Pessoal: vale a pena ler esse conto do professor Márcio Seligmann sobre um assunto semelhante ao do meu conto.
http://www.cultura.mg.gov.br/arquivos/SuplementoLiterario/File/1332.pdf
E aviso, inclusive, que agora as coisas por aqui vão ser bem lentas aqui no revista cidade sol e penetrália, bem esporádicas. Estou com dor no tendão e tomando um cedrillax para acabar com ela. Para isso vou tentar diminuir a atividade diante do teclado.
Esse blog não vai acabar: só se minha escrita acabar comigo primeiro.
Dedico esse conto a todos que sofrem com a criminalidade acadêmica: com os pequenos crimes que se perpetram todos os dias nas universidades e que quase sempre ficam impunes: orientadores que não orientam, que se mostram arrogantes e autoritários ou abandonam os orientandos para se aposentarem; relatórios burocráticos infinitos que terminam em corte de bolsas e verbas; professores que copiam partes de textos de alunos e colocam em seus trabalhos, mas esculacham os alunos; vaidades e egos inflados, acompanhados da insistência louca para que se produza nesse ambiente. Contra as condições haitianas de trabalho e as cobranças harvardianas.
Tudo frescura perto do que o povo brasileiro passa, que inclui horrores como trabalho escravo e luta diária pela sobrevivência, mas mesmo assim são pequenos crimes, pequenas crueldades, mas mesmo assim são crimes.
Um relatório para uma chimpanzé
Lúcio Jr.
O Escritor Premiado resolveu que não queria ver o cadáver de sua mulher, mas sim o de Dona Durruti Buenasuerte, sua orientadora na universidade. Dona Durruti era estúpida e rude e o fazia reescrever os seus textos. O Escritor Premiado não suportava a aparência horrível e a mau humor de Dona Durruti, mas precisava dela para concluir seu mestrado sobre o escritor Asdrúbal Trombon, de quem ele tinha de puxar o saco para poder ganhar espaço no caderno de Cultura onde o Asdrúbal era editor-chefe.
Ele foi, então, à universidade procurar Dona Durruti. Encontrou-a com uma grande televisão em seu gabinete. “Meu caro, já trouxe novamente o seu trabalho?” No entanto, o Escritor Premiado ficou calado diante dela, esperando o melhor momento de estrangulá-la. “Fui premiado”. “Quê, você é viado?” Falou a naja, com seu rosto fazendo uma careta que a tornava ainda mais feia de sarcasmo. “Não, minha cara, fui premiado e vou abandonar esse mestrado”. Ela calou-se por um momento e deu-lhe as costas com desprezo, dizendo “um prêmio é algo insignificante. O bom é estar em Paris, sem agenda. Viva Paris, aproveite Paris!” O Escritor Premiado ficou ali em silêncio, enquanto Dona Durruti tentava arrumar a cabeleira desgrenhada tirando e colocando o seu arquinho. De repente, pareceu-lhe que Dona Durruti era um chimpanzé. Seus gestos denunciavam aquilo. Antes lhe parecia que o rosto enrugado de Dona Durruti era feio e parecia estar se decompondo. Pareceu-lhe, de repente, que Dona Durruti era uma criatura não tanto desumana, mas pré-humana. Ela era um chimpanzé que se disfarçava de gente e conseguira fazer graduação, pós-graduação e até ocupar um lugar na universidade, sempre escondendo sua origem não-humana. Perder aquele cérebro de chimpanzé nada significaria para a humanidade.
“Adeus, Dona Durruti”, disse ele, tendo descoberto seu segredo. “O poeta bisseto do modenimo”, balbuciou a mulher monga. “Hein?” “Você não vai mais fazer sua pesquisa sobre o poeta bisseto do modenimo?” De repente, a chimpanzé balbuciava uma súplica. O Escritor Premiado teve pena de Durruti, pois ela confundia, em sua mente que fingia ser humana, Asdrúbal Trombon com um escritor totalmente diferente. Mas o mestrado dele começara há dez anos! Dona Durruti, no entanto, não tinha conseguido, ainda, processar essa informação e fingia diante de todos sabê-la, tendo até organizado um grupo de pesquisa sobre A Modernidade de Asdrúbal Trombon, Poeta Bisseto do Modenimo. “Preciso pensar, Dona Durruti”, alegou O Escritor Premiado.
E foi saindo de sua sala. Andando pelos corredores, encontrou na cantina um amigo escritor, o Dr. Rafinha. Vestido de terno branco impecável e chapéu de malandro, sempre fumando cigarilhas chiques, Rafinha gostava de ser chamado de Dr., embora estivesse no mestrado há quinze anos, contando as passagens por várias universidades e programas e clínicas psiquiátricas. “Vamos tomar um vinho no restaurante Vecchio Della Vecchia, soube de sua premiação. Hoje é por sua conta!”. “Claro, vamos!”, concordou o Escritor Premiado.
O Escritor Premiado pretendia, finalmente, tratar o seu amigo rico de forma adequada. Era seu amigo antes de ser premiado, mas uma vez premiado poderia ser com Dr. Rafinha quem ele era de verdade. Chegando ao Vecchio Della Vecchia, Dr. Rafinha passou a falar da peça que estava escrevendo e que seria intitulada Cracolândia, tendo por epígrafe uma frase do poema de Drummond: “No meio do caminho tinha uma pedra”.
“Sobre o que será?” Perguntou o Escritor Premiado.
“É uma peça que quer pegar a onda espírita, sabe? Uma peça espírita. O espírito do baterista do Led Zeppelin volta materializado numa mesa branca lá de Uberaba e começa a lembrar sua vida num monólogo de cara para o próprio vômito, com apoio dos discípulos de Chico Xavier. O s médiuns que o evocam buscam criar uma máquina de materializar celebs, objetivando saber news do além. O Gerald Thomas, que estava em Uberaba buscando a cura de suas angústias, ganhou a missão de traduzir o finado, que só falava em inglês, surgindo então uma grande parceria surreal. No último ato, Gerald passa a discutir seu não comparecimento no velório da mãe. O batera, então, lê uma carta psicografada da mãe do Gerald dizendo que a recepção calorosa que recebeu no além a fez esquecer essa bobagem da presença ou não do Gerald no velório. Os problemas da parceria entre Boham e Gerald surgiriam a partir da falta de papel higiênico no quarto do hotelzinho que ele estava em Uberaba. O batera e Gerald começam, então, a escrever uma ópera juntos para futuramente estrear em Londres e Nova York. Gerald, no entanto, entra numa profunda crise existencial ao deparar-se com o retrato de Rembrant e de Dorian Gray num museu dedicado ao Peão Boiadeiro em Berlllândia...”
Quando, finalmente, Dr. Rafinha imitou a prosódia do Triângulo Mineiro, o Escritor Premiado não suportou mais:
“Você tem uma fixação doentia com o Gerald Thomas! Que viadagem é essa!”
Dr. Rafinha ficou arrasado e o Escritor Premiado pairou em silêncio diante dele. O Escritor Premiado sabia que Dr. Rafinha não conseguiria jamais se alegrar com o sucesso de um amigo. Dr. Rafinha fazia coisas malucas tais como obter dinheiro de uma Fundação subvencionada pelo estado e investir tudo numa revista que só publicava os seus próprios textos sob pseudônimos. Ele chegou a publicar um ensaio muito curioso, misturando Heidegger e Lukács num alucinante coquetel a respeito do ser da coisa da dança; tudo isso em nome do estudo da obra de uma bailarina obscura chamada Fuego Della Luna, que na verdade, como sempre, era um de seus alter egos. O artigo obteve considerável repercussão em Belo Horizonte e agora todos no meio artístico mineiro queriam saber mais sobre Fuego Della Luna.
“Você achou ruim, mesmo, a minha peça?” Falou ele, a custo.
“Evidente. Citar Gerald Thomas é cafona. Ele é totalmente...”
Não pode prosseguir, pois Dr. Rafinha atirou-lhe um copo de vinho no rosto e deixou o Escritor Premiado falando sozinho. Chegando a casa naquela noite, meia hora depois, a esposa do Escritor Premiado lhe mostrou uma carta da orientadora, onde a chimpanzé, sempre com sua concisão lapidar, pedia um relatório de sua pesquisa sobre Asdrúbal Trombon, como se nada tivesse acontecido!
“Ora, um relatório para a academia escrito por um chimpanzé ainda vai, mas um relatório escrito para uma chimpanzé, haja paciência. Acho que será tão difícil ser Escritor Premiado quanto sem prêmio”, concluiu o Escritor Premiado.
Um observatório da imprensa para a cidade de Bom Despacho e os arquivos do blog Penetrália
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Microconto de ocasião
Um microconto de ocasião, dedicado a Rafael Rodrigues, do blog Entretantos, da Bravo.
Quaresma
Jesus perguntou ao diabo: “quem é você?” “Eu sou o Diabo. Mas você tem
mesmo é que conhecer o meu advogado”.
Quaresma
Jesus perguntou ao diabo: “quem é você?” “Eu sou o Diabo. Mas você tem
mesmo é que conhecer o meu advogado”.
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segunda-feira, 29 de novembro de 2010
No meio do Caminho para o Complexo do Alemão
No meio do caminho para o complexo do alemão comprei uma pedra
Fumei a pedra no meio do caminho
Fumei mais uma pedra
No meio do caminho eu queria mais uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas cocaínas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho fumei uma pedra.
Fumei uma pedra e queria mais uma pedra e viciei na pedra que fumei no meio do caminho para o Complexo do Alemão no meio do caminho eu queria uma eu roubei e viciei na e matei e viciei na pedra uma pedra UMA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDR...
(A propósito do lançamento do livro A Biografia de um Poema).
Fumei a pedra no meio do caminho
Fumei mais uma pedra
No meio do caminho eu queria mais uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas cocaínas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho fumei uma pedra.
Fumei uma pedra e queria mais uma pedra e viciei na pedra que fumei no meio do caminho para o Complexo do Alemão no meio do caminho eu queria uma eu roubei e viciei na e matei e viciei na pedra uma pedra UMA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDRA PEDR...
(A propósito do lançamento do livro A Biografia de um Poema).
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010
PT de Bom Despacho apoia prefeito acusado de extorsão
O PT de Bom Despacho mostra mais uma vez que o buraco é sem fundo: em nome do diretório local, Dr. João Batista (João Faquinha) acompanhou um vereador da base do prefeito Haroldo Queiroz em entrevista à rádio Difusora, fazendo exatamente o que o prefeito disse que um vereador deve fazer: sair pedindo apoio para obras na cidade, em troca do quê, não sei. Enquanto isso, Célio Luquine, ex-prefeito de Bom Despacho, derrotado nas últimas eleições para vereador (filiado ao PT), está em BH participando da gestão do empresário Márcio Lacerda. Vejam abaixo um artigo sobre como é essa gestão:
Márcio Lacerda privatiza 81 bens públicos de Belo Horizonte e o governo de MG sucateia Copasa
Minas Livre - [Carlos Alberto Cândido] Está no noticiário, mas ninguém parece ter se dado conta da importância do fato nesta cidade de imprensa submissa: o prefeito Márcio Lacerda (PSB) vai promover a maior privatização de imóveis públicos que Belo Horizonte e talvez qualquer cidade brasileira já viu. Serão 81 imóveis municipais, que irão a leilão, inclusive o Mercado Distrital da Barroca e a mansão residencial do prefeito, localizada às margens da Lagoa da Pampulha, próximo do Museu de Arte, e que tem um painel de Guignard. A informação é que o painel será retirado, mas até que isso aconteça, é melhor desconfiar.
O pior, porém, é ver dezenas de terremos desocupados, com tamanhos variando entre 1 mil e 10 mil metros quadrados, segundo notícia do Estado de Minas, se transformarem em mais espigões. Se tem uma coisa de que Belo Horizonte não precisa hoje é que áreas públicas se transformem em empreendimentos imobiliários. Muito melhor seria ver esses lotes virarem praças e parques, para lazer da população, com muitas árvores para ajudar a despoluir o ar. Ao contrário do que se diz, Belo Horizonte tem pouquíssimas áreas verdes; tem muitas árvores, mas elas estão nos passeios.
Em Belo Horizonte é impossível até andar nos passeios, tomados por lixos, lixeiras, postes, árvores, canteiros, carros e motos estacionados, obras de construção, mesas de bar, cocôs de cachorro, orelhões, caixas de correio e uma infinidade de obstáculos. Áreas públicas são uma necessidade nas grandes cidades. Quando as pessoas moram em casas, têm quintais e conhecem os vizinhos, a vida comunitária se forma assim. Quando casas são substituídas por edifícios, esse convívio desaparece juntamente com espaços privados.
É preciso, portanto, criar praças, parques, espaços de lazer, com bastante verde, para que as pessoas convivam e façam caminhadas, para que crianças brinquem e idosos possam sair dos apartamentos. O prefeito, que mora num condomínio em Nova Lima e se considera moderno, que é rico e já viajou o mundo inteiro, deveria saber disso, pois as grandes metrópoles mundiais estão preocupadas com espaços públicos. Mas não, sua política é de privatizar os espaços públicos e administrar a cidade como se fosse uma empresa lucrativa.
Foi o que fez com a Praça da Estação, cujo uso agora só se dá mediante pagamento de aluguel. Para que um artista se apresente na Praça 7, agora tem que ter alvará, como mostra notícia publicada neste portal. O prefeito gosta também de transformar áreas verdes em empreendimentos imobiliários, como está fazendo com a Mata do Isidoro, que será transformada na Vila da Copa, visando a abrigar delegações para a Copa da Fifa.
A privatização dos espaços públicos será certamente a marca do mandato do prefeito empresário, que tenta administrar Belo Horizonte como uma empresa: o que não dá lucro – cultura, por exemplo – não tem serventia. Não à toa recebeu vaia monumental do maior auditório da cidade, o Palácio das Artes, durante o Festival Internacional de Teatro (FIT), em agosto passado. Já tinha passado por isso na festa de encerramento do festival Comida di Buteco, em maio.
Empresário da cidade, o prefeito atua como auxiliar do capital, que destrói rapidamente todos os espaços vazios da cidade, derruba casas, escolas e até clubes – como acontecerá, ao que tudo indica, com o centro de lazer do América, no Bairro Ouro Preto – para erguer no lugar enormes edifícios.
É dever da prefeitura conter a especulação imobiliária, em defesa da qualidade de vida para os belo-horizontinos. Em vez disso age ela também a favor da deterioração do município. A intenção, diz a notícia, é fazer um caixa de R$ 200 milhões. O mercado vale no mínimo R$ 19,5 milhões; a casa do prefeito, R$ 1 milhão (só? Este é o preço de um apartamento na zona sul…). O governo FHC mostrou o que acontece com dinheiro de privatizações: desaparece sem trazer nenhum benefício social.
É incrível que nenhum representante dos belo-horizontinos, nenhum vereador, nenhuma organização da sociedade tenha ainda se levantado contra a realização desse crime contra o patrimônio público, movendo, inclusive, uma ação na justiça.
Márcio Lacerda privatiza 81 bens públicos de Belo Horizonte e o governo de MG sucateia Copasa
Minas Livre - [Carlos Alberto Cândido] Está no noticiário, mas ninguém parece ter se dado conta da importância do fato nesta cidade de imprensa submissa: o prefeito Márcio Lacerda (PSB) vai promover a maior privatização de imóveis públicos que Belo Horizonte e talvez qualquer cidade brasileira já viu. Serão 81 imóveis municipais, que irão a leilão, inclusive o Mercado Distrital da Barroca e a mansão residencial do prefeito, localizada às margens da Lagoa da Pampulha, próximo do Museu de Arte, e que tem um painel de Guignard. A informação é que o painel será retirado, mas até que isso aconteça, é melhor desconfiar.
O pior, porém, é ver dezenas de terremos desocupados, com tamanhos variando entre 1 mil e 10 mil metros quadrados, segundo notícia do Estado de Minas, se transformarem em mais espigões. Se tem uma coisa de que Belo Horizonte não precisa hoje é que áreas públicas se transformem em empreendimentos imobiliários. Muito melhor seria ver esses lotes virarem praças e parques, para lazer da população, com muitas árvores para ajudar a despoluir o ar. Ao contrário do que se diz, Belo Horizonte tem pouquíssimas áreas verdes; tem muitas árvores, mas elas estão nos passeios.
Em Belo Horizonte é impossível até andar nos passeios, tomados por lixos, lixeiras, postes, árvores, canteiros, carros e motos estacionados, obras de construção, mesas de bar, cocôs de cachorro, orelhões, caixas de correio e uma infinidade de obstáculos. Áreas públicas são uma necessidade nas grandes cidades. Quando as pessoas moram em casas, têm quintais e conhecem os vizinhos, a vida comunitária se forma assim. Quando casas são substituídas por edifícios, esse convívio desaparece juntamente com espaços privados.
É preciso, portanto, criar praças, parques, espaços de lazer, com bastante verde, para que as pessoas convivam e façam caminhadas, para que crianças brinquem e idosos possam sair dos apartamentos. O prefeito, que mora num condomínio em Nova Lima e se considera moderno, que é rico e já viajou o mundo inteiro, deveria saber disso, pois as grandes metrópoles mundiais estão preocupadas com espaços públicos. Mas não, sua política é de privatizar os espaços públicos e administrar a cidade como se fosse uma empresa lucrativa.
Foi o que fez com a Praça da Estação, cujo uso agora só se dá mediante pagamento de aluguel. Para que um artista se apresente na Praça 7, agora tem que ter alvará, como mostra notícia publicada neste portal. O prefeito gosta também de transformar áreas verdes em empreendimentos imobiliários, como está fazendo com a Mata do Isidoro, que será transformada na Vila da Copa, visando a abrigar delegações para a Copa da Fifa.
A privatização dos espaços públicos será certamente a marca do mandato do prefeito empresário, que tenta administrar Belo Horizonte como uma empresa: o que não dá lucro – cultura, por exemplo – não tem serventia. Não à toa recebeu vaia monumental do maior auditório da cidade, o Palácio das Artes, durante o Festival Internacional de Teatro (FIT), em agosto passado. Já tinha passado por isso na festa de encerramento do festival Comida di Buteco, em maio.
Empresário da cidade, o prefeito atua como auxiliar do capital, que destrói rapidamente todos os espaços vazios da cidade, derruba casas, escolas e até clubes – como acontecerá, ao que tudo indica, com o centro de lazer do América, no Bairro Ouro Preto – para erguer no lugar enormes edifícios.
É dever da prefeitura conter a especulação imobiliária, em defesa da qualidade de vida para os belo-horizontinos. Em vez disso age ela também a favor da deterioração do município. A intenção, diz a notícia, é fazer um caixa de R$ 200 milhões. O mercado vale no mínimo R$ 19,5 milhões; a casa do prefeito, R$ 1 milhão (só? Este é o preço de um apartamento na zona sul…). O governo FHC mostrou o que acontece com dinheiro de privatizações: desaparece sem trazer nenhum benefício social.
É incrível que nenhum representante dos belo-horizontinos, nenhum vereador, nenhuma organização da sociedade tenha ainda se levantado contra a realização desse crime contra o patrimônio público, movendo, inclusive, uma ação na justiça.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Prefeito de Bom Despacho ameaça blogueiros e imprensa
Toda minha solidaridade com o companheiro blogueiro Rosemberg (lincado acima como Bom Despacho-MG), ameaçado de processo e insultado por Haroldo Queiroz (prefeito local, PDT/MG) na Rádio Difusora ontem. A intenção deve ter sido de intimidar toda a imprensa, pois ameaçou de processo não só o blogueiro Rosemberg, mas também o vereador e blogueiro Fernando Cabral (www.fernandocabral.blogspot.com) e o Jornal de Negócios.
Eu não comento muito as novas peripécias do prefeito porque acho que é perder tempo com alguém que vai sumir na poeira da história de Bom Despacho.
Mas que arranco democrático foi esse ontem na Rádio Difusora, onde ele, em fúria, reclamou até da própria rádio que o entrevistava!
Algumas dessas flores de pântanos, essas jóias da náusea emitidas ontem no ar:
"Que CPI? Qual CPI? Isso é assunto dos vereadores". (Haroldo, afetando ignorar as críticas).
"Se Deus quiser vou ser eleito para deputado".(Misericórdia!)
"O Jornal (de Negócios) é o único que tem na cidade" (Haroldo demonstrando desconhecimento dos outros dois jornais onde a própria prefeitura anuncia com frequência).
"É um cara que não acredita em Deus, parece o Santanás" (Haroldo abrindo o flanco para um possível processo de preconceito contra os ateus a propósito de fazer críticas ao vereador e blogueiro Fernando Cabral).
"Como é que as outras rádios não fazem isso". (Isso, no caso, seria, dar liberdade de expressão, dar espaço ao vereador Fernando Cabral para fazer denúncias de superfaturamento em obras da prefeitura).
"Ele pode estar gostando de mim, estar apaixonado por mim". (Sem comentários).
"Se eu fizer qualquer coisa errada, eu mesmo me retiro da prefeitura". (Será?)
"Eu não escuto bobogeira, não fico falando bolinha". (Prefeito exibe estranhas capacidades auditivas e orais, criando o neologismo bobogeira, mistura de bobagem com asneira).
"O concurso da câmara....todo errado. Tinha questões repetidas". (Eu fiz o concurso e não vi).
"Eu tinha vontade dele (FC) administrar a prefeitura". (Eu também).
Eu não comento muito as novas peripécias do prefeito porque acho que é perder tempo com alguém que vai sumir na poeira da história de Bom Despacho.
Mas que arranco democrático foi esse ontem na Rádio Difusora, onde ele, em fúria, reclamou até da própria rádio que o entrevistava!
Algumas dessas flores de pântanos, essas jóias da náusea emitidas ontem no ar:
"Que CPI? Qual CPI? Isso é assunto dos vereadores". (Haroldo, afetando ignorar as críticas).
"Se Deus quiser vou ser eleito para deputado".(Misericórdia!)
"O Jornal (de Negócios) é o único que tem na cidade" (Haroldo demonstrando desconhecimento dos outros dois jornais onde a própria prefeitura anuncia com frequência).
"É um cara que não acredita em Deus, parece o Santanás" (Haroldo abrindo o flanco para um possível processo de preconceito contra os ateus a propósito de fazer críticas ao vereador e blogueiro Fernando Cabral).
"Como é que as outras rádios não fazem isso". (Isso, no caso, seria, dar liberdade de expressão, dar espaço ao vereador Fernando Cabral para fazer denúncias de superfaturamento em obras da prefeitura).
"Ele pode estar gostando de mim, estar apaixonado por mim". (Sem comentários).
"Se eu fizer qualquer coisa errada, eu mesmo me retiro da prefeitura". (Será?)
"Eu não escuto bobogeira, não fico falando bolinha". (Prefeito exibe estranhas capacidades auditivas e orais, criando o neologismo bobogeira, mistura de bobagem com asneira).
"O concurso da câmara....todo errado. Tinha questões repetidas". (Eu fiz o concurso e não vi).
"Eu tinha vontade dele (FC) administrar a prefeitura". (Eu também).
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010
A patrulha das patrulhas pop-odara: Jabor X Escorel
ESCOREL: A referência precisa, situando a cena inicial em 1945, gera expectativas que o filme não cumprirá, por transcorrer em um vácuo sem referências a qualquer outro fato histórico ocorrido até 1956, ano em que a narrativa chega ao fim. Deixando de articular os personagens com o contexto da época, Jabor cria seres a-históricos, que, depois de terem queimado um boneco representando Hitler, passam a viver livres de qualquer influência dos acontecimentos sociais e políticos. Os personagens de A Suprema Felicidade habitam uma “terra abençoada” chamada Brasil, refúgio de estereótipos, onde sambas e requebros se somam à mitologia musical e cinematográfica norte-americana para ocupar o imaginário".
JABOR: Ato de violência. Aí, percebi que não apenas a patrulha pop pautou seus críticos. Lembrei da devastadora crítica de Eduardo Escorel na revista piauí - (não confundir com Lauro Escorel, o grande artista que fotografou o filme). Lembro mesmo que corri à piauí com a esperança de aprender teoria com o velho autor de remotos filmes, como a história sinistra de um esquartejador e a adaptação dialética do Cavalinho Azul, de Maria Clara Machado. Dele eu esperava opiniões cultas, conspícuas frases sobre Bergman, Fellini. Eu esperava encontrar André Bazin e dei de cara com Andrei Zhdanov, o supremo censor de Joseph Stalin (olhem no Google, meninos...) Mas, mesmo assim, esquartejado, tentei entendê-lo. E tive a revelação, vi a luz!Eduardo tinha uma missão política, senhores, iluminista mesmo: ele quis salvar o público das mensagens reacionárias que devo ter embutido no filme. Por isso, ele correu a Alphaville, para ver o filme quentinho, ainda no laboratório. Ele correu antes para avisar o povo: "Não vá!... Fuja do demônio neoliberal que fez um filme de época sem mostrar Getúlio ou a luta de classes." Eu sei que vocês foram modificados geneticamente por décadas de videoclipes, eu compreendo que vocês achem o Michel Gondry o novo Goddard e que o flash-back foi inventado pelo Tarantino.
Cabeça de Bacalhau blog: o jornal Diário do Nordeste demitiu de forma arbitrária, no último dia 18 de outubro, o jornalista Dalwton Moura, por ter escrito e editado matéria no Caderno 3 sobre as revoluções marxistas que marcaram os séculos XIX e XX.
Lúcio, patrulheiro pop-Odara: JABOR, GODARD É GOD-ART, NÃO GODDARD.
ESCOREL: Oscilando entre realismo e fantasia, a fotografia e a direção de arte também carecem de princípio unificador, ou de justificativa para sua heterogeneidade. As trucagens digitais e a recriação de época nem sempre conseguem evitar certo artificialismo. E, com as cenas externas em locações, o filme não consegue se libertar das amarras realistas para se situar à vontade no plano fantasioso da memória.
FELIPE MOREIRA: Concordo. Mas ele acha isso negativo. Para mim, tudo isso é positivo. Chega de realismo! O único filme não realista, com pretensões mítico / idealistas em cartaz há tempos. Em outras palavras: adorei A suprema felicidade e achei a crítica escrotinha.
Lúcio, patrulheiro pop-Odara: Felipe, eu nem vi o filme ainda. Pelo trailer parece bom. Discuto é a crítica. Para Jabor, crítico é o bonequinho da Globo batendo palminha. Não; crítico tem nome. E Escorel fez uma boa crítica, que pega tudo de dentro. Mas poderia ser respondida. Por exemplo: por que locação externa é sinônimo de filme realista? E a Veja falou bem do filme, só copiou a observação sobre o Nanini do Escorel. Isso acontece muito hoje. Quem escreve primeiro e melhor, pauta os mais fracos. E Veja é fraca.
NELSON RODRIGUES: Compreendo que isso dá prestígio; é um upgrading. O sujeito entra na redação de testa alta e lábio trêmulo: "Esculachei a besta do Jabor..!" E é olhado com cálida admiração.
Lúcio: CRITICAR COM ESSE ARGUMENTO DE QUE É PATRULHA É ANACRÔNICO. AS PATRULHAS NO JORNAL O MOVIMENTO ERAM NA VERDADE O CONFRONTO CEBRAP VERSUS EMBRAFILME, NEOLIBERALISMO X PROJETO NACIONAL.
JABOR: Vou pautar também os jovens tenentes das novas "patrulhas pop", porque eu sou egresso das velhas patrulhas ideológicas descobertas por Cacá Diegues e tenho esta missão. E conseguiu; parabéns, doce Zhdanov com seu lento sorriso superior. Foi um alívio. A sociedade estava salva.
Patrulhas das patrulhas do campo e do contracampo: Basta que ressoe “patrulha ideológica” no recinto fechado para que o locutor reflita e, num ato de repressão interna, sufoque o stalinista que existe em seu peito, modere suas palavras de ordem e venha a compor a linha de frente dos defensores de um Brasil republicano. Assim, vemos crescer substancialmente a “patrulha das patrulhas”, um regimento especial de homens e mulheres dispostos a obstruir com sua firmeza moral os fantasmas do atraso. A eficácia do “contra-patrulhamento” conseguiu que as discussões em torno da Ancinav e das tvs digitais fossem sufocadas antes que se alastrassem e mobilizassem um número cada vez maior de stalinistas fanáticos por controle.
ESCOREL: No início da carreira, Jabor dizia ter mais interesse por teatro e poesia do que cinema. Entre 1965 e 1990, período em que realizou nove longas-metragens, alguns com acentuadas características teatrais, sempre manteve atitude ambígua, parecendo mais um diletante do que um cineasta profissional. Por ter abandonado o duro ofício de fazer filmes, não surpreende, portanto, nem a singeleza da composição dos planos que registram a encenação sem resultarem de um projeto formal específico, nem a dificuldade para narrar a fragmentada história que ele mesmo escreveu.
JABOR: Mas, aí... esbarrei com a frase: "Jabor sempre pareceu mais um "diletante" que um cineasta profissional." Aí, não. Depois de ter trabalhado 30 anos em cinema, fazendo nove filmes, ouvir isso não dá. "Diletante" é você, cara, que fez dois ou três filmes medíocres que sumiram da história de nosso cinema.
ESCOREL: Em 1962, Jabor dizia querer filmar “O cão sem plumas”. Décadas depois, nada mais distante do poema de João Cabral de Melo Neto do que a exuberância de A Suprema Felicidade. Distância que pode ser a chave para entender a trajetória do realizador. Ela é marcada, como a de Paulo, seu personagem, pela vontade de “ser diferente” e “descobrir quem ele é”. Vendo A Suprema Felicidade, alguém ainda poderá ter dúvida em relação à verdadeira vocação de Arnaldo Jabor?
JABOR: E, no final, outro insulto, quando ele diz que, vendo esse filme, ele não tem mais dúvidas de quem sou eu...Respondo: Se você pudesse saber quem eu sou, você não seria o que é. E mais, ridículo censor do trabalho alheio: "A dignidade severa é o último refúgio dos fracassados." É só.
Patrulha das patrulhas do campo e do contracampo: Não há nada mais repugnante para um artista liberal que censores organizados em patrulhas ideológicas.
JABOR: Ato de violência. Aí, percebi que não apenas a patrulha pop pautou seus críticos. Lembrei da devastadora crítica de Eduardo Escorel na revista piauí - (não confundir com Lauro Escorel, o grande artista que fotografou o filme). Lembro mesmo que corri à piauí com a esperança de aprender teoria com o velho autor de remotos filmes, como a história sinistra de um esquartejador e a adaptação dialética do Cavalinho Azul, de Maria Clara Machado. Dele eu esperava opiniões cultas, conspícuas frases sobre Bergman, Fellini. Eu esperava encontrar André Bazin e dei de cara com Andrei Zhdanov, o supremo censor de Joseph Stalin (olhem no Google, meninos...) Mas, mesmo assim, esquartejado, tentei entendê-lo. E tive a revelação, vi a luz!Eduardo tinha uma missão política, senhores, iluminista mesmo: ele quis salvar o público das mensagens reacionárias que devo ter embutido no filme. Por isso, ele correu a Alphaville, para ver o filme quentinho, ainda no laboratório. Ele correu antes para avisar o povo: "Não vá!... Fuja do demônio neoliberal que fez um filme de época sem mostrar Getúlio ou a luta de classes." Eu sei que vocês foram modificados geneticamente por décadas de videoclipes, eu compreendo que vocês achem o Michel Gondry o novo Goddard e que o flash-back foi inventado pelo Tarantino.
Cabeça de Bacalhau blog: o jornal Diário do Nordeste demitiu de forma arbitrária, no último dia 18 de outubro, o jornalista Dalwton Moura, por ter escrito e editado matéria no Caderno 3 sobre as revoluções marxistas que marcaram os séculos XIX e XX.
Lúcio, patrulheiro pop-Odara: JABOR, GODARD É GOD-ART, NÃO GODDARD.
ESCOREL: Oscilando entre realismo e fantasia, a fotografia e a direção de arte também carecem de princípio unificador, ou de justificativa para sua heterogeneidade. As trucagens digitais e a recriação de época nem sempre conseguem evitar certo artificialismo. E, com as cenas externas em locações, o filme não consegue se libertar das amarras realistas para se situar à vontade no plano fantasioso da memória.
FELIPE MOREIRA: Concordo. Mas ele acha isso negativo. Para mim, tudo isso é positivo. Chega de realismo! O único filme não realista, com pretensões mítico / idealistas em cartaz há tempos. Em outras palavras: adorei A suprema felicidade e achei a crítica escrotinha.
Lúcio, patrulheiro pop-Odara: Felipe, eu nem vi o filme ainda. Pelo trailer parece bom. Discuto é a crítica. Para Jabor, crítico é o bonequinho da Globo batendo palminha. Não; crítico tem nome. E Escorel fez uma boa crítica, que pega tudo de dentro. Mas poderia ser respondida. Por exemplo: por que locação externa é sinônimo de filme realista? E a Veja falou bem do filme, só copiou a observação sobre o Nanini do Escorel. Isso acontece muito hoje. Quem escreve primeiro e melhor, pauta os mais fracos. E Veja é fraca.
NELSON RODRIGUES: Compreendo que isso dá prestígio; é um upgrading. O sujeito entra na redação de testa alta e lábio trêmulo: "Esculachei a besta do Jabor..!" E é olhado com cálida admiração.
Lúcio: CRITICAR COM ESSE ARGUMENTO DE QUE É PATRULHA É ANACRÔNICO. AS PATRULHAS NO JORNAL O MOVIMENTO ERAM NA VERDADE O CONFRONTO CEBRAP VERSUS EMBRAFILME, NEOLIBERALISMO X PROJETO NACIONAL.
JABOR: Vou pautar também os jovens tenentes das novas "patrulhas pop", porque eu sou egresso das velhas patrulhas ideológicas descobertas por Cacá Diegues e tenho esta missão. E conseguiu; parabéns, doce Zhdanov com seu lento sorriso superior. Foi um alívio. A sociedade estava salva.
Patrulhas das patrulhas do campo e do contracampo: Basta que ressoe “patrulha ideológica” no recinto fechado para que o locutor reflita e, num ato de repressão interna, sufoque o stalinista que existe em seu peito, modere suas palavras de ordem e venha a compor a linha de frente dos defensores de um Brasil republicano. Assim, vemos crescer substancialmente a “patrulha das patrulhas”, um regimento especial de homens e mulheres dispostos a obstruir com sua firmeza moral os fantasmas do atraso. A eficácia do “contra-patrulhamento” conseguiu que as discussões em torno da Ancinav e das tvs digitais fossem sufocadas antes que se alastrassem e mobilizassem um número cada vez maior de stalinistas fanáticos por controle.
ESCOREL: No início da carreira, Jabor dizia ter mais interesse por teatro e poesia do que cinema. Entre 1965 e 1990, período em que realizou nove longas-metragens, alguns com acentuadas características teatrais, sempre manteve atitude ambígua, parecendo mais um diletante do que um cineasta profissional. Por ter abandonado o duro ofício de fazer filmes, não surpreende, portanto, nem a singeleza da composição dos planos que registram a encenação sem resultarem de um projeto formal específico, nem a dificuldade para narrar a fragmentada história que ele mesmo escreveu.
JABOR: Mas, aí... esbarrei com a frase: "Jabor sempre pareceu mais um "diletante" que um cineasta profissional." Aí, não. Depois de ter trabalhado 30 anos em cinema, fazendo nove filmes, ouvir isso não dá. "Diletante" é você, cara, que fez dois ou três filmes medíocres que sumiram da história de nosso cinema.
ESCOREL: Em 1962, Jabor dizia querer filmar “O cão sem plumas”. Décadas depois, nada mais distante do poema de João Cabral de Melo Neto do que a exuberância de A Suprema Felicidade. Distância que pode ser a chave para entender a trajetória do realizador. Ela é marcada, como a de Paulo, seu personagem, pela vontade de “ser diferente” e “descobrir quem ele é”. Vendo A Suprema Felicidade, alguém ainda poderá ter dúvida em relação à verdadeira vocação de Arnaldo Jabor?
JABOR: E, no final, outro insulto, quando ele diz que, vendo esse filme, ele não tem mais dúvidas de quem sou eu...Respondo: Se você pudesse saber quem eu sou, você não seria o que é. E mais, ridículo censor do trabalho alheio: "A dignidade severa é o último refúgio dos fracassados." É só.
Patrulha das patrulhas do campo e do contracampo: Não há nada mais repugnante para um artista liberal que censores organizados em patrulhas ideológicas.
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sexta-feira, 12 de novembro de 2010
JABOR X ESCOREL: AS PATRULHAS DA SUPREMA FELICIDADE
Vcs tão acompanhando essa polêmica Jabor X Escorel? Tou com o Escorel e não abro. É o melhor crítico de cinema na grande imprensa, pelo que tenho acompanhado.
Jabor, para responder a uma crítica embasada do Escorel ao Suprema Felicidade, tá requentando o velho tema das patrulhas ideológicas.
Inicialmente, essa história foi assim: O grupo do Gasparian/FHC/Bob Schwarz, à testa do jornal O Movimento, começou a atacar os filmes de Embrafilme e do Cinema Novo, pois o grupo do CEBRAP/Movimento e do FHC é privatista desde sempre e combateu a Embrafilme por ver nela um aparelho ideológico estatista e que cheirava-lhes a comunismo. E foi denunciado pelo Glauber Rocha em 1976, em entrevista à Heloísa Buarque de Holanda!
Cacá Diegues levou a coisa para outro lado totalmente diferente, atacando os críticos de cinema e arte em geral, mas os ligados ao Partido Comunista e ao MDB em especial.
E nessa onda que virou moda no final dos anos 70 e volta e meia é falado até hoje, entrou até Caetano Veloso, viajando e sem ter a mínima ideia do que era um partido comunista, mas, diz a lenda, dizendo que Maurício Kubrusly criticava e não gostava de sua música porque Maurício era um comunista.
E patrulha virou isso que o Jabor usou contra o Escorel, uma arma ideológica da direita contra qualquer crítica vinda da esquerda ou que fale em história ou luta de classes.
Jabor, para responder a uma crítica embasada do Escorel ao Suprema Felicidade, tá requentando o velho tema das patrulhas ideológicas.
Inicialmente, essa história foi assim: O grupo do Gasparian/FHC/Bob Schwarz, à testa do jornal O Movimento, começou a atacar os filmes de Embrafilme e do Cinema Novo, pois o grupo do CEBRAP/Movimento e do FHC é privatista desde sempre e combateu a Embrafilme por ver nela um aparelho ideológico estatista e que cheirava-lhes a comunismo. E foi denunciado pelo Glauber Rocha em 1976, em entrevista à Heloísa Buarque de Holanda!
Cacá Diegues levou a coisa para outro lado totalmente diferente, atacando os críticos de cinema e arte em geral, mas os ligados ao Partido Comunista e ao MDB em especial.
E nessa onda que virou moda no final dos anos 70 e volta e meia é falado até hoje, entrou até Caetano Veloso, viajando e sem ter a mínima ideia do que era um partido comunista, mas, diz a lenda, dizendo que Maurício Kubrusly criticava e não gostava de sua música porque Maurício era um comunista.
E patrulha virou isso que o Jabor usou contra o Escorel, uma arma ideológica da direita contra qualquer crítica vinda da esquerda ou que fale em história ou luta de classes.
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