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terça-feira, 30 de setembro de 2008

Um Apelo do Escritor Alberto Guzik

VOCÊS PODEM ME AJUDAR A EVITAR A DESTRUIÇÃO DE 'RISCO DE VIDA'?

Terminou faz tempo meu contrato com a Editora Globo, que não reeditará "Risco de Vida". O livro não foi um sucesso. Da edição original de três mil, ainda há uns 400 exemplares nos depósitos da editora. Vão ser postos a venda. Os que não forem arrematados serão picotados e transformados em aparas. Peço aos leitores deste blog, se puderem, que me ajudem a evitar a destruição do "Risco". Quem ainda não tem o livro poderia comprá-lo pelo Submarino ou pelo site da Editora Globo, já que nas livrarias ele não é encontrado faz tempo. Quem já tem, poderia comprar pra dar de presente pra alguém. Me dói pensar nesse livro, que escrevi com tanta paixão e que até hoje vem apaixonando tanta gente, picotado e destruído.

domingo, 24 de agosto de 2008

Blognovela Penetrália: Capítulo 3

Capítulo 3: A CRUZ DO CRUZ & SOUSA

(O Gugol Júlio Fantasma informa que a blognovela foi interrompida de forma abrupta na última sessão).

João Paulo: sou eu que tenho uma abelha na cabeça. O Mário é o que tem o celular que toca sempre Pour Elise e o faz chorar. É que ele leu Adorno e a regressão acústica. Ele lembra que para ele, Lukács, Hegel e Adorno, a arte morreu. E ele não sabe nada de Filosofia. Tem também o cara do trem e o do cometa.

Trem: eu só volto daqui a quatro anos.

Cometa: eu sou o Halley, só volto daqui a setenta anos.

Lúcio (sapateando): Trem? Eu deixo aqui uma sugestão para uma polêmica no blog: o gesto dos Kaiapós de passar o facão no engenheiro da Eletrobrás foi antropofágico? Para mim, foi.

Guzik: Nem é preciso ir atrás de teorias de historiadores e sociólogos. Bastam uma hora à noite sem energia ou vinte e quatro horas sem água (as duas carências rolaram aqui entre terça e quinta) para percebermos como são precárias todas as nossas "qualidades" de vida. que civilização frágil essa que construímos!

Contrera: no encontro entre a barbárie da civilização e a civilização da barbárie sempre há quem sirva de comida aos cortadores de cabeças. o que não significa que não deva existir porrete a demandar um limite entre as facas ou os canhões.

Rio Maynart: Caro Andrei, te sinto mais “Andrei” do que “escrava isaura”, assim como vejo o Vamp mais vampiro do que Odete ‘Róitman’, ele não é um vilão como ela. O Vamp, caro Andrei , é lindamente sensível!!! Ele até teve um surto só pq eu questionei uma frase meio non-sense sobre a mão num sapato ser o mesmo que uma mão no cadáver e parece que o Lúcio Jr. tb teve o mesmo questionamento q eu, (segundo o Gerald)… Para surtar c/ isso, é necessário ter muita sensibilidade (A Odete ‘Róitman’ nunca surtaria c/ essa pergunta. Ela é uma vilã fria, crua, cruel e durona), e olha que ele (mesmo surtado) ainda teve sensibilidade e tesão para agarrar alguém no escuro… Eu acho que ele agarrou foi a Dra. Paloma. Fábio, meu caro, não gosto de rótulos.

Sandra: SENSACIONAL! Ar-ra-sou!

Lúcio: Mas não tem nenhum Andrei aqui, só um boneco. Sarapateus e sarapatetas: sabe o q eu acho mais complicado nessa história do setember eleven? É que agora, um nacionalismo árabe pragmático não pode mais apoiar os USA nem aceitar um programa democrático liberal! Eles venceram, fecharam o sinal. Mesmo o Talibã e Saddam se aliaram aos USA em certos momentos. De agora em diante isso é impossível!

Laerte Braga: para quê apoiar o imperialismo americano?

Andrei Golemsky (o boneco volta a falar, aparentemente sem motivo, numa nova gravação): Ah, seu Laerte, a morte é uma divindade, a morte é uma festa! Certo dia, ouvi num noticiário que dez pubs londrinos, daqueles bem tradicionais, planejam oferecer um novo serviço no mercado gerado pela morte. O referido serviço consiste em, expressando o morto (com alguma antecedência, evidentemente) o desejo de que assim seja feito, ser o corpo e as cinzas depositadas numa urna funerária (até aqui não há novidade). E essa mesma urna contendo as cinzas do antigo cliente seria armazenada, ou exposta, no interior do próprio pub que o morto costumava freqüentar com seus amigos, acompanhada de uma placa convencional de lembranças eternas.

Cruz do Cruz e Sousa: Prezado Sr, estou realmente estarrecido com sua atitude, tanto no seu blog quanto aqui, revelando uma intimidade que jamais tive nem tenho com colegas, ex-colegas, amigos, ex-amigos, companheiros, ex-companheiros, aliados, ex-aliados, adversários, ex-adversários, e digo mais: nem mesmo com parentes de primeiro, segundo, terceiro graus etc.

Até onde me lembro - e estou vivo e lúcido o suficiente para me lembrar completamente de todos os meus atos - jamais o agredi, jamais o desqualifiquei, jamais encaminhei qualquer ação com objetivo de lhe causar danos de qualquer natureza. Todas as vezes em que conversamos, dentro e fora da UFMG, cumpri com minha obrigação elementar, enquanto humano (e certamente o Sr. é daqueles que duvidam da humanidade dos negros, dos pobres e outras minorias), de respeitar o outro.

Como tantos, escolhi o trabalho intelectual, desde o início da vida adulta, como "métier": penso, pesquiso, falo, escrevo, enfim, exponho-me. Evidente que esse tipo de trabalho, o conjunto de idéias que o caracteriza, freqüentemente desagrada a outras pessoas, grupos, facções, partidos, guetos, bairros, turminha da mônica e outras turmas, contraria seus princípios, sua etiqueta social etc. Entretanto, nada justifica o linchamento daquele que, com suas idéias, desagrada a qualquer grupo, o que significará sempre a velha e intolerável confusão de fronteiras que tantas tragédias já causaram à humanidade. Tive e tenho o direito a emitir as idéias que entendi e entendo que são mais plausíveis, direito que também lhe assiste, bem como a qualquer outro mortal. Neste momento em que o Sr., que tem idade suficiente para responder pelos seus atos, pavoneia-se debilmente com o meu nome, procurando, como outros, seus 15 minutos de fama (afinal, quem é o Sr.mesmo?), creio que esteja cônscio sobre as conseqüências de chutar um cachorro-não-morte, creio que conheça bem o ditado paranaense que Leminski gostava de recordar: quem come pedra, sabe...

Lúcio (sapateando cada vez mais, com as mãos na cintura): era só o que me faltava...Fala, minha cruz! Quem chamou você aqui nessa blognovela?

Cruz da Cruz e Sousa: Deixo bem claro, mais uma vez: não admito nem jamais admitirei que pessoas maledicentes, mesquinhas e autoritárias, em bom uso ou não de suas faculdades mentais, procedam a julgamento sumário da minha pessoa nem do empreendimento que, orgulhosamente, fundei há quase dez anos e é - para aumentar o ódio de figuras ridículas como o Sr., típicos remanenescentes do nosso nazionalismo merdavarelo - uma das referências de um tempo, de uma geração e de um lugar nos anos 90. Quanto a discutir meu ensaio "A Desarmonia da Harmonia" com o Sr., ensaio cuja importância o Sr. mesmo reconhece ao escrever todo um outro ensaio a respeito, considero uma proposta altamente indecente. Volto a lhe perguntar, com toda sinceridade: quem é o Sr. mesmo? Eu, como o Sr. bem sabe, sou A CRUZ DO CRUZ & SOUZA.

Lúcio (sentado, segurando o pé): Olha, eu não tenho nada a ver se o poeta do desterro foi recebido friamente. E você vem com essa velha frase: “Você sabe com quem está falando?” E que negócio é esse de nazionalismo. A Sra. Cruz é que ficou louca.

(Nesse momento, Lúcio observa que há outros bonecos, esses minúsculos, de sarapatetas pela sala. Mas primeiro, ele precisará resolver o problema da Cruz, que traz junto uma enxurrada de lama que ameaça encher a sala. Os bonecos dos sarapatetas flutuam juntamente com Rio Maynart, Laerte Braga, Contrera e Guzik, que gesticulam pedindo socorro).

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Um Bom Blog de Literatura, Cinema, Crítica

Eu ainda vou colocar no meu currículo que sou comentador de blog de Gerald Thomas. Um grande artista e jornalista que conheço, Rodrigo Contrera, postou isso lá na Wikipedia, não sei agora se tirou. Admiro o Rodrigo, mas ele é contra, é contrera. Li no blog dele que ele ainda continua indo ao blog do Gerald, mas sem comentar, ficou magoado com algumas respostas. As pessoas não deveriam nunca brigar pela internet. Evito mandar cartas para meu amigo Ramon pela web, pois cartas são um prato cheio para a gente se desentender, não são bem cartas, são e-mails. Eu adoro cartas e diários. Escrevo desde os treze anos quando ainda existia o Muro de Berlim e eu li no livro do Gorby (1988) que ele ainda ia durar cem anos. Acabou no ano seguinte. Susto. Amadureci para saber que são os gêneros que gosto (cartas, diários).
Eu curti o blog do Alberto Guzik:
Mas lá vai: http://os.dias.e.as.horas.zip.net/
Esse blog do Guzik é uma descoberta. Gostei mesmo. Adoro saber o que um escritor está fazendo ao escrever um livro. Gosto de metateatro, metalinguagem, metalinguística e outras metas, como dizia Haroldão. Tenho um bloguinho daquele da Uol, mas sinceramente gosto mais desse do google, mesmo mexendo nele e tendo certas dificuldades.
Eu tirei o blog de uma doutoranda em Linguística da minha página depois que li a justificativa dela de que não atualizava o blog porque estava focando na tese.
Ora, para mim é necessário, faz parte da minha economia psíquica blogar. Na semana passada a mãe de um amigo morreu. Ah, agora isso está parecendo o blog do Justin Hall, pioneiro dos blogs. Soube que o blog dele era um diário, um diário onde às vezes tinha até foto do Justin pelado. Foi triste essa morte, após doze dias de um câncer fulminante. Nos reencontramos no enterro. Não estou suportando ir a velório, como nessa cidade tem muita gente idosa e não tem teatro nem cinema, sou assíduo frequentador de velórios. E tomei chá verde à noite, será que vou perder o sono? São duas e trinta e cinco...