segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Sobre Cuba e o Social-imperialismo Soviético

Sobre Cuba y el socialimperialismo soviético (para @naufragos1)




A raíz de la lectura atenta de los dos TwitLongers (http://www.twitlonger.com/show/n_1sl0dfp?new_post=true yhttp://www.twitlonger.com/show/n_1sl6bbd?new_post=true) del camarada @naufragos1 sobre la historia de Cuba y la URSS, he decidido perfilar a vuela pluma unos puntos críticos en torno a ambos documentos, con la clara idea de que sirvan como forma de esclarecimiento ideológico, de lucha entre dos líneas; como contribución a la introducción de un estudio, el de la revolución cubana, que de ninguna manera está aún mínimamente concluido -de hecho, poco hay todavía, salvo panegíricos y panfletadas varias del revisionismo hegemónico- por parte del conjunto de la vanguardia proletaria. 

Es una crítica muy breve, dado que el desarrollo de los puntos que señalo tendrá que ser ampliado y profundizado en otro momento y tal vez de manera colectiva. Aun así, pueden servir como puntos de referencia sobre los que, en mi modesta opinión, debe pivotar un amplio y definitivo balance sobre el carácter y la naturaleza de clase, así como el devenir histórico en el marco del movimiento comunista internacional y el término del Ciclo de Octubre, de la revolución cubana. 

1) Considero que en todo el documento hay una excesiva condescendencia hacia el revisionismo cubano en general y hacia la figura de su máximo exponente, Fidel Castro, en particular. 

2) En relación con esto último, se señalan las críticas parciales y tibias de Fidel Castro hacia el socialimperialismo soviético, pero en ningún caso se deja claro que, pese a determinadas palabras (a las palabras se las lleva el viento... el viento del revisionismo), Cuba terminó integrándose de forma efectiva en la arquitectura diseñada por el proyecto imperialista de la burguesía burocrática soviética. 

3) No percibo claridad alguna al caracterizar la naturaleza de clase del Estado cubano: un Estado de carácter capitalista, que adoptó y adopta la forma concreta de un Estado de capitalismo burocrático de Estado. Este elemento es fundamental, ya que se relaciona además con nuestra línea de masas en la fase en que nos encontramos en relación con el proceso de reconstitución del movimiento comunista: la fase de conquista de la vanguardia ideológica, que mayoritariamente sigue idealizando el proceso cubano y manifestando una clara incapacidad para estudiar desde el marxismo la evolución del proceso revolucionario cubano, sin apriorismo alguno (más allá de los "apriorismos" indiscutibles y siempre vigentes de la lucha de clases como motor de la historia y de la constatación de que la Revolución proletaria internacional, en la era del imperialismo y sentadas ya nítidamente las bases objetivas para el comunismo, depende del movimiento político revolucionario, de los partidos comunistas). 

4) Asimismo, entiendo que en el documento del camarada tampoco se observa una denuncia mínimamente profunda y clara sobre el carácter imperialista y rapaz de la URSS revisionista. Es verdad que este tema aún está en pañales para la vanguardia, pero ello no puede ser excusa para dejar de combatir desde la línea revolucionaria el carácter real de la URSS socialimperialista, y lo que esta supuso para la lucha del proletariado revolucionario y de los pueblos oprimidos por el imperialismo durante las décadas de los 60, 70 y 80). 

4) El enfoque del texto no me parece claro: a veces he tenido la impresión de estar leyendo un relato puramente cronológico de hechos históricos, sin que exista siquiera -o sin que al menos se destaque- la necesaria exégesis revolucionaria que requiere este tipo de trabajos. 

5) Aunque se reconoce en algún momento que el carácter de la revolución cubana no fue proletario (opino que ha faltado decir claramente que no sobrepasó el marco de una revolución democrático-burguesa en un país dependiente y semicolonial), se deja que el lector interprete de forma "libre" cuándo se dio el "salto" a la revolución "socialista" (lo entrecomillo porque defiendo que en Cuba jamás se dio ese salto, es decir, jamás hubo revolución proletaria o socialista alguna, ni existió Partido de Nuevo Tipo o sujeto revolucionario, proletario, alguno). 

6) Aunque se reconoce de forma tibia la existencia de dos líneas o alas dentro del PCC, en ningún caso se profundiza sobre esto (cuando, bajo mi punto de vista, habría sido uno de los aspectos más interesantes y propicios para desarrollar la lucha de dos líneas). En lo que respecta a Fidel Castro, no queda claro si se considera a este como representante de la línea más abiertamente burguesa (o burocrático-burguesa) o si, por el contrario, se le podría situar en algún momento en el espacio ideológico y político que en cierto momento ocupó Ernesto "Che" Guevara. 

7) Si bien la posición del Che adoleció igualmente de graves errores e incomprensiones con respecto al marxismo revolucionario, sus críticas hacia la Unión Soviética revisionista podrían haber sido tenidas en cuenta en este texto. Es cierto que esta cuestión también está pendiente de estudio entre la vanguardia en general, pero puede ser un buen punto de arranque para combatir el socialimperialismo soviético y el revisionismo cubano e internacional que se integró plenamente en sus estructuras políticas y económicas e, incluso -lo que es peor-, en su cosmovisión ideológica claramente oportunista, burguesa y reaccionaria. 

Seguramente se me queden muchas cosas en el tintero, pero creo que mi pretensión al criticar este texto está expuesta de forma clara y sencilla, pretensión que no es otra que la de avanzar en la rearticulación de nuestro movimiento aunando el trabajo sobre el balance con el esclarecimiento ideológico en el seno de la vanguardia teórica.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

O Homônimo Ataca de Novo: Fernando Cabral da Padrão IX é obrigado a responder por formação de cartel

O prefeito Fernando Cabral alegou ao jornal Fique Sabendo que já trabalhou na empresa padrão IX. Não teria sido um homônimo? Resumo da ópera: Fernando Cabral trabalhou numa empresa onde tinha outro Fernando Cabral. Será que são parentes? Eu creio que não, Cabral saiu da empresa rs. Em empresa de parente a gente não sai assim tão facilmente. E agora, como "Pilatos no credo" (ele deu para se comparar com Jesus, nosso nobre alcaide) o nome de Fernando Cabral entrou num processo envolvendo a padrão IX. E ele esqueceu de nos lembrar do tal homônimo. Tadinho!


Conforme pode ser constatado na Nota Técnica, o CADE não imputa qualquer conduta ilícita quer à empresa Padrão iX, quer à minha pessoa, Fernando Cabral. Além do mais, quando os supostos fatos ocorreram (2005), eu já havia me afastado da empresa fazia mais de cinco anos. Como é do conhecimento geral, eu voltei para Bom Despacho em 2000, quando passei a trabalhar com agricultura e reciclagem na empresa Gaia, que entrou em atividade no início de 2001.
Também pode ser visto na Nota Técnica que a empresa Padrão iX não participou da licitação suspeita e nem sequer pegou o edital. Os serviços licitados não estavam em sua área de atuação.
Portanto, não faz sentido qualquer suspeita quer sobre a empresa, quer sobre minha pessoa. Nossos nomes apareceram no processo como Pilatos no Credo, pelo simples fato de que, em 2001, um diretor do sindicato das empresas de informática do DF enviou cópias de mensagens para pessoas diversas que trabalhavam ou haviam trabalhado na Padrão iX. Entra elas, eu. Foi por causa destas cópias que meu nome apareceu no processo
Contudo, naquela época (2001) eu estava em Bom Despacho operando a recicladora e a fazenda Gaia e não tinha nem mesmo acesso ao correio eletrônico da empresa. Mesmo que tivesse, nada há de ilícito em receber e-mails, qualquer que seja seu conteúdo.
Ademais – como também consta do processo – a empresa culpada (Poliedro) já confessou e já pagou multa de R$ 30 milhões para livrar do processo seus proprietários e empregados.
Em suma, é enorme aborrecimento ver meu nome aparecer num processo como este. Mas é justo constatar que nenhuma conduta é imputada a mim ou à Padrão iX. E é reconfortante poder garantir a meus concidadãos que assim como nada foi imputado até agora, nada será imputado no futuro, porque não admito e nunca admiti condutas ilícitas.


---------

Cade abre processo contra 15 empresas por cartel de TI em Brasília

Luiz Queiroz e Luís Osvaldo Grossmann ... 10/07/2015 ... Convergência Digital
Dez anos depois da primeira suspeita do Ministério da Educação, a investigação sobre formação de cartel de empresas de tecnologia da informação em licitações públicas voltou a andar no Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Depois de várias idas e vindas, a Justiça autorizou o uso de provas coletadas desde 2009. Assim, a investigação preliminar já virou inquérito e ensejou a abertura de processo administrativo contra 15 empresas e 32 pessoas.
Mais conhecido na capital pela alcunha de ‘Operação Mainframe’, porque envolveu o trabalho de busca e apreensão de provas dentro de empresas pela Polícia Federal, o processo movido agora pelo Cade é resultado de investigações que começaram em 2005. Na época o MEC suspeitou de uma licitação que previa um contrato de R$ 10 milhões, para a qual mais de 30 empresas se interessaram pelo edital, mas apenas duas compareceram efetivamente ao leilão. O MEC então acionou a Secretaria de Direito Econômico, que passou a investigar as suspeita de fraude levantadas pelo ministério e de formação de cartel de empresas de Brasília.
Ao todo, a apuração envolveu 25 empresas e 40 pessoas, das quais 15 pessoas jurídicas e 32 pessoas físicas seguem respondendo ao processo administrativo instaurado. Segundo o Cade, houve cartel em licitações públicas e privadas no mercado de prestação de serviços de TI em várias regiões do país, principalmente no Distrito Federal, pelo menos entre 2000 e 2009. O que começou com empresas de Brasília e um de seus sindicados envolveu multinacionais do porte de IBM e Oracle
“Ao investigar as alegações levantadas identificou uma reportagem do site especializadoConvergência Digital com teor a suportar as suspeitas do MEC e dos outros órgãos públicos contactados”, relata a Nota Técnica 54/2015, de 9/7, que sumariza a apuração. Em 2009, junto à Polícia Federal, deu-se a Operação Mainframe, ou seja, a apreensão de documentos e discos rígidos em parte das empresas investigadas – Poliedro, Politec, Policentro e CTIS, além do Sindicato das Empresas de Serviços de Informática do Distrito Federal (Sindesei).
A partir de então sucederam-se decisões judiciais que ao longo de todo esse período impediram à SDE e depois ao Cade o acesso ao material apreendido. No caminho, a Politec firmou com o Cade um Termo de Compromisso de Cessação de Prática – e deixou de recorrer de decisões judiciais sobre o caso, além de pagar multa de R$ 35 milhões como punição. Mas o vai e vem de liminares só terminou em 2014. “Após discussão judicial que suspendeu a análise da documentação apreendida, a Superintendência-Geral [do Cade] recebeu, no final do ano passado, autorização para voltar a analisar o material.”
Cartel
Os documentos reforçaram as suspeitas. “Foram verificados indícios robustos de que as pessoas físicas e jurídicas ora representadas teriam celebrado ajustes com a finalidade de fixar preços, ajustar vantagens em licitações e dividir o mercado em questão. Além disso, verificou-se que elas teriam adotado diversos meios para implementar tal estratégia, assim como para monitorá-la. Além disso, há indícios de que tal suposto conluio também teria contado com a participação do Sindicato do mercado em questão, o Sindesei”, diz o Cade.
O processo administrativo foi aberto contra as seguintes empresas e pessoas:
Cast Informática S.A. (“Castmeta”)
Cpm Informática S.A (“CPM”)
Ctis Informática Ltda. (“Ctis”)
DBA Engenharia de Sistemas Ltda. (“Dba”)
Dominio Consultoria e Tecnologia Relacional Ltda. (“Dominionet”)
IBM Brasil - Indústria, Máquinas e Serviços Ltda. (“IBM”)
Intech Soluções em Tecnologia da Informação Ltda. (“Intech”)
M.I. Montreal Informática (“Montreal”)
Núcleo Básico Tecnologia da Informação Ltda. (“Núcleo Básico”)
Oracle do Brasil Sistemas Ltda. (“Oracle”)
Padrão IX Informática e Sistemas Abertos S.A. (“Padrão IX”)
Policentro Tecnologia da Informação Ltda. (“Policentro”)
Poliedro Informática Consultoria e Serviços Ltda (“Poliedro”)
Sindicato das Empresas de Serviços de Informática do Distrito Federal - SINDISEI (“SINDESEI”)
Unimix Tecnologia Ltda. (“Unimix”)
RepresentadoEmpresa
Ademir OrtizDiretor-Geral do Núcleo Básico
Alexandre RepinaldoDiretor de Distribuição de Soluções da CTIS
Aloísio CarvalhoDiretor da Padrão IX
Álvaro JuniorPresidente do Conselho Diretor da Policentro
Antônio CastanheiraSócio da Padrão IX
Aurélio BrussiCPM Informática S.A.
Avaldir OliveiraPresidente da CTIS
Carlos ChameleteSócio da Policentro
Elci GuimarãesGerente da Unidade de Negócios da IBM
Eustáquio HonoratoDiretor Comercial da Policentro
Fernando CabralSócio da Padrão IX
Flávio SaraivaSócio da Padrão IX e Sócio da Policentro
Gualter NetoVice-Presidente de Planejamento e Controle da Policentro
Henrique AndradeDiretor da Oracle
Janduy FilhoSócio da Unimix
João AngeliniSócio da Policentro
José CalazansDiretor Executivo da Castmeta
Lucimar MagalhãesRepresentante comercial da Policentro
Luiz AntônioDiretor de Tecnologia da Montreal
Luiz GarciaSócio da Poliedro
Marcel CarvalhoDiretor de Software Aplicativo da Policentro
Marcello SantosSócio da Dominionet
Marcelo BraconiDiretor Executivo da CTIS
Marcelo FerreiraGerente de Negócios da Policentro
Olavo SilvaDiretor Comercial da CTIS
Patrícia AndreaRepresentante da DBA
Paulo Henrique SilvaSuperintendente Comercial da Padrão IX
Paulo Negri (chamado de “Icco”)Vice-Presidente Comercial da Policentro
Paulo VellosoSócio-Diretor da DBA
Renato LuzDiretor Executivo da Intech
Ribamar MeloRepresentante da Poliedro
Rubem MelendezDiretor Executivo de Infraestrutura e Contact Center da CTIS
Sebastião UbyrajaraGerente de Contas da Castmeta
Simão StanislawskiSócio da Policentro
Suely NakaoSócia da Poliedro
Arquivamento
Na decisão tomada agora de instaurar um processo Administrativo, o Cade também decidiu arquivar as investigações contra as seguintes empresas e pessoas, devido à "insubsistência de indícios de infração à ordem econômica para ensejar a instauração de Processo Administrativo". Entretanto, embora liberados do processo, o Cade ressalta que "o presente arquivamento não prejudica eventual investigação futura, diante da existência de novos indícios de infração à ordem econômica a ensejar a continuidade da investigação. Arquivar neste momento é a medida de melhor racionalidade administrativa", explicou.
As empresas e pessoas liberadas do processo são:
Brasília Soluções Inteligentes Ltda.
Brasília Emp. Serviços
Aval Informática
Leilis Informática Ltda.
Apoio Editora Multimidia Ltda.
Conecta Tecnologia em Sistemas de Comunicação Ltda.
TBA Holding Ltda.
Tata Consultancy Services do Brasil Ltda.
B2BR - Business To Business Informática do Brasil S.A.
True Access Consulting Ltda.
Lafayete O. Galvão
Joffre Leilis Filho
Francisco Maia Farias
Francisco Tony Brixi de Souza
Marcio Pontes Veloso
Silvia Küster
Maria Cristina Boner Leo
Luiz Antonio Garcia

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Declaração do Partido Comunista do Kampuchea (PCK)


PARA O PARTIDO COMUNISTA DOS TRABALHADORES DA DINAMARCA, JULHO DE 1978.

POR: NUON CHEA SECRETÁRIO GERAL, PCK

(Tradução de Angelo Cassenote)


Em nome do Partido Comunista do Kampuchea, eu gostaria de expressar nossos agradecimentos mais profundos pela sua visita a Kampuchea. É uma grande honra e encorajamento tê-los aqui.

I.              Sobre a construção do Partido 1960-67

Desde o início acreditávamos que era necessário ter um partido guiado pela classe trabalhadora e nos basear nas contradições da sociedade kampucheana. Naquela época, em 1960, a sociedade kampucheana era neocolonial e semifeudal. A contradição entre a nação kampucheana e o imperialismo norte-americano era muito aguda. Essa era a contradição externa. Como contradição interna, estava entre as mãos da classe trabalhadora e os capitalistas além dos camponeses pobres e a classe feudal. Ao mesmo tempo os capitalistas e os reacionários unidos oprimiam nosso povo.
Com base nestas contradições, o partido determinou suas tarefas revolucionárias:

Fazer a revolução nacional-democrática;

Lutar contra o imperialismo norte-americano e as classes feudais;

Libertar a nação kampucheana e os camponeses pobres. Esta linha estratégica foi abreviada para revolução nacional democrática:

(1)  O partido guiando a revolução teria que ser um partido da classe operária. Teria que guiar a revolução diretamente e não permitir que outras classes guiassem a revolução ou o partido.
O partido teria que definir as forças da revolução; primeiramente, as forças estratégicas na revolução, e segundo, as forças táticas na revolução.

(2)  As forças estratégicas são os operários, camponeses e alguns elementos da pequena burguesia. Desses, nós vemos a classe operária como classe fundamental enquanto que a pequena burguesia era como uma força aliada. Os capitalistas nacionais eram forças suplementares. Além disso nós consideramos algumas personalidades das classes dominantes, alguns grandes capitalistas, oficiais no serviço civil no governo e alguns monges budistas como forças suplementares.
Aqueles que tinham uma visão patriótica, progressista e nacional, isto é, progressista em relação aos reacionários.
Baseados nessas classificações de forças nós tentamos construir uma frente nacional-democrática como proposta de luta contra o imperialismo norte-americano e seus lacaios. Nós desejávamos que todas estas forças dependessem da liderança da classe operária e do partido.

(3)  Nosso partido escolheu duas formas de luta: luta política e luta armada. Estavam inter relacionadas. A luta política era promovida através da luta legal e da luta ilegal, com a ilegal sendo a forma básica de luta. Agora nós lutamos abertamente e em segredo com a luta secreta sendo a base da nossa luta. Nós definimos as formas de luta desse jeito como resultado da nossa experiência. Defendendo, expandindo e construindo nossas forças requeridas pela classe operária nesse caminho.

(4)  Nós travamos a luta na cidade assim como na zona rural.

(5)  A luta na zona rural era fundamental, especialmente nas áreas mais remotas e afastadas.

(6)  Nós reconhecemos que deveríamos conduzir a guerra popular, superar todos os obstáculos, fazer algum sacrifício, e finalmente conquistar a vitória e lançar uma ofensiva final. Nós nunca resolvemos colocar em defensiva, mas sempre tomar a ofensiva.

(7)  Nossa linha estratégica toma estas premissas: independência, soberania, autoconfiança. Estando baseadas no direito em escolher nosso próprio destino com dignidade.

(8)  Nossa luta era baseada na solidariedade internacional com os partidos irmãos no mundo, com os povos e países no mundo que se opõem ao revisionismo, imperialismo, neo-colonialismo e colonialismo de todo o tipo.
Estes princípios e práticas não são novos. Eles foram reconhecidos em todo o mundo, mas nós os revisamos com vocês porque refletem em suas próprias experiências. Nós temos seguido estes princípios em nossa luta e temos aprendido a partir destes. Esta linha foi adotada no primeiro congresso do nosso partido em 30 de setembro de 1960.
Eu gostaria de enfatizar que assumir essa linha na prática não era fácil. Especialmente antes de 1970.
Em 1960, nós fomos cruelmente afetados pelo vigésimo congresso do Partido Comunista da União Soviética.
O Vietnã também se opôs a nossa linha partidária, especialmente na luta armada, assim também como a nossa linha de independência, soberania, autoconfiança. Os vietnamitas disseram que nós tínhamos de fazer a revolução nacional-democrática com base nos documentos do vigésimo congresso do Partido Comunista da União Soviética. Eles disseram que não estava clara a forma como as classes no Kampuchea teriam que ser divididas. Eles acreditavam que a classe feudal tinha função progressista no Kampuchea e isso poderia torná-los aceitáveis para fazer a revolução conosco. Além disso, eles pensavam que a revolução poderia ser feita pelo parlamento com base na cooperação entre diferentes classes. Então agora eles continuaram e continuam a ver nossa linha como “putchista” e muito à esquerda.
Mas nós defendemos nossa linha partidária. Tendo definido corretamente a nossa linha partidária e as atividades do nosso partido, nós enviamos a maioria dos nossos quadros para trabalharem no campo. Nós mantivemos apenas uma minoria nas cidades.
Nosso exército foi construído a partir da estaca zero, de um exército pequeno para um grande exército. No começo nós criamos alguns corpos secretos de auto-defesa. Nós selecionamos os melhores jovens. Quase todos faziam o trabalho ilegal naquela época. Somente uma minoria atuava na legalidade; alguns no parlamento, alguns na administração, alguns na imprensa. O trabalho legal era para ir mobilizando as forças populares, mas o trabalho fundamental era baseado nas zonas rurais e em torno dos operários, isso teria que ser feito ilegalmente e secretamente. Isso significava que nossos inimigos -o imperialismo norte-americano seus lacaios e as classes reacionárias não puderam encontram quem estava liderando nossa revolução. Eles sabiam o nome de alguns poucos camaradas como Khieu Samphan ¹. Eles pensavam que esses camaradas eram os verdadeiros líderes da revolução. Mas eles não sabiam dos líderes verdadeiros. E como eles só podiam agir contra as pessoas que eles sabiam, a maioria dos nossos líderes pôde trabalhar em segurança.

Entre 1960-67, nós organizamos e consolidamos muitas bases nas zonas rurais. O movimento em favor da produção e contra os latifundiários estava bem forte. Os camponeses juntaram suas forças contras as classes dominantes. Eles não tinham nada, mas usaram de tudo: pedras, facas, bastões, lâminas. Algumas esposas dos camponeses pobres participaram levando seus filhos para mostrá-los em frente a Assembléia Nacional. As forças revolucionárias nas zonas rurais estavam bem fortes. Nós colocamos os membros da classe operária para irem trabalhar entre os camponeses pobres e médios.
Nas cidades, havia um movimento entre operários e estudantes. Eles exigiam que o governo cortasse o apoio aos Estados Unidos e mandasse embora o embaixador norte-americano. Os manifestantes queimaram a bandeira e a embaixada. ²

-Na zona rural, o movimento popular eclodia. Aqueles que estavam famintos se levantaram contra os traidores, reacionários e agentes da administração. O slogan era “Fazer a Revolução Nacional Democrática”, que significava, lutar contra o imperialismo norte-americano. O espírito de patriotismo estava em alta. Todo mundo sentia que deveriam lutar contra o imperialismo norte-americano. Porém nós dividimos a luta em duas partes: a luta nacional e a luta democrática. Por último, nós levantamos slogans exigindo direitos aos estudantes, operários e camponeses; salários altos; terras aos camponeses; preços melhores para o arroz, feijão de corda e carne e melhores condições de vida para o povo. A luta abarcou grandes e pequenos assuntos, e envolveu todas as regiões e meios.
O inimigo tentou nos suprimir, mas acabou derrotado porque nós lutávamos legalmente e secretamente, grandes e pequenas batalhas ao mesmo tempo. Nesse caminho nós estávamos prontos para defender e fortalecer as forças revolucionárias passo a passo.

-Através da luta, nós construímos a liderança do partido, recrutando bons quadros entre os operários, camponeses, servidores civis na administração, monges budistas e mulheres. Na luta nós estávamos prontos para forjar os quadros a partir de todas as classes. Assim as contradições em nossa sociedade aumentaram, as contradições entre trabalhadores e capitalistas, entre camponeses e latifundiários, entre trabalhadores e oficiais do governo. O inimigo tentou duramente suprimir nosso movimento. Nesta situação, confrontando estas contradições agudas, nós tivemos uma conferência entre o Comitê Central. Decidimos que não poderíamos mais continuar a luta legal. E o que deveríamos fazer era iniciar o levante. Isto foi em Janeiro de 1968.
O embaixador soviético em Phnom Penh se opôs a nós. Os soviéticos disseram que o nosso partido estava fora de si em lançar a luta armada. Eles começaram a construir um novo partido voltado contra nós, reunindo pessoas que se renderam ao inimigo e que eram traidores, oportunistas e vagabundos. O Vietnã também se opôs a nossa luta armada. Os quadros vietnamitas tomaram ação contra nós, desestimulando, distribuindo panfletos como a obra de Lênin :”Esquerdismo: a doença infantil do comunismo”. Eles disseram que estávamos muito à esquerda.
Nós dissemos: o Vietnã não nos ajudou! Um monte de pessoas não entendem isso. Era um momento tático em que nosso partido consolidava sua posição como independente e soberano. Nós nos damos conta de que nosso caso era diferente. Tínhamos que tomar conta da situação concreta para resolver nossas contradições sociais. A situação estava favorável para a luta armada. Estávamos unidos neste princípio e nessa linha e nosso povo apoiou a revolução de todo o coração, o levante contra as classes dominantes iniciou em 17 ou 19 províncias. Por falar nisso, não tínhamos armas e nem ajuda de fora. Tínhamos apenas algumas carabinas capturadas do inimigo. Algumas vezes tínhamos armas, mas não tínhamos munição. Algumas vezes enquanto não tínhamos munição levávamos os rifles apenas para assustar o inimigo. Passo a passo estávamos prontos para expandir nossas forças porque nós seguimos a linha partidária da guerra popular.


II.        A luta armada, 1968-75

O povo nos ajudou fornecendo comida e escondendo nossos guerrilheiros e quadros.
Isto fazia nossos quadros tornarem-se vigilantes em seguirem a linha do partido de combinar com as massas e relacionar-se com as massas. O nosso exército ainda não era muito grande. Lutou com arcos e flechas, especialmente nas bases das áreas do nordeste. Nós ganhamos confiança do povo mostrando-os que as armas tradicionais poderiam matar o inimigo. O povo então acreditou na linha do partido e na revolução. O inimigo utilizou todos os tipos de armas especialmente no nordeste onde estavam as bases do nosso Comitê Central. Mas esta região era muito poderosa; o inimigo não podia fazer nada contra nós. Enquanto isso, a revolução vietnamita era um problema porque o inimigo tinha vilas estratégicas no Vietnã do Sul. Não possuindo lugar para escapar, os vietnamitas nos pediram refúgio e fizeram isso. Isso conduziu ao golpe em 18 de março de 1970 dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos participaram na tentativa de destruir nossa revolução, mas as áreas eram fortes, nós começamos a estabelecer nosso próprio poder nas áreas libertadas. Nós conquistamos imediatamente 70% das zonas rurais; se os Estados Unidos não tivessem invadido nós teríamos libertado todo o país em junho de 1970. Em 1967-68 muitas pessoas diziam que nós éramos ultra-esquerdistas; em 1970, todo mundo concordava que tínhamos uma posição correta. Todo mundo nos seguia. Países socialistas e outros países do mundo nos auxiliaram, permitindo que pudéssemos continuar nosso trabalho econômico, militar, e internacional melhor que antes. Porém, eu gostaria de enfatizar que mesmo sem condições favoráveis nós mantivemos a existência do nosso partido secreto e nós continuamos a construir pela luta secreta como uma tática fundamental. Nos tornamos mestres da situação porque tínhamos nossas bases nas zonas rurais, e porque tínhamos as forças da frente unida ³.
Em primeiro lugar, nós não noticiamos nossas contradições com o Vietnã. Para ser franco, pensávamos que os vietnamitas eram nossos amigos. Mas ao invés de nos ajudar, o Vietnã começou a preparar suas forças e tentou abarcar o nosso partido todo. Havia muitas dificuldades. Tínhamos que lutar contra as tropas dos EUA-Thieu que foram enviadas para ajudar Lon Nol, ao mesmo tempo em que tentavam nos apunhalar pelas costas. Nosso partido, é claro, decidiu resolver a contradição principal primeiramente, que era conquistar a vitória sobre Lon Nol.
A contradição entre nós e o Vietnã aumentou em 1973 quando o Vietnã se juntou com os EUA para a mesa de negociações. Os EUA imediatamente impuseram condições, obrigando o Vietnã a pressionar o Camboja para a mesa de negociações. Ele tentaram, mas recusamos.
Os vietnamitas fizeram de tudo para minar a nossa revolução. Enquanto que o Vietnã e o Laos depuseram as armas, os EUA mobilizaram todas suas forças para bombardear o Kampuchea, todas a suas forças no sudeste da Ásia! Por 200 dias e 200 noites, para forçar-nos a aderir a mesa de negociações. Nosso partido estava resolutamente contra o cerco norte-americano. Se nós fizéssemos Lon Nol e os traidores em Phnom Penh poderiam ganhar tempo para ampliar suas forças. Nós decidimos lutar até o fim. Estávamos em todo o caso prontos para resistir a guerra aérea dos EUA, e por derrotarmos a guerra aérea a confiança em nosso partido cresceu. Mais e mais pessoas estavam convencidas de que a nossa linha era correta. Tenho de deixar claro que a coincidência da linha partidária não veio da noite para o dia, e nem através de estudos teóricos. Cresceu como resultado das experiências, do sofrimento do povo e como resultado do ódio de classe. Foi somente pela prática que o entendimento da linha do partido aumentou.
Em 1974, um ano após a guerra aérea, nosso partido decidiu lançar uma grande ofensiva final para libertar Phnom Penh e o restante do país na estação de secas de 1975. O Vietnã naturalmente foi informado. Os vietnamitas acreditavam que os EUA não permitiriam a nossa vitória.
Entretanto, eles não estavam preparados para permitir que obtivéssemos a vitória antes da vitória deles. Consequentemente eles se recusaram transportar a munição que estava sendo enviada pela China e outros países, principalmente vindo da China. Tivemos que usar munição capturada do inimigo; não recebemos nada do Vietnã. Os vietnamitas foram contra a nossa vitória porque eles queriam libertar Saigon e de lá enviar forças para libertar Phnom Penh, para construírem aqui um aparato político e criar um novo partido eliminando o Partido Comunista do Kampuchea e estabelecer uma Federação Indochinesa. 
Apesar destas condições adversas, nosso partido fez o seu melhor e libertou Phnom Penh em 17 de abril de 1975, duas semanas a frente da libertação de Saigon. Enquanto nós tínhamos libertado o restante do país e resguardado nossa independência e soberania, isto em junho de 1975, os vietnamitas enviaram suas tropas para ocupar nossa ilha, Koh Way. Nós a defendemos e forçamos o Vietnã a se retirar. O que queríamos deixar claro para vocês é que ao longo do período da revolução nacional democrática, havia uma dura e complicada luta envolvendo dificuldades com a União Soviética e o Vietnã, mas nós driblamos e conquistamos a vitória.

Pergunta: Durante a época da fundação do Partido Comunista, havia uma discussão da linha política para o período de guiar ao comunismo?

Está escrito no programa do nosso partido que nós devemos continuar nossa revolução socialista e avançar para o comunismo depois da revolução nacional democrática, mas não entraremos em detalhes. Nós trabalhamos para as presentes tarefas da construção socialista após a libertação [4].
Nossas principais tarefas são defender o poder do nosso estado, continuar a revolução socialista e a construção socialista. Nós temos defendido nosso território e a soberania desde a libertação em uma feroz, e complicada luta, especialmente contra o Vietnã. Pensamos que esta luta levará um bom tempo enquanto o Vietnã tiver enormes ambições. Quer forçar o Kampuchea para uma Federação Indochinesa  e prosseguirá com seus objetivos expansionistas em todo o sudeste da Ásia.
Como condições de sobrevivência, nós temos basicamente resolvido nossos problemas pelos projetos dos meios de irrigação. Estamos acumulando capital para o desenvolvimento de nosso país com base na independência e autonomia.

III.      Sobre a construção ideológica do Partido

Possuir uma linha política certa ainda não era suficiente para assegurar a vitória. Nosso partido tinha que ter um firme ponto de vista revolucionário. Particularmente isso é porque muitas de nossas lutas eram ilegais. Assim, algumas vezes, se nossos quadros não estivessem comprometidos ideologicamente, eles poderiam se render ao inimigo ou, uma vez capturados poderiam revelar segredos aos inimigos. Para prevenir isso, nós enfatizamos a educação ideológica.
Durante a luta, nós encontramos muitas dificuldades. Por exemplo, quadros separados das suas famílias e ideologicamente fracos poderiam algumas vezes decidir voltar para suas famílias para longe da revolução. E algumas vezes os quadros que estavam trabalhando ilegalmente e na administração inimiga estavam recebendo altos salários. Faltando uma visão revolucionária, eles poderiam ser comprados. Assim nosso partido pode ver que a ideologia era o ponto-chave na implementação da linha política assim como a linha organizacional. A construção ideológica do partido encontrou dois caminhos: pela destruição da linha ideológica incorreta e pela construção dos corretos ponto de vista revolucionários do partido. Por exemplo, nós tivemos que:

(1)  Construir um ponto de vista ideológico da classe fundamental no partido, a consciência da classe operária. Para fazer isso tivemos que definir as diferentes classes em nossa sociedade e as contradições entre estas. A partir dessa base, nós armamos nossos quadros ideologicamente com pontos de vista da classe operária. Isso estava claro pela explicação do espírito de sacrifício para o bem de todos e a necessidade de abandonar a propriedade privada em favor da propriedade coletiva; e ensinando-os a disciplina do partido, amor ao partido, trabalho, métodos da crítica e autocrítica, e os meios de se unirem fortemente com as massas;

(2)  Construir o ponto de vista ideológico do patriotismo revolucionário e internacionalismo revolucionário, o primeiro sendo ponto fundamental. Através disso lutamos energicamente para fazer nossa própria revolução, lutando com êxito contra o imperialismo e o revisionismo em nosso país. São avanços e suportes da linha internacional. Falar em internacionalismo enquanto falhamos em conduzir a revolução em nosso país é algo sem sentido. Temos que concretizar isso. Nós tentamos ensinar ao nosso povo os princípios da autoconfiança para evitar que sejamos uma carga para os países amigos. Enquanto for possível ajudar-nos, eles devem fazer suas próprias revoluções e melhorar o padrão de vida do seu povo. Assim, nós tentamos o máximo possível evitar que sejamos muito nacionalistas, e assim evitar sermos muito internacionalistas;

(3)  Construir o ponto ideológico de manter um constante ardor revolucionário, especialmente o desejo em ser igual ao povo simples, especialmente os camponeses pobres. Isto porque os quadros do nosso partido e nossas homens e mulheres no exército não recebem salários; eles são ensinados a servir o partido e receber apenas do partido. Desse modo nós estaríamos criando uma nova classe dominadora separada das massas;

(4)  Desenvolver o conceito da perspectiva das massas e linha de massas, que significa, ter total confiança nas massas e viver junto as massas, especialmente os camponeses pobres.
Somente fazendo isso a revolução pode obter vitória e levantar suas forças. Enfatizamos isso aos quadros porque existem alguns que são de origem pequeno-burguesa, especificamente os intelectuais que faltam confiança nas massas, especialmente nos camponeses pobres. Conquistaram o inimigo, fazem trabalho produtivo e tudo mais. Porque elas podem fazer tudo, nós devemos servir-las;

(5)  Os quadros também são instruídos na vigilância revolucionária, que significa tomar cuidado, estar atento contra o inimigo;

(6)  Nós os armamos com um entendimento do materialismo dialético para permitindo-os para que analisem coisas e entendam os pontos ideológicos do partido. Todos estes pontos ideológicos foram propagados nas sucursais e células do partido. Isto não era pela leitura dos documentos mas pela análise das atividades diárias, determinando o que estava saindo errado e corrigindo os desvios.

Então, para os nossos livros, eles tem apenas umas poucas páginas no total, como breve documentos são mais adequados para os camponeses pobres. Nós também temos alguns cursos, maioria curtos para pequenos grupos em trabalho clandestino para duas ou três pessoas apenas ou duas vezes no mês. Há também outros cursos mantidos em torno de duas vezes por ano no qual os membros do partido são introduzidos aos conceitos revolucionários educados em nossa linha política, ideológica, e organizacional.

Ainda agora, após a libertação, acreditamos que o fator ideológico é um fator determinante. Na educação dos quadros, nós colocamos em ênfase a destruição dos pontos de vista da velha sociedade que permanecem poderosos. Entre os quadros líderes, também enfatizamos a defesa e a construção do trabalho da conscientização da classe trabalhadora. Isto é para evitar o revisionismo. Quando um partido se torna revisionista é por causa dos membros ordinários se tornarem revisionistas, mas é porque a liderança conduz o partido através do revisionismo. Embora dizermos muito pouco sobre o revisionismo fora do partido, dentro do partido lutamos muito contra o revisionismo. É até certo ponto para esta reação que evitamos usando os documentos de outros. Contamos na maior parte com nossas avaliações da luta de classes. Isto é mais concreto. Alguns de nossos quadros que viveram além-mar, e que trabalharam com comunistas estrangeiros afobados, regularmente requeriam documentos estrangeiros, dizendo que nós negligenciávamos o estudo do Marxismo-Leninismo. Mas nós dizemos a eles que o Marxismo-Leninismo se desenvolve através dos meios da luta do povo; nossas experiências são genuínos documentos Marxistas-Leninistas.

IV.  A Linha Organizacional do Partido

Construimos o partido ideologicamente e organicamente através da confiança em nossa análise de classes, tomando os camponeses pobres e as classes trabalhadoras como classes fundamentais. Aqueles que entraram a partir da pequena-burguesia ou outras classes tentaram promover os pontos de vista destas classes, mas eles tiveram que renunciar seus velhos pontos de vista e desenvolver a consciência da classe trabalhadora. Os quadros são avaliados na bases de suas atividades concretas. Seu espírito deve ser limpo, incorruptível, e sem laços de contato com o inimigo. Nós investigamos a vida, histórias, e origem de classe antes e depois deles aderirem à revolução. Nós fazemos isso para prevenir a infiltração por exemplo da CIA, KGB ou agentes vietnamitas. Adotando estes princípios organizacionais, temos unidade no partido e podemos purgar nosso partido dos maus elementos [5]. Nós ainda não estamos 100 por cento exitosos. O inimigo continua tentando minar o partido. Consequentemente estamos nos esforçando para fortalecer a educação político ideológica e para limpar o partido.

Fonte: marxists.org

sábado, 14 de novembro de 2015

Luz Guia para o Abismo em Relação a Pol Pot

Num artigo extenso e cheio de tolices, Augusta Luz expõe seu megalomaoísmo atacando Pol Pot e o Khmer Vermelho.

Embora tenha apoio do comentarista Jason Unruhe, que eu respeito, as teorias do "linpiaoísta" Augusta Luz, ao meu ver, estão no mesmo pé dos maoístas italianos que recentemente declararam apoio ao Estado Islâmico (!). Nos comentários de seus vídeos, há quem denuncia que estão sediados em Denver, juntamente com a CIA. E podemo supor que há apoio da CIA ao Estado Islâmico, que nada mais é do que a Al-Quaeda na Síria e no Iraque.

A Luz Guia também lança sua "luz" sobre Pol Pot. Ele apressadamente acusa o Khmer Vermelho de: 1) ser uma organização nacionalista, chauvinista e, 2) depois de ter se aliado à China, ter ficado amigo dos Estados Unidos. 

Ele "esquece" --muito significativo para uma organização nortea-americana --que o Khmer Vermelho derrotou uma ditadura financiada e armada pelos norte-americanos. Isso não seria possível sem uma estratégia correta e o apoio das massas. Há acertos, então, a verificar na prática do Khmer Vermelho.

Em primeiro, o Khmer Vermelho usou a estratégia de cercar as cidades, num país rural, através do campo. Em segundo, agiu sempre em segredo, usando o nome de "organização" (Angkar). Ninguém sabia quem era o líder. No período em que esteve na semi-legalidade, ao tempo do rei Sihanouk, que fazia política nacionalista para fora do país e por dentro era repressivo com relação aos movimentos sociais, eles atuaram nos espaços parlamentares possíveis, mas sempre focando na estratégia de mobilizar os camponeses.

O artigo todo acusa o Khmer Vermelho de dogmático, mas ao mesmo tempo de oportunista. Ou seja, eles mudam de posição conforme a ocasião e são ao mesmo tempo presos rigidamente a princípios do passado. A Luz Guia afirmou:

"O Khmer Vermelho não praticou o gradualismo maoísta. A mais infame prática do Khmer Rouge foi o esvaziamento das cidades. Populações inteiras foram chamadas de pessoas novas e tratadas como inimigos de classe. Eles perderam suas propriedades e marcharam das cidades para o campo onde trabalharam sob a mira de baionetas".

Quanta estupidez! Claro que praticou, tanto que o Khmer era o partido comunista do Cambodja, mas o movimento todo era uma frente que incluía os nacionalistas do rei Sihanouk.  A retirada das cidades para o campo aconteceu devido ao fato de que, quando o Khmer conquistou a capital, tanto os revisionistas soviéticos e vietnamitas quanto os norte-americanos deixaram a cidade cheia de agentes e espiões. O Khmer descobriu o plano: na cidade faminta, o governo seria derrubado e sabotado por esses agentes. Foi feita, então, a retirada para o campo, para as cooperativas, onde as pessoas passaram a trabalhar e se alimentar. Nas cidades vazias, foi estimulada a plantação de hortas nos jardins. A capital passou a ser meramente uma cidade administrativa. Não havia, aliás, saída: ou a população saía ou morria de fome, pois a cidade estava cheia de refugiados e o campo estava destruído. Finda a ajuda humanitária norte-americana, a situação era caótica e a cidade não comportava a população que tinha.


"Tenha cuidado para não dar abrigo a um navio pirata". Com certeza uma boa advertência para quem se aproximar da Luz Guia. Khmer Vermelho esteve à frente de um movimento de libertação nacional que, além de libertar o povo cambojano da ditadura militar, ainda buscou levar adiante sua reivindicação em relação a territórios que o povo Khmer tinha perdido para o Vietnã séculos antes, inclusive regiões onde vivem cambojanos étnicos. 

O artigo acusa o Khmer Vermelho de dogmatismo, mas deixa totalmente na sombra o papel cruel da URSS e do Vietnã em invadir o Cambodja Democrático em 1975. O papel de Cuba de Fidel foi especialmente sórdido e ainda hoje Cuba justifica essa invasão altamente trágica, pois causou uma grande fome e tragédia humanitária. Anteriormente, quando rei Sihanouk denunciava o papel sujo que a URSS jogava no Cambodja, abrindo embaixada e reconhecendo a ditadura do ditador Lon Nol, mero fantoche norte-americano, Fidel Castro saía em defesa dos soviéticos. 

O apoio dos USA e Inglaterra ao governo do Khmer foi devido ao fato desse governo ser o que a ONU considerava legítimo. No entanto, esse apoio -- ajuda humanitária -- foi retirado em 1983, com o não-reconhecimento do governo do Khmer Vermelho. O Khmer Vermelho hoje é uma organização degenerada, ligada ao velho estado, enquanto o país voltou a ser uma miserável colônia dominada por multinacionais norte-americanas e francesas. O Vietnã ainda tem muita influência sobre o governo do primeiro ministro Hu Sen, ex-Khmer Vermelho. Entre 1979 e 1991, o país viveu praticamente como colônia vietnamita, pois a fronteira era aberta e o partido no poder, fantoche dos vietnamitas.

Tanto os naxalitas quanto Pol Pot adotam uma versão muito diferente para o caso Lin Piao do que os "linpiaoístas" da Luz Guia. Para eles, Lin Piao foi confucionista e autoritário. Como isso destrói o miolo da  vertente linpiaoísta, evidentemente eles detestam o Cambodja Democrático e Pol Pot.















quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Blog do maior sociólogo do Brasil

O maior sociólogo do Brasil agora tem blogAlfarrábios


Abram alas, esse homem é um gênio!!!

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Pol Pot critica Cuba

"No início de 1976, o Vietnã e Cuba tentaram induzir o Camboja Democrático para se unir a um grupo chamado grupo progressista dentro do movimento dos não-alinhados, pensando em dividir e comandar o movimento para servir à sua estratégia de agressão e expansão. O Camboja Democrático imediatamente rejeitou essas manobras do Vietnã e Cuba dizendo a eles que isso ia criar uma aliança interna no movimento não-alinhado, dividindo e implodindo o movimento". Pol Pot, Conversas com a Delegação Sueca, agosto de 1978.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Algumas curiosidades sobre a revolução cubana

Algumas curiosidades que poucos sabem sobre a revolução cubana:
--Não foi feita SOMENTE por doze barbudos que subiram a Sierra Maestra. O núcleo armado contou com várias outras frentes e apoio de movimentos sociais nas cidades.
--Apesar disso, a teoria da revolução cubana foi sistematizada por um livro complexo de Regis Debray, filósofo francês: Revolução na Revolução. Debray dava a entender que um simples grupo bem treinado poderia derrotar um exército bem treinado apoiado e armado pelos USA.
--O movimento cubano nunca enfrentou um exército bem treinado e motivado, contando com apoio dos USA. Assim que foram avançando, os USA foi tirando o apoio, buscando cooptar Castro e o exército de Batista foi se desmanchando.
-- Debray, ao ser preso na Bolívia, "parece ter falado demais" como anotou Che Guevara em seu diário. Hoje Debray, agora gaulista, foi um dos inspiradores da invasão do Haiti que depôs o padre progressista Aristide. Sim, nós brasileiros estamos lá dando apoio a um golpe e invasão ocorridos com apoio da França e USA.
--Che Guevara, em nome do internacionalismo, queria ser o líder do movimento na Bolívia, indo contra os dirigentes do pc local. Fidel Castro apoiava isso em nome do internacionalismo e nunca voltou atrás, que eu saiba.
--Não foi, inicialmente, um movimento marxista-leninista. Fidel disse não ser comunista várias vezes. E continuou dizendo. A última vez foi em 1986.
--O Partido Comunista Cubano tinha mudado o nome para Partido Populista Socialista (PPS ou algo assim) e estava apoiando Batista. Só mudaram de opinião na última hora.
--O partido foi reconstruído totalmente de cima para baixo, a partir de 61, aproveitando alguns dos antigos quadros. O primeiro congresso do partido só ocorreu em 1975.