sábado, 19 de fevereiro de 2022

Duas Cartas de Pedro Rogério Couto Moreira

 


 

A propósito da coluna da semana passada, recebi duas cartas de um importante jornalista que viveu em Bom Despacho, Pedro Rogério Couto Moreira (nascido em 1945, repórter da Globo entre 1978 e 1986, como se pode encontrar no site Memória Globo), o “Pedrim do Sô Benigno”, atualmente residente em Brasília. Pedro publicou os seguintes livros: “Hidrografia Sentimental – Aventuras sem malícia de um repórter na Amazônia”; “O almanaque do Pedrim”; “Bela noite para voar – Um folhetim estrelado por JK”; “Jornal Amoroso”; “Jornal AmorosoEdição Vespertina”; “Amor a Roma, amor em Roma”; “Memórias da diverticulite: Geografia sentimental de Miguel Torga em Minas”; “Passeio pela magia na história de Carlos Magno”; “Palavras cruzadas”; “Diário da falsa Cruz de Caravaca. Sob o céu de Belo Horizonte”; “O livro de Carlinhos Balzac e Fortuna Biográfica de Vivaldi Moreira”.

 Pedro viveu em Bom Despacho entre 1951 e 58. Pedro Rogério foi praticamente o co-autor do livro de Zé Toniquinho, tendo “preparado os originais” desse texto tão marcante para nós. Seguem as cartas:

            No recente artigo “Maura Lopes Cançado: Nossa Maior Escritora”, de autoria do excelente jornalista Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior, foi dito que o meu romance “Bela Noite para Voar” inspirou a minissérie da TV Globo sobre a vida do presidente Juscelino Kubistchek. Há aqui um engano. Na verdade, o livro foi a base do roteiro do filme dirigido por Zelito Viana, com o mesmo título, estrelado por Mariana Ximenes.

            A figura singular de Maura Lopes Cançado foi o molde da criação de Princesa, personagem do meu romance “Bela Noite para Voar”. Maura Lopes Cançado vive no coração de todas as mineiras que amam os desafios da vida.

                A outra carta, encaminhada por Pedro Rogério, mas de outro autor, é de um bondespachense que reside no Rio, o advogado José Márcio Machado Brandão Couto, neto do seu Benigno, que foi coletor federal de 1940 a 1960 em Bom Despacho. Recentemente, depois de ver as fotos de nossa cidade atual, escreveu:

            Só não tinha visto o Campinho do Padre e o pré-Seminário. Desde o final dos anos 80, Bom Despacho tenta modernizar-se. Primeiro, as Tvs e suas novelas tiraram a pureza de uma juventude recatada e avessa a excessos, depois a entrada dos computadores com seus sites acessados sem limite de idade. Engenheiros, querendo tornar a cidade uma megalópole, projetaram e realizaram obras absurdas pro tamanho de Bom Despacho, tais como prédios residenciais altíssimos que, num sinistro de fogo, nenhuma escada Magirus conseguiria salvar alguém. Tragédia à vista.

            Só nos resta mesmo a saudade de uma época lúdica –para nós –quando, inocentes, soltávamos papagaio e jogávamos finca na praça.

            Nem a chegada da cidade foi preservada: da estrada via-se a majestosa torre da igreja matriz; hoje, o cimento de dois espigões empana as bençãos que dali mesmo já recebiam seus visitantes ou simples passantes.

 

 

 

 

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