A
propósito da coluna da semana passada, recebi duas cartas de um importante
jornalista que viveu em Bom Despacho, Pedro Rogério Couto Moreira (nascido em
1945, repórter da Globo entre 1978 e 1986, como se pode encontrar no site
Memória Globo), o “Pedrim do Sô Benigno”, atualmente residente em Brasília.
Pedro publicou os seguintes livros: “Hidrografia Sentimental – Aventuras sem
malícia de um repórter na Amazônia”; “O almanaque do Pedrim”; “Bela
noite para voar – Um folhetim estrelado por JK”; “Jornal Amoroso”;
“Jornal Amoroso – Edição Vespertina”; “Amor a Roma, amor em Roma”;
“Memórias da diverticulite: Geografia sentimental de Miguel Torga em
Minas”; “Passeio pela magia na história de Carlos Magno”; “Palavras
cruzadas”; “Diário da falsa Cruz de Caravaca. Sob o céu de Belo Horizonte”;
“O livro de Carlinhos Balzac e Fortuna Biográfica de Vivaldi Moreira”.
Pedro viveu em Bom Despacho entre 1951 e 58.
Pedro Rogério foi praticamente o co-autor do livro de Zé Toniquinho, tendo “preparado
os originais” desse texto tão marcante para nós. Seguem as cartas:
No recente artigo “Maura Lopes
Cançado: Nossa Maior Escritora”, de autoria do excelente jornalista Lúcio
Emílio do Espírito Santo Júnior, foi dito que o meu romance “Bela Noite para
Voar” inspirou a minissérie da TV Globo sobre a vida do presidente Juscelino
Kubistchek. Há aqui um engano. Na verdade, o livro foi a base do roteiro do
filme dirigido por Zelito Viana, com o mesmo título, estrelado por Mariana Ximenes.
A figura singular de Maura Lopes
Cançado foi o molde da criação de Princesa, personagem do meu romance “Bela
Noite para Voar”. Maura Lopes Cançado vive no coração de todas as mineiras que
amam os desafios da vida.
A outra carta, encaminhada por
Pedro Rogério, mas de outro autor, é de um bondespachense que reside no Rio, o
advogado José Márcio Machado Brandão Couto, neto do seu Benigno, que foi
coletor federal de 1940 a 1960 em Bom Despacho. Recentemente, depois de ver as
fotos de nossa cidade atual, escreveu:
Só não tinha visto o Campinho do
Padre e o pré-Seminário. Desde o final dos anos 80, Bom Despacho tenta
modernizar-se. Primeiro, as Tvs e suas novelas tiraram a pureza de uma
juventude recatada e avessa a excessos, depois a entrada dos computadores com
seus sites acessados sem limite de idade. Engenheiros, querendo tornar a cidade
uma megalópole, projetaram e realizaram obras absurdas pro tamanho de Bom
Despacho, tais como prédios residenciais altíssimos que, num sinistro de fogo,
nenhuma escada Magirus conseguiria salvar alguém. Tragédia à vista.
Só nos resta mesmo a saudade de
uma época lúdica –para nós –quando, inocentes, soltávamos papagaio e jogávamos
finca na praça.
Nem a chegada da cidade foi
preservada: da estrada via-se a majestosa torre da igreja matriz; hoje, o
cimento de dois espigões empana as bençãos que dali mesmo já recebiam seus
visitantes ou simples passantes.
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