terça-feira, 28 de abril de 2009

Gerald : "Fazer uma grande orgia e morrer..."

Entrevista com GT no Questao de critica:

Nelson Rodrigues X Vianninha e os Porcos com Asas

Estava lendo a coluna do Afonso Romano de Sant Anna ontem e dela recolho a polemica de Vianninha versus Nelson Rodrigues:

"Meu caro Nelson Rodrigues: de tempos em tempos para ca, voce anda me cobrindo de penas (...). De marxista de galinheiro passei a cambaxirra, a colibri e vou ficando cada vez mais empenado (...). Voce sabe que o projeto do teatro brasileiro que se instalou e irreversivel e deixa voce longe de varios corpos."

E Nelson respondeu, em Dracula ou Passarinho: "Eu e o Vianninha falamos a mesma lingua, isto e, eu falo a brasileira e o Vianninha, a cubana. Mas nao e o idioma que nos separa (em ultimo caso, o que nos separa e a idade. Somos de duas epocas que se digladiam a cusparadas (...). E vamos e venhamos: para um velho como eu (sou realmente uma mumia), e uma delicia discutir com as Novas Geraçoes. Todavia, no meu debate com o Vianninha ha um defeito tecnico. Pergunto: como polemizar com um sujeito que trato pelo diminutivo? (...). Nao deixando pedra sobre pedra, eu era um sujeito desmoronado, um sujeito demolido. E, agora mesmo, ao redigir essas linhas, tenho que espanar a poeira do meu proprio desabamento".

Eu tambem me sinto a sim ao ironizar que a gripe seria fashion. Ate o teclado desconfigurou-se, hoje. Sao os virus de computador, tao malevolos quanto os dos porcos. Alias, esse ano faz 40 anos do crime da Manson Family.

PIGS! DEATH TO PIGS!

Os porcos infectados com virus da gripe porca ou Nova Gripe poderiam ser mandados ao Paquistao? Para servirem no exercito, para serem servidos aos muçulmanos ou para serem porcos-bomba?

Have you seen the little piggies, living piggy lives...

Lembram dos Beatles? Leram Porcos com Asas? Escutaram Pig Floyd? Pinks on the Wing?

Eu pergunto que nos trara a peste, quem sera a pessoa que nos trara esse novo virus. Mas ele se alastra muito rapidamente e no mesmo dia em que eu falava os casos ja estavam, supostamente, aqui em BH, 150 km de onde escrevo. Fiquei com medo de pagar lingua. Ah, Sandra, fazer uma orgia e morrer.Bom projeto para o futuro. Mas com gripe nao da.

E como Freud diz: eu vos trago a peste.

A mesma mascara negra...lembram da marchinha de carnaval? E que tipo de moda fashion combina com mascaras azuis?

Ja pensaram um desfile de modelos com mascaras pretas, azuis, estilo Primeira Guerra Mundial, etc?

Barbara Heliodora e um monolito? Otimo! E se fosse um COPROLITO? Eu gosto dela, ela e simpatica. So nao curte muito a vanguarda, parece que ela e transa mais a retaguard

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Lugaucho tiene corazón, pero no usa el condón...

Eu vou procurar e lincar aqui esse vídeo dos garotos do Los Angeles gozando o Lugo, chamando-o de "lugaucho", ou seja, garanhão na gíria local:




Isso me faz lembrar um diálogo de Marco Zero, romance do Oswaldão. Duas mulheres estão conversando. Uma fala que tá transando uma freira. A outra pergunta como é. Resposta:

--É DIVINO!

Todas as mulheres que transaram com Lugo enquanto ele era bispo católico também poderiam responder: É DIVINO!

Ave, Lugo, pai de todos os paraguaios!

E ele está dentro das orientações da Igreja Católica e da Bíblia: crescei e multiplicai-vos. A coisa é tão assim que outro dia conversei com Padre Antosco, pároco aqui da cidade e famoso por suas tolices e besteiras e ele me disse para ter muitos filhos sem me preocupar com o fator econômico. Quase perguntei se eu poderia deixar numa cestinha na porta da casa dele ou algo assim, mas me contive. E não contei para ele que meu filho mais velho não é meu consanguíneo, ou seja, como não foi assumido pelo pai, que é um ser bizarro aqui da cidade, um rapaz chamado Dartiano, foi passado para o meu nome na justiça. Gabriel foi adotado por mim quando casei com minha esposa...Mas essa egotrip bodante não interessa a ninguém e não a contei a Padre Antosco, que mesmo assim queria mais filhos, mais que dois. E pior é saber que o Paraguai é um país onde somente um a cada quatro nascidos é assumido pelo pai, ou seja, é um país bastante "dartiano"...


É...ELES querem algo como aquela música do Sérgio Reis e do Padre Fábio, aliás, que eles cantam: "Com sacrifício, eu criei meus sete filhos/do meu sangue eram seis/e um peguei com quase um mês"...Antes fosse o contrário, não? Adotar seis e ter um do próprio sangue, porque esse negócio de fazer mais almas para Jesus...Bom, pelo menos rendeu uma frase em latim bonita: "ejacutio em vasu improprio". O que significa? Será "ejacular no buraco errado"? Meu latim não dá nem para o começo de conversa, mesmo.

E pior é ler um artigo do Milton Ribeiro onde ele diz que o Paulo Francis era obcecado com sexo porque morreu virgem! E é a segunda vez que leio algo assim, Ruy Castro também já escreveu isso num artigo sobre o amigo (depois que ele morreu, claro). Mas Ruy, para mim, não tem credibilidade alguma depois daquele episódio em que ele disse que a avó do Gerald Thomas era amiga dos nazistas, sendo que ela foi perseguida por eles e era judia. E já vi outras dele, como dizer que o espetáculo Opinião só era suportável por comunista de carteirinha, uma enfermeira avaliou o tamanho enorme do pinto de Garrincha, o filme do Joaquim Pedro era para quem gosta de cinema e não de futebol, etc, etc. Vou parar por aqui.

domingo, 26 de abril de 2009

Dilma; quase uma personagem da blognovela penetrália

Dilma Rousseff: a mulher que quer governar o Brasil
Ela tem um cão, gosta de livros, de tango e de se ver bonita. No passado, comandou guerrilheiros, foi presa e torturada. Tida como dura na queda, a ministra Dilma Rousseff, candidata de Lula à Presidência, abandona as reservas e, descontraída, conta detalhes (alguns tristes, outros divertidos e saborosos) da sua vida privada
Patrícia Zaidan e Alessandra Roscoe
No quarto andar do Palácio do Planalto, um acima do gabinete do presidente da República – e de onde se vê o sol corar o lago Paranoá –, trabalha a mulher mais importante do país: Dilma Vana Rousseff, 61 anos, ministra-chefe da Casa Civil, que controla a máquina federal. Equivale a dizer que é a número 2, atrás apenas do chefe da nação. Jamais disputou uma eleição e não é petista histórica. Chegou ao Planalto como a perita que aplacou a crise de energia no Rio Grande do Sul nos anos 90, quando secretária do governo gaúcho. Seu nome foi indicado a Lula como a peça-chave para evitar o apagão que assombrou o antecessor, Fernando Henrique. Dilma abriu o laptop, apontou soluções e virou ministra de Minas e Energia. Mineira, economista divorciada, foi dela que Lula se lembrou quando o escândalo do mensalão arrasou a moral do PT e destronou José Dirceu, então homem forte do Planalto. Dilma o substituiu na Casa Civil em 2005. Pouco depois, um novo escândalo derrubou o titular da Fazenda Antonio Palocci – outro pilar do staff –, e Dilma se tornou o principal apoio do presidente. “Lula ficou mais solto para agir, as tensões diminuíram, não há queda-de-braço como as ocorridas entre Dirceu e Palocci”, diz Franklin Martins, ministro da Comunicação Social.
É sobre ela que recai a escolha de Lula para sucedê-lo. Guerrilheira que enfrentou a ditadura militar, agora acusada pelos adversários de antecipar a disputa eleitoral, Dilma tem 14% da preferência do eleitorado e pode ser a primeira mulher a governar o Brasil.
CLAUDIA Num jantar político, a senhora cantou com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) o tango EL DIA QUE ME QUIERAS. Gosta de música?
DILMA Adoro. Mas não cantei. Minha voz é de fazer chover. Eu falava a letra e Suplicy cantava. Meu pai me obrigou a estudar piano por quatro anos, mas, infelizmente, não tenho o menor talento. Aprendi a ouvir tango e jazz na prisão, com uma colega de cela, a professora Maria do Carmo Campello de Souza. Naquela época, passei a entender melhor Astor Piazzola e a apreciar a voz de Ella Fitzgerald. Maria do Carmo tinha muitos discos, que nós tocávamos numa vitrolinha. As caixas de som eram ótimas, feitas por outra presa com caixotes de maçã. Hoje ouço muita música clássica – Bach e Vivaldi estão sempre comigo – e ainda curto a dupla Zezé di Camargo e Luciano.
CLAUDIA Sertanejo? Isso é influência do presidente Lula...
DILMA Não! Já gostava bem antes de trabalhar com Lula. É O AMOR é linda. Não tenho restrição a gênero algum. Meu lado gaúcho (viveu no Rio Grande do Sul por três décadas) me leva a gostar ainda do Bagre Fagundes: “O canto gauchesco e brasileiro desta terra que eu amei desde guri....” (cantarola batucando com a mão sobre a mesa).
CLAUDIA Seu lazer é à base de música?
DILMA Em primeiro lugar, de leituras. Leio tudo. Estou na fase dos angolanos, como José Eduardo Agualusa, autor de O VENDEDOR DE PASSADO, e de Pepetela, de PREDADORES. Também gosto muito de pintura e tenho a minha galeria.
CLAUDIA A senhora coleciona obras de arte em casa?
DILMA No computador. Entro nos sites dos museus famosos, como o Metropolitan, acesso as que quero e baixo. Se estou numa fase impressionista, seleciono obras impressionistas. Atualmente, prefiro as japonesas. Para mim, literatura, música e pintura são instrumentos de descoberta. A nossa aventura neste mundo passa por compartilhar a arte. Por meio dela, acesso um pouco a raça humana. Se não tiver essa dimensão, entendo bem menos as pessoas.
CLAUDIA A senhora se sente sozinha em Brasília?
DILMA Não me sinto só. Trabalho muito e no fim de semana quero me recolher, quase não saio de casa. Às vezes, recebo a visita da minha mãe (Dilma), que vem de Belo Horizonte, e da minha filha (a procuradora do Trabalho Paula, 31 anos, do segundo casamento), que vive em Porto Alegre. Adoro quando o meu bebê vem me ver.
CLAUDIA Ainda mantém o labrador Nego, que ganhou do ex-ministro José Dirceu?
DILMA Ele é um labrador genial. O Zé Dirceu fez o imenso favor de deixá-lo comigo. Ao sair do governo, não tinha para onde levar o Nego, que é enorme (Dilma vive na mansão antes ocupada pelo petista, na Península dos Ministros, no Lago Sul). Passeamos muito juntos. Desde pequena, tive cachorros, sempre vira-latas. Quando minha filha nasceu, eu lhe dei um policial para que aprendesse a lidar com os bichos. Ela cuidava, escovava os dentes dele até que o cão morreu, aos 15 anos. Foi uma choradeira danada.

CLAUDIA O feminismo está revendo o discurso que dava a maternidade como algo secundário. A escritora americana Camille Paglia é partidária dessa revisão. O que pensa disso?
DILMA Em que pesem todas as ótimas constatações que Camille fez sobre sexo e cultura, sua visão, no passado, de que maternidade era secundária, estava equivocada.Uma das coisas mais importantes da minha vida foi ter uma filha. Tem mulher que decide não ter filhos, eu as respeito. Mas não podemos abrir mão damaternidade. Se você dá a vida, tem que cuidar dela, providenciar alimentação, ver se as orelhas estão limpas... a maternidade dá competência. A capacidade de agregar vem do treino com os filhos. A visão privada amplia a visão pública. Nem todo feminismo se opôs àmaternidade. Foram as feministas que exigiram do governo o tratamento pré-natal, a licença-ma ter nidade...
CLAUDIA O fato de o ex-ministro Gilberto Gil ter dito que a senhora tem um lado macho a ofendeu? Sente-se incomodada quando ouve que é uma gerentona, uma mulher dura demais?
DILMA O meu amigo Gil pode me chamar do que quiser, porque é um artista. Talvez ele olhe coisas minhas e capte a essência. Gil disse na música SUPER-HOMEM que ele tinha um lado feminino a cultivar. As mulheres têm um lado de resistência, identificado com o sexo masculino, para ressaltar. Não somos um bando de manteigas der retidas que não enfrenta a diversidade; pelo contrário, resistimos a tudo. Eu costumo afirmar que sou uma mulher dura cercada de homens meigos.

CLAUDIA A senhora perdeu 10 quilos. Fez dieta?
DILMA Cheguei à Brasília pesando 67 quilos. Não mantive as atividades físicas, a alimentação era desregrada e, como a tensão é grande, atingi 78. Emagrecia e voltava a engordar. Aí mudei a tática. Diminuí o carboidrato, aumentei verduras e carne branca e caminho todo dia. Demorei um ano e dois meses para estar como estou..
CLAUDIA A fitinha no pulso é do Senhor do Bonfim?
DILMA Foi a Flora (mulher de Gilberto Gil) quem amarrou e disse: “Mentalize um desejo; quando arrebentar, ele se realiza”. Se eu revelar o que é, não se concretiza.
CLAUDIA Atrás da sua mesa, tem uma Santa Ana e outras imagens. O que elas representam?
DILMA Vou ganhando e ponho aí para me proteger. A medalha foi do pessoal da Canção Nova. O Jaques Wagner (governador da Bahia) me deu a mãe-de-santo. Ainda guardo o desenho de um garoto sobre o trem-bala que queremos fazer.
CLAUDIA A senhora parece mais saltitante depois da plástica...
DILMA Eu sou uma pessoa alegre. O fato de ficar séria não quer dizer mau humor. Fico séria enquanto penso. Preocupada, então, é que não rio mesmo. Isso não tem nada a ver com depressão.

CLAUDIA Ficar mais bonita mexeu com sua alma?
DILMA Muito. Qualquer um gosta de se sentir mais bonito. Mulher de Minas não entrega a idade. Minha mãe me proibiu de dizer a minha para não deduzirem a dela. Mas digo sem problemas que tenho 61 anos. Embora me orgulhe deles, devo admitir: minha olheira bate aqui embaixo. À noite ela reaparece, mesmo com a plástica.. Vocês não sabem o que é o rally Paris Dakar que enfrento todo dia no governo. Além disso, a minha linha de queixo estava caída. Não tenho vergonha, precisaria ser muito insegura para não decidir pela plástica.
Os homens também fazem. Fernando Henrique e Serra (o governador de São Paulo, seu provável adversário na disputa presidencial) fizeram. É bom fazer, principalmente quando dá certo. A minha ficou natural.

DESCOBERTA DA REDAÇÃO Dilma Rousseff usa mais um expediente para dissipar os efeitos do Paris Dakar: em fins de noite, dirige seu Fiat Tipo até uma pequena clínica de massagem no bairro Sudoeste. Deita-se na maca com dores musculares e adormece. Antes de escolher a clínica, pediu à massagista para ver os documentos de funcionamento do local e os certificados de cursos que ela havia feito.

CLAUDIA A senhora já assimilou o estilo Lula, anda cheia de metáforas para popularizar o discurso. Até comparou o Plano de Aceleração do Crescimento, que gastará 646 bilhões de reais em obras até 2010, a um boi gordinho.
DILMA Não o comparei a um boi. A imprensa publicou tudo errado. Uma repórter perguntou se o PAC empacou. Eu respondi: “Não, ele não empacou. Está mais para uma vaquinha. No início era uma vaquinha ma-gérri-ma. Aí, foi ficando gordinha em 2008 e, em 2009, vai virar uma vaquinha de raça”. Foi essa a história.
CLAUDIA Como reage quando Lula diz que pode economizar no batom da dona Dilma, mas não vai cortar recursos do PAC?
DILMA Até acho graça, aprendo muito com ele.
CLAUDIA A oposição, que dizia que a senhora era apenas boa técnica, já viu que sabe fazer política?
DILMA O vício de tachar alguém de tecnocrata vem da ditadura, que construiu dois perfis: o técnico é correto e capaz; o político é subversivo ou corrupto. Não acho correto o Brasil herdar essa visão sem saber a que ela serviu. Já me aconselharam: “Deixe que falem, o povo associa político a safadeza e separa você do bolo”. Não posso compactuar com essa ideia. É impossível ser boa ministra se não tiver uma ampla visão política sobre o meu país. É sandice achar que todo político é mau. INTERRUPÇÃO. Neste momento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, telefona. Antes, dois governadores haviam ligado – ela não pronunciou o nome deles. A agitação era em torno do programa para construir 1 milhão de casas populares. Com o ministro, foi cirúrgica: “Li seu primeiro relatório e não achei satisfatório”. Ele deve ter dado justificativas, e Dilma arrematou: “Guidinho, você já repetiu isso seis vezes. Venha na quinta (a entrevista foi na terça) e conversamos”.

CLAUDIA O senador Agripino Maia (DEM-RN) provocou-a, ano passado, lembrando que a senhora tinha mentido para os torturadores.
DILMA Aquele senhor não sabe o que é passar 22 dias sob choque elétrico e pau-de-arara. Menti para não entregar parceiros. Por dois dias, apanhei sem revelar onde morava com uma amiga. Assim, ela saiu da pensão, na avenida Celso Garcia, em São Paulo, e outros deixaram os locais onde se refugiavam.
CLAUDIA Como era a pensão? Guardava armas ali?
DILMA Era simples, tinha um corrimão típico: descascando com a unha, apareciam várias cores, até chegar à madeira. Havia armas ali, sim. Eram algumas pistolas.
CLAUDIA A senhora ainda se lembra de como é atirar?
DILMA Não era a minha função. Eu participava da direção.
CLAUDIA Mas foi treinada para lidar com fuzis...
DILMA Sempre tive muitos problemas com a minha visão, uma miopia pesada, de 8 graus num olho e 6 no outro. Não tinha bom ajuste de mira. Eu era ótima para limpar uma arma, ainda sei como desmontar e montar uma.
CLAUDIA A senhora participou ou não do roubo do cofre do ex-governador paulista Adhemar de Barros, que estava na casa da amante dele e continha 2,5 milhões de dólares?
DILMA Gostam de dizer que participei. Podia ter havido minha participação, mas não houve. Não estou querendo negar nada. Tem várias pessoas vivas, que atuaram no episódio, que podem confirmar o que digo. Naquele momento, eu cuidava de reinserir os militantes clandestinos na luta legal.. Deslocava pessoas de um estado para outro onde pudessem trabalhar. Era hora de abrandar as ações e priorizar a mobilização das massas.
CLAUDIA Quando viram que a luta armada havia fracassado?
DILMA Éramos cerca de 300 jovens convictos de que mudaríamos o Brasil e a América Latina. Com a quantidade de prisões, percebemos a fragilidade daquela luta. Nas casas da morte, a repressão massacrou quase todas as organizações de esquerda até 1974.

"Nasci dia 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte. Com meus irmãos (Igor, 62 anos, e Zana Lívia, já falecida), nadava no Minas Tênis e subia em árvores: tínhamos jabuticaba, fruta da minha mãe, e pera, do meu pai (o empresário Pedro Rousseff, já falecido). Ele era socialista, não tinha religião, mas, quando eu disse que queria fazer primeira comunhão, me levou para o Sion, escola de freiras que promovia ações sociais no morro do Papagaio. Dias antes do golpe de 1964, entrei no Estadual de Minas Gerais, um colégio efervescente. Ia a passeatas, via o Teatro Opinião encenar Arena Conta Zumbi, uma ode aos direitos dos oprimidos. Aos 16, ingressei na Polop (a organização Política Operária). Lia obras do Celso Furtado, considerado subversivo, e assistia aos filmes do Glauber Rocha, com ele na plateia. Guardo memórias boas, como conviver com Milton Nascimento – para mim, Bituca – e Márcio Borges, parceiro dele. Na casa do Marcinho começou o Clube da Esquina. Ele e eu roubávamos lanche da geladeira da minha mãe... Mas outro dia achei estranho: encontrei Bituca no aeroporto de Porto Alegre, e ele não me reconheceu.
O AMIGO Márcio Borges, 62 anos, gargalhou ao saber que Dilma se lembra dos assaltos à geladeira. “Buscávamos comida e bebida para que nossas festas durassem uma semana”, diz. “Ela era a líder mais brilhante, tinha uma coragem surpreendente, pagou o ideal com as dores do corpo. Fiquei arrasado ao ver, em 1968, cartazes com a foto dela e a palavra ‘Procurada’. Quando ressurgiu na TV como pessoa pública, gritei: ‘É a Dilma, a minha Dilma! Minha candidata desde os 20 anos’.”

A prisão
"Casei aos 19 anos. Universitárias não usavam véu e grinalda. Então, me vesti num redingote lindo, verde-clarinho e segui para o cartório, para alegria da minha mãe, que nos deu um apartamento para morar. O meu marido (o jornalista Claudio Galeno Linhares) também era militante na Polop. Em 1968, os militares decidiram endurecer, porque não haviam enquadrado todos os setores na ditadura. Foi o golpe do golpe. Procurados pela polícia, chegamos a dormir fora de casa e nos mudamos para o Rio. Com o AI-5, o Congresso foi fechado, políticos acabaram cassados, a censura à imprensa e as prisões cresceram. Entre nós, avaliávamos que os militares não deixariam a democracia voltar mais. Não havia espaço para fazer as mudanças de que o país precisava, a única forma de resistir era lutar. Fui presa no centro de São Paulo, dia 16 de janeiro de 1970, aos 22 anos, por falha minha. De manhã, havia ido ao encontro de um companheiro, que não apareceu. Era um mau sinal, eu não deveria ter tentado o segundo encontro, à tarde, numa lanchonete. Entrei e ouvi: “Você está cercada”. Andei rápido até uma loja de móveis.. Pensei em escapar pelos fundos, mas me pegaram. Eram três equipes, muitos homens.
A PENA
Condenada a seis anos de prisão, Dilma cumpriu três no Presídio Tiradentes, em São Paulo. Era o cérebro da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, codirigida pelo maior mito da guerrilha brasileira, o capitão Carlos Lamarca. Usava os codinomes Stela e Marina e já havia se separado de Galeno, que sequestrou um avião e o levou para Cuba. Com o segundo marido, o advogado Carlos Franklin de Araújo, participou da elaboração de assaltos a banco. O procurador militar que a denunciou referiu-se a ela como “Joana D’Arc da subversão” e “figura de expressão triste e notável”.

O brado da oposição
O PSDB e o DEM, que também estão em plena campanha, com anúncios de José Serra nas TVs de todo o país, pagos com dinheiro público do governo de São Paulo, acusaram, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula e Dilma de realizarem um evento eleitoreiro com 4 mil prefeitos, em fevereiro, em Brasília. Pela lei, a campanha só começa em julho de 2010. Até o fechamento desta edição, o TSE não havia julgado a questão. O líder dos deputados tucanos, José Aníbal, dirigiu-se ainda ao Tribunal de Contas da União questionando o gastos. “Acho que torraram 10 milhões de reais. Desvio de verba pública é corrupção”, diz. Mas a ministra tem sorte, seu opositor a admira. “ Minha primeira eleição, na faculdade, ganhei com a ajuda dela. Ainda saímos para jantar, mas não posso deixar de apontar os erros.” Para ele, Dilma “é boa gestora, mas está contaminada pelos vícios do PT”. Enquanto isso, ela bota o bloco na rua. Participou do Carnaval de Olinda e até da missa do padre Marcelo, no Terço Bizantino, em São Paulo. Perguntada sobre campanha, diz: “Não falo no assunto nem amarrada”.




--
Att,
Francisco J. de Abreu Duarte
Gerenciamento da Informação
M&C Comunicação
http://mccomunicacao..com


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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Blognovela Penetrália 13: Yoani, Joaquim Barbosa, etc.

(Lúcio sai da lan-house cubana e volta com expressão desolada. Todos param de mexer nas máquinas e se voltam para escutá-lo).

Lúcio: pessoal, más notícias. Yoani me contou que as coisas por aqui não estão mudando mesmo com a aproximação do Obama. Raul quer discutir com Obama coisas que nunca discutiu com os cubanos.

Henrique Hemídio: Lúcio, essa conversa está descambando para um papo que pode acabar com a liturgia de nosso blog...

Targino: A corja do STF esta apoiando Gilmar Mendes Quem quiser mandar email apoiando Joaquim Barbosa, para ele se fortalecer e dizer mais verdades ai esta

Gilmar Mendes - mgilmar@stf.gov.br

Celso de Mello - mcelso@stf.gov.br

Marco Aurélio de Mello - marcoaurelio@stf.gov.br

Cezar Peluso - carlak@stf.gov.br

Carlos Britto - gcarlosbritto@stf.gov.br

Joaquim Barbosa - gabminjoaquim@stf.gov.br

Eros Grau - gaberosgrau@stf.gov.br

Ricardo Lewandowski - gabinete-lewandowski@stf.gov.br

Carmen Lúcia - anavt@stf.gov.br

Menezes Direito - alexandrew@stf.gov.br

Tem ainda o e-mail do Conselho Nacional de Justiça, que é o cnj@cnj.gov.br

Sandra (com gestos robóticos): eu...vou...enviar...e-mail...para o Gilmar...

Gerald: vocês são de amargar, os seus psicólogos morreram de chorar e sangrar! Arrasam com todo mundo! Em Cuba eu vi a miséria organizada. Vou fazer um grupo no twitter. Grupo seleto. E não vou liberar a Luciana.

Luciana: nessa blognovela conheci pessoas boas, pessoas más, pessoas, pessoas, pessoas, personas. Mas não sou uma persona de Gerald Thomas.

Alberto Guzik: Lúcio, não vai dar para colocar aquela chimpanzé fêmea na peça, já colocamos cacos demais.

Caetano Vilela: tá faltando patrocínio para a Ópera H, John! Mas sou brasileiro e nunca desisto! Pessoal, ajudem!

John (com tecla sap): a ópera foi morta pela crise.

Yoani: e eu queria poder viajar não somente virtualmente...

Gerald: eu viajo demais e me canso. Os aeroportos são péssimos. Choro em aeroportos. Vivo jet-legged.

Yoani: eu já vivi na Suíça.

Gerald: voltou para quê? O Brasil é um país macunaímico e cansado. Cuba está cansada também?

Lúcio: Gerald, deveriam liberar aquelas passagens dos parlamentares para vc e o Caetano viajarem. Em nome da arte.

Gilmar Mendes: Vossa excelência me respeite.

Fernando Lugo: Meus filhos e minhas filhas...

Joaquim Barbosa: você não está falando com seus capangas em Mato Grosso, excelência.

Gilmar: me respeite, kkkk

Lúcio: pessoal, isso aqui não é arquibancada de futebol. Parem de brigar. Isso é bom para a democracia, mas não exagerem. E obrigado, Walter, gracias por su livro!

Crítico de arte: Lúcio, ustedes não é um crítico respeitado, eu é que sou!

Susan Boyle: you´re killing me softly with your blognovela.

Alziro: Inglaterra não é British got talent. Grotty.

(Continua...)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Blognovela Penetrália 12: blogando em Cuba

(Cenário: uma lan-house para turistas em Cuba. Os turistas brasileiros do barco Vampiro de Curitiba ocuparam-na totalmente, para perplexidade de cubanos e outros turistas).

Denny Yang: pessoal, o meu blog não acabou.

Henrique Hemídio: eu vim no barco também. Olha, Lúcio, o quê você acha da Filosofia Clínica?

Lúcio: Filosofia cínica? Adoro! Tem o Sloterdjik com a Crítica da Razão Cínica...

Hemídio: Não, é Clínica.

Lúcio: aquela do meu xará, Lúcio Packter? Ah, dizem que ele é um Gugu Liberato filósofo. Mas do jeito que o nível tá baixo, vou fazer três anos de psicanálise e clinicar.

Crítico de Arte: vocês gostam do Freddy?

Hemídio: que Freddy, o Krueger?

Crítico de Arte: não, o Freddy Nietty, o filósofo.

Lúcio: quanta intimidade! Gosto de Schopp Hause também.

Fantasma de Francis: vem cá, Lucianta! São dois metros e trinta, é pouco, mas é tudo para você!

Luciana: não, Francis, no meu Paco Rabane, não!

Lúcio: pessoal, vamos para a aula de Filologia com a Yoani. Cadê o John Hemingway? Foi comido pelos tubarões?

Gerald: estava justamente falando sobre isso agora...Ele está em Salzburgo vendo a Ópera H.

Denny: essa blognovela demora ainda? É longa?

Lúcio: essa blognovela, Denny, é toda de improviso...

Walter Greulach: Vou contar como conheci um tal Gerald: o sol ameaçava cair, mas a tarde, impávida, se esforçava muito pouco em evitar. Três ou quatro turistas, de barriga para cima, aproveitavam os últimos raios de luz em uma praia da Flórida. Eu me encontrava em minha rotina de arrumar os quartos na praia de National. Tirava toalhas e cobertores sujos e os colocava num saco preto, ao mesmo tempo em que repassava mentalmente os rótulos que tive durante meus quarenta e poucos infrutíferos anos: filho em Mendoza, estudante em Córdoba, locutor em Entre Ríos, cozinheiro em Aruba, agora morando em Miami e atendente na praia. Nada muito recompensador para quem aos dezessete anos se imaginava o sucessor de Borges ou pelo menos um pouco de Cortázar...


Lúcio: eu fui ver a novela e conferir a atuação do chimpanzé em Poucas e Boas. Gostei! Excelente ator!

Crítico de arte: os quadros dele eram um jogo dramático entre a forma e a essência...

Jô Soares: a dança da tartaruga, meu amor. Eu sou o ladrão de Bagdá, lá na Bahia comi vatapá.

Lúcio: as novelas combatem o abstracionismo. Mas para mim, o código realista não é "o" código. Mas o que eu queria mesmo era estar naquele barraco lá em Genebra, aquela palestra animada do "Jade". Ahmadine-Jade. Um Jade desmancha-rodinha e que não sabe dançar a dança do ventre.

Jô: eu tô doidão, eu tô doidão, eu tô doidão, de batida de limão!

Crítico de arte: seu papagaio de piratas do Caribe!

Lúcio: eu sou papagaio e Gerald Thomas é o pirata?

Crítico de arte: Nem me fale em Gerald, ele já citou Ahmadine-Jade em Porto Alegre e eu não fiquei nada alegre.

Contrera: e eu, sou o "Alex"? Sou o "mordomo chileno" e o Gerald é Jô?

Lúcio: eu adoraria ver aquela palestra. Jade, falar no Jade é dar polêmica.

Gerald: eu fui falar nele em Porto Alegre, me arrependi.

Lúcio: é, mas quem eram aqueles caras vestidos de palhaço com umas cores de arco-íris na cabeça, dando chilique na platéia? Eram gays protestando contra a posição anti-gay do Jade?

Crítico de Arte: eu achei linda aquela loira saindo...queria tomar um café com ela.
Aqueles europeus saindo altivos, tanta gente bonita...

Lúcio: foi animado demais! E aquele pessoal gritando das galerias! E berrando "change" para o Jade na saída! Te pego na saída, velho grito de guerra! E o Jade tinha que lembrar que existe racismo contra muçulmanos em Israel e racismo na Suíça? A Paula que o diga. Fez aquele "body-art" só para ganhar uns trocados...

Crítico de arte: É, o Jade não dança a dança do ventre, mas quer ver Cuba, Coréia do Norte e Irã lançar foguete. Quer ver Cuba lançar e balançar os USA. Ele é do mal mesmo, ele negou o holocausto, ele quer destruir Israel, ele. Enfim, enfim, o Jade é pop, o Jade é pop, cantem com a melodia daquela canção dos Engenheiros do Havaí.

Lúcio: que coisa mais cafona! Você comeu siri bosta? Vá ter um filho com o Lugo-gostoso. E-z-i-r, no nosso Hamlet, você seria a mãe de Ham-let e nos deixaria p-i-r-a-d-o-s.

James: minhaliteraturaagora.blogspot.com. Vocês viram Vik Muniz no JÔ ontem? Levei vinte e dois anos para fazer sucesso do dia para a noite! ÓTIMA FRASE! VIVA VIK!

Alberto Guzik: Lúcio, vc fez um post chamado Francis, Kantor, o escambau e você? Aff. Não achei poderoso, não. Achei...vou inventar um conceito. Alô, alô, Mirisola, Bin Laden dos frustrados! lembrando, pessoal, o Monóloga da Velha Apresentadora continua em cartaz em...


Lúcio: Falando sobre Tiradentes, adoro a cena final de Os Inconfidentes, do Quincas: Tiradentes ia ser enforcado, daí começam palmas e é uma encenação em 1972, com imagens de documentário mostrando que a ditadura militar também celebrava o militar Tiradentes...

Mirisola: A minha fanfarronice nada tem a ver com o texto que o Guzik está falando... já faz mais de dois meses que a Velha entrou em cartaz e até agora a peça não foi criticada num veículo de massa. Por quê? As pessoas tem que saber o que está acontecendo. Cadê o público? Por que eu só ouço falar no filme da Lília Cabral e no tornozelo fraturado do Rogério Ceni?


Lúcio: oi, oi, Guzik, merchan não rola, mas quem tá aí com vc...Caetano Vilela! Vc não deveria estar em Salzburgo? Manaus? Na selva amazônica?

Caetano Vilela: na guerra e no rock, estou com GT!

Alziro Patafísico: e eu tô sentindo um desespero, eu tô cada vez mais sarapatético e patafísico...ah, a ciência das verdades absurdas e ridículas, cada vez mais atual e tão renegada!

João Paulo do Estado de Minas: Os blogs são os olhos de um furacão de inconsequência e burrice eleito por Andrew Keen em O CULTO DO AMADOR. Quem lê um bom jornal está numa praça pública de pessoas decentes que querem vencer pela razão, não consolar pela concordância. Quem vai aos mesmos blogs se sente confortado em ver que há gente com quem sempre concorda.

Lúcio: JP, concorrente a gente trata com estriquinina, né? Deve ser esse o primeiro blog que você vê...E eu quero pedir desculpas publicamente para a Mariana Berger, que me pagou na Revista Discutindo Filosofia e eu nem vi...obrigado, Mariana! Beijos infinitos!

(Continua...)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Cuba, A Cristiane F da América Latina

Gerald Thomas relacionou Cuba com The Who. No entanto, essa história está mais para Cristiane F, a que se rebela, mas nunca é aceita como reabilitada!

Eu sou da geração da Cristiane. Quando li sobre a mudança dela do interior para Berlim, identifiquei-me muito. Mas é só esse pedaço. Ela era burra até, dizendo que na época do nazismo existia algo para acreditar, coisa e tal. Burra e alienada.

Um dia a Coréia do Norte vai se unificar com a do Sul? E as Chinas? São antigos divórcios sem solução.

Mistura de Cristiane F. com Rosa Luxemburgo. As veias abertas de Cristiane F, o livro que Chávez deu a Obama.

E o "F"? É Felscherinov? Não, é FIDEL!

KKK

E Contardo Calligaris tá com uma peça sobre Crossdressing. Eu vi no Jô ontem. Tem um personagem casado que entra na web com o personagem da puta crossdressing SP e questiona o que é ser homem. Legal! Minhas alunas de Direito faziam muito isso, entrando como Puta Universitária e Boa de Cama e fazendo a festa dos adolescentes. O vício solitário agora é vício internético!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Paulo Bressane em O Tempo: Desabafo de Eliana Tranchesi

Desabafo de Eliana Tranchesi, dona da Daslu: “caríssimos, essa Operação Narciso me deixou aloPrada! Alguém me deFendi. Não é Versace o que Diesel por aí. Sou pessoa Dolce & Bacanna. Estão querer por no meu Paco Rabanne, Pucci que Paris!!! Estão me pegando para Christian, meu Dior. Preciso de um Cacharel em direito, um cara Valentino para dar um jeito nessa Bottega, Chloé? Vou continuar minha Missioni, Miu, Miu, abraços para vocês!”

No caderno Cultura do Estado de Minas, leio uma prostituta assumida, ex-estudante de Sociologia, representante da grife Daspu, casada com jornalista e que está lançando um livro, dizer: "nem todo mundo é perfeito, já fui petista".

sábado, 18 de abril de 2009

Blognovela Penetrália parte 11: quer ver Cuba lançar

(Um barco aproxima-se da costa cubana, cheio de brasileiros).


Gerald Thomas: Nessuno dorma! Estou chegando pela quinta vez a Cuba! Eles já me convidaram quatro vezes, agora vou cantar com Andrea Bocelli aqui!

Pacheco: quack!

Crítico de arte: será uma obra geraldiana imperdível! Se você espirrar, saúde!

Gerald: vamos fazer uma chamada? Donald Duck, Pacheco, crítico de arte, Tene, Francinny, Edward, Sandra, Contrera...


Lúcio: só as personagens do Pacheco ocupam meio barco, oh capitán mio capitán...

Walter Greulach: maestro!

Fantasma de Paulo Francis: essa josta. Voltou. Fidel não morreu, eu morri antes dele! Socialismo ou muerte: muerte!

Lúcio: o que estava escrito naquele papel do Reinaldo Azevedo, hein, Gerald?

Gerald: cadê ele?

Lúcio: está comigo aqui, mas é uma letra ilegível, tá sujo... É...

Gerald: é isso que vc está pensando mesmo!

Lúcio: quero..que..Cu...ba...lance...North Korea...vai lançar foguete...ich.

Gerald: ich weiss es nicht.

Crítico de arte: já disse que essa porcaria não deveria ter voltado. Agora não existem mais grandes bandas de rock. O rock morreu. Denny Yang acabou seu blog. Walter Greulach é o novo Borges, o novo Cortázar...

Fantasma de Paulo Francis: queeeem? Se eu não conheço, não presta!

Tene: Hamlet. Vamos montar em Cuba um Hamlet. Cubista. Um Hamlet de protesto contra o chavismo e outros ismos comunismos socialismos nazismos chebismos arabismos israelismos grafismos

Crítico de arte: adoro seus poemas, mas isso aqui é blognovela, aliás, para quê essa porcaria voltou? Que diabos tou fazendo aqui?

Pato Donald: quack!

MNC: pessoal, estamos chegando! Tou ouvindo rock! rock em Cuba, o embargo acabou! (ela pula do barco e dentro em pouco volta)

Gerald: oh my god!

Caetano Veloso: o fato dos Estados Unidos violarem os direitos humanos em solo cubano é por demasiado significativo para eu não me abalar...

Mnc: estamos em Guantánamo!

Edward: mierda para vcs (salta, tentando voltar nado para os USA)

Lúcio: a nado, não!

Gerald (já em terra, cercado de jornalistas): Cuba não significa nada...

Targino: como assim, não significa nada? Ela só significa!

Ezir: isso é simplesmente P-R-O-F-U-N-D-O! NECESSITA inter-PRETAÇÃO inter-SEMIÓTICA

Lúcio: vamos ver a Yoani, pessoal! Aprender a blogar com a blogueira mais importante do mundo!

(Continua...)

Texto de Thomas Nagel que irá ser cobrado na segunda etapa da UFMG

A obra de que é extraído este texto aborda as principais questões da Filosofia partindo de exemplos do quotidiano e analisando várias perspectivas / teorias.

No presente capítulo, a hipótese de roubo de um livro raro de uma biblioteca serve de pretexto para perguntar qual o critério que permite distinguir o (que julgamos) certo do errado (moralmente).

É ainda abordada a questão do carácter relativo / absoluto dos valores (morais, neste caso).

[ver, a propósito, o tema A necessidade de fundamentação da moral da unidade A dimensão ético-política do programa de Filosofia do 10º ano (ano lectivo 2003/04)]






CERTO E ERRADO

por Thomas NAGEL - Que quer dizer tudo isto?, cap.7 [dados bibliográficos aqui]

Supõe que trabalhas numa biblioteca, verificando os livros que as pessoas requisitam, e um amigo te pede para o deixares roubar uma obra de referência difícil de encontrar que quer possuir.

Podes hesitar em concordar por diversas razões. Podes recear que ele seja apanhado e que, assim, tanto ele como tu arranjem problemas. Ou podes querer que o livro fique na biblioteca para que tu próprio possas consultá-lo.

Mas também podes pensar que aquilo que ele propõe está errado – que ele não deve fazê-lo e que tu não deves ajudá-lo. Se pensas assim, o que quer isso dizer, o que torna isso verdadeiro, se é que há algo que o torne verdadeiro?

Dizer que isso está errado não é dizer apenas que vai contra as regras. Pode haver más regras que proíbam aquilo que não está errado — tal como uma lei contra criticar o governo. Uma regra também pode ser má por exigir algo que é errado — tal como uma lei que exige a segregação racial em hotéis e restaurantes. As ideias de certo e errado são diferentes das ideias daquilo que vai ou não contra as regras. Caso contrário, não podiam ser usadas na avaliação das regras, bem como na avaliação das acções.

Se pensas que seria errado ajudares o teu amigo a roubar o livro, então sentes-te desconfortável com a ideia de o fazeres: de algum modo, não queres fazê-lo, mesmo que também estejas relutante em recusares ajudar um amigo. Donde vem o desejo de não o fazer? Qual é o seu motivo, a razão por detrás dele?

Há várias maneiras pelas quais algo pode estar errado, mas neste caso, se tivesses de explicá-lo, provavelmente, dirias que seria injusto [unfair no original] para os restantes utentes da biblioteca, que podem estar tão interessados no livro como o teu amigo, mas que o consultam na sala das obras de referência, onde qualquer pessoa que precise dele pode encontrá-lo. Podes também sentir que deixar o teu amigo levar o livro trairia aqueles que te empregam, que te pagam precisamente para prevenir que coisas como estas aconteçam.

Estas ideias relacionam-se com os efeitos sobre outras pessoas — não necessariamente com efeitos sobre os seus sentimentos, uma vez que podem nunca vir a descobri-lo, mas, ainda assim, com algum tipo de dano. Em geral, a ideia de que algo é errado depende do seu impacto não só na pessoa que o pratica, mas também noutras pessoas. Se o descobrissem, não gostariam e opor-se-iam.

Mas supõe que tentas explicar tudo isto ao teu amigo e ele diz: «Eu sei que o bibliotecário não havia de gostar se viesse a dar pela falta do livro e que, provavelmente, alguns dos restantes utentes da biblioteca ficariam aborrecidos se descobrissem que o livro tinha desaparecido, mas que mal faz? Eu quero o livro; por que razão hei-de preocupar-me com os outros?»

Espera-se que o argumento de que tal seria errado lhe dê uma razão qualquer para não o fazer. Mas que razão poderá ter alguém que, pura e simplesmente, não se preocupa com as outras pessoas e que pode escapar impunemente para se coibir de fazer qualquer coisa que, normalmente, é considerada errada? Que razão pode ter para não matar, roubar, mentir ou magoar outras pessoas? Se conseguir aquilo que quer ao fazer essas coisas, por que razão não há-de fazê-las? E, se não há nenhuma razão para não as fazer, em que sentido será isso errado'?

É claro que a maioria das pessoas se preocupam em certa medida umas com as outras. Mas, se alguém não se preocupa, a maior parte de nós não conclui que a moral não se aplica a essa pessoa. A moral não deixa de se aplicar automaticamente a uma pessoa que mata alguém apenas para lhe roubar a carteira, sem se preocupar com a vítima. O facto de ela não se preocupar não torna a sua atitude correcta: devia preocupar-se. Mas por que razão deveria ela preocupar-se?
Tem havido muitas tentativas para responder a esta questão. Um tipo de resposta consiste em tentar encontrar algo com que a pessoa já se preocupe para depois identificar a moral com isso.

Por exemplo, algumas pessoas acreditam que, mesmo que consigas, neste mundo, escapar impune de crimes terríveis e não sejas castigado pela lei dos homens, esses actos são proibidos por Deus, que te castigará após a morte (e que te recompensará se não tiveres agido mal quando foste tentado). Portanto, mesmo que pareça que é do teu interesse agir de um certo modo, na realidade não o é. Algumas pessoas chegam mesmo a acreditar que, se não existisse Deus para sustentar os requisitos morais com a ameaça do castigo e a promessa da recompensa, a moral se tornaria uma ilusão: «Se Deus não existe, tudo é permitido.»

Esta é uma versão muito rudimentar dos fundamentos religiosos para a moral. Uma versão mais atraente poderá ser a de que o motivo para obedecer aos mandamentos divinos não é o medo, mas sim o amor. Deus ama-te, e tu devias amá-Lo, e devias desejar obedecer aos Seus mandamentos para não O ofenderes.

Mas, independentemente do modo como interpretamos os motivos religiosos, existem três objecções a este tipo de resposta. Em primeiro lugar, muitas pessoas que não acreditam em Deus continuam a fazer juízos sobre o que está certo e o que está errado e acham que ninguém deve matar outra pessoa por causa de uma carteira, mesmo que tenha a certeza de que consegue escapar. Em segundo lugar, se Deus existe e proíbe o que está errado, ainda assim, não é a sua proibição que o torna errado. O assassínio é errado em si mesmo, e é por isso que Deus o proíbe (se é que o faz). Deus não podia transformar qualquer coisa em algo errado — tal como calçar a meia esquerda antes da direita — simplesmente por proibi-la. Se Deus te castigasse por fazeres isso, seria desaconselhável fazê-lo, mas não seria errado. Em terceiro lugar, o medo do castigo e a esperança da recompensa, e até mesmo o amor a Deus, não parece parecem ser os motivos certos para a moral. Se pensas que é errado matar, enganar ou roubar, deves querer evitar fazer essas coisas porque são más para as vítimas, e não apenas por receares as consequências para ti, ou por não quereres ofender o teu Criador.

Esta terceira objecção também se aplica a outras explicações da força da moral que apelam ao interesse da pessoa que tem de agir. Por exemplo, pode afirmar-se que deves tratar os outros com consideração, de modo que te façam o mesmo a ti. Este pode ser um bom conselho, mas só é válido enquanto pensares que aquilo que fazes afecta a maneira como as outras pessoas te tratam. Não é uma razão para fazeres o que está certo se os outros não vierem a sabê-lo, nem contra fazer o que está errado se puderes escapar ao fazê-lo (tal como atropelar alguém e fugir).

Não há nenhum substituto para a preocupação directa com as outras pessoas como base da moral. Mas a moral deve aplicar-se a todos: e poderemos pressupor que todos têm tal preocupação com os outros? É óbvio que não: algumas pessoas são muito egoístas, e mesmo aquelas que o não são só podem preocupar-se com as pessoas que conhecem, e não com toda a gente. Portanto, onde iremos encontrar uma razão que leve todas as pessoas a não prejudicarem os outros, mesmo aqueles que não conhecem?

Bem, existe um argumento geral contra o acto de prejudicar outras pessoas que pode ser entendido seja por quem for que entenda português (ou outra língua qualquer) e que parece mostrar que qualquer pessoa tem uma razão qualquer para se preocupar com os outros, mesmo que os seus motivos egoístas acabem por ser tão fortes que continue, de qualquer maneira, a maltratar os outros. Tenho a certeza de que é um argumento que já ouviste e que é este: «Gostavas que alguém te fizesse o mesmo?»

Não é muito fácil explicar como se espera que este argumento funcione. Supõe que estás prestes a roubar um guarda-chuva quando sais de um restaurante e uma pessoa te pergunta: «Gostava que lhe fizessem o mesmo?» Por que razão se espera que esta pergunta te faça hesitar ou sentir culpado?

É óbvio que a resposta directa a esta pergunta é, supostamente, «não gostava nada!» Mas qual é o próximo passo? Supõe que dizias: «Não gostava que alguém me fizesse o mesmo. Mas tenho sorte, porque ninguém está a fazer-me o mesmo. Sou eu que estou a fazê-lo a outra pessoa e não me importo nada com isso!»

Esta resposta falha o alvo da pergunta. Quando te perguntam se gostarias que alguém te fizesse o mesmo, espera-se que irás pensar em todos os sentimentos que terias se alguém te roubasse o guarda-chuva. Isso inclui mais do que apenas «não gostar disso» — tal como não «gostarias» de bater com o pé numa pedra. Se alguém te roubasse o guarda-chuva, ficarias ofendido [Resent no original]. Sentirias coisas pelo ladrão do guarda-chuva, e não apenas pela perda do guarda-chuva. Pensarias: «Para onde terá ele ido com o meu guarda-chuva, que comprei com o dinheiro que me custou tanto a ganhar e que tive a lucidez de trazer após ter lido a previsão do estado do tempo? Por que razão não trouxe ele o seu guarda-chuva?», e assim sucessivamente.

Quando os próprios interesses são ameaçados por comportamentos alheios que se revelam falhos de qualquer consideração, a maior parte das pessoas consideram facilmente que os autores desses comportamentos deviam ter uma razão qualquer para mostrarem mais consideração. Quando és prejudicado, pensas, provavelmente, que quem te prejudica devia preocupar-se com isso: não pensas que não lhe diz respeito e que não tem qualquer razão para evitar prejudicar-te. É esse o sentimento que se pretende que o argumento «gostavas que te fizessem o mesmo?» suscite.

Com efeito, se admites que ficavas ofendido se alguém te fizesse aquilo que estás a fazer a outra pessoa, admites que pensas que ela terá uma razão qualquer para não te fazer o mesmo. E, se admites isso, tens de considerar que razão será essa. Não pode ser apenas por seres tu o prejudicado entre todas as pessoas no mundo. Não há qualquer razão especial para não roubar o teu chapéu-de-chuva e roubar o de qualquer outra pessoa. Não há nada de particularmente especial no facto de ser o teu. Seja qual for a razão, não poderá ser diferente da que teria para evitar prejudicar da mesma forma qualquer outra pessoa. E esta é uma razão que qualquer outra pessoa também teria numa situação similar para não te prejudicar a ti ou a qualquer outra pessoa.

Mas, se é uma razão que qualquer pessoa teria para não prejudicar ninguém dessa forma, então é uma razão que tu tens para não prejudicares ninguém dessa forma (uma vez que qualquer pessoa significa todas as pessoas). Logo, agora já é uma razão para não roubares o guarda-chuva da outra pessoa.

É uma questão de simples consistência. Se admites que qualquer outra pessoa deve ter uma razão qualquer para não te prejudicar em circunstâncias similares, e uma vez que admites que essa razão é muito geral e não se aplica só a ti, ou a ela, então para seres consistente tens de admitir que a mesma razão se aplica agora a ti. Não devias roubar o guarda-chuva e devias sentir-te culpado se o roubasses.

Uma pessoa só poderia escapar a este argumento se quando lhe fosse perguntado «gostava que alguém lhe fizesse o mesmo?» respondesse: «Não me ofendia nada; não gostaria que alguém me roubasse o guarda-chuva durante uma chuvada, mas não pensaria que essa pessoa devesse ter qualquer razão para tomar em consideração os meus sentimentos acerca disso.» Mas quantas pessoas poderiam dar esta resposta sinceramente? Acho que a maioria das pessoas, a não ser que sejam loucas, pensam que os seus interesses e danos interessam não apenas a si próprias, mas de um modo que dê às outras pessoas uma razão qualquer para se preocuparem também com eles. Todos pensam que, quando sofrem, isso não é só mau para eles, mas que é mau, simplesmente.

A base da moral é a crença de que o que é bom ou mau para pessoas particulares (ou animais) é bom ou mau não apenas dos seus pontos de vista, mas de um ponto de vista mais geral, que pode ser compreendido por qualquer pessoa que pense, o que quer dizer que cada pessoa tem uma razão qualquer para tomar em consideração não apenas os próprios interesses, mas também os interesses dos outros, quando decide o que fazer. E não basta que tome em consideração apenas algumas pessoas — a família e amigos e aqueles de quem mais gosta. É claro que se preocupará mais com certas pessoas e também consigo mesma. Mas tem também uma razão qualquer para considerar os efeitos daquilo que faz, bons ou maus, para todas as pessoas. Se for como a maior parte de nós, será isto o que ela pensará que os outros devem fazer em relação a si, mesmo que não sejam seus amigos.

Mesmo que isto seja assim, é apenas um esboço rudimentar da fonte da moral. Não nos diz em pormenor, de que modo devemos considerar os interesses dos outros, ou qual o peso que têm os interesses especiais que todos temos em nós e em certas pessoas que nos são próximas. Não nos diz sequer quanto devemos preocupar-nos com pessoas de outros países em comparação com os nossos concidadãos. Há muitos desacordos sobre o que, em particular, está certo ou errado entre aqueles que aceitam a moral em geral.

Por exemplo, deves preocupar-te tanto com qualquer outra pessoa como te preocupas contigo? Por outras palavras, deves amar o teu próximo como a ti mesmo (mesmo que não te seja próximo)? Deves perguntar a ti mesmo, sempre que vais ao cinema, se o dinheiro do bilhete poderia dar mais felicidade se o desses a alguém ou o doasses às instituições que ajudam as vítimas da fome?

Muito poucas pessoas são assim tão altruístas. E, se alguém fosse assim tão imparcial entre si próprio e os outros, sentiria, provavelmente, também que devia ser igualmente imparcial entre as outras pessoas. Isso impediria que se preocupasse mais com os seus amigos e familiares do que com os estranhos. Poderia ter sentimentos especiais por certas pessoas mais próximas, mas a imparcialidade total quereria dizer que não os favoreceria — se, por exemplo, tivesse de escolher entre ajudar um amigo ou um estranho para lhe evitar sofrimento ou entre levar os filhos ao cinema e doar o dinheiro às instituições que ajudam as vítimas da fome.

Este grau de imparcialidade parece exigir de mais à maior parte das pessoas: alguém que fosse assim seria uma espécie de santo terrível. Mas saber quão imparciais devemos tentar ser é uma questão importante no pensamento moral. És uma pessoa em particular, mas também és capaz de reconhecer que és apenas uma pessoa entre muitas outras e que não és mais importante do que elas quando visto de fora. Até que ponto deve este ponto de vista influenciar-te? Tens realmente alguma importância visto de fora — caso contrário, não pensarias que as outras pessoas têm uma razão qualquer para se preocuparem com aquilo que te fazem. Mas não tens tanta importância visto de fora como tens para ti mesmo, visto de dentro — uma vez que visto de fora não és mais importante do que qualquer outra pessoa.

Não é apenas claro quão imparciais devemos ser; também não é claro o que tornaria uma resposta a esta questão a resposta certa. Existirá uma única maneira correcta de qualquer pessoa fazer o balanço entre aquilo com que se preocupa pessoalmente e aquilo que é importante imparcialmente? Ou será que a resposta varia de pessoa para pessoa, consoante a força das suas diferentes motivações?

Isto leva-nos a outro grande tema: o certo e o errado serão o mesmo para todas as pessoas?

A moral é pensada muitas vezes como universal. Se uma acção é errada, deve sê-lo para toda a gente; por exemplo, se é errado matar alguém para lhe roubar a carteira, então isso é errado, quer te preocupes com essa pessoa, quer não. Mas, se o facto de uma acção estar errada é uma razão para não ser realizada e as tuas razões para fazeres coisas dependem das tuas motivações, uma vez que as motivações das pessoas podem variar muito, então parece que não pode haver um conceito único de certo e errado para toda a gente. Não haverá um conceito único de certo e errado, porque, se as motivações básicas das pessoas diferem, não haverá um único padrão básico de comportamento que todas as pessoas tenham motivos para seguir.

Há três maneiras de lidar com este problema, nenhuma delas muito satisfatória.

Em primeiro lugar, podíamos dizer que as mesmas acções estão certas ou erradas para toda a gente, mas que nem toda a gente tem razões para fazer aquilo que está certo e evitar o que está errado: só as pessoas com o género certo de motivações «morais» — particularmente a preocupação com os outros — fazem o que está certo em função de mais nada a não ser a própria moral. Isto torna a moral universal, mas à custa de lhe extrair a sua força. Não é claro o que quer dizer a afirmação de que seria errado uma pessoa cometer um homicídio, mas que essa pessoa não tem qualquer razão para não o fazer.

Em segundo lugar, podíamos dizer que toda a gente tem uma razão qualquer para fazer o que está certo e evitar o que está errado, mas que essa razão não depende das motivações que as pessoas têm de facto. É antes uma razão para alterarmos as nossas motivações, se não forem as certas. Esta resposta oferece uma conexão entre a moral e as razões para agir, mas não diz de forma clara que razões universais serão essas que não dependem das motivações que as pessoas têm de facto. Que quer dizer a afirmação de que um assassino tinha uma razão qualquer para não cometer um assassínio, apesar de nenhum dos desejos ou motivações que de facto tem lhe ter dado tal razão?

Em terceiro lugar, podíamos dizer que a moral não é universal e que só é moralmente exigida a uma pessoa aquela acção relativamente à qual ela tem um certo tipo de razões para a executar, dependendo estas razões do quanto ela de facto se preocupa com os outros em geral. Se tem fortes motivações morais, estas produzirão fortes razões e fortes requisitos morais. Se as motivações morais forem fracas ou inexistentes, os requisitos morais serão igualmente fracos ou inexistentes. Isto pode parecer psicologicamente realista, mas vai contra a ideia de que as mesmas regras morais se aplicam igualmente a todos, e não apenas às pessoas boas.

A questão de saber se os requisitos morais são universais surge não apenas quando comparamos as motivações dos diferentes indivíduos, mas também quando comparamos os padrões morais que são aceites em diferentes sociedades e em diferentes épocas. Muitas das coisas que hoje, provavelmente, consideras erradas foram aceites como moralmente certas por grandes grupos de pessoas no passado: a escravatura, a servidão, o sacrifício humano, a segregação racial, a negação da liberdade religiosa e política, sistemas de castas hereditárias. E, possivelmente, algumas das coisas que hoje pensas serem certas serão consideradas erradas por sociedades futuras. Será razoável acreditar que existe uma única verdade acerca de tudo isto, ainda que não possamos saber com certeza qual é? Ou será mais razoável acreditar que o que é certo e errado é relativo a épocas e lugares particulares e ao tipo de sociedade em causa?

Há um modo em que o que está certo ou errado é, obviamente, relativo às circunstâncias. Estará normalmente certo devolveres ao dono uma faca que tenhas pedido emprestada se ele a pedir de volta. Mas, se, entretanto, ele enlouquecer e quiser a faca para matar alguém com ela, então não deves devolvê-la. Este não é o tipo de relatividade de que estou a falar, porque não quer dizer que a moral é relativa a um nível básico. Quer apenas dizer que os mesmos princípios morais básicos requerem acções diferentes em circunstâncias diferente.

O tipo mais profundo de relatividade em que algumas pessoas acreditam afirma que os padrões mais básicos do que está certo ou errado — tais como quando pode ou não matar-se ou que sacrifícios deves fazer pelos outros — dependem inteiramente dos padrões que são geralmente aceites na sociedade em que vives.

Tenho muita dificuldade em acreditar nisto, principalmente porque parece sempre possível criticar os padrões aceites na tua própria sociedade e dizer que eles são moralmente errados. Mas, se fizeres isso, tens de apelar para um padrão mais objectivo, para uma concepção do que está realmente certo ou errado, o que é diferente de apelar para o que a maioria das pessoas pensam. É difícil dizer o que é esta concepção, mas é uma ideia que a maioria das pessoas compreendem, a não ser que sejam partidárias escravizadas do que a comunidade diz.

Há muitos problemas filosóficos relativos ao conteúdo da moral — como deve exprimir-se a preocupação ou respeito moral pelos outros; se devemos ajudar as outras pessoas a conseguirem o que querem ou se é suficiente evitar prejudicá-las ou dificultar-lhes a vida; quão imparciais devemos ser e de que maneiras devemos sê-lo. Deixei de lado a maior parte destas questões porque a minha preocupação aqui são os fundamentos da moral em geral — quão universal e objectiva ela é.

Devo responder a uma possível objecção quanto à ideia de moral no seu todo. Provavelmente, já ouviste dizer que a única razão que leva alguém a fazer alguma coisa é o facto de isso a fazer sentir-se bem, ou porque, se não o fizesse, iria sentir-se mal. Se só somos realmente motivados pelo nosso próprio conforto, é inútil que a moral tente apelar à preocupação com os outros. Segundo este ponto de vista, até a conduta aparentemente moral em que uma pessoa parece sacrificar os próprios interesses em nome das outras pessoas é na realidade motivada pelo interesse em si própria: ela quer evitar a culpa que sentiria se não fizesse a acção «correcta», ou experimentar o caloroso brilho da auto-congratulação, que alcançará se a fizer. Mas aqueles que não têm estes sentimentos não têm motivos para serem «morais».

É realmente verdade que, quando as pessoas fazem aquilo que acham que devem fazer, se sentem normalmente bem com isso e, se fazem aquilo que está errado, se sentem normalmente mal. Mas isso não quer dizer que estes sentimentos sejam o que as motiva a agir. Em muitos casos, os sentimentos resultam de motivos que também produzem a acção. Não te sentirias bem ao fazeres o que está certo a não ser que pensasses que havia uma outra razão para o fazeres, para além do facto de te sentires bem ao fazê-lo. E não te sentirias culpado ao fazeres o que é errado a não ser que pensasses que havia uma outra razão para não o fazeres, para além do facto de te sentires culpado ao fazê-lo: algo que justifica o sentimento de culpa. Pelo menos, é assim que as coisas deviam ser. É verdade que algumas pessoas sentem uma culpa irracional por coisas que não têm qualquer razão independente para pensarem que estão erradas — mas não é assim que a moral deve funcionar.

Num certo sentido, as pessoas fazem aquilo que querem fazer. Mas as suas razões e motivações para quererem fazer seja o que for variam imenso. Posso «querer» dar a minha carteira a alguém apenas porque tem uma arma apontada à minha cabeça e ameaça matar-me se não o fizer. E posso querer mergulhar num rio gelado para salvar um estranho que esteja a afogar-se, não porque vá sentir-me bem com isso, mas porque reconheço que a sua vida é importante, tal como a minha, e que tenho razões para lhe salvar a vida, tal como ele teria razões para salvar a minha, se as nossas posições se invertessem.

Os argumentos morais tentam apelar para uma capacidade de motivação imparcial que supostamente está presente em todos nós. Infelizmente, pode estar muito escondida, e em alguns casos pode nem sequer estar presente. Em todo o caso, ela tem de competir com poderosas motivações egoístas, e outras motivações pessoais que podem não ser tão egoístas, na sua luta pelo controle do nosso comportamento, A dificuldade de justificar a moral não consiste na existência de uma só motivação humana, mas no facto de existirem tantas.»


O mocho
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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Colabora, ó Brahma!

Lula apareceu na série norte-americana South Park. Eu vi ele e a bandeira do Brasil lá na notícia. Lula é pop. Uma época queriam fazer uma Lula para divulgar a campanha dele, uma Lula barbuda kitsch. Tá na hora de lançar de NOVO!

Quando bem estávamos achando que o achego de Lula a Obama -- e ele puxou Obama quase com um tentáculo -- era só formalidade tipo "ele diz isso para todos", lá vem o cara dizendo que quer parceria com a Terra Brazylys, que o Brasil isso, Lula aquilo. O que não fazem uns ativos!

Mangabeira Unger deve estar seguindo o conselho de Caetano e sendo mais baiano e menos prussiano. Resposta de Lula para Obama: "Yes, you´re my woman!"

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Hamletmídio, Francis, Kantor, Pinter, Beckett, Pondé e eu

Oi, Henrique Hemídio, você seria o Hamlet do meu Hamlet, pois você tem em seu nome as letras de Hamlet e também tem uma verve que te faz admirado por jornalistas!

No mais, tou lendo as barbaridades que o Francis de Waaaal dizia de Beckett (não passava nada), Kantor (desbunde narcisista) e finalmente, Pinter (é para poucos, linguagem entre dentes, dentre outros elogios...)

E leio na coluna do Walter Navarro/Paulo Navarro que, depois da prisão das dasluzetes e da Eliana Tranchesi (que poderiam criar a banda As Perseguidas), o xadrez tá vindo com força total nesse inverno! kkk

E no filme do Sam Mendes, Beleza Americana, que vi na TV por esses dias, tinha uma frase profética dita pelo republicano mini-Bush em plena era Clinton (Kevin Spacey é democrata, é cool, é pinton, tem suíngue, fuma um):

"THIS COUNTRY IS GOING STRAAIGHT TO HELL!"

Lindo. E quem levou foi ele mesmo. É como se ele tivesse sido sugado por seu próprio cu falante como em Almoço Nu de William Burroughs. Fazendo amor com seu ego!

E meu tio mineiro-americano, Paulinho, mon tati américan, uma época estava transando umas de olhar casa de milionário e vinha com um papo de papai Bush/Lacerdaudenista. Temos mesmo que sobreviver, né? O tati américan nos filmes franceses era um Deus ex-machina, era o que explicava o fato do protagonista poder viver sem trabalhar: ele tinha ganho um dinheiro do tio americano, uma herança!

E hoje eu li na Discutindo Filosofia que tem o Pondé & eu que a coisa é ainda pior do que eu imaginava e ele defende o intelectual Ratzinger, um conservador por colocar a moral antes da política e de tudo, uma vez que para Pondé a moral é um hábito, como o de tomar banho ou escovar dentes. Diz ele que é mais para Darwin que para Kant e que a moral não transa legal com a razão. E o politicamente correto é fascista. Mas ele não é contra o casamento gay. Ele levanta a questão de que, se Deus está morto, tudo é possível --problematizada no próprio Dostoiévski em diálogos com o Ivã, que diz isso. Logo em seguida, alguém, não sei se Dimitri, diz que com a ética da virtude não se precisa de Deus. Pondé diz que, sem Deus, corremos o risco de niilismo.

No entanto, Deus não faz julgamentos, não prende nem celebra missas. Quem impedirá a antropofagia e o bundalelê total e delirante serão, então, sacerdotes, juízes, policiais, todos em ligação a um poder temporal. Pondé quer fumar e não quer nos poupar de seu cheiro. Isso me faz lembrar o romance de Roberto Drummmondo O Cheiro de Deus. Pondé não nos quer poupar do cheiro de Deus e do sexo dos anjos. O filósofo é padre sem paróquia nesse Brasil onde professores de História é que assumem as parcas aulinhas de Filosofia & Sociologia que o honrado José Alencar nos concedeu entre uma especulação sobre o terceiro mandato de Lula e uma citação filosófica de um Protógenes qualquer, ou será Diógenes, o Cínico?

Mas não me queijo. Eu gostava do Digestivo Cultural até o momento em que Júlio Daio Borges, esse Jorge Luís Borges que, junto com Andrew Keen, quer salvar nossa cultura do amadorismo e instalar a belle époque do jornalismo cultural franciniano, falou que a inclusão digital vai fazer com que vivamos o hoje como um E o Vento Levou... no futuro,afinal, quem bloga hoje seria parte da elite e outros blá blá blá aristocráticos. Aí eu passei a só dar uma passada de olhos no Digestivo.

Aliás, Vampiro de Curitiba, tudo menos criticar a inclusão digital desse jeito, hein, pois...eu fiz a inclusão digital do Lula aqui na minha cidade! Tenho até o diplominha e tudo! Mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa. Eu poderia citar outras expressões em latim como Drácula, in illo tempore, mas agora não. Pôxa, não entra nesse trip tipo E os bárbaros da inclusão digital levaram não, senão eu vou falar do Ipod usado que o Obama deu de presente para a Rainha da Inglaterra, hein!

Para cantar com a melodia do refrão violento de Hapiness is a Warm Gun: "Nelson Rodrigues jumps the gun! Nelson Rodrigues jumps the guuun!"

Gerald Thomas é o Nelson Rodrigues de nosso mundo. Mundo Luso, quer dizer, lúcio, quer dizer, lúcido. Rush Lumbagh é o Ratinho dos USA e Law and Order era um slogan da era Reagan e que virou série americana. Dessa só vi e gostei de Twilight Zone, com a qual o professor Capuzzo fez uma tese que virou livro e o nome da série em português esqueci. Mas a série Friends, por exemplo, tem aquela risadinha horrível do Zorra Total, que praticamente chama a gente de idiota pois ensina a hora de rir! E o que tem de milionário porco e lambão por aí não tá no gibi!

O blog Obra em Progresso acabou e Caets deixou comments off para não ser provocado. Se eu fosse um empresário da cultura jamais acabaria com meu blog, pois ele seria um canal de informações importantes para meus negócios nas colônias...Durante um tempo, o intelectual brasileiro culto e viajado foi meio muambeiro, ele saía e trazia a tais idéias fora do lugar ou como disse a Eneida Maria de Souza, ele fazia o papel de intermediário entre a colônia e a metrópole, entre a roça e a city cité cidade. Agora isso está acabando...A decadência se faz em luz and sound surround & parfois...ia citar Glauber, mas esqueci. Vergessen.

Mas se eu fosse Denny Yang abandonaria o blog como um satélite. Satelite of love. Ou faria um drama ou mise en scène antes de fazer um blogcídio para trazer uns comentários...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Se eu fosse você, um e dois...

Outro dia revi o filme Se eu fosse você I na TV. O II foi um dos maiores sucessos do chamado cinema da retomada. Eu não gosto do cinema da retomada, mas gostei do Ônibus 174 de Bruno Barreto. Júlio Daio Borges encontrou luta de classe no filme Linha de Passe. Nem os textos mais delirantes e os autores com divergências e ciúmes infinitivamente pessoais em relação a esse filme e ao diretor disseram algo assim. Já pensaram Waltinho com bandeiras do PC do B na rua gritando: "socializem meu banco! Luta de classe contra os Salles agora!" Eu pagava para ver. O Tempestuoso, meu deep throat econômico, me disse que o Unibanco se uniu com o Itaú porque Os Herdeiros são artistas e tem outro filho que é diabético e eles não queriam gerenciar, daí a fusão. Itaú e Unibanco avisam: estão fundidos!

Eu sempre critiquei a retomada e quando a web começou eu conversava com os cineastas numa lista de cinema brasil e assumi o papel de "Glauber" lá, o que era bizarro. Mas tive alguns méritos. Eu gritei em 2002: "Chávez é o novo gênio da raça" e a professora Ivana Bentes comentou: "é preciso fazer isso, precisamos de novos profetas". Foi divertido. Meu hobby era achar significados políticos em obras apolíticas.

Nós não podemos fazer aquilo que os personagens fazem porque nossa "essência" não existe. Não é possível que eu troque de corpo com Gerald Thomas e que eu vá escrever a peça Hot Shoulder, adaptando para o Brasil, pois no Brasil é mais atual escrever Costas Quentes. Porque não existe essa essência intercambiável. Nós somos seres que nos construímos, através da linguagem, no relacionamento social.

Em Se eu fosse você, curiosamente, vejo o drama do PT, de parte esquerda brasileira mainstream, que também mudou de corpo, assumiu o poder, trocou de posição com a direita. A direita virou oposição e o PT, que para Reinaldo Azevedo é a "esquerda viável", está de corpo de alma num projeto de poder de um pequeno grupo onde deveria ser feito um concurso para escolher o nosso Hamlet que vai matar o rei usurpador. O Lula seria o tio de Hamlet e Getúlio Vargas seria o fantasma no meu Ham-let particular. Mas ficou assim uma aura meio travesti nesse governo, tudo é meio gauche, meio awkward, daí as gags, algumas manjadas, que povoam o governo e o filme.

Targino seria o bobo da corte do meu Hamlet. Gerald seria o diretor de uma peça de vanguarda interna à peça. Sandra seria Ofélia. Rosencratz e Guildenstern seriam Heloísa Helena e Babá, dois cabeludos...kkk

O Vampiro de Curitiba seria...que tal Fortimbrás? Contrera seria Polônio. Contrera é um ser trágico e sensível. Um amigo que estava conosco naquele dia em que conversamos na cafeteria na Estação Tietê, ficou esperando comigo agora na fila do banco e não conversou comigo, o Otacílio Rodrigo. O problema está em mim, admito. Eu ofendo as pessoas na paixão de me comunicar com elas e transformar o mundo ao meu redor.


Ele me pediu para fazer um trabalho para ele (agora ele é PM) sobre drogas e algemas e eu cobrei, ele não gostou. Contrera me contou, no Tietê, que o pai dele não se adaptou ao Brasil e se suicidou...Adorei. Adoro tragédia. A vida é uma tragédia e por isso precisamos fazer tragicomedyorgya, como disse o maravilhoso Zé Celso. As fotos da ida de Zé Celso a New York encontrando-se com Gerald Thomas foram lindas, Zé Celso é um Dionísio leve, flutuante e Gerald é um Apolo que ri um riso sapeca de menino...

Dilma Rousseff, filha de um búlgaro, também ilustrou isso na matéria da Piauí sobre ela esse mês. Ao se lembrar de como dormia junto de Maria Celeste com fuzis automáticos, ela sente...como se tivesse trocado de corpo! Como se não fosse ela. É muito curiosa a desconfiança com que os entrevistados, todos ex-guerrilheiros da luta armada, tratam Luiz Maklouf Carvalho. No Estadual Central, em BH, negaram a ele o Histórico Escola de Dilma, disseram que só se ela autorizasse e ela não autorizou.

Será que Dilma ia bem em História? Tirava boas notas? Foi -- e será reprovada pela História? O governo Lula é bom para o presente, resolve-se bem no presente, mas será "absorvido" no tribunal no História. Aposta desse profeta aqui, profeta profetinha camarada... Lula e FHC serão o Arthur Bernardes e o Washington Luís do futuro, desaparecerão na poeira da História. Washigton Luís é mais lembrado hoje por sido o padrinho de casamento de Oswald de Andrade e Pagu do que por ter governado o Brazyl...


Eu tenho um livro de ensaios do Celso Amorim aqui e em breve irei postar alguns trechos...Ele diz da Globo, num determinado momento: "os padrões estéticos (?) da Globo..." kkkk

A única vez que vi a Globo deixar falar de um blog foi da Yoani, a cubana! Globos e blogs, nada a ver! E foi na excelente coluna de Nélson Mota no jornal da Globo.

Jô voltou e entrevistou Dráuzio Varella que disse que o nossos SUS é bem melhor do que o sistema de saúde comunista de Cuba, China, etc. Bom demais! Vou até parar de pagar meu plano de saúde da UNIMED e vou passar a usar SUS depois de ouvir isso...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Lula é o cara da Obamania

Deu muita repercussão o flerte de Obama com Lula. Todos já sabem que, em ano eleitoral, ser chamado de "o cara" vale votos, muitos votos. Será que foi tudo combinado? Obama sabia dos bônus da AIG? Sabe das eleições no Brasil?

Um amigo que trabalha na bolsa de valores e que eu acho melhor chamar "O Tempestuoso", pois toda vez que chega cai uma tempestade, me ligou dizendo que os ativos do Brasil dão para comprar todo o sistema bancário norte-americano, que é uma situação para lá de anômala. Ele diz que tem gente nos USA que durante gerações passava ações como herança. Eu citei a cena de um dos Batmans (não bait-mans) onde o pai, morrendo, dizia: "Filho, compre todas as ações da Enron e venda as da Google, aquela empresinha sem importância..." kkkk, o Tempestuoso riu demais e comentamos muito o artigo de Luiz Bresser Pereira, que pode ser acessado no site do Bresser (procurem no google acadêmico), o melhor até agora sobre a crise, que nem tem nome e que eu sugeri ao Tempestuoso para chamar de: "CRACK DE 2008". Tempestuoso anotou e vai lançar a moda dessa denominação a seus amigos da bolsa. Veremos se vai colar.

Sabe que pode afundar lutando contra os Talibãs, os antigos "guerrilheiros da liberdade"? Acho que não.

Há algum tempo, vi que Obama era objeto de uma obamania: a cidade de Obama no Japão estava em polvorosa, comia-se Obama em pasta de amendoim, sua biografia bombando como best-seller, Jabor orgulha-se de que sem Orfeu Negro não existiria Obama, mas Obama é um Orfeu Negro que irá naufragar no Hades-feganistão & Paquistão. Existe Obama sólido, Obama líquido, Obama gasoso. Pode-se comer Obama, beber Obama, cheirar Obama, lamber Obama, Obama pelos SETE buracos de sua Der Leone has sept cabezas.

Moral de escravos: os judeus eram perseguidos e viraram bodes expiatórios do capitalismo europeu. Moral de senhores: os judeus aprenderam que o bom é ser amigo do imperador. O negócio é tombar se o imperador tomba.

A tua presença. Terás um falcão negro por tumba. Terás uma somália por tumba. A Somália implodiu e assim também todas as suas estruturas e agora é dominada por milícias islâmicas.

Os USA não souberam entrar e sair de dentro do toda a estrutura somali e fizeram-na implodir...Quem teve essa coragem? Foi o capitão Maersk, Obama, Gil e eu? Pô, isso é discurso de Caetano em festival! Lula e Obama são o "centro progressista". Iam se aproximar, isso estava claro. Será esquerdofrenia ser Obama nos USA e combater Lula no Brazyl? Mas Lula, o cara que empresta grana pro FMI, é a favor de ANGRA III! Da transposição do Rio São Francisco, pode virar o nosso Mar de Aral! Greve de fome de novo, Morales, Di Cappio! Di fome, Di Caprio! Caetano disse que devoraria Di Caprio ou Di Cappio? Ele disse ao jornal Libération que devoraria muitos ícones culturais, mas que o Matt Dilon é mais palatável que o Di Caprio.

O falcão negro & a águia americana tentaram dar um rélpimperialista, mas não rolou. O que rola é Sombras de Goya, cinebiografia do pintor. Rola Julian Schnabel com Basquiat. Mas Bacon rola? Nos anos 90, estava um climinha "bem vindos aos anos 70" e Black Crowes tava na moda e eu até saí de calças veludo cotelê bocas de sino. Atores, escritores, pessoas comuns davam entrevistas dizendo que transavam os dois sexos. Que barato, Nosferatu! Dá saudade, mas agora não existe sequer vício solitário: adolescentes punhetam pela web.

Os anos 90 foram legais, nem tudo foi reciclagem. Nunca vi um modismo tão marcante quanto o grunge. Deve ter sido como os hippies para a geração de 68. Meu amigo Andrei Golemsky aderiu e fez banda grânji. Depois fracassou e não gosta de lembrar do Goobledygook, a banda bruzundanga.

Juntar tudo a respeito de nós, dar um google me, não é egolatria, é arquivo pessoal. Fichário marioandradino. MINHA LITERATURA AGORA, como diz o nosso amigo do blog!

Sonhei essa noite que Lula dava uma declaração citando Gerald Thomas! Foi um assombro. Vi o último filme do Adam Sandler, Zohan. Zohan total. Melhor comparação. O papo de conciliação de palestinos e judeus se perdeu num mar de escatologia e canastrice. Ele já não é o mesmo de Fifth First Dates. Esse filme dele, Zohan, foi uma bosta. O humor dele é lowbrow. A Alma Boa de Setsuan também não prestou? Dont´ know. Adorei Denise Fraga no Jô, que voltou.

É bom gostar de Bacon e ser vegetariano, alimentar-se de leite & mel, como fazia Mautner em London, London, disse Caets. A obra em progresso de Caetas está chegando ao final. Zi e Ziee, nome fraco que sugeri (sem sucesso) que ele substituísse por Zi & Zek, em homenagem ao filósofo esloveno, não deu certo.

Zizek transa Laibach que transa Neue Skolovenski Kunst. Ajuntando os clichês stalinistas e nazistas. Laibach era o nome de Liubliana, capital da Eslovênia. Como diz o Laibach como uma voz do demo (não dos demo-cratas brasileiros): Jesus Crist, Superstar!

Fiquei sabendo que Eistein, politicamente era um sionista que não queria apenas mais um nacionalismo. Isso na História Viva. Como disse Einstein, é duro ser o eleito do povo eleito!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Bernardo: cartas da imprecisão e do delírio

Pessoal: taí um linque para a revista Broca Literária. Publiquei lá o meu conto

Bernardo: Cartas da Imprecisão e do Delírio. Esse e outros textos contém citações homenageando Walter Campos de Carvalho, Maura Lopes Cançado, Ramon Maia, Luiz Matta e Rafael Rodrigues.

http://www.thedrillpress.com/broca/broca.shtml

Walter Greulach: estou começando a ler seu livro e adorando. Eu estou me identificando muito: também sou colunista em jornal do interior e, como sou muito crítico, sinto certa paranóia, como Julio. O nome do meu avô paterno era Júlio, inclusive. Você consegue pegar a atenção da gente e vai longe, Walter. Evoé, Gerald, por ter descoberto o Walter! Gerald, o senso comum acha mesmo que artistas são putas e viados e não putos e viados (isso deve ser em Portugal: putos e raparigas). Mas...eu não cultivo preconceitos como quem cultiva plantas carnívoras. Deixo isso para lá. Feliz Páscoa judaica, que a benção do sol desça sobre você aí em Nova York!


Voltando às novelas: por que não fazer uma novela com focas e chimpanzés, cães e gatos e outros bichos, agindo e adestrados como atores? Assim poupariam Graze Massafera de refazer cenas como em Negócio da China e Miguel Fallabela teria diante de si um desafio animaaal...

E o autor da novela Caras e Bundas (ou seria Poucas e Boas?) ao entrar no blog do Gerald perguntaria: quem fez esses desenhos aí, uma foca ou um chimpanzé?

O Big Brother poderia virar Big Father, um big brother de crianças com Marisa (ou Maysa?) no papel de "Pedro Bial"! Que tal?

Chimpanzé-art

A nova novela da Globo terá um personagem chimpanzé que pinta quadros abstratos e é o grande gênio que está por trás de um artista realista que pinta paisagens...hummm....isso é aquela onda de colocar focas e bebês para pintar e jogar sinuca?

Um chimpanzé realista escreve novela com um chimpanzé abstracionista. E o Big Bode pelo menos é mais descartável que a novela e não dá para vender para fora nem para ver de novo...

É a tal da coisa, esse chimpanzé pinta como eu pinto. O Big Bode acabou ontem e Marx (Max?) venceu.

Até aceito que as pessoas curtam jogos, isso vem desde a caverna, mas ficar com essa onda de que é "experiência de vida" e "transformação", pfui, Pedro Bial, pelo amor de Deus!

O blog do GT atrai todo tipo de petista confete como o Targino. O cara acredita que estamos vivendo o socialismo! Eu sei que o Chávez deveria falar que o que ele faz é nacionalismo transformista bolivariano, mas ele prefere falar em socialismo aqui e agora.

Duro é aquele floreio do Bial na hora de mandar embora os garotos do Big Bóde. Duro de aguentar mesmo aquele glacê. E os caras saem mudados, ou seja, formatados, depois de serem mutilados por propaganda de multinacionais e terem sido sacudidos no liquidifiador da Globo. É um workshop para trabalhar na empresa, aquilo. Modelos ficam sabendo como se comportar, o que falar, o que é proibido, etc. É um teste. E duro: nem o noticiário da Globo eles podem comentar, só realmente a idiotia do mundo privado: a comida que você fez eu não como, você está se exibindo, me traiu, vale a antropofagia debaixo do edredom? Big Bode é como meu amigo seu Laerte diz, o bordel em sua casa...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Uma postagem de 11/10/2001 no Usina de Letras

Esse é um texto que escrevi antes de conhecer o blog do Gerald, onde ele mostra sua generosidade. Acabo de receber o livro do Walter que ganhei graças ao Gerald, indiretamente. Acho que todo artista precisa fazer egotrip mesmo e não vejo problema em Gerald ter um passaporte americano e ser american citizen. Eu já escrevi como esse pessoal que entra no blog, isso é que é curioso.

E a guerra do Afeganistão é uma fria na qual o Obama entrou, infelizmente. O GT e Contardo estavam emocionados pela queda das Torres, como muita gente na época. As vanguardas mais radicais, como Stockhausen e Sebastião Nunes, analisam o Setember Eleven como obra de arte como forma de provocação radical. Vale apenas para abrir o debate: não se pode estetizar a morte e a catástrofe.

Cioran perguntou pelo sem-sentido das revoluções como a russa e francesa. Ele teria coragem de perguntar pelo sem-sentido de Auschwitz? Ou do Setember Eleven? Duvido!




Geléia, Manteiga de Amendoim & Bombas


O título desse artigo resume o que os EUA estão mandando para o Afeganistão. Agora é geléia e
manteiga, depois vai ser a Coca-Cola, o Mickey, etc.
Os norte-americanos acabam de pegar o pau com formiga do mundo, o Afeganistão. Outras potências tentaram ocupá-lo: os mesmos ingleses de agora, no século XVIII, os russos com seu social-imperialismo, que tinha um governo apoiador em Cabul, porém.
Com os atentados e o bombardeio no Afeganistão, todos se manifestam a favor ou contra a guerra.
Meu tema, inicialmente, era o apoio ridículo dado a esta guerra por gente como o teatrólogo Gerald Thomas e o psicanalista Contardo Calligaris.
O primeiro falou que queria se alistar nas Forças Armadas dos EUA, imerso em sua egotrip de american citizen. A essa falação, respondeu um tal Carlos Alberto Bárbaro, leitor da Folha, e lhe disse para se alistar logo de uma vez.
Mas logo precisei enfrentar o caridoso Mauro Decca, que pretendia achincalhar o discurso pacifista de Odair Pessoti na Usina. Agora Decca coloca um artigo com toda a polêmica no sáite e assina dando a última palavra. A última palavra é a de sempre: "ai, Jisuis, Af Maria", uma coisa assim.
Não suportei Decca por esse tipo de babaquice e por sua injúria contra Foucault, chamado de "homossexual e viciado em drogas", fora o fato de que Decca se julga leitor autorizado de Deleuze. Quando é que Deleuze e Foucault escreveram um livro defendendo as drogas? Fale para nós o título. Eles defendem as minorias dos pequenos burgueses como vc...E ainda por cima essa paranóia idiota de que os intelectuais estão conspirando contra os EUA a favor dos árabes! Para achar que os intelectuais estão de acordo facilmente a respeito de alguma coisa, o pateta Jeremias inquisidor nunca deve ter sentido nem o cheiro dessas criaturas.
Enfim: estão a favor da guerra o Félix Maier, Airo Zamoner e o Decca. Contra estamos eu, Plácido, Ayra On, Odair Pessoti.
Dito isso, eu convoco TODOS a se manifestarem!

Um Comentário no Obra em Progresso

A diferença na ausência do artigo na primeira pessoa do plural no último verso de Sampa é fundamental!
# Caetano Veloso disse:
Março 27th, 2009 at 4:40 am

Maria João Brasil: Luis Caldas acaba de fazer um CD todo de rock. Pronto. Acabou o problema.

Maria: quando eu era novo, os pernambucanos diziam “ricife”. Era igual a “cibola”. Hoje, que muitos dispensaram o artigo, ouço mais “rê”. Baiano diz “ré-cife”. Quanto a vogais abertas ou fechadas em música cantada, isso não vale. Todo o mundo cresceu ouvindo canções em pronúncia vocálica carioca (os erres eram tipo italiano). E “moçada” é sempre “mô”, pelo menos na Bahia. Vem de “moço/moça” e a gente não esquece. Já “pessoal” na Bahia é sempre “péssoal”. A não ser que se esteja cantando (aí varia: ou se faz como cantores do Rio ou se faz como a Simone - eu já fiz os dois; o gozado é que João Gilberto elegeu a pronúncia das vogais breves cariocas, exceto NUM disco: o branco, gravado em Nova Iorque, no estúdio de Wendy Carlos, que era Walter Carlos mas fez operação e virou mulher: ele/ela é músico erudito e fez a trilha de Laranja Mecânica, de Stanley Kubrik; ese disco branco de João é o meu preferido da discografia dele, se tirarmos os 3 primeiros, com arranjos de Tom).

Lucio Junior: boa lembrança o debate na FAU/USP em 68. Eu não tinha relacionado minhas ironias agressivas à USP a esse episódio. Você é um psicanalista. Vou pensar.

A capa do Zii e Zie tem foto (lomografia: é a câmera “russa” mesmo, tipo “Lomo”) de Pedro Sá, projeto gráfico meu (escolhi a foto, os tipos e onde iriam as palavras) e realização gráfica de Pedro Einloft.

Neyde L: pensei que já tivesse respondido a algum comentário seu. Talvez tenha feito isso e depois não postei. Mas lembro de ler você sobre a Barra e o carnaval. Nunca deixaria de falar com você por você ser mulher: minha misoginia não vai tão longe.

Nietzsche no Digestivo

Leio sobre Nietzsche, num artigo de Júlio Daio Borges, não no Digestivo, mas na Revista Discutindo Filosofia.

Começou, quem sabe devido à contraposição do meu artigo do Honneth com a entrevista do Pondé, uma cruzada contra o politicamente correto de Júlio Daio Borges e de Samir Thomaz.

O artigo de Júlio sobre Nietzsche nada trouxe de novo para mim, é um artigo de divulgaçao. O que me espanta é ele pensar que Nietzsche começou Teologia por influência paterna (o pai dele morreu quando ele tinha nove anos) e que imagine que foi Nietzsche quem inventou essa coisa de criticar a pessoa não por seus argumentos, mas por sua personalidade, ou seja, os argumentos ad hominem.

Nietzsche, ora, não inventou isso, que deve ser antigo, mas deu cidadania ao argumento psicológico: se a pessoa diz isso, tem relação com quem ela é. A genealogia pergunta não tanto "o quê" e sim "quem". Logo a seguir, Júlio dá o exemplo de Paulo Francis, que para ele é sinônimo de "nossos polemistas". Ora, bolas. Júlio parece só ter lido o Paulo Francis do final da vida, o Francis insultoso da época do Dicionário da Corte, que é um livro interessante, pois Daniel Piza realmente escolheu o melhor de sua produção nos anos de 1980/90.

A relação entre Francis e Nietzsche existe e creio que vem via H. L. Mencken. Mas não sei se Júlio dá conta de fazer um artigo estabelecendo essa relação: não me parece ter treino ou competência filosófica para tanto.

E vale a pena ressaltar -- lendo o artigo de Samir Thomaz sobre o charme da esquerda --que existem países que são ditadura desde 1945 e ninguém reclama, como por exemplo a Birmânia. Por que? Porque são ditaduras favoráveis ao Ocidente. Já as ditaduras do proletariado que restaram, que são Cuba e Coréia do Norte, são muito atacadas, pois são um desafio à política externa dos EUA e da Europa.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Um Blog poético: café em pó de estrela

Um blog que recomendo: http://cafeempodeestrela.blogspot.com

Adoro café e poesias musicais. Em pó de estrela, melhor ainda.

Sábado, 7 de Março de 2009
Melancolia
Pensar, escrever muito, fumar um cigarrinho (que seja besta e solitário), tomar café.

Dancei rodopiando, bem devagar...
Andei por ali, com música nas zurebas, quase sempre achando que o caminhar é só cinema...
Pintei quadros mentais, de múltiplos focos, salpicados de tintas de lembranças, umas passadas, outras futuras, mas, na verdade, todas crias do presente.

Também é bom fechar os olhos e entoar preces (que tenham gosto de biscoitos) a alguma divindade (que seja imaginária e azul):

"Eu agradeço a visita da melancolia
Que ela se mostre sagrada neste dia
como assim é na minha essência,
tão humana e distorcida.

Que os olhos deixem-se tocar
Que as veias deixem-se percorrer
Que a cachola sempre abrace
os sonhos que me vão suceder."

:)

Shoesha e o teatro mágico

Oi, Lélia, que honra ter você aqui! ADOREI O teatro mágico no Serginho. A idéia de que a chamado do intervalo fosse uma torta na cara foi ótima! Desconstruiu e reutilizou o clichê! Aquela figura de pernas de pau parece ter vindo direto do inconsciente coletivo. Vocês estão de parabéns!


Que pena eu ter esquecido de vocês e dado todo espaço a esse verdadeiro cíclope da cultura televisiva que é a Xuxa. Vi que esse assunto está repercutindo mesmo por aí pelos jornais e blogs. E ainda mais ao lado da sereia da música popular que é a Ivete Sangalo. Há muito tempo saiu um livro acadêmico nos USA fazendo que a Xuxa vendia o padrão caucasóide e não só "cedês e devedês". Eu concordo. Ela tirou o nariz que, segundo meu amigo Fernando Gonzaga, era um nariz negróide num rosto caucasóide e tornou-se o perfeito modelo de caucasóide. Quem deveria vender e ter casa cheia são vocês: se ela não é artista, vocês são!

Se o Gerald Thomas não estivesse tão distante, tentando como um Sansão segurar as colunas do império americano em decadência, garanto que ele comentaria e veria o Teatro Mágico. Ele nem para comentar o prêmio do amigo dele, o Sérgio Britto, e com Beckett, ainda por cima. Aí ao lado está um linque da peça do Beckett com que o Sérgio Britto ganhou prêmio: Act Without Words. Não marca toca, não, GT!