domingo, 2 de fevereiro de 2025

Gustavo Machado e Suas Mentiras : A Contrarrevolução de Veludo

Gustavo Machado do PSTU, marxólogo da trupo de Chasin e Ester Vaismann, apresenta certo sucesso debatendo com ancaps na internet. Gustavo domina bem a crítica da economia capitalista, ele vê o capitalismo com realismo e os seus opositores são, por excelência, ideólogos que propagandeiam o capitalismo em sua ideologia mais senso comum e desconhecedora da crítica. Aí fica fácil para o trotskismo de Gustavo brilhar. 1) O que Gustavo tem a oferecer é marxologia acadêmica e blá blá blá eleitoreiro do PSTU. Gustavo quer a revolução sem etapas, mas o que está fazendo PSTU há uns trinta anos na fase de eleger representantes para o processo eleitoral? Isso deve-se perguntar também aos antietapistas do PCB e da UP. Não estão ocupando espaços, fazendo acúmulo de forças como fala o PT, numa eterna etapa eleitoral que não leva a nada? Por que, afinal, o esforço parece contraproducente e o liberalismo é que acaba se impondo entre nossas fileiras? 2)TROTSKISMO NÃO É MARXISMO. Embora Gustavo Machado esconda isso muito bem, noto que alguns pontos surgem evidências disso. Gustavo não ressalta nem que somos colônia do imperialismo norte-americano, ele fala em imperialismo citando o texto de Lênin, mas de forma parcimoniosa. Marx ele adora, desbunda ao falar e faz da voz de Marx a sua voz, fazendo ventriloquismo e como se Marx não falasse em revolução democrática e somente sem etapas. Lênin o humor já salga. Stálin já chama de monstro e tudo o que faz é barbaridade. Machado parece conhecer melhor times de futebol argentinos do que Nahuel Moreno, inspirador da linha do PSTU, que ele jamais cita. Moreno, em determinado momento, apoiou peronismo e a revolução cubana, depois voltou atrás. Resta explicar. 3) Gustavo parece não ressaltar que Marx não conheceu os monopólios (que vigora hoje) e sim o capitalismo de livre concorrência. Se ele admitir isso, talvez terá que admitir que não basta ser especialista em Marx, Marx é insuficiente nesse ponto. 4) Machado pouco conhece de China e alega que é uma revolução que já começou burocratizada. Há relatos de que o PSTU foca em sindicatos ricos, da aristocracia do proletariado. E atua neles de forma a criar uma burocracia sindical. A perceção do senso comum a respeito é muito, mas muito ruim. Por isso convidei Adauto, um pstuísta que muito costumeiramente fluda os grupos de zap, a debater o filme "Sindicato de Ladrões". Gorbachev esteve aí para mostrar o que é realmente um burocrata no poder. Pergunta-se muito o que seria Trotsky no poder, talvez fosse algo semelhante a Gorbachev, que no passado os trotskistas chegaram a chamar de trotkista, como mostrou Ludo Martens em A Contrarrevolução de Veludo. Expressão aliás ótima para defini-lo, contrarrevolucionário de punhos de renda, contrarrevolucionário de sorriso de canto de boca, sorriso mineiro, de veludo. 5) Machado diz mentiras quando diz que Stálin perguntou se uma usina atômica poderia funcionar sem falar em relatividade e física quântica. É burrice afirmar isso. Lênin já falava no tema em Materialismo e Empirocriticismo. Lênin adiantou, inclusive, a problemática de aquilo seria usado para detonar o materialismo. Gustavo aceita toda tranqueira anticomunista, até o HOLODOMOR, que acaba de ser desmistificado pelo maior especialista em fome no mundo, Mark Tauger, PARTICIPANDO NO BRASIL DE UM CANAL MAOISTA E REAFIRMANDO: A FOME NA UCRÃNIA OCORREU POR CAUSAS NATURAIS. Gustavo Machado sai agregando Soljenitisin, a quem ele considera ficção fonte primária em História (enquanto até a mulher de Soljenitisin já admitiu que é anedota e folclore de campo, tamanho o dano realizado contra a Rússia no Ocidente por esse livro). E olha que Machado estudou História!!! 6)Adauto do PSTu indica Frank Garcia, que e´um membro do PCC cubano, como teórico trotsko --na verdade, posadista. E que stalinismo é esse de Cuba que permite até encontro internacional apologético de trotskos? E que é um verdadeiro ninho de trotskos, tanto que até vocês do PSTU estavam lá no encontro mas não puderam falar? Que stalinismo é esse? Existe stalinismo soft? 7) Mesmo como economista, o trotskismo e esse trotsko são capengas. Já vi inúmeros problemas nos vídeos dele. Ele afirma que não existe teoria universal da história. E vc pode ler lá no Manifesto que existe, a história tem sido a história da luta de classes. Machado diz que não há método em Marx, mas no Ideologia Alemã vc pode ler que é o materialismo histórico. Machado diz que fetichismo da mercadoria não tem aspecto psicológico e sim somente social, mas é evidente que, sim, existe, reflete-se na valorização das coisas contra as pessoas, aspecto da mente reificada, chega ao ponto de sacrificar as coisas às pessoas. Mas há mais, há mais. Gustavo Machado debate-se com o desafio de manter a mentirada a respeito de Stálin e estudar os livros editados no período Stálin, nos anos 30 (Ideologia Alemã e outros). Para justificar, diz que não houve deturpação (ain, Stálin resistiu a deturpar?) e a deturpação teria partido do Editorial Vitória que publicou os textos aqui no passado e que agora estaria tudo resolvido com as traduções da Boitempo! É muita mistificação o tempo todo. Em outro vídeo, só porque Marx não escreveu:"está é minha teoria do valor-trabalho", Machado acredita que Marx não tem teoria do valor trabalho (aff). Ele devaneia pensando que Marx apenas postula que a teoria dele é a do Ricardo, o que o torna um vulgar liberal (loucura desmentida até nos próprios comentários do vídeo, olha o absurdo). Esse tipo de pensamento o filia diretamente a José Chasin, que nega o tríplice amálgama (o socialismo francês, economia inglesa e filosofia alemã como fundamento do marxismo). Sim, Chasin nega que esses sejam os fundmaentos do marxismo!!! Em outros momentos, vi Gustavo até utilizando o vocabulário de Chasin, falando em abstração irrazoável. Chasin e Ester Vaismann, nos anos 90, chamavam o PSTU de marxistmo gnóstico, ou seja, falso marxismo, seita religiosa e fanática de alienados organizada em torno do marxismo. Mudou o natal ou mudou o PSTU??? Sumarizando: para Gustavo Machado ter sido aceito como marxólogo, como outros do grupo de Chasin, primeiro beijou a cruz do anticomunismo. Um exemplo a sempre ser lembrado é Rubens Enderle, um do grupo mais saliente que, depois de traduzir O Capital e muitos textos para a Boitempo, indicado como pessoa de confiança de Ester Vaismann (segundo Ivana Jinkings em nota publicada na web), escreveu tese sobre Marx e, mesmo assim, converteu-se a filosofia anticomunista vulgar e fascistóide de Olavo de Carvalho. Ou não aprendeu absolutamente nada ou evoluiu para um anticomunista liberal assumido, jogando o palavrório de marxólogo acadêmico no lixo. E fez isso em vista de obter lugarzinhos rendosos, em prol de um individualismo burro, porque não é preciso de muito para saber como o vomitório fascista de Olavo é danoso.

Críticas a "Por que não sou marxista, de Frederico Krepe": A Épica dos Impotentes

1) Qum perguntou? Sabemos que Frederico Krepe é trabalhista do PDT lulista e adepto do Ciro por outro lado. Um homem que vive com os pés em duas canoas, duas variantes de oportunismo eleitoreiro. Por que diabos pipocaria na cabeça de alguém esta questão?? Krepe quer, na melhor das hipóteses reformas para o país. Na pior, algum cargo bem remunerado. 2)Toda a argumentação é construída em cima da ideia de "se o marxismo me satisfizesse filosoficamente, eu seria marxista." Isso é falso, visceralmente. A questão é vivência política no gerenciamento semicolonial, no oportunismo eleitoreiro, isso tudo lhe parece satisfatório. Não é problema filosófico do marxismo não levar Krepe a um orgasmo. 3)Krepe propõe uma loucura: ele quer cientificidade e abertura para o simbólico e a mística ao mesmo tempo. Ele cobra isso do marxismo. Krepe postula que sua mente tem apenas acesso indireto ao real. Para Krepe, a coisa em si é incognoscível, o númeno não coincide com o fenômeno (falta ler materialismo e empirocriticismo do Lênin). Outros revisionistas eleitoreiros oportunistas dão razão em parte a suas elocubrações, destas bestagens tão bestas (Jones Manoel, Heribaldo Maia). Heribaldo pensa que é correto ainda dizer que não temos acesso ao real e a coisa em si é incognoscível. Jones acredita que Lucien Goldmann e outros revisionistas resolveram esses problemas e que o simples evocar de seus nomes já traz algum tipo de exorcismo ou benção --e solução de alguma coisa. Jones devaneia, elocubra, mas não consegue entender o básico: o problema de Krepe é sua opção por reformar o capitalismo, mas se você ler O Capital você verá que ele não é reformável. Tudo o que é feito de bom em termos de reformas no tempo da bonança (direitos trabalhistas, aumento da classe média, estado de bem estar social) é desfeito no tempo da crise (com o agravante que agora, no século XX, crise redunda em fascismo por parte da burguesia).Krepe é, portanto, o liberal progressista que quer reformar o capitalismo selvagem em tempos de crise, em tempos em que ele será mais e mais selvagem. Ou seja, Krepe fracassará miseravelmente, quem sabe até em seu intento de adquirir lugares rendosos. 4) Quando está reclamando de pouca cientificidade, Krepe reclama que Marx debate ditadura do proletariado. Hora, hora, ela foi aplicada nos anos 30/50 por Mao e Stálin, logo procede sim, debater. 5) Isso no primeiro vídeo. No segundo, o mito do dogmatismo. Para Krepe, seria possível um físico dizer: sou ptolomaico, isso satisfaz minha crença de que estou no centro do mundo, minha visão de mundo. Ou Galileu dizer algo como: "não quero ser dogmático, então não posso dizer que a terra gira. Estou aberto aos argumentos de quem diz que está parada ou é plana". Krepe quer só amoitar a ideia de que todo cientista trabalha com uma hipótese e batalha por ela. E ao defendê-la, se ela for derrubada, outra pode ser criada a partir das críticas apresentadas. 6)Não tem nada, mas nada a ver não ser materialista e não ser marxista. Se você não é materialista, se você supõe que existem forças além da matéria, você pode especular sobre o sobrenatural. A dúvida que paira é se você pode exigir cientificidade se você em parte deixa de lado a possibilidade seriamente de conhecer a realidade objetiva. Krepe acredita que afasta essa ideia falando que é diferente ser naturalista e ser materialista. Mas creio que o ponto de Krepe é outro, é especular até que ponto o mundo que vemos é apenas criação de sua mente e das formas e predisposições da mente, se existe matéria anterior a ela ser aprendida pela nossa mente e outras considerações. Ou Krepe pode especular que, se pular da janela, alguma forma extramaterial pode te pegar pelo pé e te colocar de novo na janela. Por que não? Felizmente Krepe não é empirista ao ponto de experimentar algo assim, ele recusa o empirismo. 7) Krepe já se mostrou antistalinista ferrenho e recusa o Stálin com base na acusação lukacsiana de que ele é empirista. Mas Krepe parece confundir empirismo (a supremacia da experimentação sensível sobre o intelecto) com a capacidade efetiva de atuar e conhecer sobre o real a partir da experiência sensível, uma vez que existe a tal coisa em si misteriosa, o númenom não coincide com fenômeno. KREPE APENAS REPETE UMA ACUSAÇÃO A MARX QUE JÁ É FEITA A STALIN! Marx e Stálin, tudo a ver. Fica mais difícil negar que Stálin seja marxista e, além de ferrenho antistalinista, Krepe esteja agregando trotskismo para assim melhor negar o marxismo. 8) Acuado, Krepe recorre ao truque de separar Engels de Marx (em seus vídeos só há desses truques). Isso possibilita que tudo o que eu julgo errado atribua a Engels, o que está certo a Marx, sendo assim que me preservo de eu, euzinho, insignificante, estar tentando refutar o gênio. Estou como Trotsky, usando Marx de boneco de ventríloquo. Enfim, Frederico Krepe não é marxista, é apenas um liberal progressista no tempo dos monopólios e do capitalismo apodrecido. É a famosa Épica dos Impotentes.