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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Blognovela Penetrália

Capítulo 1: O Cisma Sarapatético

BH, ano 2008. Os Sarapatetas encontram-se para atualização do calendário oswaldiano, decidindo se o marco continuará a ser a devoração do Bispo Sardinha.

Abro os trabalhos recitando Vinícius de Moraes:

Lúcio: Não comerei da alface a verde pétala

Nem da cenoura as hóstias desbotadas

Deixarei as pastagens às manadas

E a quem maior aprouver fazer dieta.

Cajus hei de chupar, mangas-espadas

Talvez pouco elegantes para um poeta

Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta

Que acredita no cromo das saladas.

Não nasci ruminante como os bois

Nem como os coelhos, roedor; nasci

Omnívoro: dêem-me feijão com arroz

E um bife, e um queijo forte, e parati

E eu morrerei feliz, do coração

De ter vivido sem comer em vão.

Andrei Golemsky (caprichando no sotaque russo): A morte é uma festinsky! Só não me telefonem.

Rodrigo Rock Blue (sempre cantando tudo em ritmo de rock): Yeah, em breve os hippies de Istambul me acompanharão. Why, bicho, não te telefonar?

Andrei: Uai, why, não gosto de retornar ligações perigosas. Liasons dangereuses, sacumé?

Andréa Beluga: Andrei, és assombrado pelo fantasma do Magno Pai de Hamlet.

Andrei: Sangue de Jesus tem poder, belugette!

Andréa Beluga (mau humorada): beluguette não, é meio bicha.

Lúcio (vou citar mais um poeta, Juraci Siqueira): Papai Noel comunista...

Êta, mentira indecente!

O velho é capitalista

fodendo a vida da gente!

A noite logo retorna,

e o Sol, cansado, desmaia

e o mar passa a língua morna

na vulva branca da praia...

Santo André (o duplo de André): almas perdidas, quero salvá-las, sou soldado de Deus, vocacionado jesuíta!

Érico(vestido como nero, encara com hostilidade do duplo de André): Nós estamos aqui para quê, sua horda? Não somos ateus?

Rodrigo Rock Blue: o nome da minha banda é HORTA, HORTA, Érico.

Marcos Xavier (entra vestido e com barba como Tiradentes): estamos aqui para resolver o cisma do Sarapatel dos Estetas, a questão do bispo Sardinha....

Andrei: em nome de um materialismo anárquico, uni-vos!

Santo André: em nome de um misticismo maluco, de um Cristo que vi sair andando da parede quando criança, separai-vos!

Andréa Beluga: assim não dá. SALVEM AS BALEIAS! (sai de cena).

Larisse (quando ela entra em cena, Andrei e seu duplo se retiram): Deus, afasta de mim os versos sacânicos, afasta de mim esse cálice!

Marcos Xavier: é preciso afastar os fantasmas Sergei, Elisângela, Johnny, Magno. Viemos aqui para oficializar o cisma?

Érico (monologa baixinho, enquanto ninguém o escuta, acendendo um cigarro): cisma é comigo mesmo. Sou ateu, graças a Deus. Vim para criar uma igreja atéia entre os sarapatetas.

Rodrigo Rock Blue (histérico, imitando Caetano em 68): Vocês são a juventude que quer tomar o poder? Vão sempre enterrar HOJE o velhote inimigo que morreu ONTEM!

Marcos Xavier (com voz paciente de bom católico): bom, para celebrar a abertura desse congresso tratando do cisma sarapatético. O primeiro passo é a partilha do espólio sarapatético.

Lúcio: NÃAAAAO! Beleléu.

Andrei Golemsky: Os hippies de Istambul detonaram todos os caretas!

Santo André, o duplo de Andrei: Eu não queria fazer amor

Lúcio: I am the world, I am the children, I am Bruce Springsteen...

Érico: Isso aí! “Eu também sei ser careta. De perto ninguém é normal”, racional.

Larisse: O real de perto é quase imaginário, é irracional...

Marcos Xavier: U-te-rê-rê, U-te-rê-rê! OOOga BOOOga-tenho dito!

Larisse: E eu queria fazer amor.

Santo André, o duplo de Andrei: Mais um, mais um...Por que parou? Parou por que?

Rodrigo Rock Blue: Eu queria te matar! Vaza-te, rato de éter!!!

Lúcio: Devassos, pervertidos, chafurdem na pornéia desvairada, crapulitos & crapuletes!

Andréa Beluga: Carpe Diem, seus putos! Agricolei, agricolae, agricolis, agricolam...

Érico: Nós somos os novos bárbaros-temos que ser-ou isso ou os bobos da corte.

Santo André, o duplo de Andrei: Anjo Azul, Greta Garbo, leave me alone, cambada!

Andrei Golemsky (cantando narcisicamente a si mesmo): Não deixo! Você é a geléia que eu gosto mais de comer. Humm!!!

Rodrigo Rock blue: Eu vou te matar, ROMANOV!!!

Larisse: As renobraças vão te POSSUIR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Lúcio: Je me gustaria de retalhé le professeur. Yo yrya pendureux ekle dan le cabeza per baix, pour las orejas -- me gustaria mucho! Osgarmo!Vira! Virou! Ah!

Érico: Ah! A vida é como uma prova de colégio: não importa se você cola ou não, desde que a resposta esperada esteja no papel.

Santo André, O duplo de Andrei: OH Zeus. Chuva de ouro, eu só quero, só penso em namorar.

Andrei Golemsky (apaixonado por seu duplo): Namoro não pede Zeus ou Deus, só os seus e os meus, ou melhor, o meu e a sua:

Rodrigo Rock Blue: a morte expõe a bílis gangrênica no seu rabo.

Lúcio: A perversão tomou conta do meu e da tua, seus comunistas, seus trotsquistas, vocês deviam parar de recitar os Poemas para Rezar de Michel Quiost e não deviam deixar os Poemas para Rezar de Michel Quiost fazerem este estrago todo nos humanóides que habitam este planetinha defecante e fazer algo para que os Poemas nunca mais fossem rezados e quem sabe eles fossem desintegrados numa câmara ardente, seria uma ploscalafobéticarexospiração em meio aos vietcongs, maoístas e ativistas exaltados do Partido Armado Universitário (PAU), sigam o Sendero Luminoso e leiam as Teses filosóficas de Enver Hoxha, seus agentes de Tirana, vocês já passaram o verão no litoral albanês?

Érico: Não é anotação da aula, mas parece. Que zona!

Lúcio: Isso a gente não aprende na escola.

Andréa Beluga: Issi o gene não apreende na école.;

Santo André, o duplo de Andrei: EU TÔ DENTRO DE VOCÊ, CARA.

Andrei Golesmky: Fala, minha cruz!

Santo André, o duplo de Andrei: Cruz é o caralho!

Marcos Xavier (fala com a voz do Papa Bento XVI, em off): Acabo com isso ao som de descargas celestiais e do berro de um Deus que criou este mundo e não conferiu se tinha papel higiênico.

(Continua...)

domingo, 14 de março de 2010

Blognovela Penetrália: Onde Há Fumaça, É fogo: Parte 20

(Refugiados do blog do Vamp e do blog de Gerald Thomas, um grupo se reúne no blog Penetralia e traça estratégias para evitar a diáspora. O momento é um dia antes de Vamp anunciar que voltou. Lúcio resolve voltar com a blognovela).

Mariene: O ateísmo é uma ruptura, gente. Se Deus é o absurdo coletivo, seu equivalente é a fé na existência devida em outros mundos. Tudo cai nesse ponto, Deus existe.

Susan Clayre: Sabe quem está indo para o Brasil? Zack Glass. Ele canta folk, é um gato, adora brasileiras...

Walter Greulach: Si señorita lo consigue de una vez, gracias que lo disfrute...

Ana Paula: Zack Glass, ah, que vergonha!

Van: vida de monja, de vez em quando encontro uma naja no jardim.

Alziro Patafísico: estou triste.

Fabrício Estrada: Spinoza à la carte: o problema das paixões tristes é que paralisam o conatus.

Ana Paula: Não vamos misturar psicotrópicos com religião porque...

Lúcio: Alguém aí de vocês é Jesus?

Targino: O diabo tá morando no Vaticano, muitos bispos não acreditam em Deus e o cultuam. Li um padre contando: “e ele goza na minha cara!”

Cláudio Diet: Andy Warhol veio para fazer escola. Ah, nossos quinze minutos de fama! Ônus, bônus.

Susan Clayre: Eu fui ver a casa de Hemingway em Cuba!

John Hemingway: It’ll be my first time at the Hemingway House and after this I’ll have seen all of his homes except for the Finca Vigía outside of Havana (which for a US citizen like myself is just a tad more difficult to visit). Eventually, however, I’m sure that I’ll make it to Cuba, too. The government down there, in collaboration with the American Finca Vigía Foundation, has been doing a lot of important work in saving my grandfather’s island hideaway from the ravages of Cuba’s humidity, termites and tropical storms.

Lúcio: Sabia que o John Hemingway não conhece? Não é fácil para os cidadãos americanos irem a Cuba.

Reinaldo Pedroso: Não t intendendo! Isso aqui é campo de refugiados de petistas enxotados do blog do Gerald Thomas e do Vamp? Blognovela número 20? Cadê as outras dezenove?

Lúcio: Tão por aí no blog, Reinaldo, é só procurar. Aqui é igual ao Afpaki, tá cheio de refugiados mesmo. Há mais coisas entre o céu e terra que a nossa Van...

Mariene: Buenas, Tarja, deu bad-bolck nesse seu HD interior! O mundo é um cobol, limitado este nosso ser que vc imagina ser PC: Máquina eletrônica de armazenar, processar e enviar dados. We are much more than this.

Regininha Poltergeist Vereza: Há todo um lobby nacional e internacional visando a manutenção de Lula no poder.

Lúcio: Uma nóia. É como diz o Tene Cheba: somos blogólatras. Pena que o Tene ficou dublando a voz de Gianechini e perdeu-se numa cápsula espacial.

Ezyr: Lá VEM a Van com o JOGO INTERSEMIÓTICO DE SEM-PRÉ...

Wilson Nanini: rosas cerzidas com arame farpado me ditam rotas de colisão!

Lúcio: Não é a Van não, Ezyr. Deve ser a Fulaninha, o M60, o Pato Donald, o Crítico de Arte, o...

Cíntia: Targinão, my beloved! For the love of god, aqui em Salvador tá um calor!

Ana Paula: Creeeeedo, migraram a verborragia! JUJUIS me acode!

Targino: O sertão vai virar mar! As águas do velho Chico vão bater no meio do mar e não na boca dos sertanejos com sede.

Sandra: Se Dilma vencer, será a Kristallnacht.

Daniela: Lula não é o profeta do diálogo.

Vamp: Como é difícil defender os torturadores cubanos e o José Dirceu, hein, pessoal? E essa TV Brasil, pense que assistindo você está apoiando Lula, a filha do Lula, o Nassif, a filha do Nassif... Todos mamando! Dá traço de audiência!

Mariene: Sou contra qualquer tipo de transposição, mesmo astral.

Lúcio: Lula já fez greve de fome no tempo do Geisel e fez sua autocrítica.

Reinaldo: Ciro, num lero de que vai transpor as águas do São Francisco...blasfêmia. Tipo, caminhando sobre as águas?

Maria do Rosário: UM OLHO NO PEIXE, O OUTRO NO GATO!

Cíntia: Lúcio, quem dirige essa blognovela? Parece o Gianechini com a voz do Gerald Thomas e com montagem da Ezyr.

Lúcio: Pois é, Deus é o grande problema, né, Cíntia. O diretor é pai, tirano, regente, Deus.

Gerald Thomas: Oh, give me a break. FORGET ME!

Druot: Sim. No Havaí, os locais chamam os brancos de haoles, que significa os que são mortos por dentro. Eles dizem que não estamos vivos, porque não estamos conectados com os espíritos e a natureza.

Londrina: Todos somos seres humanos, até Diogo Maigayde e Gaynalda Azeda. O Brasil tá sintonizado com o Vaticano: tem o partido dos DEMO.

Márcia: putz, que lástima.

Lúcio: Tem uma tarefinha para a gente poder imigrar para outro lugar, a nossa terra prometida, o nosso Israel. Temos que bolar um nome para o filme The Hurt Locker que não seja Guerra ao Terror. Que tal O Esconderijo Escondidinho da Explosão? O Prendedor da Dor?

Márcia: Ih, a visita desse site pode danificar seu computador...

Londrina: Dilma já está na frente de Serra!

Cíntia: Os comments esparramaram como mercúrio cromo quando quebra...

Mariene: Bem Jujú, resolveu que o viver dela clube da luluzinha na pizaria, ia ter a vó e a bisavó.

Lúcio: Os travestis do Caetano Vilela tão a postos no blog dele: Lênin, Tzara e Joyce papeando. Vamos pôr eles para papear aqui?

Londrina: Lúcio, é muito triste um ator se prestar a esse papel.

Lúcio: Mas tá vindo também o filme do Xyco Xavier. Xyko não precisava de atores, vinham os espíritos mesmo. Em New York, Marilyn Monroe contou para ele que não se suicidou. Tava triste e tomando umas bolas, mas a intenção nunca foi se suicidar.

Londrina: terroristo e não terrorismo.

Cíntia: Pode despirulitar que eu não vou largar esse blog legal, alternativo.

Van: Esse blog é a insônia das minhas noites de deleite!

Lúcio: Que tal se fizermos todos uma seita tipo Santo Daime? Uma religião atéia.

Ana Paula: O psicopata SOMOS NÓS!

Cláudio-Diet: Não precisa encher a casa para a festar ficar boa.

Lúcio (fechando a cortina italiana): Então, por enquanto, vamos ficar pensando aqui que rumo tomar. Enquanto isso vocês vão ouvindo Hard Rain is Gonna Fall, do Bob Dylan e Unknown Soldier, dos Doors. Logo mais vem o cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Carta ao Rafael Rodrigues Ou: Me Atualiza Que Eu tô Barroco!



Caro Rafael: vou falar a verdade sobre o seu artigo que só agora li no Suplemento Literário de Minas Gerais de julho passado (http://www.cultura.mg.gov.br/?task=interna&sec=6&con=907#julho2009): me atualiza que eu tô barroco! Seu artigo parece o de um velho, parece ter sido escrito no século dezenove!

Essa carta, no fundo, é um protesto, pois senti que você colocou o meu Penetrália no mesmo balaio dos demais blogs e sites literários que, no final das contas, não sofrem com crise alguma da crítica e somente com a incompetência interesseira de alguns poucos. Quem serão os desinteressados e competentes? Sugiro: Roberto Schwarz, Alcir Pécora, Paulo Franchetti, Wilson Martins, Augusto de Campos, Anelito de Oliveira.

Você mesmo elogiou as Horas Podres de Jerônimo Teixeira, crítico da Veja acusado por André Sant´Anna de ser um porta-voz do escritor e jornalista Mario Sabino, este, por sua vez, já acusado pelo jornalista Luiz Nassif até mesmo de manipular a lista dos mais vendidos da revista para poder nela figurar.

Em primeiro, o que você chama de crítica literária não está em crise, está restrita ao ambiente acadêmico. É forçoso que diga algo de substantivo. Vejamos a sua dúzia de clássicos: Machado de Assis, Schopenhauer e George Orwell (não deu uma dúzia). Eles, aliás, não entraram no cânone por suas obras enquanto críticos literários.

Inclusive, o livro que julgo mais representativo da literatura dos anos 90, o Cidade de Deus, de Paulo Lins, foi indicado a uma editora por um crítico: Roberto Schwarz. E depois virou filme e quase levou o Oscar, para você ver como são as coisas. Sabe essa coisa estilo “diário de uma favelada”, O Quarto de Despejo, O Cortiço? Pois é, pois é, tipo assim.

Rafael, bom e ruim são os conceitos mais relativos do mundo. Eu acho A Revolução dos Bichos ruim porque nela os proletários são animais e os humanos burgueses. Claro que isso não altera nada para você, mas ver uma versão filmada onde foi encaixado um final conciliador, em que homens chiques e neoliberais voltavam a dominar a fazenda, para mim fez toda a diferença. Também cultivo o conceito de que o romance político 1984 é um dramalhão de horror copiado do romance Nós, de Eugene Zamiátin e a melhor coisa em que resultou desse texto foi a música de David Bowie com esse nome.

Rafael, sugiro que você cultive seus gostos, suas manias, suas loucuras mais características e tenha coragem de defendê-las contra a moda, contra o mundo, contra tudo. Aí sim, fará crítica literária com credibilidade, honestidade, sinceridade, arrogância, prepotência, escreverá até mesmo com Tolstói vigiando de um lado e Dostoiévski olhando de outro. Para Oswald de Andrade, crítica não pedia nada disso que você citou, apenas maldade.

Enfim, por hoje vamos ficar por aqui. E não se esqueça da frase de Machado, repita antes de dormir: “é levantando as estátuas do teu inimigo que tu consolidas as tuas próprias estátuas”. Não esqueça disso na hora de fazer a minha estátua, hein? E então: me atualiza que eu tô barroco, hein?

Abraços do Lúcio Jr.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Blognovela Penetrália: Os canibais estão na sala de jantar


Blognovela Penetrália, número...the torture never stops!

Episódio de réveillon: Os canibais estão na sala de jantar

(Sala de jantar. Os convidados estão a postos: Calígula está na cabeceira, de bata e coroa de louros; Vampiro Brasileiro é o garçon, enquanto Coffin Joe, Cintia Lennon Claude Diet Fábio Pipipi, Joseph Waltcheco, Divo da Eira são os convidados).

Coffin Joe: não são os mesmos velhos procedimentos, não. Hoje vamos comer algo unglauber.

Calígula: comer, fazer uma grande orgia e morrer?

Vampiro Brasileiro: o Serra, Vampiro Brasileiro, reich, putsch (faz sons ameaçando uma cuspida com desprezo).

Coffin Joe: vai passar uma minissérie sobre Dalva de Oliveira e Herivelto Martins de Maria Adelaide Amaral, sabe Calígula? Eu comprei a trilha sonora daquela da Maysa. Mautner e Maysa transaram? Eu vi uma minissérie da Maria Adelaide onde o personagem ia à Semana de Arte Moderna, era sobre um sopro no coração sabe, mas não tinha nada a ver com Clarice Lispector não, sabe, dizem que a mãe dela foi estuprada num pogrom na Ucrânia. Mas, falando da minissérie. O personagem via quadros da Semana e dizia que tinha visto, em Paris, exposições bem mais avançadas. Isso em 1922. Achei que foi como se Gerald Thomas tive saído num túnel do tempo e falasse pela boca daquele personagem. Aliás, hoje vamos comer torresmo, feijoada, tutu com torresmo, comida mineirinha, tá...

Calígula: Cocô não, já te disse Joe, porco come cocô.

Coffin Joe: Pois é. Pois é. Mas vamos agora para algo totalmente diferente, né? Você quer comer as receitas do Joseph Waltcheco?

Joseph Waltcheco: eu tive de engolir meus personagens, quero comer o crítico de teatro, o doido varrido, o Pato Donald no tucupi, sabe? Rabada, rabada com Lula e creme de limão, misturas instigantes, nouvelle cuisine.

Divo da Eira: eu li O Sexo do Crepúsculo do Jorge Mautner e ao ler aqueles dois soldados fazendo sexo no crepúsculo, eu me lembrei do meu pai na Wehrmacht e no partido comunista alemão e ao mesmo tempo eu quis assar um polvo imbecil; é como a frase de Hitler: ou é o escudo dourado dos germanos ou a escuridão do bolchevismo asiático e Mautner mostrou nesse livro que assim foi na Europa Oriental. Mautner transou com Maysa, foi mais um na multidão de amores.

Vampiro Brasileiro: assar polvo não, imbecil! Qualquer lugar para você é melhor do que o Brasil. Você tá se a-Sean-do? Isso é confusão mental! Vou pedir indenização de um milhão de dólares por propaganda desse software sempre livre nazi-stalinux aqui. Nazi-stali-heitorista-reinaldista-dilmista.

Fábio Pipipi: PI..pi...pi...agora Benazir Buto e Odete Roitman, as duas bichas, viraram Vampiro Brasileiro e Calígula! Voltem para o reduto, me enganem que eu gosto. Você viram o filme Bruno, do Sacha Baron Cohen? Aquilo é humor judeu? Vocês vieram da Áustria para serem popstars mais famosas que Hitler?

Coffin Joe: que tal uma Lula ao creme marinado? Marinado com maionese de marienne.

Cintia Lennon: isso de Lula para lá, Lula para cá, tou enjoada de Lula. Prefiro Lennon ou até mesmo Lênin.

Claude Diet: Eca! Eca com Creta! Comam pouco, mas não comam porco!

Coffin Joe: tem uma história que queria contar. Eu tinha um colega que fazia, diziam, loucuras bissexuais e ouvia Philip Glass. Ele montou Nietzsche, o Louco Poeta da Punheta. Começavam com Nietzsche se masturbando. Depois, teve um dia que um espetáculo meio maluco no Centro Cultural da UFMG e o diretor se parecia com Gerald Thomas, mas não era e...

Calígula: você já me cocô...digo, já me contou essa história. Mas nós viemos aqui para jantar nossos mortos. Somos os canibais na sala de jantar. Essa imagem de Gerald Thomas que você repete é horrível, essa imagem está morta, entendeu? É pura imagem, entendeu? UNGLAUBER?

Coffin Joe: Glauber. Ghost Writer. Suicide Notes. Beckett speaks. Einmalisch!

(Pano rápido. Trevas).

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Blognovela Penetrália parte 13: nada a declarar

Uma peça escrita por : [=


Apresento a vocês a breve blognovela ”Nada a Declarar; Tudo a Ocultar”, inspirada neste Post (Nada a declarar, de Gerald Thomas) e na blognovela do, digamos, símbolo. Ela, portanto:

”Nada a Declarar; Tudo a Ocultar”

Personagens:

Gerald, o gênio;

Vampiro; o genioso;

Bahuan, o taxista indiano;

Narrador, o gostosão.

Parte primeira:

Narrador: -Sem dúvida a noite nova iorquina, sombria e amarga, trazia depressão para os homens mais vibrantes. Era o caso de Gerald Thomas, o grande. Grande porque, além de sua estatura em razão de sua dieta macrobiótica, era um reconhecido dramaturgo, ator, poeta, artista pós-moderno, dançarino e apreciador de pizzas excentricas. Mas nada disso evitou a escuridão sobre seu olhar e ele saiu na tempestade a gritar socorro.

Gerald: -Socorro!, socorro!, táxi!, táxi!

Táxi amarelo pára para o Gerald.

Gerald: - Nossa! Que ótimo vê-lo senhor taxista. Você é maravilhoso. Eu sei que aparento um tando doido; sabe, cá entre nós, mas tenho vergonha de parecer doido varrido. Desculpe-me, senhor.

Taxista: - Imagine! Quanta modéstia e simpatia…

Narrador:- Gerald ansiosamente interrompe o taxista e indaga:

Gerald: -Qual o seu nome, querido?

Taxista indiano: -Bahuan.

Gerald: -Lindo. Gostei, Bahuan. Agora me leve para o meu terapeuta… Por favor.

Bahuan: - Qual o endereço, senhor?

Gerald: - O das estrelas.

Bahuan: - Decerto.

Um dos celulares de Gerald toca ( som da configuração inicial do celular).

Gerald: Quem é?

Vampiro: Eu; não?

Gerald: Eu quem?

Vampiro: Eu, ora. O Vampiro.

Gerald: - Porra! Eu já falei que quero aquele Blog em ordem…. Poh!, Vamp, meu amor…

Vampiro: - Tudo bem… Depois eu te ligo. Vou dar um jeito. Tchau.

Bahuan, de repente, freia bruscamente e Gerald bate a cabeça no banco frontal.

Gerald: - Ai!… Mother fucker!… Preste atenção, meu senhor!, … Olha!, eu preciso ir ao terapeuta e quero chegar vivo. Meu querido, mais atenção…

Bahuan: Pode descer. E que tal uma sugestão de subtítulo para seu blog? Blog do Thomas: aqui o público atende pela porta de trás.

Gerald: Obrigado, Baquian.

Narrador: - Não mais chovia e no mais suntuoso e belo edifício do Brooklin, Gerald adentra… Para ele nunca, nunca mais sair e revigorar suas tantas máscaras e fantasias que lhe fazem sobreviver do jeito que é.

FIM.

sábado, 18 de abril de 2009

Blognovela Penetrália parte 11: quer ver Cuba lançar

(Um barco aproxima-se da costa cubana, cheio de brasileiros).


Gerald Thomas: Nessuno dorma! Estou chegando pela quinta vez a Cuba! Eles já me convidaram quatro vezes, agora vou cantar com Andrea Bocelli aqui!

Pacheco: quack!

Crítico de arte: será uma obra geraldiana imperdível! Se você espirrar, saúde!

Gerald: vamos fazer uma chamada? Donald Duck, Pacheco, crítico de arte, Tene, Francinny, Edward, Sandra, Contrera...


Lúcio: só as personagens do Pacheco ocupam meio barco, oh capitán mio capitán...

Walter Greulach: maestro!

Fantasma de Paulo Francis: essa josta. Voltou. Fidel não morreu, eu morri antes dele! Socialismo ou muerte: muerte!

Lúcio: o que estava escrito naquele papel do Reinaldo Azevedo, hein, Gerald?

Gerald: cadê ele?

Lúcio: está comigo aqui, mas é uma letra ilegível, tá sujo... É...

Gerald: é isso que vc está pensando mesmo!

Lúcio: quero..que..Cu...ba...lance...North Korea...vai lançar foguete...ich.

Gerald: ich weiss es nicht.

Crítico de arte: já disse que essa porcaria não deveria ter voltado. Agora não existem mais grandes bandas de rock. O rock morreu. Denny Yang acabou seu blog. Walter Greulach é o novo Borges, o novo Cortázar...

Fantasma de Paulo Francis: queeeem? Se eu não conheço, não presta!

Tene: Hamlet. Vamos montar em Cuba um Hamlet. Cubista. Um Hamlet de protesto contra o chavismo e outros ismos comunismos socialismos nazismos chebismos arabismos israelismos grafismos

Crítico de arte: adoro seus poemas, mas isso aqui é blognovela, aliás, para quê essa porcaria voltou? Que diabos tou fazendo aqui?

Pato Donald: quack!

MNC: pessoal, estamos chegando! Tou ouvindo rock! rock em Cuba, o embargo acabou! (ela pula do barco e dentro em pouco volta)

Gerald: oh my god!

Caetano Veloso: o fato dos Estados Unidos violarem os direitos humanos em solo cubano é por demasiado significativo para eu não me abalar...

Mnc: estamos em Guantánamo!

Edward: mierda para vcs (salta, tentando voltar nado para os USA)

Lúcio: a nado, não!

Gerald (já em terra, cercado de jornalistas): Cuba não significa nada...

Targino: como assim, não significa nada? Ela só significa!

Ezir: isso é simplesmente P-R-O-F-U-N-D-O! NECESSITA inter-PRETAÇÃO inter-SEMIÓTICA

Lúcio: vamos ver a Yoani, pessoal! Aprender a blogar com a blogueira mais importante do mundo!

(Continua...)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Blognovela Penetrália: A Hora H

(Cenário: o escritório de Lúcio. Ele varre a sala e serve café, como um contínuo de si mesmo).

Lúcio: acho que fui profético quando disse que, aqui nessa blognovela, não existe diretor, cada um dirige a si mesmo, num processo self-service.

Cruz do Cruz & Sousa: Você quer tomar o poder? Parasita! Penetra!

Lúcio: é isso o que você está pensando mesmo. O poder tem a minha cara também.

Cruz: Sua blognovela é uma josta. Tá sem audiência nenhuma. Por que essa merda voltou? Quem é o diretor disso aqui? Isso aqui não passa de uma idéia plagiada do Gerald Thomas e mal realizada por esse tal “penetrália”...humpf!

Lúcio: sou eu.

Cruz: Parece caderno Mais passado na bunda. Mais usada na privada. Arquipélago Gullar....

Lúcio: E o Pinochet?

Cruz: Seu burro, eu senti, em Cuba e no Chile, o peso dessa esquerda autoritária que você romantiza aqui, você que é de uma suposta esquerda. Um dia um operário chegou na minha casa no Chile e disse que tudo aquilo ia ser dele no futuro! Ah, aqueles allendistas...tiveram o que mereciam.

Lúcio: pois aqui estamos entre Piaget e Pinochet.

Cruz: você é como o Francis que dizia sair das peças do Beckett com nada no bolso ou nas mãos. Ladrãozinho de idéias.

Lúcio: já é alguma coisa em filosofia, o nada. O nada nadifica, o tudo tudifica, não há nada como ejacular o seu nada. Nada prova nada.

John: Mas quem é diretor agora? Ninguém me fala nada...

Lúcio: Da Ópera H é o Caetano Vilela.

John: Bruce Botnick is also curious. Será que o Glass não sabe que o Gerald é brasileiro?

Lúcio: encare tudo como uma experiência prática de morte do autor.

John: death of the author?

Lúcio: autor aqui sou eu, mas a coisa seria muito melhor se o autor fosse Gerald Thomas.

Caetano Veloso (obraemprogresso.com.br): esse papo seu tá qualquer coisa.

Vamp: coisa em si?

Lúcio: John, a obra deve estar em progresso. Mas esqueceram o autor num hotel lá da Flórida, você disse...mas não era em Cuba?

John: é, o autor andava amaldiçoando a América Latina.

Cruz: vão trabalhar. Não tenho nada que acompanhar esses papos seus. Não gostei, não gostei, não gostei. GO DO YOUR THESIS! Você quer fazer do seu blog uma arena para touros brigarem, você quer sangue, quer por todo mundo uns contra os outros. Você quer que os escritores e artistas sangrem para depois vampirizar a tinta que sair. A culpa é TODA sua, Lúcio.

Lúcio: opera-ários e opera-árias de todo mundo, uni-vos em torno do libretto!

John: (...)

Gerald: (....)

Lula: eu não sei de nada, Gerald, não me culpe.

Lúcio: Cruz, você é sempre do contra. Mas não aceita sua própria cruz. O narciso dos outros é bem feio, né?

John: não quero mais saber de mistérios e não tou para botar a coroa em príncipes da esperança. Quero que alguém me informe sobre a Opera H.

Cruz (cantarola U2): it moves in mysterious ways...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Blognovela Penetrália, capítulo 2: Sarapatetas, Sapateiem!

Blognovela Penetrália. Capítulo 2: SARAPATETAS, SAPATEIEM!

(Os sarapatetas se ausentam, deixando em seus lugares meros bonecos de cera que caricaturam seus rostos. Sobrou apenas Lúcio, que fala agora com o rosto do Lúcio da propaganda do governo federal que sugere que você, eleitor, não vote em maus políticos).

André Duarte (ouve-se uma voz gravada saindo de seu boneco, inicialmente dando um email): http://sarapateta.tripod.com/ Certamente nossos sapientíssimos leitores já procuraram conhecer a incrível cultura dos povos pré-fetófagos que habitavam em distantes tempos ancestrais as construções cujos restos formam o sítio arqueológico de Al Benakor. É um lapso absurdo para todo aquele que envereda pelos caminhos do conhecimento não ter sequer ouvido falar desses povos e das ruínas descobertas em 1967 pelo arqueólogo inglês Sir Anthony Ivor e que têm mobilizado um enorme contingente de arqueólogos, paleontólogos, antropólogos e outros estudiosos num esforço conjunto e coordenado para elucidar parte da história desconhecida e repleta de mistérios de toda a região do vale do Baixo Nor. Toda esta região situa-se em um dos mais inóspitos e misteriosos territórios da face da Terra: os pântanos de Gotzey, tido por alguns também como um lugar repleto de forças mágicas de cujas origens não se tem notícias...

Lúcio (sapateando): André, isso tudo é mentira. Al Benakor nunca existiu. Não minta aos leitores (dirigindo-se para os leitores): meu nome é Lúcio, quando eu fico nervoso, eu sapateio!

(Entram em cena outros personagens do teatro do absurdo da política: Mariana, que anda em círculos quando fica nervosa; João Paulo, que cria uma abelha no ouvido esquerdo).

João Paulo: eu sou uma abelha na orelha da esquerda! Heloísa Helena confirmou Glauber naquela frase: quem é revolucionário na política geralmente é reacionário em arte. Citou o poeta Dedo Ivo em entrevistas. Ledo e Ivo engano, só porque ele é alagoano? Oswald de Andrade disse que ele era o chulé de Apolo! Eu votei em Heloísa, mas quando perguntaram se ela apoiava o aborto, ela disse que aborto era o chulé de Rosa Luxemburgo!

Mariana (monologando em círculos): para lá, para lá. Quatro anos é muito tempo, não quero o terceiro mandato de Lula, mas José Alencar gostaria de consultar o povo. Zé, não tema a morte! Tema o terceiro mandato! Tema que esse referendo existia na constituição da Venezuela e não do Brasil! Eu sou uma personagem de Beckett, de Ionesco. Fail. Fail again. Fail better. Eu não posso ir. Eu vou, andando em círculos! Caetano Veloso, lendo uma entrevista de Lobão no show, disse que era stand up comedy. Vô, vô, por que não? Lobão criticou João. João Gilberto. João Grandão. Me chama, me chama, me chama, me chama, João, mas no sue apartamento de bosta nova não vou não. Essa é uma linguagem morta, beatlemaníaca, eu ligo o rádio e jabá, jabá, eu te amo, é para tocar no rádio, no rádio do seu coração, para chupar com Paul mole. Mas João cortou a mágica do absurdo, não as lágrimas no escuro. E Lobão tem razão? Lobão colocou Caetas como signatário-gilete de um abaixo-assinado pela numeração de CDs!

Lúcio (sapateando): sempre que eu fico nervoso, eu sapateio. Eu sapateio na empresa, diante de todo o staff, eu sapateio para me casar, eu sapateio...só no sapatinho. Eu tinha que ir à Lapa antes que Lobão acabe com ela, eu me solidarizo com os marxistas branquelos universitários e loosers. Eu sou LOOSER, Jesus é LOOSER, IRAQUE E AFEGANISTÃO SÃO PAÍSES-LOOSERS, Lobão é WINNER?

(Subitamente, outros bonecos começam a falar):

Marcos Xavier: de grão em grão a galinha enche o saco! Se repararmos bem as atitudes humanas, não será difícil perceber o quanto o homem ainda preserva de seu lado animal, principalmente ao analisarmos seu comportamento alimentar. Não satisfeito com toda a infinidade de alimentos que a natureza lhe proporciona, o homem insiste vorazmente em provar absolutamente tudo. Animais? Já saboreou todos, sem deixar escapar nada, aproveitando rabo, focinho, língua etc. Muitos devem ter morrido ao comer plantas desconhecidas que eram venenosas. A fome, sem dúvida, faz com que muitos sejam obrigados a comer, dramaticamente, até lixo. Porém, o apetite humano vai além da fome: não bastassem os peixes, há que se comer toda a população marinha, até mesmo as ovas do peixe. Há restaurantes na Flórida que servem caranguejos ainda vivos. Sabe-se também que num exótico restaurante situado nas proximidades de New York servem-se larvas negras que se proliferam em madeiras podres. Lembre-se ainda que em algumas tribos nômades de uma república da Ásia central, uma das iguarias mais apreciadas são olhos de carneiro cozidos. Independentemente de fatores sociais, o fato é que o homem não passa de um bebê que sai engatinhando e vai colocando na boca tudo que acha pela frente. Ou uma galinha que sai ciscando. O mais radical, sem dúvida, nessa gula sem precedentes, são as tribos canibais. Entretanto, não duvido que muitos de nossa espécie "civilizada", ao verem algumas banhas humanas, imaginem suculentos torresmos. A bem da verdade, sabemos bem de alguns que não resistiram à tentação e foram condenados à prisão e mesmo à morte. O que é isso? O resultado aberrante de uma fase oral psicótico-megalômana? Ou é simplesmente a natureza humana? Bem, resta-nos ter esperança no grande salto evolucional da antropofagia dos Andrade de 22!

Lúcio (sempre sapateando): quero comer essas LARVAS PODRES em New York! Elas são a cura para o meu sapateado.

(O boneco de Érico se aciona): ... e eis que eu me vejo envolto numa auréola de fumaça, num véu de formas cambiantes, fugidias, hipnóticas, promessas de segredos indecifráveis, desde sempre perdidos.

(Lúcio, sapateando, resolve calar o boneco, pois o google não aceita apologia de cigarro. Algumas frases saem entrecortadas): Não sou o Marlboro Man, não vivo nas pradarias, não habito o paraíso fácil de quem não morre... nem nunca morrerá de câncer de pulmão. Cultivo um hábito decadente... que pode me levar a morte, mas afirmo que saber cultivar um vício é uma virtude, é uma arte...Nada de niilismo indolente aqui... que o cigarro é um veneno, mas é um santo veneno, um veneno enviado por deuses que não existem mais -- amém! uma névoa sinistra....Ora, e o que há por detrás da fumaça? Multidões de não-fumantes indignados com...Confinados em nosso pequeno mundo, ascendemos em espirais de fumaça, o planeta em combustão lenta e programada, os céus ... e meu sorriso na névoa cinza como uma meia-lua, como o sorriso do gato de Chelshire...

(Lúcio desliga o gravador de todos os outros bonecos): Só vou deixar vocês falarem daqui a quatro anos, quando vou tentar parar de sapatear de novo!