Um observatório da imprensa para a cidade de Bom Despacho e os arquivos do blog Penetrália
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Bom Despacho e a Senhora do Sol
A SENHORA DO SOL
“E viu-se um grande sinal no céu, uma mulher vestida do sol e tendo a lua debaixo dos seus pés, e na sua cabeça havia um coroa de doze estrelas, e ela estava grávida. E ela clama nas suas dores e na sua agonia de dar à luz” Apocalipse 12
Todos os mistérios contidos na Palavra de Deus chegam um tempo em que é desvendado e se tornam conhecido de todos. Há um grande mistério por trás da padroeira da cidade de Bom Despacho, e que agora tem chegado o tempo do mesmo ser revelado.
Sabemos que há vaticínio antigo que aponta que o reinado de Jesus Cristo iria se manifestar para o mundo a partir de Portugal. Encontramos tal nas cartas de frade franciscano Francisco de Paula, nas trovas do poeta judeu cristianizado Bandarra, e com mais clareza no mito messiânico do sebastianismo.
Porque o poeta judeu Bandarra fez constar em suas trovas que o Quinto Império (*) viria das entranhas de Portugal, segundo ele confiado pelo Calvário à nação lusitana? Quem seria a Ilha do Encoberto de que falou Bandarra? Teria sido o Brasil, como muitos chegaram a afirmar? E quem seria o Encoberto? Ora, uma vez que a cultura popular de Portugal tomou a profecia de Bandarra sobre o Encoberto e dela criou o mito de Dom Sebastião, o jovem rei português morto em batalha no Marrocos com então vinte e cinco anos, no ano de 1578, não teria morrido, mas teria partido para a Ilha do Encoberto para um dia voltar, e restabelecer as glórias de Portugal, ora, no mito do sebastianismo estaria a prefiguração do Messias, que iria nascer da raiz de Portugal e restabelecer as glórias de Deus, usurpadas pelos homens? Nas palavras de Jesus, iria restabelecer o Paraíso de Deus? O jovem rei de Portugal teria se tornado arquétipo dos príncipes que segundo o profeta Isaías iria reinar para a própria justiça (**)?
Bandarra. Dom Sebastião. Vejamos agora o que frade franciscano Francisco de Paula vaticinou sobre tão grande acontecimento, que todas as indicações é que chegou o tempo de ser removido o véu que impede o seu conhecimento. Carta que frade franciscano Francisco de Paula, nascido em Paola, em 1416, e falecido na França, em 1507, escreveu ao seu amigo português e filósofo Simão Ximenes, entre 1445 e 1462: "Vossa santa geração será maravilhosa sobre a Terra, entre a qual haverá um de vossos descendentes que será como o Sol entre as estrelas... Reformará a Igreja de Deus. Fará o domínio do mundo temporal e espiritual e regerá a igreja de Deus... Purificará a humanidade, convertendo todos à lei de Deus; será fundador do Reino Universal de Deus na Terra ou da Nova Religião, em que todos adorarão o verdadeiro Deus... Será funda-dor de uma religião como nunca houve"
Podemos detectar uma dialeticidade que faz com que o reino universal de Deus venha se gestando profeticamente para nascer a partir das entranhas de Portugal? Francisco de Paula, Bandarra, a construção do mito de Dom Sebastião e por último a sua consumação teria se dado em Padre Viera. Nascido em Portugal e que muito cedo veio para o Brasil, Padre Vieira se tornou no homem que revitalizou e mais difundiu o mito do Rei Encoberto, crendo piamente que o Quinto Império Judaico-Cristão iria se estabelecer para o mundo em terras de Portugal; que a unção do novo Davi iria recair sobre um governante português, a quem procurou ansiosamente para ungi-lo, como Samuel procurou ansiosamente a quem ungir para ocupar o trono de Israel no lugar de Samuel.
O que tanto inspirava Padre Vieira na sua convicção de que o Quinto Império Judaico-Cristão iria se estabelecer em terras portuguesas? Quem lhe deu a convicção que o rei messiânico, Novo Davi, que instaura na terra o reinado de Deus, estava se gestando nas entranhas de Portugal?
E a verdade é que agora chegou o momento do segundo capítulo de toda nossa odisséia, na busca do Rei Encoberto.
Façamos a pergunta: haveria alguma ligação da narração destes fatos acerca do Messias que nasceria da raiz de Portugal com o fato da Padroeira de Bom Despacho ser oriunda de Portugal? Em Portugal ela era conhecida como a Senhora do Sol...
Porque Senhora do Sol? E porque ela imigrou de Portugal para o Brasil? Seria porque muitos místicos têm defendido que todas as profecias referentes ao Quinto Império Judaico-Cristão o seu lugar de nascimento esteja reservado ao Brasil, daí a Senhora do Sol ter imigrado para o Brasil para aqui dar à luz ao seu filho, àquele que muitos dirão foi o aparecimento, enfim, do Encoberto?
Desde frade Francisco de Paula, foram verdadeiras as profecias que passaram a direcionar o nascimento do reinado messiânico de Jesus Cristo para o caldo cultural de Portugal? Haveria um plano divino por detrás de tudo isto, inclusive na vinda da Padroeira de Bom Despacho, e que agora teria chegado o tempo do seu desfecho?
A verdade é que nos últimos dias o Espírito Santo começou a direcionar um dos filhos de Bom Despacho para contato com Adamir Gerson, que teve encontro teofânico no ano de 1978, então um jovem com vinte e cinco anos, quatrocentos anos depois da morte do jovem rei Dom Sebastião; e, a partir de então, a Divindade passou a construir nele o Quinto Império, realmente Judaico-Cristão. Tem sido muito profícuo a troca de informações entre os dois acerca do nascimento do reinado de Jesus Cristo, que vai pôr um fim ao reinado humano, de inteira opressão sobre os mais fracos. Lúcio Espírito Santo Junior seria, então, o momento em que a Divindade vem cumprir todas as profecias concernentes, de modo tudo estar preparado para acontecer para o mundo a partir de Bom Despacho? Lúcio Espírito Santo Junior, com a unção de profeta de Deus, então passaria a acordar todo o povo de Bom Despacho, dessa forma o reinado do Quinto Império Judaico-Cristão começando a nascer para o mundo? Lembrando que o nome daquele que teve o seu encontro teofânico em 78, Gerson, é um nome judeu carregado de significado profético, ao passo que o seu sobrenome, Soares de Melo, inteiramente português.
Estamos nos reunindo na rua.... número... todos os sábados e domingos, no horário das... A esperança messiânica de Padre Vieira não foi em vão. Tudo começa a se concretizar agora. E quem impedirá a mulher gloriosa de Apocalipse 12, que sabemos é Maria, a mãe de Jesus, de dar à luz ao seu filho espiritual, que há governar as nações com vara de ferro? Quem impedirá a Mulher Vestida do Sol de dar à luz ao filho varão, com ele passando a governar a terra com justiça e equidade?
Que os filhos de Deus presentes em Bom Despacho que se levantem, porque os filhos do dragão irão se levantar (Apocalipse 12.7). Certamente que os olhares do Brasil e de Portugal, e os olhares da terra inteira, impressionados com as expectativas em torno do ano de 2012, vão estar voltados para Bom Despacho. Porque de Bom Despacho está saindo para o Brasil e o mundo um novo caminho, que há de guiar todos para a verdadeira paz e a verdadeira justiça. Ora vem Senhor Jesus.
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* O Quinto Império Judaico-Cristão é o vaticinado pelo profeta Daniel, como aparece em Daniel 2.14: E nos dias daqueles reis o Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será arruinado. E o próprio reino não passará a qualquer outro povo. Esmiuçará e porá termo a todos estes reinos, e ele mesmo ficará estabelecido por tempos indefinidos (...).
* Eis que um rei reinará para a própria justiça; e quanto à príncipes para o próprio juízo. E cada um deles terá de mostrar ser como abrigo contra o vento e como esconderijo contra o temporal, como correntes de água numa terra árida, como a sombra de um pesado rochedo numa terra esgotada.
Postado por PCelestial às 07:28
terça-feira, 8 de novembro de 2011
A difusora das vozes do além
Imaginei, então, que seriam vozes do além, pessoas mortas tentando fazer algum contato com os vivos. A experiência talvez fosse como a da escritora Hilda Hilst, que há muito anos atrás arranjou um gravador (de tecnologia avançadíssima, suponho) através do qual conseguia captar as vozes do além. Hilda estava desatualizada: recentemente, ao assistir ao filme Nosso Lar, pude verificar que já existe até mesmo internet no além. Os médiuns serviriam como uma espécie de caixa de e-mail dos espíritos.
Inspirado por tais reflexões, decidi levar a questão das vozes dos espíritos a um amigo já iniciado nos mistérios desses outros mundos. Ele escutou atentamente meu relato e me disse que, sim, os mortos poderiam estar tentando um contato, pois no além há cientistas que estão buscando contato com esse mundo aqui, assim como nós buscamos o “continente desconhecido” que vem depois da morte.
Tempos depois, então, ele mandou alguém que seria algo como que um técnico em assuntos metafísicos para examinar a caixinha de meu computador. Ele ouviu e, logo, irritado, me esculachou:
--Que mané voz do além que nada! É a Rádio Difusora, sô!
Desconcertado, vi que realmente era a Rádio Difusora de Bom Despacho, que, com sua potência assustadora, tem a capacidade de “pegar” até mesmo em uma caixa de fósforos!
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Bom Despacho no Top Five do CQC: Viva Bom Despacho!
Adorei esse vídeo acima.
Adorei, porque eu sou a Maria Francisca.
O revista cidade sol é o blog da Maria Francisca, movido pela estética do sonho.
A revolução, no mundo totalmente dominado pela razão, aparece como o milagre.
A outra saída encontrada pela maioria é o novo cangaço, a explosão irracional no crime.
Deus & e o Diabo traçando as linhas de uma cultura colonizada.
Eu sou Maria Francisca, eu tenho fome, eu tenho ser esse dedinho que fica aí incomodando, eu tenho muito para falar, atropelando a boa educação e a conveniência da mídia!
Minha vontade louca de ajudar aparece como absurda e cômica, senão loucura aos olhos dos jornalistas, que riem.
Mas o que move Maria Francisca e a revista cidade sol é a fome. Ela tem fome de ajudar. E Maria Francisca entendeu o recado: ocupar SBT. Colocar meu pedido lá, insistir, pedir. Vai parecer nonsense? Vai. Mas é a estética do sonho, a estética da fome, em movimento.
Maria Francisca produziu uma imagem símbolo, imagem com alto potencial revolucionário. O dedinho que, de fora do plano, incomoda o repórter.
"Minha terra natal é Bom Despacho"
Viva Maria-ia-ia-ia!
VIVA BOM DESPACHO, apontando caminhos para o Brasil!!!
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Encontro com dois personagens de Sabino à solta em Bom Despacho
Quando lhe digo que me sinto como se estivesse dentro d´água, Nivaldo Santiago sorri: --Nós temos aqui mesmo o cérebro meio aguado” (SABINO, 1977, p. 34).
Nivaldo me contou que falou isso com Sabino em meio a muitas outras conversas e ele pegou e colocou no livro. Essa frase foi considerada muito crítica e foi um dos motivos da recusa da empresa em adquiri-la para um encarte para seus clientes. O texto, em geral, é positivo quanto a Manaus, mas salga quando fala na Zona Franca. No livro, Nivaldo e Socorro são eles mesmos, ele maestro e ela professora, tal como numa reportagem de jornal. Nivaldo entra logo nas primeiras páginas:
“Encontro Márcio Souza e Nivaldo Santiago me esperando no aeroporto: --estamos aqui há mais de duas horas (...). Márcio Souza é escritor. Nivaldo Santiago é maestro. São ambos da Fundação Cultural, e a eles fui em boa hora recomendado (SABINO, 1977, p. 16).
Muitas de suas características curiosas são captadas: Nivaldo não dirige carro e sua esposa é que guia. Enquanto ela dirige, Santiago fica “orquestrando” o trânsito. Isso acontece quando se anda de carro com os dois, até hoje. Atualmente, Nivaldo rege o coral Voz e Vida, na cidade de Bom Despacho; Socorro também vive aqui e é professora do coral infantil.
Os dois “personagens” têm amplo destaque nesse texto. Além de servirem de interlocutores de Sabino, algumas das situações vividas com eles se repetem com outras pessoas da cidade, o que os torna como que símbolos ou modelos de comportamento para toda Manaus: ao pegar um táxi, Sabino encarna o maestro ao auxiliar o rapaz a enfrentar o confuso trânsito manauara; ao sair de barco para conhecer a floresta, saindo do porto cheio de outros barcos e canoas, Sabino encarna novamente o maestro preocupado com a orquestra que é o trânsito.
sábado, 6 de agosto de 2011
Hospício é Deus: homenagem a Maura Lopes Cançado
http://www.youtube.com/watch?v=QNIPhrK5zYY&NR=1
O vídeo transpõem em imagens fragmentos da obra e da vida de Maura Lopes Cançado, escritora importante pilotou avião aqui no bairro São Vicente (então um aeroporto) nos anos 40, Maura era parente da família Lopes Cançado da cidade e originária de São Gonçalo do Abaeté. Ela então morava em Bom Despacho e dividia sua paixão por aviação com Jair Praxedes, filho do famoso coronel Praxedes. Maura não conseguiu
tirar brevê (um tabu para as mulheres nos anos 40), mas fixou-se no Rio de Janeiro, onde trabalhou no jornal Correio da Manhã e fez carreira de escritora.
No Rio, conheceu artistas tais como Tonia Carrero. No entanto, Maura sofria de transtornos mentais e vivia entrando e saindo de internações. Em crise, dilapidava heranças, brigava com os amigos, perdia empregos. Bem mais depois da morte do que em vida, ela escreveu apenas dois livros agora fora de catálogo, Hospício é Deus e O Sofredor do Ver, mas em 1993, quando faleceu, foi comentada em artigos por Carlos Heitor Cony, Reinaldo Jardim, Nelson de Oliveira e Ferreira Gullar, entre outros. Já existem pelo menos duas dissertações de mestrado sobre sua obra.
Uma informação sobre ela na ABL (dentre os inúmeros sites que a citam):
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=5587&sid=571&tpl=printerview
Olhem como são lindos os textos dela e que estão no Hospício é Deus (livro
que conheci ao ler um livro do letrista Torquato Neto, da tropicália):
“Hospício são flores frias que se colam em nossas cabeças perdidas em
escadarias de mármore antigo, subitamente futuro. (...) Hospício é não se
sabe o quê, porque Hospício é Deus.”
“Existo desmesuradamente, como janela aberta para o sol. Existo com
agressividade.Que emoções escandalosas tenho dentro de mim: é que às vezes
tudo ameaça precipitar-se, minto para mim mesma, não sei para onde dirigir
estas emoções. Minha consciência da inutilidade de tudo mata-me. Esta
incapacidade de sofrer torna-me árida, vazia – (...) invento-me a cada
instante.”
O vídeo do youtube tem uma foto de Maura em sua juventude.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
PT de Bom Despacho apoia prefeito acusado de extorsão
Márcio Lacerda privatiza 81 bens públicos de Belo Horizonte e o governo de MG sucateia Copasa
Minas Livre - [Carlos Alberto Cândido] Está no noticiário, mas ninguém parece ter se dado conta da importância do fato nesta cidade de imprensa submissa: o prefeito Márcio Lacerda (PSB) vai promover a maior privatização de imóveis públicos que Belo Horizonte e talvez qualquer cidade brasileira já viu. Serão 81 imóveis municipais, que irão a leilão, inclusive o Mercado Distrital da Barroca e a mansão residencial do prefeito, localizada às margens da Lagoa da Pampulha, próximo do Museu de Arte, e que tem um painel de Guignard. A informação é que o painel será retirado, mas até que isso aconteça, é melhor desconfiar.
O pior, porém, é ver dezenas de terremos desocupados, com tamanhos variando entre 1 mil e 10 mil metros quadrados, segundo notícia do Estado de Minas, se transformarem em mais espigões. Se tem uma coisa de que Belo Horizonte não precisa hoje é que áreas públicas se transformem em empreendimentos imobiliários. Muito melhor seria ver esses lotes virarem praças e parques, para lazer da população, com muitas árvores para ajudar a despoluir o ar. Ao contrário do que se diz, Belo Horizonte tem pouquíssimas áreas verdes; tem muitas árvores, mas elas estão nos passeios.
Em Belo Horizonte é impossível até andar nos passeios, tomados por lixos, lixeiras, postes, árvores, canteiros, carros e motos estacionados, obras de construção, mesas de bar, cocôs de cachorro, orelhões, caixas de correio e uma infinidade de obstáculos. Áreas públicas são uma necessidade nas grandes cidades. Quando as pessoas moram em casas, têm quintais e conhecem os vizinhos, a vida comunitária se forma assim. Quando casas são substituídas por edifícios, esse convívio desaparece juntamente com espaços privados.
É preciso, portanto, criar praças, parques, espaços de lazer, com bastante verde, para que as pessoas convivam e façam caminhadas, para que crianças brinquem e idosos possam sair dos apartamentos. O prefeito, que mora num condomínio em Nova Lima e se considera moderno, que é rico e já viajou o mundo inteiro, deveria saber disso, pois as grandes metrópoles mundiais estão preocupadas com espaços públicos. Mas não, sua política é de privatizar os espaços públicos e administrar a cidade como se fosse uma empresa lucrativa.
Foi o que fez com a Praça da Estação, cujo uso agora só se dá mediante pagamento de aluguel. Para que um artista se apresente na Praça 7, agora tem que ter alvará, como mostra notícia publicada neste portal. O prefeito gosta também de transformar áreas verdes em empreendimentos imobiliários, como está fazendo com a Mata do Isidoro, que será transformada na Vila da Copa, visando a abrigar delegações para a Copa da Fifa.
A privatização dos espaços públicos será certamente a marca do mandato do prefeito empresário, que tenta administrar Belo Horizonte como uma empresa: o que não dá lucro – cultura, por exemplo – não tem serventia. Não à toa recebeu vaia monumental do maior auditório da cidade, o Palácio das Artes, durante o Festival Internacional de Teatro (FIT), em agosto passado. Já tinha passado por isso na festa de encerramento do festival Comida di Buteco, em maio.
Empresário da cidade, o prefeito atua como auxiliar do capital, que destrói rapidamente todos os espaços vazios da cidade, derruba casas, escolas e até clubes – como acontecerá, ao que tudo indica, com o centro de lazer do América, no Bairro Ouro Preto – para erguer no lugar enormes edifícios.
É dever da prefeitura conter a especulação imobiliária, em defesa da qualidade de vida para os belo-horizontinos. Em vez disso age ela também a favor da deterioração do município. A intenção, diz a notícia, é fazer um caixa de R$ 200 milhões. O mercado vale no mínimo R$ 19,5 milhões; a casa do prefeito, R$ 1 milhão (só? Este é o preço de um apartamento na zona sul…). O governo FHC mostrou o que acontece com dinheiro de privatizações: desaparece sem trazer nenhum benefício social.
É incrível que nenhum representante dos belo-horizontinos, nenhum vereador, nenhuma organização da sociedade tenha ainda se levantado contra a realização desse crime contra o patrimônio público, movendo, inclusive, uma ação na justiça.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Xuxa Afro, um Mito Profanador
Eu só fiquei um pouco preocupado quando o Sassá me falou que pediu meu contato e ninguém na Secretaria de Cultura local tinha. Pô, Rosalva, pega com o Acir aí! Nesses tempos em que o sigilo fiscal da gente é segredo de liquidificador, ninguém numa cidade do interior tem o telefone de um professor!
Se até o governador Aécio tem meu telefone e me ligou esses dias para passar um trote pedindo para votar em Anastasia!
Então taí um ensaio que fiz sobre o trabalho do Sassá há muitos anos, mas que ainda é pertinente; abraços, Sassá!
A Xuxa África: Um Mito Profanador?
“To whirl the old
woman from Bahia”
Millôr Fernandes,
em The Cow Went To The Swamp
A Xuxa afro-brasileira, criação do músico e ator Geovanne Sassá,
pode ser analisada como sendo uma tentativa de atualização do mito do
andrógino de Platão:
“andrógino era então um gênero distinto, tanto na forma como no
nome comum ao dois, ao masculino e ao feminino(...)inteiriça era a forma de
cada homem, com o dorso redondo, os flancos em círculo; quatro mãos ele
tinha, e as pernas e o mesmo tanto das mãos(...) Por conseguinte, desde que
a nossa natureza se mutilou em duas, ansiava cada um por sua própria metade
e a ela se unia, e envolvendo-se com as mãos e enlaçando-se um ao outro, no
ardor de se confundirem, morriam de fome e de inércia em geral”.
A Xuxa Àfrica busca mimeticamente homenagear/parodiar sua
cara-metade, Xuxa Meneghel, uma gaúcha de clara ascendência européia e corpo
escultural. A “rainha dos baixinhos” exerce seu reinado submetendo seus
súditos a seu otimismo Kitsch e a sorrisos pré-fabricados. A Xuxa Negra se
autoproclama “rainha dos neguinhos”, constituindo-se num mito
dessacralizador. Xuxa, como personagem do músico e ator Carlos Geovane
Nunes, se cristaliza absorvendo elementos do belo grotesco e do belo cômico
que:
“São duas formas do belo que se tocam, que se enlaçam até se
confundirem numa única emoção.
De comum, têem o elemento do ridículo, que nunca pode faltar
nelas; de diferente, têm um grau diverso da deformidade ou da caricatura da
verdade.
Assim como as cócegas e certas formas de volúpia confundem as
fronteiras do prazer e da dor (demonstrando-nos pela centésima vez que as
nossas classificações são brinquedos infantis, fios de seda tecido entre os
granitos da natureza);assim como o grotesco e o cômico parecem folgar nos
confins do belo e do feio, confundindo-os um com o outro, com mão
travessa.”
A personagem de Geovane Sassá o engloba, possuindo seu corpo
numa trasmutação exuberante e esdrúxula; é como uma pomba-gira. A Medusa de
Ébano possui uma força que se assemelha a um grito primal, telúrico,
dionisíaco. A Xuxa “Noir” dá à sua homônima um espelho circense: a loirosa
narcísica e ariana, ao tentar vender o mito da supremacia branca num país
mestiço, é subitamente colocada frente a frente com uma imagem caricata e
deformante de si mesma, mas que mostra a modelo e dublê de artista na sua
verdadeira face; a modelo semigringa é tornada deusa pagã. Fechou-se o
círculo. A divindade africana lança uma luz desmistificante sobre a face da
Eva Braun brasileira e petrifica a megera. Aquilo que na moçoila gaúcha era
pura empulhação, sorriso de propaganda de creme dental, manipulação
mercadológica e ingenuidade calculada ganha um contraponto de impulsos
vitalistas, convites indecorosos à fruição imediata dos sentidos e volúpia
das sensações mais lúbricas.
Exibindo seu corpo de ninfa multicolorida, cortesã apocalíptica
e sensual, nossa personagem remete a obras palpitantes de vida e vigor como
os quadros de Jackson Pollock; ela é, como as telas do referido pintor
americano, uma rede intrincada de gotas, redemoinhos e salpicos. “A pintura
tem vida própria”-disse ele uma vez-“eu tento deixá-la acontecer”. Geovane
também poderia dizer o mesmo com respeito às suas criaturas.
E a criatura em questão usa, não obstante, um óculos de armação
antiga e demodeé. São óculos de velha encarquilhada que escondem olhinhos
brilhantes de moça. Talvez fosse a um olhar como esse que Nietzsche se
referia neste seu poema Da Pobreza do Riquíssimo:
“-Quietos!
É minha verdade!-
De olhos esquivos,
de arrepios aveludados
me atinge seu olhar,
amável, mau, um olhar de moça...
Ela adivinha o fundo de minha felicidade,
ela me adivinha-ah! o que ela inventa?-
Purpúreo espreita um dragão
no sem-fundo de um olhar de moça.”
Sendo assim, a Xuxa Preta bota ao avesso a democracia racial
brasileira, rodando a baiana da europeizada e etnocêntrica vedete da TV.
Santa e prostituta, homem e mulher, frágil e sedutora, a personagem tem um
pouco de Marilyn Monroe e Benedita da Silva, e parece ter nascido da
conjunção carnal de Sassá Mutema e Hebe Camargo.
Ao apresentar-se a Xuxa Preta evoca um clima de confraternização
que também está presente, por exemplo, no rito do vodu, no Haiti. “O vodu é,
basicamente, a religião e o culto aos espíritos ou divindades chamados loa.
A classificação dos loas é muito complexa, não somente por causa da grande
diversidade de origem geográfica e étnica dos africanos trazidos ao Haiti,
mas também pela existência de uma infinidade de divindades regionais ou
locais.(...)Cada loa tem sua morada particular: no mar, num rio, numa
montanha ou árvore, de onde vem para ajudar seus servidores fiéis, quando
ouve suas orações ou o som dos tambores sagrados pedindo a sua presença.
Cada loa tem também seu dia ou dias próprios durante a semana.(...) As
cerimônias do vodu são executadas em locais abertos ao público.” Igualmente
são feitos às claras os rituais lúdicos de Xuxa Àfrica.
Quando achamos que já temos a situação dominada e já rimos da
piada, Xuxa nos dá uma bofetada de veludo, numa reviravolta semiótica.
Transcendendo o reacionarismo e o machismo de Minas Gerais, ela rebola e nos
remete ao momossexualismo baiano. Algo como ver o padre Lima Vaz saindo na
Banda Mole no carnaval, tropicalizantemente conectado no “zeitgeist”. Ela
digere Minas e silencia impávida como se quisesse nos devorar, nos colocar
de volta para o útero. Um toque picante e, sarapatética, ela espargirá
energia como se fosse um lança-perfume cintilante.
Só mesmo uma Xuxa de Cor para nascer nos trópicos e afugentar a
tristeza destas plagas com uma descarga de alegria tão vulcânica!
Uma Xuxa Preta está, é claro, ligada ao espírito dionisíaco do
carnaval, pois ela é brasileira, afinal. Lembra do carnaval do passado,
expressão espontânea da vontade coletiva de libertar-se, divertindo-se. Ela
está ligada ao caráter dionisíaco e mesmo histérico da festa (no sentido
grego de rito coletivo uterino e afrodisíaco) que imprimia à diversão um
forte sentido de contestação psicossocial. A personagem também estaria
ligada à escatologia e ao grotesco, no sentido que explicita Muniz Sodré:
“A Escatologia implica numa atitude cultural com relação à
história. A cultura oral brasileira foi marcada, desde as suas origens
afro-indiano-portuguesas, por uma Escatologia naturalista-que vê o homem
como parte de uma natureza manifesta em ritmos cíclicos, recorrentes. Como o
homem estaria integrado organicamente na natureza, qualquer desacerto,
injustiça, aberração do estado natural, remediável pelo culto ou pela
magia.(...) Essas Escatologias influem poderosamente na imaginação coletiva.
O portador de deformação física, por exemplo, é percebido historicamente
como um desvio da organicidade natural, como monstro (Teratos). Isto gerou
em nossa mitologia figuras como o lobisomem, o mão-de-cabelo, etc. Ainda
hoje, em cidades do interior do Brasil, o deformado físico( a mulher macaco,
o menino com cara de jumento, etc.) é vivido como um fenômeno de origem
sobrenatural-castigo dos céus-e, às vezes, como espetáculo, já que pode ser
exibido, a dinheiro, em feiras, ou simplesmente vendido como história na
literatura de cordel. (...) O ethos da cultura de massa brasileira, tão
perto quanto ainda se acha da cultura oral, é fortemente marcado pelas
influências escatológicas da tradição popular. O fascínio pelo
extraordinário, pela aberração, é evidente nos programas de variedades (
fatos mediúnicos, aberrações físicas como as irmãs siamesas, aleijões,
flagelações morais, etc.) . A esta altura a Escatologia consegue juntar os
dois sentidos: o místico e o coprológico.(...) Em Medicina, o
termo(Escatologia) tem sentido coprológico-é o estudo dos excrementos”
É desta tradição popular que a Xuxa Preta, vista como bizarra
ou aberrante, se alimenta e se insere.
Encerro citando certo trecho de um poema de Baudelaire onde ele
tece uma homenagem “A Un Dame Creóle” como nossa Xuxa d’Afrique:
“No inebriante país que o sol acaricia/ Sob um dossel de agreste
púrpura bordado/ E a cuja sombra nosso olhar se delicia/ Conheci uma crioula
de encanto ignorado./ A graciosa morena, cálida e arredia,/ Tem na postura
um ar nobremente afetado;/ Soberba e esbelta quando o bosque a desafia,/ Seu
sorriso é tranqüilo e seu olhar ousado.”
Bibliografia:
-Baudelaire, Charles: As Flores do Mal.
-Grondim, Marcelo: Haiti, Cultura, Poder e Desenvolvimento.
-Platão, O Banquete: Coleção Os Pensadores.
-Mantegazza, Paulo: A Fisiologia do Belo.
-Sodré, Muniz: A Comunicação doGrotesco
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Contra o Bairrismo no Fique Sabendo
Segundo esse discurso, os cidadãos de Bom Despacho deveriam eleger candidatos locais, independente de partidos políticos ou coligações, e pior, deixando de lado qualquer consideração a respeito da ideologia dessas pessoas, concentrando-se só em sua origem na cidade.
E acho nefasta, aliás, essa mentalidade de simplesmente sentar e esperar providências de cima. Que tal estimular iniciativas que tragam avanços para a cidadania? Que tal organizar movimentos sociais locais? Uma dessas iniciativas, por exemplo, é Jornal Fique Sabendo cobrir a produção cultural local, os livros que são lançados, os filmes que são produzidos em Bom Despacho e região.
No entanto, em primeiro é preciso lembrar que no Congresso Nacional discutem-se temas nacionais e lá não há tempo para discutir a educação, saúde e infra-estrutura de Bom Despacho.
Aliás, nem nos editoriais do Fique Sabendo parece existir tempo para temas como esses acima. O que vejo é uma opinião subjetiva do editor sobre Deus, telenovelas, BBB, o filme Tropa de Elite, Olimpíadas, Obama, etc.
E, como lembrou meu amigo Alex Lombello, que é candidato a deputado federal, se o deputado vender o voto para trazer asfalto e votar contra um aumento para os aposentados, uma cidade que tem muitos aposentados como Bom Despacho é muito mais prejudicada, pois aqui existem muitos aposentados!
Lê-se no editorial "Eleições de 2010: Bom Despacho tem seus candidatos": "Nos últimos anos Bom Despacho perdeu várias oportunidades de se desenvolver (...). Isso ocorreu de acordo com especialistas políticos (sic), porque a cidade nunca teve representantes na Assembléia Legislativa e no Congresso Nacional."
Ora, Valmir, já ouvi dizer que Cecília Ferramenta é daqui e é deputada estadual...E outra, não acredito que as rixas e intrigas entre políticos locais sejam um problema com você diz. O problema é que as rixas são pessoais, assim como as brigas são em torno de pessoas e não de projetos; os partidos também praticamente são clubes dos ricos. Não existe como um cidadão participar de um partido ou ser chamado para um sem ser de uma panelinha ou ser rico. Aliás, no contexto atual, os partidos não têm importância alguma, são só veículos para as pessoas.
Eu te desafio a me esclarecer em quem é que Zé do Nô, Inácio Franco, Chico Uejo e Jefinho vão votar para presidente. Um jornal sério, cidadão e interessado no progresso da cidade faria essas perguntas a esses senhores, faria reportagens e entrevistas e não essa propaganda vagabunda e reles embutida em matéria e editorial.
E quem são esses especialistas políticos que você aponta, Valmir? Eu te desafio a me apontar um. Se você me passar essa análise política, reproduzo-a aqui numa postagem.
E aponto dois problemas na cidade: 1) tendência a olhar somente para o próprio umbigo, herdada, quem sabe, de duas instituições muito fechadas e com tendências a leis e regras próprias, Igreja Católica e Polícia Militar. É o contrário da mentalidade cidadã a que viceja por aqui. As pessoas pensam: "se eu estiver bem, eu sozinho, que se foda o mundo!" 2) Cada família é uma república. É também o contrário da cidadania.
Portanto, Valmir, o desafio é politizar, fazer diferente, agitar a pasmaceira. Fazer cobertura política bundona em velocidade 5, NÃO!
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Carta com propostas para Bom Despacho
• Diante do fato de que não existe uma Lei Municipal de Cultura, os artistas locais contam com a administração para algumas atividades esparsas, mas no geral a cultura, artes e comunicações estão entregues à competição selvagem do mercado e contam com ajuda insuficiente da administração local. Convoca-se, através desta, os cidadãos interessados em cultura para tomarem uma atitude em relação à redação da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.
• Apoio à Festa de Reinado com divisão igual da verba destinada aos cortes envolvidos na Festa.
• Se a conjuntura política da atual administração é de crise, também crítica se encontra a situação dos músicos locais, que encontram pouquíssimos espaços de trabalho remunerado. Reivindica-se, através desta, espaço remunerado nas rádios de Bom Despacho para os músicos locais.
• Necessidade de criação e apoio à TV local (lutar para trazer TV Interativa também para a TV como canal aberto) e uma rádio comunitária (que poderia ser a 104, 7 Killer FM, legalizada).
• Apoio a iniciativas como o Coral Voz e Vida, assim como a volta das aulas de Música às escolas.
• Exigir apoio da comunidade e da administração para iniciativas como a editora Dez Escritos. Reivindicar o estímulo à produção de produção oral e escrita na Língua do Negro da Costa, também conhecida como “gira da Tabatinga”, tendo em vista preservar esse rico patrimônio lingüístico local, ameaçado de extinção; apoio ao cumprimento de lei que obriga a inclusão de aulas de cultura afro-brasileira, ausentes na cidade, com exceção de uma experiência na Escola Martinho Fidélis. Criação de oficinas e apoio à publicação de livros na Língua do Negro da Costa (“Gira” da Tabatinga)
• Pagamento do INSS para os funcionários demitidos da prefeitura.
• Pagamento do piso salarial de oitocentos reais (por 25 horas semanais) para os professores.
• Estatização das siderúrgicas locais, hoje paradas devido à crise, com indenizações para os trabalhadores e para os moradores do bairro São Vicente, que há anos conviveram com a poluição.
• Revitalização do Beco dos Aflitos, com valorização do patrimônio afro local.
• Liberdade de organização e reunião para o movimento estudantil da UNIPAC Bom Despacho. Transformação da dívida da UNIPAC com a prefeitura em bolsas para os estudantes.
• Não à privatização da BR 262 depois de duplicada e não ao pagamento de pedágios. Ampliação da duplicação até Bom Despacho (atualmente, só chega até Nova Serrana). Construção do trevo diante da UNIPAC para maior segurança dos alunos.
• Construção do aterro sanitário local.
• Criação do Parque Mata do Batalhão, transformando a mata em um parque ecológico público sob controle do município.
• Apoio aos pequenos produtores locais para que possam se opor ao agronegócio e dizerem não aos transgênicos.
• Reinstalação do posto do ministério do trabalho que Bom Despacho perdeu.
• Apoio à construção da sede da ADEFIS (Associação dos Deficientes Físicos) e da sede da escola de música do maestro Domingos.
• Apoio à CPI do prefeito Haroldo Queiroz e, se ela comprovar as acusações, impeachment já.
Isto posto, convido a todos para debater os pontos acima aqui no revista cidade sol.
Adorei os seguintes questionamentos recebidos:
Anônimo disse...
1-A arte e a cultura devem ter investimento, inclusive em cidades pequenas, já que os únicos que conseguem desenvolver são destinados as tradições locais. Então para haver mais pluralidade cultural e artística que são limitadas.
2-Temos urgentemente de criar veículos públicos de comunicação. E a radio comunitária é um dos meios mais eficientes e populares para o interior.
3-Sobre os desempregados, é necessário pagar seguro desemprego, ou já está pagando?INSS também...
4-O piso nacional dos professores, em termos de Brasil, se não me engano, é 950, mas os neoliberais de Minas pagam mais ou menos 600 reais na pratica. Esse piso colocado, no blog, é para professores da rede municipal? Ou será que as horas semanais desse piso é bem menor do que o nacional?O que justificaria um valor menor...?
5-Uai, se tem empresas paradas, o estado (poder publico) tem a obrigação de levantar isso. Já a poluição é outro agravante, que tem que ser prevenido e combatido...
6-Geralmente as universidades particulares têm movimento muito fraco em relação às publicas. Esses movimentos devem ser criados para essas universidades alcançar a eficiência e as decisões democráticas que tem nas publica, tornando assim instituições de ensino “semi-social”.
7-A preservação do meio ambiente é uma bandeira do futuro e presente e apenas os reacionários e conservadores não as defendem, ou não enxergam a importância de defendê-las. Refiro ao parque e ao aterro.
8-Não apoiar a manutenção de pequenos produtores, ou pequenas propriedades, é uma bandeira que os comunistas não apóiam como têm muitos por ai dizendo. É conciliável existir socialismo com pequenas propriedades produtivas, com regulação da sociedade é claro.
9-Um posto do ministério de trabalho ajudara cada vez mais os trabalhadores conhecer seus direitos e lutar por eles.
10-Político corrupto e culpado é demissão, mas acho que isso só não basta, ou seja, é cadeia neles e sem privilégios de preso político.
3 de agosto de 2010 14:03
Em breve tentarei respondê-los.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
A Ousadia Necessária: Alunos da Unipac Protestam no Orkut
Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior[1]
O Orkut, muitas vezes associado aos blogs, vem desempenhando um importante papel de espaço para debate e discussão de questões de interesse público e coletivo. Um dos assuntos em pauta no Orkut é a educação.Vem de longa data o esforço desenvolvido pelas universidades particulares em na busca de uma educação superior de qualidade. Para quem vê a grande expansão da UNIPAC em nossa cidade, essa busca parece ter sido conquistada.
Os alunos da UNIPAC, em protestos no Orkut, esclarecem que ainda falta muito para se considerarem satisfeitos. Roberta Abadia Carvalho, aluna do primeiro período de Pedagogia, destacou em um manifesto publicado na comunidade DCE UNIPAC Campus Bom Despacho no Orkut que existiu uma grande insatisfação de alguns alunos com a suspensão das aulas durante os jogos da última Copa: “E, mais grave do que isso, é o que vem inserido por trás de tal resolução: a excessiva regressividade do sistema de ensino; a ineficiência crônica de seus administradores, que ao contrário do que conscientizam nas salas de aulas, através de seus educadores, deixam claras características e traços que inibem a promoção do aluno, promovem distorções impercebíveis no calendário escolar, além de aumentarem os já existentes entraves na relação aluno/universidade.” Roberta, que em outra postagem na comunidade avisa estar reunindo os alunos no intervalo das terças e quintas na biblioteca da UNIPAC, também escreveu que “na verdade, nota-se que existe na instituição uma preocupação exclusivamente arrecadadora; sem o intuito de contribuir na estruturação de um aluno crítico, reflexivo e consciente”. O artigo de Roberta se mostrou tão bem escrito que confirmei uma verdade da qual já desconfiava: os alunos precisam ser mais valorizados e motivados, pois fazem a diferença positiva dentro de uma escola.
Na mesma comunidade há alunos que, manifestando-se de forma anônima, quem sabe temendo perseguições dentro da instituição, questionam: “livros continuam faltando, o xerox continua o mesmo preço, o estacionamento é para quem chegar primeiro, o resto é lá fora ,a faculdade não tem um projeto para prefeitura para facilitar a manobra dos especiais na margem da BR262, quem sabe depois que morrer uma turma inteira isto mude, né...no mais tá tudo bom.”
Indignado, outro aluno apresentou, também sem revelar seu nome, queixas semelhantes: “Temos os salgados e os preços deles na cantina, a biblioteca que não tem livros, os laboratórios de informática que não tem pc, o prédio novo dentro do esgoto, banheiros sem sabão, água e papel, etc, etc e etc...Aff! Se eu continuar, vou ficar até amanhã.” Nas postagens, uma constante reclamação foram os preços praticados pela cantina. O mesmo aluno acima disse: “os preços são abusivos e a qualidade, variedade oferecida não é das melhores”. Warle, aluno do curso de Direito, também apresentou cobranças: “Acho que falta mais participação dos alunos nas decisões do curso , sobre quantidade de livros , e até sobre questões relacionadas à didática (...).”
Esperamos que a voz dos alunos possa ser ouvida, daqui em diante, sem medo de repressão por parte da instituição e que seja tomada como uma crítica construtiva e necessária. Comunidade DCE UNIPAC CAMPUS Bom Despacho: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=3599724. Para visualizar a página de um blog ligado ao movimento estudantil mineiro: http://retomarpt.blogspot.com/
quarta-feira, 26 de maio de 2010
A Reunião de Ontem na Câmara
Como vi e li que muita gente está interessada em saber o que rolou na Câmara Municipal ontem (24/05), resolvi deixar a preguiça de lado e narrar alguns fatos contundentes que aconteceram nakela casa.
* A reunião começou como sempre, com as leituras da ata passada, de cartas recebidas e de projetos que estavam em pauta prá votação.
* Aprovada a vinda da UAB prá Bom Despacho. Vereadores querem homenagens pro povo que ajudou a trazê-la. Curos de mestrado em Física (Como se BD já não tivesse doidos o suficiente).
* Câmara lotada até a tampa. Muita gente sentada no chão ou em degraus adjacentes, temperatura quente. Claque do prefeito, maioria revoltada, reclamações de parte a parte.
* Falando no q interessa, primeiro falou o sr. Acir Parreiras, num discurso limpo, sereno; quase que dava prá confundí-lo com um advogado; lendo em folha A4, o assessor rebateu as acusações do Chimpanzé, dizendo q ele é que devia dar explicações sobre materiais esportivos desviados, apresentou cheques (xerox) assinados (como sacados) por ele, atacou a câmara municipal por conta da reforma do teto, atacou um dos vereadores por "preparar o depoimento do chimpanzé" (apresentou uma foto do citado vereador cercando um Palio no meio da rua, o que seria no máximo, uma prova de crime de trânsito) apresentou sua versão sobre a venda da matéria ao EM por 30 mil reais e do "cêrco" que ele fêz ao símio no meio da rua. E o mais fantástico, ainda citou meu blog. Como se eu tivesse alguma aspiração política... vade retro... prometeu, ainda, testemunhas mil para as apurações da CPI da Câmara. afirmou q o Prefeito é um homem nervoso (Se ele visse Acir conversar com Chimpanzé ele iria ficar BRAVO com o assessor) Como era de se prever, negou tudo, acusou todo mundo, disse que ninguém tem provas e tentou dar uma de santo. O povo vaiou a gosto.
* Logo depois, o Vereador Fernando Cabral tomou a palavra. Disse que tudo q o assessor disse era mentira. (um dos pontos altos da bagaça, pq o povo vaiou o assessor com força), fez outras acusações sobre a prefeitura (tipo: Já que que o Chimpanzé era acusado de desvio, pq somente rebaixá-lo ao invés de exonerá-lo?), tirou o corpo dele e de seus companheiros da oposição (leia-se: fodam-se os da situação) sobre o esquema do teto da Câmara (já que não estavam lá no mandato anterior), e jurou nunca ter entrado na casa do chimpanzé. (Eu sinceramente, também nunca fui à casa de macaco algum...)
* Logo depois, o que era prá ser a nata, virou coalhada. Haroldo Queiroz nem se deu o trabalho de se levantar e dirigir-se a tribuna Tancredo Neves ( o que Tancredo fez por Bom Despacho prá virar tribuna? Ah... é avô do Aécio...) Pois bem... Nem lá ele foi. Sentadinho, depois de beber mais ou menos dois litros d'água, nosso prefeito disse que estava indignado com as acusações feitas contra ele. Achou uma covardia que as denúncias viessem à tona quando ele estava viajando e não podia se defender. Achou covardia também que incluíram sua familia (mulher e filha) no imbróglio. Afirmou que nomeou o secretário (Chimpanzé) contra sua vontade, foi só pq várias pessoas pediram. Disse q estava insatisfeito com o trabalho so secretário e por isso rebaixou-o. Que o Pan troglodythes pediu-lhe realmente dinheiro emprestado (crime de agiotagem), e que apenas estava cobrando o débito. E despejou a pérola da noite (na opinião deste humilde blogueiro), afirmou que "Se Deus quiser, será o deputado (não sei se federal, ou estadual, naõ prestei atenção) de Bom Despacho em 2014. (Desde já, aviso, se Deus realmente quiser isso, mudo de religião). Pediu muito educadamente, que o povo ficasse quieto, enquanto ele apresentava sua versão dos fatos (Pq nenhum candidato pede pro povo ficar quieto durante os comícios?), que as vaias não adiantavam, e que quem iria decidir era a câmara e o ministério público.
* Logo após o pronunciamento do prefeito, quando percebeu q a coisa ia esquentar, pq os vereadores de oposição iam iniciar suas perguntas (assas pertinentes), o presidente, com ar professoral, encerrou a reunião, alegando falta de condições para continuar os trabalhos.
Flashes:
*Haroldo tomou uns 2 litros d'agua.
*Acir ficou coretando o Vereador Fernando Cabral durante a sua réplica: ficava "macaqueando" os gestos do vereador e sussurava (por leitura labial): Prova! Prova!
*Haroldo foi muito mais manso que na entrevista à difusora. Não afirmou hora alguma que compra o que quer, faz o que quer ou presta conta da vida particular quando quer...
*Nunca vi a Câmara Municipal tão cheia em minha vida.
* O Vereador Marcelão fala prá dentro.
*Os vereadores Irú e Pedro Paulo, como sempre, nem abriram suas bocas. 4.000 por mês prá tomar café, é foda!
sábado, 22 de maio de 2010
BLOGNOVELA PENETRÁLIA: MENSALITO NA CIDADE SOL
Monólogos da Vagina: Quero meu ti-ti-ti aí.
Fantasma de Oswald de Andrade: Estou endividado, tenho vários empréstimos na Caixa Federal...
Cruz de Cruz & Sousa: Tranca a porta aí. Não tenho nada a ver com suas contas. Dê o dinheiro para a Monólogos da Vagina.
Monólogos da Vagina: Preciso encher o tanque do meu carro, sair para a balada no Rio de Janeiro, ir para boates. Me dá o dinheiro agora.
Fantasma de Oswald de Andrade: Estou gravando vocês com minha caneta-filmadora! Ahá! Vocês são muito toscos. Amanhã estarão no Youtube.
Monólogos da Vagina: Eu vou pegar meu carro e te atropelo, Fantasma. Me dá meu mensalinho agora!
Cruz do Cruz & Sousa: Eu sou amigo de um governador gordo e corrupto, eu jogo sim, jogo todo o orçamento da cidade SE EU QUISER, eu só saio em 2010, eu usufruo e desfruto do que EU QUISER! Eu te exonero, se EU QUISER, hein, Fantasma, eu te rebaixo a chefe de divisão, se EU QUISER. Merda de Fantasminha Pluft que não sabe nem falar!!! Vou entrar contra você com calúnia e difamação. Contra você e contra sua caneta-filmadora. Para os amigos, TUDO, para os inimigos, A LEI! Você está me devendo seis mil reais. Por isso a Monólogos estava cobrando de você.
Fantasma de Oswald de Andrade: Me extorquindo.
Cruz do Cruz & Sousa: Alto lá! Extorquindo não! Seus filhos só foram à praia porque eu levei. Eu sou como um pai para você, Fantasma.
Fantasma de Oswald de Andrade: Pode me rebaixar, eu vou pedir exoneração. Eu apoiei tanto o seu pai, o rei Haroldo III, O Tosco. Devia favores a ele, não para você.
Cruz de Cruz & Sousa: Dobre a língua para falar do rei Harold III, hein? Não quero mais ouvir o nome dele na sua boca de onde saem palavras mal faladas. O santo rei Harold III que chegou aqui na Cidade Sol sem nada e fez fortuna tomando terras de camponeses idiotas. Como ousa falar dele!
Fantasma de Oswald de Andrade: Pare de me ameaçar, pois tenho a quem recorrer. Vou denunciar na justiça, na Câmara da Cidade Sol...
Cruz de Cruz & Sousa: Não me calunie, não me difame que eu entro com três processos contra você, hein? Isso tudo são picuinhas de quem está manipulando você, intrigas da oposição. Armaram um circo e colocaram você, Fantasma, de chimpanzé. Quer ser eu? Quer colocar outro em meu lugar? Não saio até 2012. Vocês vão ter que me engolir, com extorsão e tudo.
Fantasma de Oswald de Andrade: Estou com a consciência mais leve, Cruz. Tou na minha e não comento anônimo. Nem sei o que é isso, tem alguma coisa a ver com O Homem e o Cavalo e as blognovelas? De onde vc tirou? Tá no Fantasma do Pai de Hamlet? Vou olhar. Quer ser eu quem?
HEAUTONTIMOROUMENOS: Enfim, pouco se pode esperar de um narciso, cujos sentidos canalizam-se preferencialmente à auto-adoração, ainda que insegura e, quase sempre, arrependida. Portanto, que se exalte a comodidade e conveniência da crítica eletrônica. Como Cruz da Cruz & Sousa mantém a dificuldade infantil de lidar com a divergência de opiniões, poupa-se o discordante de ver seu protesto desesperado e repugnante. Afinal, além da alma, também a bunda lhe é seca.
Cruz da Cruz e Sousa: Jamais conseguirás, seu caipira de merda. Você jamais será porra nenhuma. E sabes disso. Um porrinha nenhuma num interior qualquer. But a parasite medication would take care of you. Just a worm. So sorry. Assinado: Cruz da Cruz & Sousa da bunda seca!
(Os fantasmas deixam o gabinete, correndo uns atrás dos outros com a caneta-filmadora).
segunda-feira, 8 de março de 2010
Cadê o professor do Telecentro Ozanan?
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Queima de Entulho: Adianta Denunciar?
Portanto, essa postagem é um protesto dirigido a ele, referente à queima de lixo e entulho nos lotes vago atrás da Santa Casa. A situação melhorou um pouco: anos atrás era bem pior, tanto que cheguei a publicar um artigo no Correio Bom-Despachense, ilustrado com foto, a respeito do lixo hospitalar jogado aqui ao lado.
Essa semana protestei com veemência e o rapaz (uniformizado!) logo apagou o fogo com uma mangueira (como minha esposa já tinha feito em outra ocasião). Mesmo assim, a fumaça e as cinzas continuaram por horas e eu resolvi ligar para a polícia ambiental.
Não adiantou nada! Segundo o atendente, um tal Cb. Nunes, o posto fica muito perto da BR. Nem gritando ele me escutou. Desisti. Da última vez, inclusive, liguei e eles não vieram. Insisti e eles me disseram para procurar a Secretaria de Saúde local.
Então fica a denúncia e o recado: Marco Túlio, pare de queimar entulho aqui atrás da Santa Casa. Imagine que cada madeira ou papel é um voto que você está perdendo.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
A Imprensa e os Livros: Uma Aparição
O livro é interessante e deveria ser mais comentado. É praticamente um diário dela, seus conflitos, sofrimento com a incompreensão das "aparições", uma sofrido conflito com as autoridades que não querem reconhecer as aparições e, por outro lado, tentativa de seguir os dogmas da Igreja Católica conservadora, algumas vezes com críticas à Teologia da Libertação e ao comunismo. Parabéns a ela pela coragem de colocar explicitamente essas diferenças, que agora precisam ser criticadas e respondidas.
Dentre os conflitos com padres, ela cita um episódio em que o bispo Dom Félix teria se negado a pagar uma dívida da Pastoral da Criança de Bom Despacho; que Padre Múcio ficou profundamente irritado com críticas publicadas pela Beatriz, então colunista do Jornal de Negócios, tendo então espalhado que os pais da autora da crítica seriam ateus, etc. Enfim, é um livro que merece ser comentado.
Parabéns à Sara pela coragem em comprar tantas brigas! D. Sara, discípula de Nossa Senhora e "bligueira"!
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Cachorrada Solta na Rua: Insuportável
Em Bom Despacho, existem vários locais onde cachorros soltos correm atrás de meu carro, muitas vezes até mesmo pulando junto ao assento de motorista, quase provocando um acidente. Isso tem ocorrido com frequência nas ruas que descem da Praça Antônio Leite, no sentido Rua dos Operários.
Precisamos urgente de uma carrocinha. Ou que a Associação Bicho Amigo se responsabilize por essa situação grave.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Carta ao Valmir Rogério
Oi, Valmir. Gostei do estilo "morde e assopra" do seu artigo aí em baixo. No entanto, o Revista Cidade do Sol desapareceu. Valeu quanto durou. Eu vi que comentar a imprensa em BD realmente é uma boa e uma tarefa que alguém precisa levar adiante. Não sei se vou levar adiante essa cruz que foi minha dor e minha delícia. Só te lembro uma coisinha: se dependesse de você, eu nem teria registro das vendas dos meus livrinhos, pois você combinou e deu o cano, nem apareceu lá...
Mais uma observação: eu propus a fazer um observatória da imprensa. Não se trata, portanto, de ser um ombudsman. Você se confunde, característica que é, afinal, o seu maior problema, senão você não manteria um editorial num jornal tão pequeno.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
O Ombusdman da Imprensa de BD
O Ombusdman é um cargo criado dentro de um jornal, para criticar a editorações do veículo quando é impresso. Os jornais Folha de São Paulo, Yumiury Shimon da Japão, entre outros do mundo, possuem estes profissionais que observam todo trabalho dos editores e repórteres.
Em Bom Despacho, pode-se quase dizer que existe um Ombusdman, mas sem ética, porque gosta de atacar a moral das outras pessoas, principalmente profissionais de mídia. É um professor, coitado por enquanto desempregado, que fica sem ter nada pra fazer, e aí, procura ter atenção em todos veículos de mídia de Bom Despacho. Lúcio 'Bligueiro', dono de um óculos de fundo de garrafa, inteligente, culto e educado, às vezes.
Ele gosta de criticar 'Deus e o mundo', e diz ter bagagem cultural para fazer isso. Filho de classe média, estudado em algumas melhores instituições do País, Lúcio 'Bligueiro' é realmente um escritor que entrará para história de Bom Despacho, como um dos mais discutidos da literatura bom-despachense. Acho que ele vendeu quase 20 livros. Bem, eu caho, né...
Mas, vamos enaltecê-lo, pois seu conhecimento é de extrema raridade. Caso ele acredite em Deus, que o bom o Senhor o ajude a criar juízo e quem sabe, deixar de conquistar inimigos.
Parabéns Lúcio 'Bligueiro', pela sua audácia, sua inteligência e sua percepção diferenciada!!!
Postado por fiquesabendobd às 14:32
2 comentários:
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
De Bom Despacho para o Haiti
www.revistacidadedosol.blogspot.com
Nela relatei minha conversa com um sargento da minha cidade, Bom Despacho, que viajou para o Haiti, o sargento Caetano.
Façamos um minuto de silêncio por nossos militares mortos no Haiti e por Zilda Arns, lutadora da solidariedade e irmã do grande Dom Evaristo Arns.
Tomara que a questão haitiana seja melhor discutida no Brasil, pois enquanto estamos ajudando (com razão) Zelaya em Honduras, não foram esclarecidas as razões de nosso apoio à deposição de Jean Bertrand Aristide. Até no último James Bond disseram que ele foi deposto por ter aumentado o salário mínimo, assunto que foi tangenciado, de passagem, até no último James Bond, o Quantum of Solace, que tem algumas imagens passadas em Porto Príncipe.
O descontentamento das maquiladoras com o aumento de salário dado por Zelaya teria sido, também, um dos motivos do golpe.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Coluna Norma Oculta
Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior
Inicio essa coluna com o objetivo de debater algumas questões de língua portuguesa aqui no jornal Fique Sabendo. Mas ressalto que não pretendo aqui corrigir a fala de ninguém, dando aulinhas chatas como o faz o retrógrado professor Pasquale. O português padrão advogado por Pasquale está, no entanto, muito defasado em relação até mesmo em relação ao português falado pela elite letrada, imagine em relação ao português falado pelo povo. Como essa norma ninguém conhece e fala, é uma “norma oculta”. Daí o nome dessa minha coluna. Aqui, inclusive, estou na postura de mero colunista e não de revisor.
Então, vamos ao que interessa: li recentemente um artigo de Jacinto Guerra abrindo uma interessante questão ortográfica em Bom Despacho, por ocasião da “reforma” ortográfica, pedindo para que o “adjetivo pátrio” “bondespachense” seja aceito no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa e investigado pela Academia Brasileira de Letras. Pergunto: aceito ou imposto como correto no lugar da forma “bom-despachense”? A mim parece que as duas formas de grafar o gentílico (prefiro esse termo, embora também seja correto escrever “adjetivo pátrio”) devem ser aceitas como corretas pelo português padrão, a chamada “norma culta”. Segundo o Acordo, prosseguiram com hífen as formas adjetivas ou substantivas compostas, reduzidas, pátrias ou não, desde que os elementos sejam todos da mesma classe: ínfero-anteriores, ântero-dorsais, súpero-posteriores, póstero-palatais, político-econômicos, médico-clínico-cirúrgico, histórico-geográficos, greco-romanos, anglo-germânicos, afro-descendente etc.
Jacinto está equivocado quando trata de uma “reforma”. Trata-se apenas de um acordo para unificar as duas ortografias outrora vigentes em Portugal e Brasil. A reforma, se viesse, deveria ser muito mais radical. Ela deveria, por exemplo, abolir todos os acentos da língua portuguesa escrita, de maneira a deixá-la competitiva em relação à língua inglesa. Além disso, formas como “para mim fazer” deveriam também entrar para o português padrão. Infelizmente, os gramáticos conservadores não permitirão que isso ocorra tão cedo. Afinal, aqui no Brasil nós não fizemos nem a reforma agrária ainda...
Enfim, sugiro que o nobre colega escreva para a ABL e vá além, sugerindo também mudança do nome da cidade de Bom Despacho para Jacinto Guerra. Aí, sim, teríamos um debate apaixonado entre as duas formas do gentílico: “jacintense” ou “bom-despachense”?
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Carta Pró-Cultura
Nós, artistas, arte-educadores e gestores culturais abaixo-assinados, formamos uma associação que pesquisa e atua na área sócio-cultural de nossa comunidade. Somos cidadãos interessados em construir uma expressão cultural da cidadania e não mais nos calar em relação a omissão do poder público no que se refere à importância da cultura como indispensável ao desenvolvimento social. Bom Despacho, atualmente não conta com: Secretaria Municipal de Cultura, Lei Municipal de Incentivo à Cultura, Fundo Municipal de Cultura, Conselho Municipal de Cultura e Conferência Municipal de Cultura. Esta situação deixa em estado crítico a cultura local e não podemos deixar que continue; portanto é hora de se implementar Políticas Públicas para a Cultura, pois somente assim haverá um significativo desenvolvimento social, econômico e turístico da nossa cidade.
Manifestamos aqui nossa postura de somente apoiar aquele candidato comprometido, em sua política pública, com os valores culturais; pois o direito à cultura é um direito humano. Não somente iremos apoiar, como também fazer valer este direito durante a administração futura. Afinal, a cultura permite a livre fruição de bens simbólicos, materiais e imateriais, expressando a vida coletiva local. Os governos não podem continuar implementando políticas públicas que separem desenvolvimento econômico, social e cultural.
Queremos, portanto, governos que respeitem os valores humanos e culturais presentes em cada bairro da cidade, para que possamos diminuir de modo significativo as desigualdades sociais hoje evidentes em nossa comunidade. Para isto, devemos privilegiar o caminho da cultura, porque isto move e une pessoas a pensar e fazer uma cidade com mais igualdade e justiça social. Assim, os futuros administradores de nossa cidade serão fundamentais para a transformação da realidade social atual, para o combate à exclusão social, econômica e cultural.
Queremos políticas públicas de cultura e que estas incluam a comunidade nas decisões e processos, pois de nada vale uma política pública de “cima para baixo”, afinal todos nós somos cidadãos e somos nós que fazemos a cultura.
Queremos e necessitamos também que, ao retomar as diretrizes da Secretaria de Cultura, que seja o indicado para o cargo uma pessoa competente e técnica, que consiga respeitar, estimular e facilitar a realização dos projetos de nossos artistas, que poderão contribuir e muito para o desenvolvimento de nossa comunidade.
Queremos governos que respeitem os valores humanos locais, multiplicando e estimulando ações cidadãs e assim, educar para uma vida mais digna. Acreditamos que governo e sociedade devem trabalhar unidos para construção de uma cultura democrática, componente central do desenvolvimento humano, que supere o autoritarismo, o clientelismo e os grupos de interesse político ainda muito presentes nas gestões públicas brasileiras. Por isto, convidamos todos os nossos conterrâneos a votar com consciência e a favor da nossa cultura!
Assinado: Geraldo Majela de Mesquita (Músico profissional, Compositor, Professor de Música), Cibele Oliveira (Cantora, Profa. de Canto, Psicóloga), Carolina Moreira (Arquiteta e Urbanista), Simone Guimarães (Profa. de Artes), Priscila Costa (Estudante de Gestão Cultural), Maria Aparecida Ferreira (Arte-educadora), Roberto Ângelo Costa (Historiador, Músico), Roberto de M. Queiroz Neto (Psicólogo, Coordenador do CRIA – Centro de Referência da Infância e Adolescência).