperamental como a alagoana. E não vai aqui nenhuma crítica sobre conduta em relação a Heloísa Helena, só a forma, ao jeito.
A decisão de deixar o partido foi consciente. Pensada e pesada. O que vai fazer daqui para a frente é outra conversa. Se se deixar ludibriar pelo canto de tucanos e democratas joga fora sua história. Não creio que faça isso. A senadora não dá mostras, nunca, de assimilar a convivência com pústulas padrão José Serra.
O problema Marina da Silva não é só Marina da Silva, o tamanho da perda (imenso). É o processo autofágico de Lula e do PT.
Isso significa que presidente e partido são absolutamente irresponsáveis no que diz respeito à luta popular e pensam apenas e tão somente na política menor de um institucional carcomido pela corrupção e pelo entreguismo.
Não se pode exigir das pessoas que fechem os olhos a isso e apóiem incondicionalmente o governo e seu partido.
Apoio incondicional, um político mineiro dos velhos tempos dizia que a gente “só presta a mãe”.
O que está em jogo é bem maior que Lula e o PT.
Os caminhos são outros. Ou esse País vira estado norte-americano, república de bananas, com bases militares no Nordeste como querem os EUA, sob a batuta de bandidos tucanos democratas à frente José Serra e toda a corte FIESP/DASLU.
Na luta pelo Brasil soberano, independente e justo, Lula e o PT são episódicos. Essa construção está acima deles. E a resistência se estende a atitudes e posturas como a de aliar-se a figuras como Sarney. Não se trata de sobreviver a nada, mas tão somente de criar condições de governabilidade dentro de um processo corrupto e anti-nacional.
É abrir as portas para José Serra em 2010. Ou pior, o irresponsável do governador de Minas. O tal que não tem dinheiro, mas compra apartamento de 12 milhões de reais.
Laerte Braga
Há um pensamento dominante entre petistas que qualquer crítica ao governo Lula signifique apoio, ou consentimento, ou ajuda, a manobras tucano/democratas para eleger José Serra em 2010. Ou o tresloucado governador de Minas Aécio Neves. Petistas não têm o hábito de olhar para o próprio umbigo e perceberem os equívocos cometidos pelo governo Lula e pelo partido numa trajetória errática que, mesmo com os altos índices de aprovação do presidente, não o exime de críticas.
Uma coisa são as alianças podres do governo e outra coisa são os podres tucanos e fétidos democratas. Eu não votaria em Aluísio Mercadante para nada. Mas entendo sua decisão de renunciar à liderança da bancada do partido no Senado. Não votaria nele, mas há diferenças abissais entre Mercadante e Jereissati ou qualquer tucano. Mercadante é um sujeito decente, tucano não sabe o que é isso.
O problema é que Sarney é um dos cânceres da política nacional e como todo câncer precisa ser extirpado. Do contrário todo o organismo fica comprometido. E não há nenhum milagre no fato de Lula ser mais popular que FHC. Qualquer um que não seja tucano ou democrata em qualquer canto do mundo.
O xis da questão é que quando os eleitores se libertaram do jugo corrupto dos tucanos, do governo FHC, elegeram Lula para fazer o contrário. Lula não fez. Dourou a pílula, evitou uma ou outra das costumeiras besteiras de FHC, o caráter entreguista do governo, mas não foi além do “capitalismo a brasileira”, perfeita definição de Ivan Pinheiro.
E isso, evidente, porque há uma diferença de caráter entre o atual presidente e o ex-presidente. Lula não é bandido. Mas também não é mocinho.
A senadora Marina da Silva viveu na pele, sofreu, agüentou, tentou de todas as formas, que políticas ambientais – era o que lhe cabia no governo enquanto ministra – obedecessem ao programa do seu partido, o PT.
Esbarrou no pragmatismo de setores do governo e do partido, numa aliança inacreditável que levou, por exemplo, o norte-americano Henry Meireles (algumas pessoas chamam de Henrique) à presidência do Banco Central.
Em busca de uma “governabilidade” que não tinha nada a ver com os anseios e aspirações dos brasileiros que o elegeram, Lula juntou-se a partidos e políticos inaceitáveis em qualquer circunstância.
O que foi o mensalão? A jogada perversa, mas fria, planejada e pensada de um político ligado à ditadura militar, com postura de extrema-direita, mas corrupto confesso, Roberto Jéferson, em favor de tucanos.
Por detrás da postura de Jéferson havia apenas um jogo de interesses e o ex-deputado não fez nada daquilo por acesso de bom caratismo, até porque nada do que disse ficou provado até hoje. Ao contrário da compra de votos para aprovar a emenda constitucional da reeleição no primeiro governo de FHC. Mas Lula deixou-se enredar e cada vez mais foi atolando seu governo e seu partido num PMDB tucano, sob a batuta de Michel Temer e noutra faceta, a do coronelismo, sob a regência de José Sarney.
Existe algo maior que Lula e o PT. Não inventaram nem a esquerda e nem a luta popular. Se faz parte do governo uma figura com a estatura de Celso Amorim, ou do secretário geral do Itamaraty, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, do ministro da Saúde, que por sinal é do PMDB, José Carlos Temporão, fez parte até pouco tempo um embuste chamado Mangabeira Unger. Está no Ministério das Comunicações um político no mínimo complicado, Hélio Costa.
Quais os avanços reais e efetivos na reforma agrária? Por que a entrega de ponderável parte do pré sal?
A opinião pública foi iludida no governo FHC com a conversa fiada que privatizando o governo teria mais dinheiro para a saúde, a educação e políticas sociais de reais e efetivos avanços, na prática, o programa bolsa família, tocado com a competência e a seriedade do ministro Patrus Ananias (uma das exceções positivas), mas e daí?
O governo Lula caiu na armadilha da política rasteira de Brasília, uma espécie de ilha da fantasia e os aspectos positivos acabam se perdendo nessa “arraia miúda”, pagando o preço de defender um dos mais corruptos e venais políticos do Brasil contemporâneo, exatamente José Sarney.
O Senado todo é uma desnecessidade como afirma o jurista Dalmo Dalari de Abreu? Num projeto político de governo popular é sim. Não importa que existam cinco ou seis senadores decentes. A chamada Câmara Alta pratica a mais baixa forma de política.
Lula pensou pequeno.
A senadora Marina da Silva, à frente do Ministério do Meio-ambiente, tratou de defender interesses nacionais para além dos específicos de sua pasta.
A Amazônia é talvez o maior desafio para o País, ao lado do problema da Comunicação em poder de grupos controlados de fora. Por gente de fora. De olho na Amazônia.
Quando candidato a presidente Lula falava em projeto Brasil. Onde está? Nos acordos feitos com a MONSANTO para a produção de transgênicos? Na VALE privatizada? Na EMBRAER em mãos do capital estrangeiro?
Na PETROBRAS acossada dia e noite por bandidos do porte de Jereissati, FHC, Arthur Virgílio, de olho nas contas bancárias e nas contribuições das empresas estrangeiras do setor petrolífero?
Há dias a Marinha brasileira divulgou um comunicado oficial repudiando e desmentindo o jornal THE GLOBE (alguns conhecem como O GLOBO) sobre a questão dos submarinos movidos a propulsão nuclear. Já poderíamos ter pelo menos três desses submarinos tomando conta das costas, do litoral do Brasil e não o temos por conta do jogo de empurra e entrega do governo FHC e da falta de decisão do governo Lula. A decisão veio agora e como compensação política. Não como parte de um projeto de defesa da soberania nacional e da integridade de nosso território que passa pelo mar territorial brasileiro. São indispensáveis, os submarinos.
Pior ainda. A Aeronáutica brasileira está a mercê de interesses norte-americanos e de Israel no que diz respeito a ser reequipada com caças à altura das reais necessidades da segurança nacional. É um problema que rola desde os tempos de FHC e Lula não resolveu. Só procurou equilibrar-se na conversa de uma no cravo e outra na ferradura, ou em soluções paliativas.
Segurança não pode confundido com empregado do CARREFOUR levando um negro para um quartinho (a empresa é cúmplice, é bandida) pelo fato de ser negro e, portanto, suspeito de ser ladrão. Uai! FHC é branco. Sarney apesar de pintar cabelos e bigodes de preto é branco. E nunca ninguém levou os dois para quartinho escuro.
A política de Lula para a Amazônia, para além da questão ambiental, inexiste. Ou o que existe é um outro exercício de equilibrismo entre as mega concessões feitas a setores e grupos privados e as palhaçadas do ministro Minc com dados estatísticos que não comprovam coisa alguma no essencial.
Falta decisão política efetiva de uma integração latino-americana que exclui tropas no Haiti. E um monte de outras coisas.
Onde o governo Lula consegue avanços – e existem – é onde estão figuras que na verdade garantem o mínimo de credibilidade e visibilidade desses avanços. Do contrário seria só uma exibição fantástica de carisma de Lula, inegável, mas compreensível se comparado com alguém como FHC, uma figura que tipifica o ser amoral. Sem escrúpulos.
Ou você acha que Obama chama Lula de “o cara” por que?
O governo dá a sensação, outro ponto, que não atinou para a grave ameaça à soberania nacional e especificamente a Amazônia, no que diz respeito ao acordo militar entre a Colômbia e os Estados Unidos. Sete bases militares para “combater o narcotráfico”? Ora, o narcotráfico, segundo o departamento de combate às drogas do governo dos EUA, está no governo colombiano. Em Álvaro Uribe.
E é o que menos importa. Importa o controle da Amazônia. Quando a GLOBO e outros se referem às FARCs como “terroristas” estão apenas tentando criar na opinião pública – e criaram – o monstro que devora criancinhas, mata idosos, não permite a democracia, quando no duro, as FARCs são um ponto de resistência ao avanço dos EUA sobre a Amazônia brasileira ou não.
Em seguida ao cancelamento da visita do presidente do Irã ao Brasil, o líder sionista (sinônimo de fascismo) que ocupa o ministério das Relações Exteriores de Israel apareceu por aqui para deitar falas sobre cooperação, de olho em comunidades palestinas no sul do País e na água, no controle da tríplice fronteira, onde agem às escancaras terroristas do MOSSAD.
Por que o governo brasileiro não rompeu relações diplomáticas com o governo golpista de Honduras? Qual a razão da presença de tropas brasileiras no Haiti num processo de ocupação e repressão ao sabor dos interesses dos EUA?
Marina da Silva não é a ponta de um iceberg. É o próprio. Não agüentou digerir tantos sapos assim. E existem diferenças fundamentais entre ela e Heloísa Helena. A senadora Marina tentou de todas as formas resistir dentro do PT. Não é uma temperamental como a alagoana. E não vai aqui nenhuma crítica sobre conduta em relação a Heloísa Helena, só a forma, ao jeito.
A decisão de deixar o partido foi consciente. Pensada e pesada. O que vai fazer daqui para a frente é outra conversa. Se se deixar ludibriar pelo canto de tucanos e democratas joga fora sua história. Não creio que faça isso. A senadora não dá mostras, nunca, de assimilar a convivência com pústulas padrão José Serra.
O problema Marina da Silva não é só Marina da Silva, o tamanho da perda (imenso). É o processo autofágico de Lula e do PT.
Isso significa que presidente e partido são absolutamente irresponsáveis no que diz respeito à luta popular e pensam apenas e tão somente na política menor de um institucional carcomido pela corrupção e pelo entreguismo.
Não se pode exigir das pessoas que fechem os olhos a isso e apóiem incondicionalmente o governo e seu partido.
Apoio incondicional, um político mineiro dos velhos tempos dizia que a gente “só presta a mãe”.
O que está em jogo é bem maior que Lula e o PT.
Os caminhos são outros. Ou esse País vira estado norte-americano, república de bananas, com bases militares no Nordeste como querem os EUA, sob a batuta de bandidos tucanos democratas à frente José Serra e toda a corte FIESP/DASLU.
Na luta pelo Brasil soberano, independente e justo, Lula e o PT são episódicos. Essa construção está acima deles. E a resistência se estende a atitudes e posturas como a de aliar-se a figuras como Sarney. Não se trata de sobreviver a nada, mas tão somente de criar condições de governabilidade dentro de um processo corrupto e anti-nacional.
É abrir as portas para José Serra em 2010. Ou pior, o irresponsável do governador de Minas. O tal que não tem dinheiro, mas compra apartamento de 12 milhões de reais.
Marcadores:
desmanche,
Laerte Braga,
podre,
PT,
Sarney
terça-feira, 30 de junho de 2009
Bilhete aberto ao Sr. Paulo Lamac, líder do governo na Câmara Municipal de BH
Meu caro Lamac: deixe-me despir a formalidade e me dirigir diretamente a você. Esse bilhete é apenas para registrar uma certa perplexidade. Um dia desses o nosso amigo Sanyo pediu-me para votar em você. Depois disso, fiquei também sabendo que você é líder do prefeito Márcio Lacerda na Câmara dos Vereadores. Isso muito me alegra, tendo em vista que você é o único fruto político da nossa gestão de DCE/UFMG em 1995-96. Talvez julgue imprópria a dedução que faço, mas o DCE ajudou você a criar a Associação Pré-UFMG, se não me falha a memória. E ajudou com verbas e um pouco mais, pois a ideia foi trazida pelo Magno Payakan de uma experiência em Campinas. A Associação teve um papel importante em sua eleição.
Fico surpreso com sua opção política: será que você radicalizou ou o PT que ficou mais moderado? Pois você não era petista em 1995-96; você ainda não se associava com essa legenda. Você parecia moderado e nós que simpatizávamos com ela, nos sentíamos radicais diante de você, que não gostava de Karl Marx, Weber nem Durkheim, não é mesmo? A outra proposta de um cursinho (que Payakan e Gleide levaram adiante por algum tempo) era justamente uma iniciativa ligada à prefeitura e ela fracassou, enquanto a sua, apoiada pela iniciativa privada, vingou. A versão que chegou até mim é que você obteve apoio da Associação de Pais e Mestres, politicamente alinhada com o PFL. Outro fato que me afastava de você é que, lendo os textos de apresentação da Associação Pré-UFMG, você não estimulava os alunos a entrarem no movimento estudantil, pelo contrário, eu me lembro de me irritar ao ler ressalvas. Porém, foi o movimento estudantil que possibilitou o Pré-UFMG!
Realmente, estou sendo sincero: fiquei curioso em saber de seu posicionamento político atual, suas propostas, pensamento político, etc. Você é de esquerda? A qual vertente do PT se associa? O PT tem uma proposta para a nação?
Por isso publico esse bilhete aberto a você, não tendo encontrado um blog ou algo semelhante com que pudesse me comunicar com você na web.
Fico surpreso com sua opção política: será que você radicalizou ou o PT que ficou mais moderado? Pois você não era petista em 1995-96; você ainda não se associava com essa legenda. Você parecia moderado e nós que simpatizávamos com ela, nos sentíamos radicais diante de você, que não gostava de Karl Marx, Weber nem Durkheim, não é mesmo? A outra proposta de um cursinho (que Payakan e Gleide levaram adiante por algum tempo) era justamente uma iniciativa ligada à prefeitura e ela fracassou, enquanto a sua, apoiada pela iniciativa privada, vingou. A versão que chegou até mim é que você obteve apoio da Associação de Pais e Mestres, politicamente alinhada com o PFL. Outro fato que me afastava de você é que, lendo os textos de apresentação da Associação Pré-UFMG, você não estimulava os alunos a entrarem no movimento estudantil, pelo contrário, eu me lembro de me irritar ao ler ressalvas. Porém, foi o movimento estudantil que possibilitou o Pré-UFMG!
Realmente, estou sendo sincero: fiquei curioso em saber de seu posicionamento político atual, suas propostas, pensamento político, etc. Você é de esquerda? A qual vertente do PT se associa? O PT tem uma proposta para a nação?
Por isso publico esse bilhete aberto a você, não tendo encontrado um blog ou algo semelhante com que pudesse me comunicar com você na web.
Marcadores:
BH,
Bilhetes do Kaos,
DCE UFMG,
esquerda,
Márcio Lacerda,
moderado,
Paulo Lamac,
Payakan,
PT
terça-feira, 19 de agosto de 2008
BH Bósnia! General Erection!
A eleição em BH está uma Bósnia. A base do governo rachou totalmente. Para se ter uma idéia da lambança, Márcio Lacerda, candidato da tendência do Lula, aliou-se ao PSB do Pimentel e já anunciou que vai ter o apoio do Aécio no programa eleitoral televisivo.
E Patrus Ananias, ex-prefeito e ministro do Desenvolvimento Social, avisou também que entrará se Aécio aparecer. Patrus é forte em BH, foi um bom prefeito. Será duro para Márcio Lacerda, até agora um desconhecido. Vi o debate dos candidatos. Para mim quem se saiu melhor foram os do PCO, PSOL e PSTU, que nada tinham a perder e podiam falar das alianças que se tecem entre os fortes.
Jô Moraes, do PC do B, também terá apoio do pelo menos um ministro do Lula, o Orlando, ministro do esporte. É o espólio do governo Lula dividido. Será que isso é que acontecerá em 2010? Carlos Luppi, do trabalho, apoiará Sérgio Miranda, agora PDT, ex-PC do B. Léo Quintão, que eu saiba ex-PT, está no PMDB com apoio do Hélio Costa.
Parece que a previsão de que não adiantava governar sem programa reformista de verdade vai se fazendo real para o PT. E o partido entrou num processo de autofagia, o que também já foi dito. Será que ele vai se acirrar em 2010 ou todos farão um front populaire?
A julgar por BH, farão é uma bela duma Bósnia!
E Patrus Ananias, ex-prefeito e ministro do Desenvolvimento Social, avisou também que entrará se Aécio aparecer. Patrus é forte em BH, foi um bom prefeito. Será duro para Márcio Lacerda, até agora um desconhecido. Vi o debate dos candidatos. Para mim quem se saiu melhor foram os do PCO, PSOL e PSTU, que nada tinham a perder e podiam falar das alianças que se tecem entre os fortes.
Jô Moraes, do PC do B, também terá apoio do pelo menos um ministro do Lula, o Orlando, ministro do esporte. É o espólio do governo Lula dividido. Será que isso é que acontecerá em 2010? Carlos Luppi, do trabalho, apoiará Sérgio Miranda, agora PDT, ex-PC do B. Léo Quintão, que eu saiba ex-PT, está no PMDB com apoio do Hélio Costa.
Parece que a previsão de que não adiantava governar sem programa reformista de verdade vai se fazendo real para o PT. E o partido entrou num processo de autofagia, o que também já foi dito. Será que ele vai se acirrar em 2010 ou todos farão um front populaire?
A julgar por BH, farão é uma bela duma Bósnia!
Marcadores:
base aliada,
BH,
Bósnia,
Eleições,
PT
Assinar:
Postagens (Atom)