quinta-feira, 2 de junho de 2011

"A morte da língua culta ou": a imprensa, mico meu!

Lendo o artigo "Os livros mais interessante estão emprestado: a morte da língua culta", sinto-me obrigado a escrever algumas observações dirigidas ao jornalista e escritor Renato Fragoso.

Afinal, esse parágrafo parece escrito para mim: De algumas décadas para cá, a pretexto de promover uma Educação "popular" ou "democrática", muitos educadores dedicam-se a solapar toda forma de saber implicada no repertório de conteúdos que a humanidade vem acumulando ao longo das gerações.

Renato: eu te convoco, paloccianamente, para dar explicações. Como isso seria possível? Quem são esses educadores? Existe algum deles em nossa cidade, a doce, a bela, a sábia, a letrada, a civilizada Bom Despacho? Serei eu um deles? Ó meu Deus. Então, vamos para algo subversivo, realmente: sou a favor de Wulcino Carvalho, o bom-despachense que escreveu um livro em dialeto caipira, ser eleito para presidente da ABL, tal a quantidade de besteiras que o presidente da ABL, Evanildo Bechara, despejou numa entrevista para a Veja. Mas onde mais? Há alguns anos que essa revista é um repositório de besteiras.

Então, não "vejifique" sua coluna do jornal Correio. Não alimente o monstro de besteira que ronda a imprensa brasileira, coalhada de jornalistas com déficit de letramento, como bem definiu o Luís Nassif, fazendo logo a seguir uma lista dos bobos: William Waack, Reinaldo Azevedo, Alexandre Garcia. Como bem esclareceu o ministro Fernando Haddad diante da comissão do senado que o interpelou sobre o livro didático que "afronta o senso comum", existem por aí jornalistas fascistas que criticam sem ler. Mas tudo bem. Nos afastemos deles. Vejo que você respeita o dialeto caipira, o que escreve sobre ele é sensato (mas qual foi sua fonte?).

Agora, a tal morte da língua culta que dá título a seu artigo supõe que você não sabe do que trata o livro didático da professora Heloísa Ramos, que aborda o português não-padrão apenas em sua introdução, para posteriormente ensinar...gramática normativa! Sim, o livro ensina as maravilhosas normas, que segundo o Bechara, auxiliam a ascensão social. Só não ajudam na ascensão social dos professores de português. Ninguém ascende socialmente com R$ 930 mensais, não é mesmo?