Gente, 

Para conhecimento de todos, logo abaixo, a coluna, de hj, na Convergência
Digital de Luís Queiroz.
Merece, "carece" resposta???
Na minha frente, Mazoni disse para Queiroz que as licenças valem até meiados
do próximo ano, portanto não há necessidade de nenhuma compra agora.
A confirmar esta informação, pra que fazer compras agora, a quem isto serve,
etc, etc, etc e tal. Afe Maria !!!!
Abs,
Ada
Há meses, o mercado aguarda uma solução para o impasse criado dentro da
Receita Federal com relação à licitação, voltada para a aquisição de 40 mil
licenças do Office da Microsoft. Os defensores do software livre travaram
o processo de compra dentro do governo, e o caso foi parar no Tribunal de
Contas da União.

Tenho sérias dúvidas se o sujeito que está oculto nesta ação movida no TCU -
que não necessariamente é o autor que se apresentou - agiu por verdadeira
"militância" em favor do Pingüim ou se tudo não passa de uma grande e
competente jogada comercial. Há indícios nesta direção. Vejam se estou
enganado.

Após o bate-e-rebate das argumentações técnicas que culminaram com a
suspensão, o edital da Receita Federal foi parar na 2ª Secex, do Tribunal de
Contas da União. A partir daí começaram a surgir várias "coincidências", que
me levam a crer que a Microsoft corre sério risco de não ter um julgamento
justo dentro do TCU.

O processo será analisado pelo Auditor, Fernando Cabral, um programador de
mão-cheia em plataforma C e Unix. Nada demais essa especialização. Podem até
argumentar que "melhor que seja um técnico de informática e conheça bem
os sistemas para dar um parecer isento no TCU". O que me preocupa é que
Fernando Cabral está longe de ser a pessoa ideal para dar esse parecer
isento, desprovido de qualquer dúvida futura.

O Auditor, além de especialista em programação e grande ideólogo do uso
de programas de código aberto, foi dono da empresa "Padrão IX Informática e
Sistemas Abertos Ltda" - umas das líderes em soluções na plataforma do
"Pingüim" (www.pix.com.br ), com vários contratos dentro do governo federal
e em tribunais superiores. Inclusive no próprio TCU.

Esse novo personagem desequilibra a discussão técnica e administrativa que
vinha ocorrendo dentro do governo. Sua presença nessa disputa que ocorre na
Receita Federal corre o risco de ser taxada de manobra, com velados
interesses comerciais. Melhor seria que o próprio Fernando se  declarasse
"impedido" para participar da apuração do caso na 2ª Secex. O relator do
processo, ministro Valmir Campelo, precisa avaliar esta situação.

Antes que alguém me acuse de estar sendo parcial ou, até mesmo,
irresponsável, afirmo que apenas estou mostrando que há coincidências demais
neste episódio. Estou simplesmente seguindo a lógica de Sérgio Amadeu - o
ícone máximo do movimento do software livre brasileiro.

Ele criticou em seu Blog, no dia 29 de agosto, a licitação na Receita
Federal e afirmou categoricamente: "Não é por menos que a M$ tem um
escritório de lobby em Brasília que conta com ex-funcionários públicos". Por
esse prisma, Fernando Cabral seria exatamente o quê para as revendas Linux
dentro do TCU?

*Mera coincidência 1*

A empresa Padrão IX, criada por Fernando Cabral, virou um apêndice da
Policentro Informática, que comprou o seu controle societário. Foi alvo
de um grande escândalo ocorrido, em 2000, no Serpro, quando a estatal era
presidida por Sérgio Otero Ribeiro, que logo depois despencou do cargo. Por
trás dessa confusão tinha o chamado "esquema EJ". E mais não falo porque
todos já sabem o que ocorreu, né?

*Mera coincidência 2*

Apesar dos pesares, mesmo envolvida num escândalo na estatal, a Padrão IX
não perdeu contratos no Serpro. No dia 26 de junho deste ano, por
exemplo, recebeu uma bolada de R$ 5,3 milhões. No dia 29 de junho, mais R$
120 mil. E para fechar o ano com "chave de ouro", ganhou mais R$ 567 mil. E
quem sabe não vem por aí, mais algum jabuti parrudo de fim de orçamento né?

*Mera coincidência 3*

Marcos Mazoni, que foi um dos responsáveis diretos por travar a licitação de
compra de Office na Receita Federal, esteve perambulando pelo Trbunal de
Contas da União para tratar do assunto. Ele assumiu a presidência do Serpro,
no dia 30 de maio deste ano. E 26 dias depois, assinou o primeiro
pagamento da "Padrão IX".

*Lá é Microsoft*

Cuirosamente, o próprio TCU - que julgará a compra de Office na Receita
Federal - acaba de abraçar a plataforma Microsoft. Adquiriu pelo processo
TC-017.068/2007-0, nada menos do que 3.000 licenças de MS Office
Professional Plus 2007. Por sinal, os mesmos condenados na "alaranjada"
representação contra a Receita. E já estão em pleno uso nas estações de
trabalho do TCU. Ninguém do "mundo livre" foi lá criticar. Preferiram o
velho ditado: "Em casa de inhambú, jacu não entra".

*Adeus, ano velho*

Sem poder licitar a compra de aplicativos, sejam Microsoft ou Linux, a
Receita Federal corre o risco de perder no próximo dia 15 a possibilidade de
empenhar a verba que dispõe para pagamento do fornecedor. Depois dessa data,
nada mais será pago pelo governo. A Receita terá de voltar a pedir dinheiro
no Orçamento do ano que vem. Quem lucra é o povo do "superávit primário",
que adora essas confusões na área de TI do governo.

*"Espírito natalino"*

O Serpro  contratou a empresa Digidata Consultoria por R$ 1,4 milhão. Velha
parceira de Marcos Mazoni, quando ele ainda era presidente da Celepar, a
Digidata ganhou o serviço sem licitação, na base de acordo emergencial. A
justificativa do Diretor Nivaldo Venâncio da Cunha, ratificada por Mazoni, é
bem interessante: "Efetuar a digitação de documentos de sistemas
estratégicos". Se fossem tão "estratégicos" assim, deveriam ter pensado mais
cedo na compra do serviço, com disputa de preços né? O contrato com a
Digidata vai até maio de 2008.

*Em tempo: Méritos para Claudio Humberto, que pescou o contrato. Só fiz
checar quem era a felizarda.

*Telecentros*

Agora vai. O Ministério das Comuncações publicou na sexta-feira (30/11), o
resultado do pregão que definiu a Positivo Informática como vencedora na
disputa para fornecimento de 5.400 kits de telecentros de inclusão digital.
Contratos deverão ser assinados imediatamente pelo ministério, para que o
empenho dos recursos ao orçamento de 2008 seja garantido, até o próximo dia
15. A Positivo fornecerá todos os equipamentos de informática ao custo de R$
87 milhões.

*É hoje!!!*

Estarei assistindo palestra de José Salinas - Vice-Presidente de Tecnologia
da Informação e Logística do Banco do Brasil - na VI Conferência
Internacional de Integração de Sistemas. Ele vai falar sobre o tema: "TI e
Aprendizagem Organizacional". Que Santa Maria do Bom Texto me ajude a
produzir uma matéria relevante para o *Convergência Digital*.
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