Aqui estamos novamente para debater com o Valmir do Jornal Fique Sabendo, que em editorial da edição de 15 a 30 de outubro de 2010 ensaiou declarar o voto em Serra, mas ficou só no quase. Quase declarou. O título do editorial é: "O Brasil da Imprensa Quase Livre".
Valmir: você poderia ter declarado o voto em Serra nessa edição, imitando o jornal O Estado de São Paulo. Teria sido mais honesto, mostrado mais coragem. Porque durante a campanha você fez uma cobertura que ignorava todos os candidatos e falava só dos que anunciavam com você: Zé do Nô, Jefinho, Dr. Grilo, Anastasia.
Na capa você colocou uma imagem de Vital Guimarães, presidente do PSDB local, recebendo um panfleto de Anastasia e colocou a chamada falando em "carta de reivindicações". Achei muito positivo, como achei positiva a cobertura do caso do menino morto em circunstâncias misteriosas, o José Paulo. Como você já deve ter lido no blog do André, vou mesmo publicar um artigo a respeito da manifestação que aconteceu reivindicando uma apuração justa para esse caso. O artigo se chamará Outubro Vermelho em Bom Despacho.
Você ignorou a manifestação histórica e publicou um Boletim de Ocorrência, o segundo que vejo (o primeiro foi publicado no blog do Fique Sabendo) a respeito do caso José Paulo. Esse que você publicou impresso nem sequer toca no assunto "drogas" que era o grande tema do outro, que acusava José Paulo de traficante. O que aconteceu? Por que dois BOs? Por que esse agora dando ênfase ao acidente que o teria matado?
A carta de Vital a Anastasia foi uma iniciativa boa, parabéns ao Vital, que parece ter boas relações com você. A carta continha as seguintes reivindicações que vale a pena transcrever:
1--instalação imediata da Superintendência de Educação (já criada por Lei).
2--Destinação da Fazenda --antiga Febem --para o projeto da escola profissionalizante do Agroindustrial.
3--Recursos para a construção de um Anel Rodoviário e duplicação da entrada da cidade até a BR 262.
4--Recursos para a aquisição de um CTI e uma Hemodiálise para serem administrados pela Santa Casa e não por uma empresa particular conforme tem sido noticiado.
5--Asfaltamento para o Campo de Pouso, que se encontra e pista de terra desde sua construção há mais de dez anos.
6--Apoio para o processo de agilização do Parque Ecológico Mata do Batalhão.
São pontos bons, mas poderiam chegar a dez, com a estatização das siderúrgicas locais paradas pelo Lula, quem sabe, etc.
Mas, deixando de lado esse tema candente, vamos ao seu editorial. Em primeiro, você é extremamente inexato ao tratar de "numa edição da revista Veja..." Que edição? De quando? A Veja é um péssimo exemplo para você, Valmir. Ela se faz de neutra, mas é partidária do PSDB. E mente e distorce.
Como acho que é distorção e mentira essa história de que Lula quer monitorar a imprensa mediante um dispositivo na Constituição. Afirmações mentirosas desse naipe foram feitas pelo candidato Dr. Grilo, que pagava publicidade em seu jornal a respeito de minorias religiosas e sexuais. Esse candidato confunde o PNDH-3, plano de direitos humanos, com emendas à Constituição, por pura má fé.
Cuidado, Valmir: tomar partido, sim, incentivar a ignorância, a mentira e a confusão, deliberadamente, aproxima um órgão do fascismo, porque o fascismo faz uso deses expedientes. Não estou dizendo que você é fascista. Eu vi você na manifestação contra a morte de José Paulo e acredito que você é um cidadão que quer que a cidade melhore, é um cidadão que luta por uma imprensa melhor, é um rapaz batalhador que leva adiante sozinho o seu jornal. Por isso me dou ao trabalho de escrever esse texto: no intento de ajudar você a seguir o seu caminho que é de luz e impedir certos deslizes nas trevas.
Eu não peço a você ser cem por cento imparcial, mas ser parcial e não assumir acho negativo. Você pode receber pelas publicidades, mas o conteúdo pode ser uma cobertura mais abrangente, ouvindo e olhando os dois lados.
O governo Lula se caracteriza por ter tido uma simpatia da imprensa em seu início, para depois passar a ser intensamente combatido por ela. Nesse combate, ela não se mostrou isenta e sim conservadora, autoritária, ignorante e praticante da censura que ela diz querer evitar. Sim, ela modera, censura, omite, não dá direito de resposta! Escreva uma carta criticando a Veja e veja se sai lá!
Eu votei em Ivan Pinheiro do PCB no primeiro turno e votarei e Dilma no segundo, mas só porque ela é a menos pior. Mas de censura a jornalistas não se pode acusar o governo Lula! E mesmo Chávez sofreu um golpe de estado do qual participou toda a imprensa. E o que ele fez com a RCTV foi cassar a concessão dela, mas ela continuou funcionando a cabo e pela internet. Não foi "fechada pelo governo" como mentem por aí. Existe oposição a Chávez, sim, como o jornal Tal Cual, do Teodoro Petikoff. Leia que é espanhol, dá para ler e é menos editorializado que a Veja. Leia lá e não repita mais as besteiras reaças da Veja:
http://www.talcualdigital.com/index.html
Aliás, esse governo tem a peculiaridade de ser combatido por praticamente toda a imprensa, rádio, jornais e televisão, mas nem por isso perde popularidade. Isso é para você refletir sobre sua (ir)relevância para o povão.
A própria Veja tem publicidade de empresas tais como o Banco do Brasil, o que me deixa espantado. Receber dinheiro de um órgão do governo para falar mal dele! Eu creio que o PT deveria criar sua imprensa própria, não-estatal, e esculachar essa imprensa demotucana.
No mais, espero que você aceite esse texto como estima ao seu jornal e a você, assim como desejo de abrir o diálogo. Deixe estar que Lula quer você e seu jornal livres e Deus, no qual o FHC já disse não acreditar e a imprensa esconde, com certeza vai ser bem benevolente e onipresente e, sem se tornar "um minúsculo chefe de estado em virtude de sua decadência governamental", como você escreveu, com certeza irá querer.
Abraços sempre camaradas do Lúcio Jr.
Um observatório da imprensa para a cidade de Bom Despacho e os arquivos do blog Penetrália
Mostrando postagens com marcador imprensa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador imprensa. Mostrar todas as postagens
domingo, 24 de outubro de 2010
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Paula e o espírito de manada, O Grande Inquisidor, etc
Eu estou acompanhando, interessado, as novidades do caso Paula. Li uma entrevista inacreditável com o pai de Paula, dopado, em estado de choque, sendo atacado por questionamentos apimentados, crivado de perguntas por um jornalista implacável...
Foi um show. Um advogado chumbado de remédios enfrenta o Grande Inquisidor. A mídia brasileira deu a notícia do ataque dos neonazistas a Paula em tom de denúncia para o governo fazer alguma coisa. O governo fez, mas agora a coisa se voltou contra ela. E tudo são os anônimos que fazem: uma anônima passa um ultrassom falso para a Época, um anônimo dedura numa revista suíça que Paula já confessou a auto-flagelação (!). É preciso tirar Paula de lá. Mas aqui, a imprensa furiosa quer um desmascaramento. Quer retirar a confissão de Paula, ao som dos úteros em fúria do solo da mãe cruel. Paula, em meio a uma queda de braço entre os que apoiam a política exterior do governo e os que não apoiam, entre o "partido do povo suíço" e a dura verdade: o SVP é ligado a neonazistas. Um cartaz contra o asilo político aos imigrantes, numa foto, trazia a seguinte pichação: "Asilo para Blocher no Terceiro Reich". E a sigla SVP fora pichada. Será que eles prenderam a Pivetta?
E cadê os skinheads de Zurique? Neonazistas, zuruck! Eles agora são fantasmas que ficaram invisíveis. Por que me ufano do meu chocolate com cruz gamada? Porque o cacau é da Bahia?
Agora a Paula, por ter aplicado o "golpe da barriga" na imprensa do Brazyl e do mundo, virou uma das górgones. As górgones da mídia: Medusa, Megera, Medéia e a Mocréia da Paula...
Será que o bispo católico-fascista-barroco argentino acredita que morreram somente cem mil judeus mesmo? Ele deve achar que quem diz que foram seis milhões é que são delirantes. O mundo está em delírio, deve pensar ele, precisamos discutir os números da morte. E por que Bento XVI se apressa em perdoar? Será que ele também gosta de pensar que "é puro ecstasy", como canta o Skankamlet, aliás uma forte maconha sueca...Minas deve bem sucedido grupo musical à maconha escandinava e eles nos devem a revolução industrial inglesa, como via Marx no porto de Liverpool em Das Kapital.
O temor dos conservadores tem fundamento: a shoah pode ser posta na conta do capitalismo imperialista. Foi extensamente documentada, filmada. Isso foi essencial. O Gulag soviético não deixou quase nenhum registro imagético. Numa sociedade que exige registros imagéticos, o Gulag e os massacres stalinistas não possuem o mesmo peso. Os soviéticos não queimaram o filme...Tem gente que garante que o holocausto é tudo fake, tudo uma gigantesca "instalação" coletiva judaico-alemã. Será então que o que a Paula fez foi "body-art"?
E Nietzsche pende como uma bisteca no azougue existencial. O Brasil vira um falo-estaca no coraçao do Vampiro da falta lacaniana/calligariana. Nas escolas de samba, conflitos entre travestis e homens fazem nascer um terceiro banheiro. O terceiro sexo? Banheiro transgêneros? Se fossem conflitos entre brancos e negros e se criasse o banheiro dos negros e mestiços, diriam: já começou a segregação. Mário de Andrade dizia: "I´ll never be in color line land..."
Eu gostaria de entrevistar o Alberto Dines dopado e depois de ver umas cem horas de filmes sobre a shoah num quarto branco, para citar as sacanagens que Boninho & Bial estão fazendo com os participantes do Big Bode Brasil Nove.
Foi um show. Um advogado chumbado de remédios enfrenta o Grande Inquisidor. A mídia brasileira deu a notícia do ataque dos neonazistas a Paula em tom de denúncia para o governo fazer alguma coisa. O governo fez, mas agora a coisa se voltou contra ela. E tudo são os anônimos que fazem: uma anônima passa um ultrassom falso para a Época, um anônimo dedura numa revista suíça que Paula já confessou a auto-flagelação (!). É preciso tirar Paula de lá. Mas aqui, a imprensa furiosa quer um desmascaramento. Quer retirar a confissão de Paula, ao som dos úteros em fúria do solo da mãe cruel. Paula, em meio a uma queda de braço entre os que apoiam a política exterior do governo e os que não apoiam, entre o "partido do povo suíço" e a dura verdade: o SVP é ligado a neonazistas. Um cartaz contra o asilo político aos imigrantes, numa foto, trazia a seguinte pichação: "Asilo para Blocher no Terceiro Reich". E a sigla SVP fora pichada. Será que eles prenderam a Pivetta?
E cadê os skinheads de Zurique? Neonazistas, zuruck! Eles agora são fantasmas que ficaram invisíveis. Por que me ufano do meu chocolate com cruz gamada? Porque o cacau é da Bahia?
Agora a Paula, por ter aplicado o "golpe da barriga" na imprensa do Brazyl e do mundo, virou uma das górgones. As górgones da mídia: Medusa, Megera, Medéia e a Mocréia da Paula...
Será que o bispo católico-fascista-barroco argentino acredita que morreram somente cem mil judeus mesmo? Ele deve achar que quem diz que foram seis milhões é que são delirantes. O mundo está em delírio, deve pensar ele, precisamos discutir os números da morte. E por que Bento XVI se apressa em perdoar? Será que ele também gosta de pensar que "é puro ecstasy", como canta o Skankamlet, aliás uma forte maconha sueca...Minas deve bem sucedido grupo musical à maconha escandinava e eles nos devem a revolução industrial inglesa, como via Marx no porto de Liverpool em Das Kapital.
O temor dos conservadores tem fundamento: a shoah pode ser posta na conta do capitalismo imperialista. Foi extensamente documentada, filmada. Isso foi essencial. O Gulag soviético não deixou quase nenhum registro imagético. Numa sociedade que exige registros imagéticos, o Gulag e os massacres stalinistas não possuem o mesmo peso. Os soviéticos não queimaram o filme...Tem gente que garante que o holocausto é tudo fake, tudo uma gigantesca "instalação" coletiva judaico-alemã. Será então que o que a Paula fez foi "body-art"?
E Nietzsche pende como uma bisteca no azougue existencial. O Brasil vira um falo-estaca no coraçao do Vampiro da falta lacaniana/calligariana. Nas escolas de samba, conflitos entre travestis e homens fazem nascer um terceiro banheiro. O terceiro sexo? Banheiro transgêneros? Se fossem conflitos entre brancos e negros e se criasse o banheiro dos negros e mestiços, diriam: já começou a segregação. Mário de Andrade dizia: "I´ll never be in color line land..."
Eu gostaria de entrevistar o Alberto Dines dopado e depois de ver umas cem horas de filmes sobre a shoah num quarto branco, para citar as sacanagens que Boninho & Bial estão fazendo com os participantes do Big Bode Brasil Nove.
Marcadores:
górgones,
imprensa,
neonazistas
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Assinar:
Postagens (Atom)