sábado, 30 de maio de 2009

Valeska popozuda apresenta letra do funk que fez para Lula

Valeska Popozuda apresenta letra do funk que fez para Lula
Em entrevista ao jornal “Extra” desta segunda-feira, 26, a loira disse que agora só falta ele aprovar a música para o trio feminino lançar o batidão. Será que Lula vai gostar? Confira a letra:

“Conheci o Lula no Complexo do Alemão,
E ele não tirou o olho do meu popozão
Com todo respeito, senhor presidente,
O senhor gostou de mim, e o seu olhar não mente

Mas, senhor presidente, meu papo é outro
Sou popozuda e represento a voz do morro
Luis Inácio é do povo, e escuta o que ele diz
A favela tem muita gente, que só quer é ser feliz

Que Dilma que nada! Me leva pra Casa Civil
Vou por o som na caixa e balançar o quadril
O funk não é problema, para alguns jovens é a solução
Quem sabe algum dia viro ministra da Educação”.

Responda rápido, se puder e se quiser: Quem está chispando quem nessa história…?

Não precisa responder. Ninguém responde mesmo.

http://www.picturapixel.com/?p=7881

Estou convencido de que Lula é extraordinário

Reparem: Lula usa essas palavras nos discursos: "extraordinário" e "estou convencido".
Esses dias ele disse que está convencido de que educação é passo extraordinário e importante para que o filho do operário e o do empresário saiam de mãos dadas da escola...De mãos dadas? Estou convencido de que ele vai legalizar o extraordinário casamento gay.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Caetano Veloso: crítica do disco Zi & Zek

Caetano Veloso, Banda Cê, Zi & Zek

Acompanhei atentamente o blog de Caetano Veloso por ocasião do lançamento de seu novo disco e gostei muito. Há anos acompanho seu trabalho. Ao contrário de Glauber, Caetano envelhece como um patriarca. Por isso, talvez, ele se cercou de uma banda de jovens músicos cuja identidade é mais rock. A proposta é o ambivalente transamba: base rítmica de samba e acompanhamento de rock com baixo, guitarra e bateria. E guitarra, principalmente. São comuns no disco as trips hendrixianas, assim como há algo das suítes do rock progressivo no trabalho de Pedro Sá. A cozinha de Marcelo Callado e a produção de Moreno também são seguras e competentes.
O que faz a dor e a delícia do disco é a ambivalência de Caetano, esse ser semovente. A capa é sombria, ao contrário das canções e da própria personalidade que Caetano mostrou no blog Obra em Progresso: solar. E é como homem solar e não lunar que Caetano tem melhor desempenho. Por isso, seria melhor algum outro título que não o hermético e auto-indulgente título escolhido. Talvez fosse melhor mesmo dar ao disco o nome Zi & Zek, em homenagem ao filósofo esloveno que tantas discussões motivou no blog. Caetano investe em perder-se de si mesmo para se reconquistar, no outono do patriarca. Será que consegue, conseguiu, conseguirá?
Em relação ao disco Cê, a sonoridade de Caetano ficou mais doce, mais Dorival Caymmi; amenizou-se a guinada em direção a uma sonoridade de rock, com letras cruas. Nesse disco, quando Caetano faz canções mais longas, como “Perdeu” e “Incompatibilidade de Gênios”, ele mostra uma certa lassidão à la Dorival Caymmi, embora sua voz continue chique e bela como sempre, lassidão essa que conflita um pouco com o impulso roqueiro de sua banda. Em Zi & Zek, as canções das quais mais gostei foram “Base de Guantánamo” e “Lobão tem Razão”, curiosamente já divulgadas por Caetano no blog Obra em Progresso.
As novas canções de Caetano possuem letras afiadas, com uma musicalidade minimalista e criativa, com a voz de Caetano dialogando bem com a tríade composta por baixo/guitarra/bateria, mesmo em seus tremolos mais característicos ao final da canção “Lobão tem razão”, que parece ser uma resposta à canção de Lobão “Mano Caetano”, mas vai bem além. Ela fala do “sêmen derramado”. Ora, não pode estar tratando da relação Caetano/Lobão! No fundo, Lobão tem razão é uma canção de amor. No entanto, acho que nunca se deve dar razão a Lobão, por uma questão estrutural mesmo. Lobão e a razão não possuem nada em comum: Lobão é movido pela explosão dos sentidos irracional do rock, das paixões, do sexo, da polêmica e, no passado, da droga. Dar razão a ele é tomar dele o Viagra das metáforas e deixá-lo com os oxímoros da impotência da razão. Caetas, deixe a razão para o Antônio Cícero fazer poemas logocêntricos e odes à Harold Bloom ou elegias a Hugo Chávez!
Já canções como “Tarado ni Você” parecem ser criadas para testar o fraseado da guitarra de Pedro Só e provocar a correção dos Pasquales da vida, que precisarão dizer em suas colunas gramaticais e normativas que a forma correta é “Tarado por Você”. Talvez Caetano, que tem algo de professoral, proponha canções-avaliação para ver se a banda Cê está “passando na prova” tal como a bossa nova. Caetano, gramático e dramático, possui uma fixação por Portugal que fica clara em “Menina da Ria”. Se Menino do Rio marcou a época da distensão e da abertura, por sua letra com alusões pansexuais, Menina da Ria é, quem sabe inconscientemente, um flerte com a teoria de Plínio Salgado sobre Portugal, país com a qual o Brasil teria uma relação incestuosa e normativa de mãe e filho. Caetano, matriarca/fratriarca da new left brazuca, por vezes ainda é bem patricarcalista-gramático-messiânico. Será que com Lula estamos voltando ao mar, estamos voltando ao útero ameraba-português, voltando a ser colônia? Nessa canção Caetano está sóbrio, heterossexual bem sucedido ao conquistar belas portuguesas sem bigode, maduro, glabro. Talvez por isso tenha conflitado recentemente com Fidel: dois bicudos não se beijam nem balançam ao som de Guantánamo nem de Guantanamera. O Brasil foi Portugal que pariu? Fica a sugestão de inclusão de Plínio Salgado e dessa frase numa futura letra de Caetano. Quero ver Caetano lançar.
A lassidão de Caetano em Zi & Zek é superada em canções como A Cor Amarela, mas essa é claramente uma música de trabalho, uma Garota de Ipanema turbinada com pagode baiano, liberada sexualmente pela pílula ou pela injeção de Perlutan. Caetano não se contém e exclama: “Que bunda! Que bunda!” em meio a uma levada dançante para tocar no rádio, no rádio do seu coração. Já “Lapa” tem uma relação com o samba meio fria, meio “uma noite no museu”. Depois de fazer carreira ao esfriar sambas e boleros com a bossa nova ou mesmo canções bregas de Peninha com seu toque de violão e voz sedutores, mostrando à la João Gilberto a geometria dessas canções, Caets se arriscando a fazer rock é como o artista plástico que, logo depois de ter desenhado um carneirinho, quer logo partir para a abstração e a action paiting à la Jackson Pollock. O resultado às vezes é genial e, por vezes...já viram japonês tocando samba?
No fim das contas, nesse disco Caetano ainda não se reencontra, reencontrou, reencontrará com sua base estética, a bossa nova, mas já se aproximou do samba: é meio caminho andado. Ele sinaliza que no futuro pode se desvincular da banda Cê e voltar a uma fase orquestral como foi com Jacques Morelenbaum e Júlio Medaglia. Quem viver, caetaneará.

Julien Coupat: a esquerda volta às armas

Pessoal, vejam se entenderam o mesmo que eu dessa matéria no Le Monde: Julien Coupat, jovem ativista (boa pinta e com discurso de intelectual) preso e acusado de ter tramado um atentado (e liberado hoje), anunciou que o pacto criado após a Segunda Guerra entre direita (que deixaria de ser fascista) e stalinistas (que abriram mão de tentar tomar o poder via revolução armada) foi rompido por Sarkozy. Julien é acusado de ser o mentor de um grupo suspeito de ter sabotado o TGV francês (trem bala). Até onde entendi, ele está preso na "Maison de La Santé", o que trouxe muitas críticas ao governo, que confunde ativista político com doido, reabilitando a velha psiquiatria repressiva.

Coupat acusa a esquerda francesa de imobilismo e diz que a política conservadora de Sarkozy, ao romper o pacto de 45 sem maiores complexos, abre a possibilidade da volta da luta armada na França. Confiram:

http://www.lemonde.fr/societe/article/2009/05/25/julien-coupat-la-prolongation-de-ma-detention-est-une-petite-vengeance_1197456_3224.html#ens_id=1164748

As Monarquias Socialistas do Mundo

Pessoal, eu, como meu amigo Laerte, acho que é preciso, diante das campanhas da mídia, esclarecer fatos sobre o Irã e a Coréia.

Mas de fato é muito irritante a sucessão dinástica nas tais ditaduras do proletariado: em Cuba é o irmão, na Coréia é o filho que assume o lugar é o pai...Mas Laerte poderia objetar: mas não teve Bush pai e filho, assim como, por pouco, Hillary Clinton não assumiu o lugar de Obama? Aliás, ela está no governo, não? Não são, também nos USA, duas famílias se sucedendo?


Os anarquistas bem que avisaram que esses grupos não representariam mais o interesse dos proletários e sim a si mesmos. E essa é a melhor crítica desse conceito.

O problema é que a revolução islâmica foi muito popular e ainda tem legitimidade. Ahmadinejad não é um ditador e o que ele diz é distorcido pela imprensa ocidental. O que ele diz não é beeem aquilo. Ele disse que o sionismo, se continuar, cairá como uma árvore numa tempestade. Isso foi lido como se ele estivesse dizendo que quer riscar Israel do mapa! Ele não pode jogar uma bomba lá sem matar os palestinos também: vinte por cento dos israelenses, até hoje, são de origem árabe ou palestina.

O que está em jogo é a hegemonia militar no Oriente Médio. Até agora, ninguém podia enfrentar Israel. A partir do momento em que o Irã tem a bomba, Israel não poderá atacá-lo. Fica mais difícil derrubar o regime, que é um objetivo geopolítico dos USA. E, a partir da saída das tropas do Iraque, ficará o desafio de impedir uma revolução islâmica lá. E, podem anotar, um dia a Síria tentará reconquistar as colinas do Golã, a China tentará anexar Taiwan, uma das Coréias tentará unificar o país, o Tibete tentará se separar da China.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Turismo na Coréia do Norte

Essa é especialmente para o Tene Cheba e o Sieg do blog do GT.


A questão toda me parece ser a seguinte: se a Coréia do Norte tem a bomba, pode guerrerar com a do Sul sem que os USA possam interferir diretamente, que é o que eles querem. O Norte precisa tentar a reunificação, nem que seja na porrada. Ao contrário do Vietnã, onde o sul era uma ditadura militar sem apoio da população, parece-me que a democracia liberal da Coréia do Sul funcionou muito bem, principalmente no quesito economia. Se não funcionasse, também...mesmo assim, li lá na wikipedia:

Hoje depende freqüentemente de ajuda humanitária e apresentou, em 1995, um IDH com o Coeficiente de Gini no valor de 0.766, similar ao da China nos dias atuais, e superior ao IDH do Brasil na época. Mas o país, que passa por crises sociais graves busca acordos multilaterais para se re-erguer.

Em 1994 morreu Kim Il-sung, que governara o país desde 1948. Seu filho, Kim Jong-il, assumiu o comando do partido dos trabalhadores norte-coreano em 1997, e seguindo a linha do pai, opõe-se à abertura econômica do país, inflando gastos com o setor militar, possivelmente para barganhar algo dos inimigos políticos.

Dêem uma voltinha lá na China/Coréia do Norte:

terça-feira, 26 de maio de 2009

O Itamaraty de Celso Amorim

O Itamaraty de Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães

por Gilberto Felisberto Vasconcellos



Itamaratizão... ironizava Darcy Ribeiro. No período Collor foi um puteiro pop; em seguida lobby de privatização internacional do território para FHC descolar prendas honoris causa no exterior. Agora o presidente Lula acertou na escolha de um patriota, nacionalista, culto, idôneo, intelectual conhecedor da história do Brasil não só do ponto de vista econômico, mas estético.

A ALCA não passará! Los gringos no passaron com a ALCA!

Tiremos o chapéu para o chanceler Celso Amorim. Nascido em Santos, a cidade do patriarca José Bonifácio de Andrade e Silva que viu cinema, estudou e meditou sobre o bom, recusando o “bad movie” pornochique. O jovem Amorim fez a cabeça lendo o filósofo húngaro marxista, Georg Lukàcs, sendo mais tarde influenciado por Glauber Rocha, de quem foi amigo e sobre quem escreveu coisas profundas, tal qual João Carlos Texeira Gomes, o biógrafo do cineasta na versão barroca revolucionária que o diferencia de outros cineastas. Para Celso Amorim, o cineasta queria “abarcar a totalidade do universo”. Essa é a bela ambição estética de cada filme seu a refletir o que é o Brasil dentro do cosmos. É isso o que tece o diálogo glauberamorim na "nova new geopolítica” materializada em A Idade da Terra (1980), o filme da fotossíntese vegetal, assim como Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) indigitava onde havia petróleo na Bahia. Cinematograficamente ele experimentou todas as etapas energéticas. Barravento. Montagem nuclear. A estesia cinematográfica da biomassa energética. Em A Idade da Terra Celso Amorim teve participação criativa na montagem. Eu lembro seu artigo de 1980 destinado aos intelectuais. Glauber insistiu para que Lula visse A Idade da Terra, a obra prima do século XX sobre o imperialismo, “a tirania decorrente da dominação estrangeira”, segundo Amorim. O nacionalismo do cinema novo repercutirá no Itamaraty de 2003 com Samuel Pinheiro, para quem a periferia é o centro do mundo, insurgindo contra a peste resignada da sociologia cepalina até o Cebrap, a justificação ideológica do inexorável domínio anglosaxônico, no qual o eminente Celso Furtado foi tragado por Wall Street: a história começou na Grécia e acabou nos Estados Unidos!

Samuel Pinheiro consignou o verdadeiro desígnio da política externa: “A América do sul é a circunstância inevitável, histórica e geográfica do Estado e da sociedade brasileira”. Como dizia Oswald de Andrade, é a América do sol situada no trópico úmido. A política externa com uma matriz energética e tecnológica adequada à natureza física do país, a qual ainda não foi dimensionada pelo governo Lula, pois este recusa o ideário da escola da biomassa energética preferindo repercutir a melancólica alienação da Cepal, ou seja, a concepção equivocada da tecnologia como variável externa, pacotes tecnológicos agregados fora do país, o que hoje corresponde ao truque de substituir o desenvolvimento social e econômico pelo combate assistencial à pobreza e à fome com teologias caridosas da má consciência.

Samuel Pinheiro mostrou o ardil sociológico feagaceano - “país injusto” e não “país subdesenvolvido” - que colocou em nosso peito a culpa exclusiva pela miséria. Os brasileiros somos culpados. A culpa mora é dentro de casa. Triste é a substituição do príncipe da moeda pelo príncipe da esmola. A esmola como o antídoto do desenvolvimento. A substituição da miséria da filosofia pela filosofia da miséria. O sacolão da caridade foi criticado pela “estética da fome” glauberiana desde 1965. O grande lance é erradicar a pobreza, e não governar para pobres.


http://onacional.zip.net/arch2005-09-01_2005-09-30.html


Gilberto Felisberto Vasconcellos é doutor em sociologia pela USP e professor na Universidade Federal de Juiz de Fora.

Uma carta de uma aluna de Psicologia da UNIPAC

Oi Lucio.
Amanha acontecera na faculdade as 19h um manifesto da nossa turma. A faculdade nao teve autorizxação do MEC p abrir nosso curso, é este o grande problema, por causa disso o CRP nao aceita fazer nossos registros ´permanentes.
Ele so ira EMITIR UM REGISTRO PROVISORIO, MAIS Q PODERA SER CAÇADO HA QUALQUER MOMENTO SE O MEC SE MANIFESTAR NEGATIVAMENTE.

VAI LA AMANHA Q LHE CONTAMOS DETALHES P VC DIVULGAR NO SEU BLOG. FALOU?

ABRAÇOS
ANA PAULA

Um Pornô Verde

Poema

ANOTAR



A nota explica

o indizível,

refaz no personagem

a memória desabitada.



A nota esclarece

a vicissitude

do embate. Embota

o som da rua.



A nota dedilhada

com alegria ao dever.



A nota agrupa

mentiras

contextualizadas.



(Pedro Du Bois, inédito)

Diálogos Impertinentes: Blognovela Penetrália 14

Susan Judia: Cíntia,amo de paixão o Pe. Fábio. Queria (...).

Cíntia: Você também? Deve ser divino fazer amor com ele!

Reinaldo Pedroso: Não, Susan, não! O Fábio te Melo, não! Lúcifer! Lugo! Profano! Metrossexual! Susan, querida, salva a tua alma… Beijo aflito.

Collor: tem quem goste até hoje

De xexéu e rola bosta cada um do outro gosta...Vejam essa aí do Garschagen, lincado aí embaixo no post falando sobre André Sant´Anna:


Brasil, meu Brasil brasileiro
Maio 25th, 2009 | Category: Blogues

Duas personagens históricas abriram o Brasil ao mundo: em 1808, D. João VI abriu os portos do país; em 1990, Fernando Collor de Melo, fez a segunda abertura dos portos.

Resultados?

D. João VI, cujo filho, D. Pedro I, declarou a independência do país, só reconheceu a independência após um tratado de reconhecimento no qual o Brasil assumia dívidas de Portugal (coisa pouca: 2 milhões e meio de libras esterlinas).

Collor, o primeiro presidente eleito por voto direto (em 1989) após o governo militar inaugurado em 1964, foi chutado da presidência num processo de impeachment por denúncias de corrupção e tráfico de influência.

Resumos no Shvoong

Os resumos do Shvoong valem a visita. O Shvoong quebra muitos galhos:

http://pt.shvoong.com/writers/gmcribeirodemoraes/

segunda-feira, 25 de maio de 2009

"Você não suportaria a verdade!"

Laerte Braga





“You can't handle the truth!” Essa fala escolhida a 29ª melhor da história do cinema. Está no filme “A few good men” – “Questão de honra – e foi dita por Jack Nicholson interpretando um coronel da marinha dos EUA comandante de um grupo na base militar de Guantánamo, território cubano ocupado pelos norte-americanos e hoje transformado em campo de concentração de presos políticos.



“Você não suportaria a verdade!”



O filme do diretor Bob Reiner não é nenhuma obra prima, mas é um bom filme. Trata do julgamento de dois fuzileiros navais – mariners – acusados de assassinar um companheiro. Tom Cruise, um tenente da marinha e advogado, prova que a obsessão por segurança e acendrado amor à pátria foram os fatores responsáveis pela morte do fuzileiro e por conta de uma ordem de um coronel – Nicholson – fascista lato senso.



O código “alarme vermelho”. Sinônimo de pare tudo e vá defender a pátria. A pátria, a propriedade privada, os bancos, as grandes corporações, os senhores do mundo.



O principal objetivo do filme, com quatro indicações para o Oscar, é de 1992, foi mostrar que não há lugar para crimes contra os direitos humanos nos Estados Unidos e os responsáveis são punidos. Os fuzileiros que cumpriram ordens acabam absolvidos, o coronel preso.



E Tom Cruise abre caminho para a sua assistente, também oficial da marinha, a atriz Demi Moore. O mocinho e a mocinha.



A reação do chamado mundo cristão, democrático e ocidental ao teste nuclear subterrâneo realizado pela Coréia do Norte reforça esse tipo de fanatismo democrático, ou pelas liberdades, como dizem os norte-americanos. O hino nacional fala em conquistas “nossa causa é justa”. Eles deliberam sobre esse caráter de justa da causa deles.



Segundo a Casa Branca – agora na versão vaselina – a Coréia do Norte transgride normas de segurança e da paz mundial, coloca em risco essa segurança e essa paz – que não existe – Os governos da Coréia do Sul, do Japão e lógico, das colônias na Comunidade Européia fazem coro aos EUA. Israel aproveita-se para tentar ampliar a insensatez sionista atacando o Irã.



“Você não suportaria a verdade!”. Quando Jack Nicholson diz isso no filme está apenas confirmando todo o espectro de terror e barbárie que envolve as ações militares e de inteligência dos EUA mundo afora. Guantánamo, as prisões no Iraque e no Afeganistão. A associação com o presidente narcotraficante Álvaro Uribe da Colômbia e agora o veto do Congresso à proposta do presidente Barak Obama de fechar a base militar em território cubano. As pressões para que não sejam mostradas as cenas de tortura – “asfixia simulada”, explicitamente citada por Obama – os estupros de militares do próprio país por fuzileiros defensores da democracia cristã e ocidental.



O coronel, no filme termina preso. É a exceção. A regra é o seu procedimento. A imagem que o filme tenta transmitir é a do triunfo dos direitos humanos sobre a boçalidade. Mais ou menos como eu faço assim, você deve obedecer, mas você pode ter certeza que eu faço assado.



E é o que acaba prevalecendo. A imagem de justiça, logo, de causa justa.



A Coréia do Norte iniciou suas pesquisas para a fabricação do que chamam “artefatos nucleares de guerra” há cerca de cinqüenta anos, quando o governo dos EUA ameaçou jogar uma bomba atômica sobre a capital do país. Enviou cientistas a antiga União Soviética e lá buscou os meios para chegar ao estágio atual de desenvolvimento de armas atômicas.



Há cinqüenta anos atrás era forte a lembrança da destruição das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki por duas bombas nucleares lançadas pelos norte-americanos.



“A saída, onde fica a saída?”. É a pergunta de uma sobrevivente a esse holocausto de pavor no filme “Hiroshima mon amour”, do cineasta francês Alain Resnais. Um dos maiores da história do cinema.



As grandes redes de tevê, os grandes jornais e as grandes emissoras de rádio dos EUA, da Europa, suas extensões em países como o Brasil – GLOBO, BANDEIRANTES, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO, etc – não mostram um décimo da estupidez sionista contra palestinos na “legítima defesa” que invocam para garantir seu território e tomar terras e água palestinas. Para isso prendem, torturam, estupram, seqüestram, matam e dispõem de armas nucleares.



Em seguida colocam outdoors nas terras palestinas anunciando loteamentos com segurança absoluta e a preços de perder de vista.



Já o Irã, sob constante ameaça de ataques militares por parte de Israel e dos EUA é o grande vilão da história.



Armas nucleares são uma estupidez. Armas de um modo geral num sentido mais amplo são uma estupidez. Mas se um tiver, é justo que outro tenha. Pode soar trágico, pode assustar, mas é a maneira encontrada pelo governo da Coréia do Norte para evitar as constantes tentativas de golpes, de situações criadas pela inteligência dos EUA para intervir no país.



Em 2002 a mídia privada da Venezuela montou um golpe de estado contra o presidente Chávez em comum acordo com empresários, banqueiros e latifundiários do país, sempre em conluio com militares “patriotas” e tudo montado e dirigido pela Casa Branca.



Em cima de notícias falsas prenderam o presidente Chávez e foi a reação popular, três dias depois, que o trouxe de volta. Como tem sido a decisão do povo venezuelano que o mantém no governo.



O Departamento Federal de Combate às Drogas do governo dos EUA listou o presidente Álvaro Uribe da Colômbia como ligado ao narcotráfico, como antigo parceiro e beneficiário das “contribuições” de Pablo Escobar, um mega traficante, mas mantém o Plano Colômbia. Uma ação conjunta com o governo do narcotráfico para combate às guerrilhas das FARCS-EP e do ELN. Dominam cerca de cinqüenta por cento do território do país. Na velha desculpa matei porque ele atirou primeiro, imputam às guerrilhas a responsabilidade pelo tráfico de drogas.



O número de assassinatos oficiais na Colômbia é assombroso. Sindicalistas, opositores do governo e Uribe parte agora para um novo mandato mudando a constituição do país e à revelia da vontade popular, induzida ao medo e conduzida pelo medo. Gerado pelos portadores desse vírus de democracia cristã ocidental.



Consuma. Se consumo existo.



Quando o ator Jack Nicholson disse, no filme “Questão de honra” que “você não suportaria a verdade!” estava se referindo à realidade e não à ficção de Hollywood. Quando Hollywood tentava não ser ficção um senador, no final da década de 40 e início da de 50 do século passado, Joseph McCarthy, desencadeou uma ofensiva paranóica contra “comunistas” infiltrados no cinema. Dentre eles Charles Chaplin. Foi para o exílio. Quando o ator Marlon Brando, por muitos considerado o maior de todos os tempos, criticou o controle de grupos judeus sobre Hollywood foi avisado que não conseguiria mais um único papel se não retirasse as suas palavras e se retratasse.



Não se trata de defender a decisão da Coréia do Norte que explodiu um “artefato” mais forte e mais potente pelo menos quatro vezes que o primeiro há alguns anos.



Trata-se de legítima defesa diante da insânia dos donos do mundo.



O que foi a invasão do Iraque? Uma farsa montada em cima de armas químicas e biológicas que Saddam teve um dia. Fornecidas por norte-americanos para combater a revolução islâmica e popular no Irã e não tinha mais. O que é Osama bin Laden? Um combatente muçulmano fanático gerado pelos EUA, gerado e financiado para lutar contra os russos no Afeganistão.



“Você não suportaria a verdade!” parece mais um ato falho, um momento de clímax do filme, talvez até uma tentativa de alerta, de denúncia, mas a verdade é exatamente aquilo que não se deixa ver. O que é exportado é o modelo Tom Cruise, a ficção.



Assim que nem a surra que tomaram no Vietnã e depois Rambo foi lá resolveu tudo a sua maneira.



Quando Perón era presidente da Argentina dois eram os principais jornais do país. LA NACIÓN e LA DEMOCRACIA. Se dizia que Perón vendia LA NACIÓN e pregava LA DEMOCRACIA.



Os Estados Unidos vendem a Disneyworld, ou Tom Cruise, ou Sharon Stone cruzando as pernas num momento de frisson supremo, mas pregam e executam as barbáries que no fundo são a verdade não suportável.



A Coréia do Norte é um minúsculo país – território – na Ásia. Sua bomba é legítima defesa só isso. Do contrário os norte-coreanos serão obrigados a suportar a tal “verdade”. E essa “verdade” vem desde os tempos que James Monroe, presidente dos EUA, disse que “a América para os americanos”. Consolidou-a Theodore Sorensen Roosevelt. Sua política era do do big stick. O grande porrete.



Ou como diz Hilary Clinton, “esperamos que Cuba tome atitudes de reforma para a democracia e os direitos humanos para restabelecermos nossas relações normais e começarmos a conversar sobre o bloqueio”.



É. A culpa é de Fidel Castro.

Bossa Trash

http://www.erratica.com.br/opus/92/bossa_trash.html

Eu sempre disse que um dia alguém ia fazer uma bossa trash...taí, ó!

Jim Morrison improvisa uma ode a Nietzsche

Adorei esse vídeo. O único equívoco é que o amigo que socorreu Nietzsche não é Auerbach e sim Franz Overbeck.

Collor na Band: Lexotan?

Vi uma entrevista de Collor na Band. Ele para mim é como um flashback de LSD, ver sua cara séria que me lembra Jânio e seu sorriso é como Clark Kent sorriria se insinuassem que ele é o super-homem.

A maior inverdade que ele disse: que FHC fez muitos livros onde via a história pela ótica marxista-leninista. Bullshit. Os livros de FHC são de sociologia e ele mistura Karl Marx, Weber e Durkheim desde o primeiro O Empresário Industrial e o Desenvolvimento Econômico, de 1964, feito, naquele ano tumultado, para mostrar que os empresários não iam bancar as teorias da esquerda (leia-se PCB). FHC nunca foi comunista. Era um centrista. A dissertação (aliás, bastante chata de ler, ruim e confusa no capítulo final que li) terminava com a frase: "subcapitalismo ou revolução socialista?" Já sabemos a resposta...

A maior verdade que ele disse: não adianta pena de morte nem redução da maioridade penal, a solução para a criminalidade é o investimento na educação integrando saúde, lazer, esporte nas escolas ao estilo dos CIEPS de Brizola e Darcy Ribeiro e que Collor chamou "CIACS".

Ele também comentou que FHC deu entrevista na Rolling Stone recente onde afirmou que o depoimento de Duda Mendonça era suficiente para fazer um impeachment contra Lula, mas não existiam as condições políticas para isso. Eu quero ler essa entrevista! E, ao ver cenas do debate Lula/Collor em 89, vejo que as críticas de Lula a Collor valem, hoje, só para ele mesmo: "muita gente é eleita com propostas progressistas e depois só governa para os ricos..." Ora, Collor nunca escondeu que era um liberal. A palavra fetiche dele era "modernidade" e não "progresso", se não me falha a memória.

Disseram que a velhice, para ele, teve o efeito de um Lexotan. Mas a entrevista, para mim, infelizmente não.


Ele fez papel de Marcelo Anthony no passado: um doidão falando com o fígado. Agora ele é Tarcísio Meira. E cada vez mais poderoso: está à testa da comissão de infra-estrutura da CPI da Petrobrás.

Anotem aí: minha impressão foi que o sonho mais profundo que ele acalenta é voltar como presidente. Quando perguntaram isso, ele deu o sorriso do Clark Kent...

Inverdades de André Sant´Anna X Bruno Garschagen

André Sant´Anna, autor de Amor e Sexo, está lançando o livro Inverdades hoje, segunda, dia 25, na Mercearia São Pedro, a partir das 19h, em São Paulo.


Eu admiro profundamente André pela coragem que enfrentou o crítico Bruno Garschagen. Vejam aí embaixo:



http://brunogarschagen.com/2007/07/28/andre-santanna-e-o-paulo-cesar-pereio-da-literatura-brasileira-recente/

sábado, 23 de maio de 2009

Força estranha derruba Caetano Veloso em show




Um comentário de fã: "somente Caetano para transformar um simples tombo em uma performance genial!"

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Yeda Crusius Credus

Novo nome da governadora: Yeda Crusius Credus!

Lula, Kerensky, Dilma e o buraco do Paquistão

E esse imbrólio de Dilma com câncer e peemedebistas e petistas querendo terceiro mandato para Lula! É surreal demais. A candidatura dela já tinha até blog! Lula virou queremista, dizem. Acho que ele é anarquista! Que dó que dá de gente que torce para o PT numa hora dessas. Até Zé Dirceu se indignou em seu blog: pô, "duas táticas"?

Já até juntaram as assinaturas necessárias para fazer um projeto de emenda constitucional, parece, permitindo o novo mandato para Lula...

E leio sobre o Paquistão/Afeganistão em O Tempo, um artigo de Nivaldo Murad. Nele, "descubro" que Kerensky foi um general russo! Vou olhar isso direito...um dia Paulo Francis deu chilique porque disseram que ele era menchevique. Isso eu me lembro: ele do partido social-revolucionário, mas politicamente era um liberal.

A biografia de Alexander Kerensky que encontrei:

Advogado, Kerensky foi, a partir de 1912, membro da quarta Duma, representando o grupo de Toil, um partido moderado. Após a Revolução de 1917, foi presidente do soviete de Petrogrado, ministro da Justiça do governo provisório e ministro da Guerra. Como primeiro-ministro da jovem República Russa (de julho a novembro de 1917), prosseguiu a guerra contra a Alemanha, na qual o país sofreu a "ofensiva de verão", para descongestionar a frente ocidental, que resultou em grande derrota. Conseguiu impedir o golpe de Estado levado adiante pelo general Lavr G. Kornilov, mas não correspondeu às expectativas do povo russo, nem, nas palavras de Lênin, às suas necessidades de "pão, paz e terra". Com a Revolução de Outubro e o assalto ao Palácio de Inverno por bolcheviques, emigrou para a Europa Ocidental. Viveu nos Estados Unidos a partir de 1940.

A crítica neoclássica do Digestivo

Pacheco: um exemplo da crítica que se faz por aí. Foi publicada no Digestivo Cultural. Só faltou o crítico lembrar que Gerald não fez uma exposição de bunda e sim uma montagem de Tristão e Isolda, né?


Quarta-feira, 3/9/2003
A bunda do Gerald Thomas
Alessandro Silva

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A bunda do Gerald Thomas é uma bunda branca de passarinho.

Ela apareceu quando o público protestou contra a adaptação de Tristão e Isolda no Teatro Municipal do Rio de Janeiro pelo diretor teatral.

Agora está sendo processado por “ato obsceno”.

O diretor defende-se alegando que vai processar quem o processou por “desconhecer a lei e por falta de mobral”.

Em entrevista, citou o Nelson Rodrigues:

– O mesmo público que vaiou “Vestido de Noiva” ( 1953 ) é o público que agora me vaia. Só que antes eles jogavam tomates. Pena não terem jogado nenhum, pois assim eu poderia ter garantido a janta.

Ele prosseguiu:

– Em Londres, eu seria vaiado por uma apresentação convencional. Esse país ( o nosso Brasil ) é de uma cafonice sem tamanho. Já foi em festa da alta sociedade? Usam prata falsa; com coisas de segunda. Isso aqui é o México, a Venezuela.

E:

– E o que tem de mais mostrar a bunda? O Brasil não é o país das bundas? Não é o país que vende e exporta bundas? Isso é de uma hipocrisia sem tamanho!

Quem for assistir à Art Revolution, mostra de arte moderna da galeria Tate de Londres acontecendo no pavilhão da Oca dará razão ao Gerald Thomas.

Não se trata de mera excentricidade. As obras da Tate chegam a ser esquizofrenicamente ofensivas em relação ao público.

Exemplos?

Humpty Fucking Dumpty, do artista plástico Bill Wodroow, onde o mecanicismo e a vulgaridade do sexo é representado por uma espécie de carroça formada por caixas de madeira empilhadas e atadas por uma roda a uma ferramenta de arar.

As obras livremente críticas em relação à indústria farmacêutica do artista plástico Damien Hirst, compostas por vitrines comerciais contendo rótulos ampliados de frascos de remédio – ao invés do nome do medicamento, o nome de uma comida típica pertencente a uma dada região, como por exemplo “charque”, ou “chucrute”.

E a arte descrente de Barry Flanagan, que contesta até a si mesma, como em Casb 2´67 ( 1967 ), obra que recria uma paisagem com quatro cones como montanhas e uma corda muito grossa como rio.

Flanagan que certa vez disse para seu mestre, Anthony Carro:

“Eu poderia alegar ser escultor e fazer tudo menos escultura”.

Gerald Thomas, na verdade, pôs em prática uma idéia do Morissey, cabeça dos Smiths, que na canção "Nowhere Fast" ( 1985 ) diz:

I’d like to drop my trousers to the world (...)
I´d like to drop my trousers to the Queen.

Mas não é justo comparar o público brasileiro com o público londrino.

Como exigir discernimento de um povo que forma opinião através do “Jornal Nacional”?

De um Brasil cujo Ministro da Cultura não passa de um violeiro simplório?

Com a palavra Wilson Martins:

– Somos imaginados pelos estrangeiros como um bando de índios desfilando de tanga pela avenida Rio Branco. ( Revista República, fevereiro/98 )

Ou Bruno Tolentino:

- Não é a toa que até em Portugal os brasileiros viraram piada. Ouvi uma que provocava gargalhadas logo à primeira frase. Um intelectual brasileiro ia começar a ler Camões quando a banda passou e... ( Revista Veja, 20/03/96 )

Mas o público de Londres teve um poeta como T.S.Eliot para lançar-lhe na cara seu fracasso social:

Unreal City
Under the brown fog of a winter dawn
A crowd flowed over London Bridge, so many,
I had not thought deat head undone so many
Sighs, short and infrequent, were exhaled
And eahch man fixed his eyes before his feet.

O público de Londres teve En Attendant a Godott ( 1952 ) em casa para denunciar-lhe o absurdo da existência.

No Brasil, Esperando Godot não provocou reação nenhuma, como no caso de Art Revolution, onde durante as duas horas e meia em que permaneci na exposição, o único comentário que ouvi foi:

- Que horror!

Proveniente de uma Penélope Charmosa - daquelas que tem nojo até de dar bom dia - depois de deparar-se com uma obra composta pela fotografia de uma minúscula casa feita com a pele do próprio artista plástico que sofria de uma doença do gênero.

Se estivesse em Londres, ou Paris, talvez a Penélope teria levado o seu.

Certa feita, durante uma exposição sua, Picasso respondeu a uma senhora bisbilhoteira:

- O que significa esse quadro? Esse quadro, minha senhora, significa cinqüenta mil dólares.

Picasso respondendo a um general francês atônito com “Guernica”:

- O que eu fiz não; o que vocês fizeram.

Mas estamos falando do Brasil, da telenovela, do rock chinfrim, do cinema insolitamente sádico, e da literatura de auto-ajuda.

Oscar Wilde sabia ser a arte imoral por natureza – indo além, algo mau. Mas o que explicar para os homens de cultura geral, aqueles para quem foi preparada a cartilha Flaubert de idéias feitas?

A arte não parece desejar compreensão.

Tristan Tzara gostou de ser vaiado em Paris durante a primeira guerra à leitura de seus Sete Manifestos Dada.

Como seria compreendido pelo público alguém como o poeta francês Tristan Corbière que em Paris, lá por 1880, protestando contra uma lei estúpida que obrigava aos donos de cães mantê-los na coleira durante os passeios, adquiriu uma corrente de quarenta metros para passear com o seu?

Como foi compreendido o silêncio de John Cage ou as buzinas e hélices de avião com função instrumental durante as apresentações sinfônicas de Georg Antheil?

Como foi compreendido Ferreira Gullar quando vestiu-se como um maloqueiro para assistir a uma exposição do Museu de Arte de São Paulo?

E, finalmente, como seria compreendida a bunda de Gerald Thomas?

Alessandro Silva
São Paulo, 3/9/2003

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Lou Salomé e Nietzsche

Nietzsche: Lou, de que estrela caímos um para o outro? Quer casar comigo? Tenho sífilis.

Lou: casar contigo? Não, tens sífilis e assim perderei minha pensão.

Blognovela Penetrália parte 13: nada a declarar

Uma peça escrita por : [=


Apresento a vocês a breve blognovela ”Nada a Declarar; Tudo a Ocultar”, inspirada neste Post (Nada a declarar, de Gerald Thomas) e na blognovela do, digamos, símbolo. Ela, portanto:

”Nada a Declarar; Tudo a Ocultar”

Personagens:

Gerald, o gênio;

Vampiro; o genioso;

Bahuan, o taxista indiano;

Narrador, o gostosão.

Parte primeira:

Narrador: -Sem dúvida a noite nova iorquina, sombria e amarga, trazia depressão para os homens mais vibrantes. Era o caso de Gerald Thomas, o grande. Grande porque, além de sua estatura em razão de sua dieta macrobiótica, era um reconhecido dramaturgo, ator, poeta, artista pós-moderno, dançarino e apreciador de pizzas excentricas. Mas nada disso evitou a escuridão sobre seu olhar e ele saiu na tempestade a gritar socorro.

Gerald: -Socorro!, socorro!, táxi!, táxi!

Táxi amarelo pára para o Gerald.

Gerald: - Nossa! Que ótimo vê-lo senhor taxista. Você é maravilhoso. Eu sei que aparento um tando doido; sabe, cá entre nós, mas tenho vergonha de parecer doido varrido. Desculpe-me, senhor.

Taxista: - Imagine! Quanta modéstia e simpatia…

Narrador:- Gerald ansiosamente interrompe o taxista e indaga:

Gerald: -Qual o seu nome, querido?

Taxista indiano: -Bahuan.

Gerald: -Lindo. Gostei, Bahuan. Agora me leve para o meu terapeuta… Por favor.

Bahuan: - Qual o endereço, senhor?

Gerald: - O das estrelas.

Bahuan: - Decerto.

Um dos celulares de Gerald toca ( som da configuração inicial do celular).

Gerald: Quem é?

Vampiro: Eu; não?

Gerald: Eu quem?

Vampiro: Eu, ora. O Vampiro.

Gerald: - Porra! Eu já falei que quero aquele Blog em ordem…. Poh!, Vamp, meu amor…

Vampiro: - Tudo bem… Depois eu te ligo. Vou dar um jeito. Tchau.

Bahuan, de repente, freia bruscamente e Gerald bate a cabeça no banco frontal.

Gerald: - Ai!… Mother fucker!… Preste atenção, meu senhor!, … Olha!, eu preciso ir ao terapeuta e quero chegar vivo. Meu querido, mais atenção…

Bahuan: Pode descer. E que tal uma sugestão de subtítulo para seu blog? Blog do Thomas: aqui o público atende pela porta de trás.

Gerald: Obrigado, Baquian.

Narrador: - Não mais chovia e no mais suntuoso e belo edifício do Brooklin, Gerald adentra… Para ele nunca, nunca mais sair e revigorar suas tantas máscaras e fantasias que lhe fazem sobreviver do jeito que é.

FIM.

E o Godot não chegava...

Essa semana vi uma mulher no Jô, não sei se cantora ou atriz, dizendo que a primeira peça que ela viu no teatro foi Esperando Godot. Ela explicou assim: "E aqueles dois falando...e o Godot não chegava...e terminou e o Godot não chegou e eu voltei no dia seguinte, para ver se eu entendia..."

Homenagem a Pietro Nassetti, um super-homem

Para entender essa postagem vcs devem ir ao
www.naogostodeplagio.blogspot.com
Vale muito a pena!
Essa tradutora mostra como muita tradução brasileira é copiada
de traduções portuguesas, por exemplo.
Nietzsche é uma das grandes vítimas.



6/04/2009
nossa homenagem
em abril há vários "dias do livro".

dia 2 é o dia internacional do livro infanto-juvenil (dia em que nasceu hans christian andersen).
dia 18 é o dia nacional do livro infantil (dia em que nasceu monteiro lobato).
dia 23 é o dia mundial do livro e do direito autoral (do autor, não do copirraite!), instituído pela unesco porque juntou um monte de gente nesse dia: morreram shakespeare e cervantes, mas também nasceram nabokov, druon, vallejo e outros mais.

então, em homenagem ao grande paladino brasileiro do livro e do direito do autor, martin claret, apresentamos à direita uma mostra da superprodução de seus fiéis colaboradores. começamos, como não poderia deixar de ser, com pietro nassetti.

viva a martin, viva a fbn/isbn, vivam as feiras do livro da usp, vivam todas as escolas com suas teses e ementas de curso martinescas, vivam todos os solidários claretianos! viva brasil!

em tempo: agradecemos à livraria cultura e às livrarias curitiba. todas as imagens do slideshow com uma parte da superprodução nassettiana provêm de seus sites. viva a elas também!

Beckett na revista Sinal de Menos

Confiram lá:


www.sinaldemenos.org.br

RA, Simonal e a Máquina Difamatória

Vi na TV trechos do documentário do Sr. Casseta sobre "o homem que torturou o Caetano", Wilson Simonal, na excelente coluna do Nelson Mota no Jornal da Globo, que atualmente é um dos melhores programas da televisão.

Preciso ver o documentário todo antes de falar, mas me pareceu honesto e simpático. Reinaldo Azevedo e a Veja já tascaram que a esquerda é que enterrou vivo o Simonal.

Nos trechos que vi ninguém colocou sua decadência na carreira na conta da esquerda. Essa palavra nem sequer foi falada. Há muitos anos o jornalista Rodrigo Mehreb, do Tempo, falou no assunto e comentou que Vandré foi o mártir da esquerda e Simonal, da direita.

O problema é que RA não aceita as críticas a Simonal ainda hoje, assim como repudia os "milionários" do Pasquim, Ziraldo e Jaguar. Ele não deixa a peteca cair de jeito nenhum. Se Fidel fica, ele reclama; se sai, pau nele. Se falam em Foucault, ele retruca algo como "entre eu e o careca, separa que é briga". Coitado, queria ver ele discutindo a fundo os argumentos do Foucault com esse azul e vermelho de professorzinho, de tiozinho. Alguém tem de falar para ele que professor não corrige mais de vermelho. Agora não é mais considerado pedagógico -- mas já sei o que ele vai dizer...É a pedagogia do chicote, mesmo!

E repisa suas obsessões. Ele acusa a esquerda de, ainda hoje, dar pernada três por quatro, atacando quem não tem nada a ver e de manter uma "máquina difamatória".

Gerald Thomas foi atacado por equívoco por RA nessa estratégia mesma da "pernada três por quatro", quando GT romanticamente falou da revolução cubana nos anos 60, mais ou menos como seu amigo Jabor. E a máquina desceu a ripa em Jabor e Gerald, atacados por gente como Hélio Póvoa (Mídia Sem Máscara ou CIA mascarada?) por serem franquifurtianos, fidelistas que mostram a bunda participando do eixo do mal latino-americano e outras vaias bobocas.

No entanto, nada se encaixa melhor na descrição de uma "máquina difamatória" do que o blog dele, com tentáculos para colunas de Diogo Mainardi e referências elogiosas a Olavo de Carvalho e o Paulo Francis da última fase, notórios "maquinistas". Agora é Obama que leva "pernada". Ele faz tudo o que o manual não aconselha a blogueiros: caluniar (imputar a alguém um crime, mesmo que sendo verdade) e difamar (insultar: fulana é idiota, burro, sem educação).

A desciclopédia é que matou a charada. Quando vc pergunta lá Reinaldo Azevedo, ela responde à moda da wikipedia: "você quis dizer calunista?"

kkkk!

Vik Muniz X Diogo Mainardi: Dá-lhe, Vik!

Nas cartas de Veja:

"Eu gostaria de agradecer a Diogo Mainardi pelo interesse e tradicional eloquência com que criticou (ou elogiou, até agora não sei) o meu trabalho ("Mister Maeker, 13 de maio). Agradeço, pois, ao Diogo, que, apesar de pessoalmente ser uma pessoa formidável, intelectualmente é um gabiru recalcado cuja única contribuição para a cultura local tem sido uma constante e enfadonha reinvenção da demagogia como forma de entretenimento. Muito obrigado por me comparar com Mister Maker. Adoro e recomendo o programa, especialmente para o Diogo que, como crítico de arte, demonstrou ser confuso e não enxergar um palmo além de parcos estereótipos".

Vik Muniz, Rio de Janeiro.

(kkkk!)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ministério público contra Sílvio Santos

Agora que o MP vai investigar os abusos de Sílvio Santos contra Maysa, vale a pena ver essa paródia, na verdade bem melhor do que o programa:


terça-feira, 19 de maio de 2009

POEma do Onze de Setembro

Existe sentido em escrever um poema sobre setember eleven?
Existe poesia após Auschwitz?
O corvo...j´ai perdu mon Euridice...
Gerald Thomas tudo viu e chorou
chapado de rivotril.
Tantas vítimas inocentes.
Existem inocentes?
Os niilistas russos e suas bombas:
Sartre
NINGUÉM É INOCENTE!
Gluck, Orfeu, Obama, Bush
Afe-ga-ni-ser-tão.
Bao tamem na bandeira de Minas
Escrito por dupla breganeja.
A volta dos bravos é tão banal
Os bombeiros morreram soterrados.
Eu ia chorar no final do filme
Aí veio Taleban e a última etapa do capitalismo
E Lênin e coisa e tal.
E chorei chorando.
Não chove mais. A rocha vermelha
No poema não era como o Francis falou.
A revolução. Ah, a crítica.
Maio não é um mês cruel não.
A morte de inocentes virou performance?
Pergunto ao fantasma de Stockhausen
E ao poeta Sebastião Antunes.
É preciso derrubar as torres de novo?
Pergunto ao Ramiro-filosofix
Se as torres estavam na Bíblia.
Estava escrito, estava escrito.
Henrique Hemídio, na bunda do mosquito.
É inverno, minha pele
Guimaraesrosianamente se arrupêia
Penso em escrever à la Mallarmé
Mas é outra besteira.
Os livros são uma carne triste
E estão todos comidos.
Guantánamo é uma instalação moderna.
Ninguém fugiu de lá, não é mesmo,
Partido republicobama?
John, HelpWay!
O corvo preto Groza:
Anu preto, ânus nosso.
Quando eu vou ver o rosto de Lenore?
O corvo disse
Never more.

Hai Kai Cueca

A cueca no chão:
cato.
Exercício de dedicação


Um hai kai em homenagem a Maria Mariana.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Feijoada com carne de soja e os móveis de acaju

De uma crítica inesquecível em O Tempo de algum tempo atrás: segundo o crítico (que não assinou a nota), o disco da banda Móveis Coloniais de Acaju em estúdio não ficou tão bom quanto ao vivo.

Ele estaria para o show ao vivo como uma feijoada ficaria se a carne de porco fosse substituída por carne de soja, carne light...

Feijoada de carne de soja...que coisa grotesca. Indigesta até para antropófago.

Ainda bem que o cara não assinou. Quem criticou o Zi & Zek do Caetano na Veja também não assinou...esse pessoal é cagão demais. E o cara ainda lascou que o que estraga o disco e a banda é...o Caetano...

O que estraga essa crítica é o crítico, o resto é light!

Carmen Miranda e Wittgenstein

Como o Henrique Hemídio e o James já devem ter notado, adoro aproximar figuras antípodas tais como Carmen Miranda e Wittgenstein, sobre quem escrevi um artigo para a Broca Literária, vejamos se vai sair.

Mas já aproximei Fidel de Cristiane F e achei direita e esquerda em Se eu fosse você II.

Agora (somente nessa postagem) aproximo dois antípodas que trabalham com teatro: Rodrigo Contrera e Maria Mariana.

Maria Mariana é atriz, escritora e mãe de quatro filhos:


http://confissoes10anosdepois.blogspot.com/


Eu entendo perfeitamente a volúpia de Maria Mariana de ser mãe: se minha memória não falha, em Confissões de Adolescente, a peça, a parte mais tensa e engraçada (segundo quem viu na época) era quando ela falava de seus abortos (foram três ou quatro?).


Já Rodrigo Contrera é casado e não tem filho algum. Há muito ele debate com a esposa se devem ter filhos. Ele fez um blog para a peça dele, Somente uma pequena prova de amor, apresentada ano passado. Confiram o blog dele e o da peça:


comentariosdocontrera.blogspot.com

somenteumapequenaprovadeamor.blogspot.com

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Filho também falha: a vida torturada de Gregory Hemingway

Newsday.com
http://www.newsday.com/features/printedition/ny-p2cover2470306nov19.story?coll=ny%2Dfeatures%2Dprint

THE SON ALSO FALLS
From elephant hunter to bejeweled exhibitionist, the tortured life of Gregory Hemingway.

By Nara Schoenberg CHICAGO TRIBUNE

November 19, 2001
Miami



ON HIS last night as a free man, Ernest Hemingway's youngest son slipped on a demure black cocktail dress and made his way to a small private party in the upscale Miami enclave of Coconut Grove.

He introduced himself to friends as "Vanessa" and spent much of the evening in the kitchen, chatting with millionaires in country club attire. Guests say he didn't get drunk. He seemed to be in good spirits.

"The odd thing about it was, he looked happy," says writer Peter Myers, who had never seen his old friend dressed as a woman before.

"I'd say he looked about 20 years younger. He looked comfortable." But things took a rapid turn for the worse, as things often did in the life of Gregory Hemingway, a doctor who had lost his medical license, a writer who hadn't published a book in 20 years, a husband who had been divorced from four wives.

Less than 24 hours after he successfully introduced his female identity to some of his oldest and most respectable Florida friends, he resurfaced in the nearby community of Key Biscayne.

Perhaps he wanted to celebrate his triumph at a local bar, a friend says. Maybe he intended to take a walk on the beach.

What is clear is that at about 4 p.m. the next day, Sept. 25, the burly transsexual was seen parading down a main Key Biscayne thoroughfare, naked, with a dress and heels in his hand. Taken into custody by an officer who described him as "very nice" and perhaps mentally unstable, he was charged with indecent exposure and resisting arrest without violence.

After a medical exam showed he had undergone a sex change, he was jailed - on a mere $1,000 bail - at the Miami-Dade Women's Detention Center.

On Oct. 1, his sixth day in jail, Hemingway, who suffered from high blood pressure and heart disease, rose early for a court appearance, began to dress and suddenly collapsed in his underwear onto the concrete floor.

The third son of the 20th century's most resolutely macho literary figure had died, at age 69, in a women's jail.

Gregory Hemingway's journey from elephant hunter to bejeweled exhibitionist, from the boy who appeared to have everything to the prisoner in cell 3-C2, was long and winding, marked by many detours and numerous contradictions.

On this much, however, friends and family agree: He suffered from manic depression, a form of mental illness. Even in a family tormented by chemical imbalance - Gregory's father, paternal grandfather, uncle, aunt and niece all committed suicide - the man who sometimes called himself Gloria was notably tormented.

"He had hundreds of shock treatments, and he kind of got to like them," says Jeffrey Meyers, who wrote one of several major biographies of Ernest Hemingway. "It was like an addiction. Most people are terrified of shock treatments. If you read Sylvia Plath's 'The Bell Jar,' it's not something you would willingly do."

There are many who remember Gregory Hemingway as unfailingly gentle and generous, but when he was in the manic - or euphoric - stage of his disease he could be reckless, even violent. He had a string of arrests in Florida and Montana, where he spent his winters, including one in which he threatened to expose himself and kicked a police officer in the groin.

Other factors in Hemingway's decline, his associates say, may have included a chaotic childhood, a complex relationship with his mother and a sometimes overwhelming desire for acknowledgment from his famous father.

And then there were the dresses.

At the heart of Hemingway's tangled tale was a lifelong flirtation with femininity that enraged Ernest, that epitome of swaggering American machismo, and led to a series of father-son confrontations that scarred Gregory as a boy and haunted him as an adult.

The battles date back to at least the early 1940s, when, according to Gregory's friend, the poet Donald Junkins, Ernest walked in on Gregory - then about 10 - while his athletic young son, the skeet shooter with the mischievous grin, was trying on his stepmother Martha Gellhorn's dress and nylons. Ernest "went berserk," Junkins says.

Father and son appear to have remained close for several years after that, with Ernest even tutoring the boy he called Gig for a career as a writer. But by the time Gregory was 19, he and Ernest were locked in bloody psychological warfare over the lure of silk and taffeta.

It was a battle that would span much of the son's life and continue for decades after the father's death.

***

Ernest Hemingway was a man who got what he wanted: the biggest fish, the prettiest girl, the Nobel Prize. And in 1931, the man they called "Papa" wanted a daughter.

The birth of a third son, Gregory Hancock Hemingway, on Nov. 12, was an added complication in an already shaky marriage.

"My father had wanted a daughter badly," Greg wrote in his 1976 book, "Papa, a Personal Memoir." "So to my mother, my birth meant that she, or perhaps I, had blown this last chance to make her lovable egomaniac happy." His mother, Pauline Pfeiffer, the second of Hemingway's four wives, left much of Greg's early upbringing to a "'verness" named Ada, who, according to Greg, tended to respond to even minor misbehavior by screaming, packing her bags, and fleeing down the stairs. His father was a warmer figure, and although he was frequently absent - reporting, writing and romancing his next wife - Greg adored him.

Strong, stocky and keenly intelligent, the dark-eyed boy, who fed ducks tenderly and shot them accurately, in many ways resembled his father, who once said Greg "has the biggest dark side in the family, except me." Father and son shared a similar steely determination, and by age 11, Greg was showing signs of the same athletic gifts.

That was when Ernest entered his son in the Cuban pigeon-shooting championship. Greg defeated more than 140 contestants, including some of the best wing shots in the world, to tie for top honors. There were articles about him in the Havana newspapers. His father was thrilled. But if there was triumph, there was also tumult.

Ernest ran through four wives by the time Greg was 15. He drank heavily and allowed his young son to do the same. Greg recalls in his memoir having his father cheerfully prescribe him a Bloody Mary - the boy was maybe 12 - as a cure for a hangover.

The conflict over cross-dressing had worsened by 1951, when, according to the standard account of Hemingway family history, Greg, then 19, got in trouble over his use of a mind-altering drug.

THE incident prompted Ernest to lash out viciously at Greg's mother, Pauline, in a bitter phone call. The story might have ended there, but unbeknown to anyone, Pauline had a rare tumor of the adrenal gland that can cause a deadly surge of adrenaline in times of stress. Within hours of the phone call with Ernest, she had died of shock on a hospital operating table.

Ernest blamed his son for Pauline's death, and Greg, who was deeply disturbed by the accusation, never saw his father alive again.

That basic chronology is not in dispute, but the biographer, Meyers, now acknowledges that there was an element missing. It wasn't Greg's drug or alcohol use that caused Ernest to berate Pauline shortly before she died, he told the Tribune. "I had to cover that over a little bit in my book, because I was very close to the family and I really couldn't wound them ..." Meyers says. "But Ernest knew about Gregory's cross-dressing way back in '51, and that was the cause of the dispute; not, I think I called it, drug-taking or drinking." After his mother's death, Greg, apparently depressed, interrupted his pre-med studies and retreated to Africa, where he drank too much and shot elephants - at one point 18 in a single month.

It wasn't until nearly a decade later, in 1960, that he felt strong enough to resume his medical studies and respond to Ernest's charges. He wrote his father a bitter letter, detailing the medical facts of his mother's death and blaming Ernest for the tragedy.

Within months, Ernest showed serious signs of mental illness. The next year, he would kill himself, and once again Greg would wrestle with guilt over the death of a parent.

"I never got over a sense of responsibility for my father's death," he wrote in his memoir, "and the recollection of it sometimes made me act in strange ways."

***

If Greg was devastated by the death of his father, he also confessed to a profound sense of relief. As the body was lowered into the ground, he reflected that never again would he disappoint the old man.

What followed was perhaps the most productive period of Greg's life. He graduated from the University of Miami School of Medicine in 1964, and married what was by now his third wife, Valery Danby- Smith, the mother of three of his eight children. Living in New York and Montana, he practiced medicine, the profession of his paternal grandfather.

"He was a physician at heart," says his eldest daughter, Lorian, 49, a writer. "The passion was there." In 1976, he published his book about life with his father. Compassionate but unflinching, it opened with an admiring introduction by Norman Mailer and is still highly regarded by Hemingway scholars.

Precisely when Greg's demons caught up with him is unclear, but by the early 1980s, the storm clouds were gathering. Meyers, who spent a week with Greg and Valery while researching his book on Ernest in 1983, recalls that Greg's marriage was breaking up and he was acting in peculiar, and sometimes reckless, ways.

"He was very good-looking. He was very smart. I mean, you could have some interesting talks with him. He was also, always, very crazy," Meyers says.

By the early 1990s, Greg's finances were so precarious - he was routinely spending every dime of the checks he received monthly from the family estate - he at one point lived in his beat-up Volkswagen. Apparently considering a sex change, he had gone so far as to have a single breast implant, leaving the other side of his chest flat.

He and Valery had been divorced, and his medical license had been suspended in both Montana and Florida - the reason is not known because officials in Montana, where the licensing problems originated, say they have lost the records.

But when he and Junkins, a Hemingway scholar and retired University of Massachusetts English professor, began running into each other socially in Miami in 1991, it wasn't his present problems that Greg wanted to talk about. It was his past.

He told Junkins, who would later serve as best man at Greg's fourth wedding, about the fit Ernest threw when he caught Greg cross-dressing as a boy.

"Gregory was 60 years old, and this is the first thing he tells me," Junkins says. "He says he never got over it: the raging wrath of his father." Thirty years after his death, Ernest Hemingway was back in his son's life.

***

By 1995, the final showdown between father and son was well under way, with Greg rejecting not only his father's hyper-masculine code of conduct, but masculinity itself, in an act that some consider courageous and others depict as the final, desperate act of an unbalanced mind.

For the most part, Hemingway lived as a man after his sex change. He had the same deep voice, the same muscular build. Rather than adding a second breast implant, he had the first removed at some point in the 1990s.

He stayed with his fourth wife, Ida Mae Galliher, a fine-featured blonde who drove a Mercedes convertible and was much admired by Coconut Grove's graying jet-setters. Florida records show the couple divorced in 1995, after about two years of marriage, but friends say they continued to live together in Ida's gated coral-rock cottage.

"He was a very heterosexual guy, I guarantee it," Junkins says. "He and Ida weren't putting polish on each other's nails." Ida, who declined to be interviewed for this article, told the Miami Herald shortly after Greg's death that she and Greg remarried in Washington state in 1997.

Hemingway mostly went by the name Greg or Gregory in the Grove, where he frequented the Taurus Ale House, a neighborhood bar and restaurant, in men's attire.

"He'd hang out in the afternoon, drink beer with us and talk," recalls Taurus regular Charley Brown, 62, a writer. "And he was just one of the guys." Rumors about Greg's personal life did flourish, and occasionally he would be spotted cross-dressing. But in resolutely artsy, often bizarre Coconut Grove, Greg Hemingway wasn't the most unusual guy in the bar.

"Not by a long shot," Brown says.

Hemingway's apparent reluctance to let go of his male identity could be explained by many factors, among them the potential for embarrassment. But it does seem a remarkable coincidence that, in getting a sex change, Greg chose perhaps the one path most likely to pain and embarrass his father - and then went on living his life much as before.

It's also interesting to note that when he did assert his femininity, he sometimes seemed more interested in creating a spectacle than completing a process of sincere self-transformation.

Perhaps the most dramatic example of that occurred in 1995, when Hemingway, then 64, boarded a Miami bus, made a series of sexual advances toward the male driver and threatened to break his jaw.

When police arrived, Hemingway was standing outside an Amoco station, dressed in women's clothing and talking incoherently. Pulling up his skirt, he said to one of the officers, "Let me show you that I'm a woman." The police officer reminded him he was in public and told him to put down his skirt. Hemingway responded by kicking the cop in the groin. It took three police officers to handcuff Hemingway, who pleaded guilty to a felony charge of battery on a police officer, but was never convicted.

***

The Miami-Dade Women's Detention Center is a long way from the Miami of snow-white sailboats and gated Spanish mansions where Greg Hemingway celebrated the running of the bulls at the annual Pamplona Party in Coconut Grove.

A battered pay phone stands outside the center, a bland, four-story building framed by scrub grass, a highway overpass and a series of rusty pipes enclosed in a chain-link fence.

Inside, the faint smell of disinfectant lingers in a pale green lobby with peach trim. A row of broad- shouldered, unsmiling women play volleyball in a narrow courtyard.

Hemingway, who was examined by a corrections medical staff, was classified as female and assigned here "basically because of his genital organs," according to Janelle Hall, a spokeswoman for the Miami-Dade corrections department. "It would have been an injustice to hold him in a male facility," she says.

Hemingway, who died of heart disease and high blood pressure on Oct. 1, spent the last days of his life on the third floor, in a private cell used for high- profile inmates. The room is 10 feet by 10 feet, with a steel cot and two narrow windows.

Staff recall him as "a very big, robust, very learned sort of person," Hall says. "He did not give us any problems." At the jail, his death was just another in the long series of hard-luck tales common to the place. To the outside world - his obituary, which referred to his sex change and various psychological problems, ran in publications across the country - it may have seemed a scandal and sensation.

But in Coconut Grove, where Hemingway was well known and well liked, it was a tragedy, a tragedy that some say could have been prevented.

Standing outside the house where Ida Hemingway still lives, handyman Terry Fox speaks of his friend Greg in the present tense as he fixes the automatic gate Greg smashed with his car shortly before his death.

"I don't think they should do that to him, ya know?" he says of Hemingway's incarceration. "We're real upset about that. I mean, the average burglar gets out the next day."

Lorian Hemingway goes further, claiming that her father didn't receive vital medication while in jail.

"I do not know to whom to assign blame," she says, "But I think his having been incarcerated for five days on a bail of a mere $1,000 and having his life end because he could not have the medication he needed is a criminal act, outright." Ida Hemingway told the Miami Herald that she called the jail repeatedly, but that she didn't bail Greg out because she thought he needed help.

Hall declined to comment on whether Hemingway received his high blood pressure medication in jail, citing inmate confidentiality. Larry Cameron, director of operations for the Miami-Dade Medical Examiner Department, declined to comment on medical details, saying Ida Hemingway had requested that the family's privacy be respected.

Greg Hemingway apparently did not contact his friends, several of whom said they would have been more than happy to supply the $100, or 10 percent, required to secure his release on bond.

***

Guests cried openly at Greg's small, private memorial service in Coconut Grove. Hemingway's children spoke of the good times.

"These kids adored him. It says a lot about Gregory," Junkins says. "They know everything. Of course they do. You know, he was their father."

Exiting the turn-of-the-century Spanish mission church where the service was held, glancing back at the twin splashes of hot-pink bougainvillea framing the front door, it must have been easy for those who attended to think comforting thoughts about God, nature and the afterlife.

But it's not at all clear that the deceased himself would have taken refuge in such consolation.

If he had proved one thing during his long and torturous battle with his father's shadow, it was that he, too, was a Hemingway: stubborn and self-destructive, but also fierce and uncompromising.

Forty years before, he had considered voicing comforting cliches at his own father's funeral, he wrote in his memoir.

He had envisioned the old man alive, aware and dreaming, a spirit united at last with earth and sky.

But, he wrote, such visions seemed small to him, and their comfort shallow. And his father would have considered such visions absurd.

"Atoms can't dream, Gig," he could hear his father say. "No use deluding yourself, old pal."



Chicago Tribune is a Tribune Co. newspaper.





A Family History

IT'S SAFE to say there are few families as fascinating as the Hemingways. Here is a brief look at some of the family members and their lives and their problems:

Start, of course, with Ernest. Regarded as one of America's greatest authors, he won a Pulitzer Prize in 1953 and the Nobel Prize a year later. His adventures included driving a Red Cross ambulance during World War I, covering the Spanish Civil War as a news correspondent and living in Africa, where he went on countless safaris and survived two plane crashes. All pretty macho stuff. But he also was the boy whose mother, Grace, dressed him and his older sister, Marcelline, as twins. Some speculate that was the root of Ernest's attitude toward women - he long resented Grace and refused to attend her funeral, married four times and had countless affairs. He died in 1961, the victim of a self-inflicted shotgun wound, after years of physical and mental problems. He was 61.

Clarence Edmonds Hemingway, Ernest's father, took his own life in 1928. Suffering from diabetes and depression and facing debts, he shot himself to death with a Civil War pistol. He was 57 years old.

Grace Hall Hemingway, Ernest's mother, was a former singer and music teacher. She was extremely protective of her first son. As he grew older, he rebelled against her nurturing - and later against her criticism of his work. To friends, he referred to her as "the bitch." She died in 1951 at 79.

Marcelline Hemingway was Ernest's older sister and the sibling to whom he was closest. She maintained a famous correspondence with her brother for many years. Marcelline died in 1963, two years after Ernest. She was 65.

Ursula Hemingway Jepson, Ernest's younger sister, having survived three cancer operations, committed suicide with a drug overdose in 1966. She was 64.

Another sibling, brother Leicester Clarence Hemingway, 67, shot himself to death in 1982 after a series of health problems.

Carol Hemingway Gardner, Ernest's youngest sister, was estranged from her brother after he objected to her choice of fiance and she married the young man anyway. She today is the last surviving Hemingway sibling.

Madelaine Hemingway Miller, nicknamed "Sunny," typed portions of her brother's novel "A Farewell to Arms," and later played the harp with the Memphis Symphony. She died in 1995 at the age of 90.

Jack Hemingway, Ernest's oldest son, had a pretty interesting life in his own right. His godparents were Gertrude Stein and Alice B. Toklas, whom Ernest had befriended in Paris in the '20s; his early days were recounted in his father's "A Moveable Feast"; he was a decorated World War II veteran who spent six months in a German POW camp; and he wrote several books, including one about his father, and three on fishing. He died in 2000 of complications following heart surgery. He was 77.

All of Hemingway's former wives are deceased. Martha Gellhorn, his third wife, died most recently, in February 1998. Gregory's mother, Pauline Pfeiffer Hemingway, died in 1951 at age 56 of an undiagnosed tumor.

Actress/model Margaux Hemingway, 41-year-old daughter of Jack, died of a drug overdose in 1996. Her younger sister, Mariel, continues to appear in films and on TV.

Hemingway's sole surviving child is son Patrick, born in 1928. He continues to promote his father's memory as a member of the advisory board of the Hemingway Foundation of Oak Park.



Chicago Tribune

Batman é preso: o mundo é de Batman

"O mundo é de Batman", dizia Caetano Veloso de gola rolê, numa de suas primeiras entrevistas, ainda na revista "Realidade", em 1967.

É 2009, hoje eu faço 35 anos e realidade acabou há muito.

Bait-man (Batman?) foi preso, escuto no telejornal. Ele tinha saído pela porta da frente de um presídio de segurança máxima, pois é um ex-policial.

O nome do grupo de milicianos de Batman? Liga da Justiça!

O mundo é de Batman, mesmo! Caetano é um profeta.

Crítica de Polígono das Secas, de Diogo Mainardi (kkk, não resisti)

Literatura de outdoor


Polígono das secas. Diogo Mainardi, São Paulo, Companhia das Letras, 1995.



Tem escritor que escreve pensando em construir uma biografia: a sua. O livro é apenas um suporte de uma projeção pré-elaborada. Polígono das secas é sujeito e objeto desse tipo de arrivismo narcisista ou carreirismo disfarçado de anticarreirismo. Ou melhor: perda total da noção do ridículo, o conflito entre o capuz de preposto, enfant terrible e a frauda de enfant lord. São aspectos que resumem o desejo de ser maldito ou ser mal dito do outdoor. A idéia de forjar uma aureola de “maldição” em torno do autor está na base da concepção do livro: ser do contra pelo simples desejo de ser do contra. Este tipo de procedimento, questionável ou não, como forma de representação artística, não deixa de ser um recurso válido. Quando “cola”, dá dinheiro, prestígio — assim como, também, não deixa de ser uma atitude sofismável, comprometedora da idéia de ousadia estética. O que é lamentável em um país tão carente de novos influxos criativos na arte de escrever.

Polígono das secas é uma alegoria, uma narrativa des/contínua sem tempo e espaço definidos. Disposto em capítulos curtos como retalhos de um sertão sem carne e sem osso, celebra Untor, uma espécie de anti-herói sub-cibernético, um benzedor às avessas, escatológico. Maneta, um olho de vidro, manto preto, lenço vermelho, barba ruiva e um caldeirão de ferro para unções fatais, Untor é papangu com porte de nobreza de papafigo. Um simulacro subnutrido da leitura sertaneja de Glauber Rocha, em Deus e o Diabo na terra do sol e O dragão da maldade contra o santo guerreiro. Ou mesmo da metacrítica evocativa da prosa roseana do próprio Glauber, em Riverão Sussuarama, para ficarmos ao pé da letra.

Polígono das Secas é uma reportagem telegráfica baseada em fontes “bibliográficas” (como se orgulha o autor), mais fechada à imaginação, sobretudo do leitor. É um livro de autista para autista. O recurso da intervenção transita da tese à ausência de tesão, através de um discurso autoritário, tipo “Para fins dessa história, considera isso, proíbe isso, acha isso e aquilo”. É mal-humorado, porém carente de ironia. E isso é o maior castigo para o tamanho do balaio de pretensão do autor. Pela forma como reduz o argumento técnico da intervenção a um distanciamento físico e crítico, impossibilitando o leitor o diálogo e a cumplicidade, tem-se a impressão de que o apelo a esse recurso revela a carência de fôlego e a “mediocriativide” do autor.

A desvinculação da literatura da vida é outro imbróglio da empreitada de Diogo Mainardi, iconoclasta de segunda-mão. No meu sertão tribalizado, vale tudo, tudo vale. Não há uma mínima densidade humana. Há uma inquietante equivalência ética e moral entre os senhores e os servos de tal absurdo que o autor é incapaz de diferenciar os usineiros de Alagoas dos favelados que se alimentam de carne humana nos lixos hospitalares de Pernambuco.

Na pretensão a “pus-moderno”, o filho do sucedido publicitário paulista dirige sua meta/crítica (se há) rala ao culto da miséria, ao sadomasoquismo, á visão idílica e lírica do sertanejo em escritores com Euclides da Cunha, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, e poetas como João Cabral de Mello Neto. Uma simplificação, o oposto da tese que o autor propunha sustentar no espaço da criação literária”. E mais: desvincular o fenômeno social da literatura brasileira sem a compreensão humana é um reles deboche. Colocado no plano da construção artística, Polígono das Secas, perto da operação (possível/impossível) fantástica da literatura de cordel, também é nada.

Nessas circunstâncias, não tão absurdas, imagine-se à luz da intolerância do crítico Derivaldo, digo, Diogo Mainardi. Qual seria a largura de sua sentença ou a extensão de sua pena, ante a excessiva arbitrariedade (derivada da ignorância profissional) com que opera os signos e símbolos nordestinos em seu Polígono das Secas ? Se o autor tivesse estendido o “focinho” em direção à complexidade de um Gilberto Freyre ou de um Josué de Castro, talvez aprendesse a escrever.

P.S.: Para fins explícitos ao leitor, o resenhista recomenda a leitura — sem ordem de grandeza — dos livros Ana de Veneza, de João Silvério Trevisan, Amor?, de Ivan Ângelo, O anjo do adeus, de Ignácio de Loyola Brandão. E recomenda àqueles possíveis leitores de PS que se sentirem lesados pelo pretenso romance à milanesa que procurem o PROCON de sua cidade.





Arnaldo Xavier

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Abaixo-assinado em defesa da UEMG: eu já assinei!

Caros amigos,

A Universidade do Estado está passando por sérios problemas. Peço para leiam o seguinte manifesto e assinem o abaixo-assinado no link abaixo com vistas a se tentar estabelecer uma possibilidade de diálogo com o governo de Minas Gerais para que se possa caminhar no sentido de consolidação de uma verdadeira universidade pública.

Peço-lhes que também encaminhem esse email para que possamos obter o máximo de assinaturas possível.

Abaixo-assinado em defesa da UEMG: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/4278


André Duarte
Professor
FAE/CBH/UEMG

terça-feira, 12 de maio de 2009

Filme sobre Aécio no Youtube

Estreou semana passada na Current TV nos EUA e no dia 27 de maio no Reino Unido o filme 'Censurados no Brasil'. O filme trata das relações entre governos e a mídia e as pressões sofridas pelos profissionais de mídia e jornalistas.

O filme explora as relações entre o Governo de Minas Gerais e a mídia no país, e como ele usa seu poderio economico para suprimir críticas e construir a imagem do Governador Aécio Neves, através de investimentos publicitários.

É um filme ágil de 8 minutos, com entrevistas e exemplos.
Por favor, assista o filme e espalhe a mensagem, já que esse não é um problema exclusivo de Minas Gerais, mas algo que acontece em todo o Brasil e no mundo.

Uma versão com legendas em portuguës do filme já apareceu no YouTube.

domingo, 10 de maio de 2009

Ernesto Sábato, em El Túnel

Para um amigo bipolar: "Quantas vezes essa maldita divisão de minha consciência tem sido a culpada de tantos fatos atrozes!"

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Blog do meu amigo Pierre Doury

A propósito do ano da França no Brasil, divulgo um blog de um amigo francês que comenta romances policiais atuais:


http://dunoirmaispasque.canalblog.com/



J´ai écris une petit texte inspiré dans votre dernière voyage au Brésil:


http://www.thedrillpress.com/broca/broca.shtml

Si tu faisait plaisir, je veux savoir ta opinion.

Je t´ambrasse, ton ami
Lucio Jr

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Heiner Muller, um dramaturgo em trânsito (fragmento de artigo de Leonardo Munk)

A primeira preocupação que eu tenho quando escrevo para o teatro é destruir as
coisas. Durante trinta anos, Hamlet foi uma obsessão real para mim. Procurei
destruí-lo, escrevendo um texto curto, Hamletmaschine. A história da Alemanha
foi uma outra obsessão e eu tentei destruir essa obsessão, todo esse complexo. Eu
acho que o impulso principal é desnudar as coisas até o seu esqueleto, libertá-las de
sua carne e superfície. Então você termina com elas
. (LOTRINGER in KOUDE-
LA, 2003. p. 98)

Como observou Müller, o caso do Hamlet-Máquina (Die Hamletmaschine) é paradigmático.
Segundo a rubrica do texto, a personagem de Ofélia, que se encontra em uma cadeira de rodas em um cenário apocalíptica pelo qual passam peixes, ruínas, cadáveres e pedaços de cadáveres, diz, incorporando a voz de Electra, o seguinte:


Aqui fala Electra. No coração das trevas. Sob o sol da tortura. Para as metrópoles
do mundo. Em nome das vítimas. Rejeito todo o sêmen que recebi. Transformo o
leite dos meus peitos em veneno mortal. Renego o mundo que pari. Sufoco o
mundo que pari entre minhas coxas. Eu o enterro na minha buceta. Abaixo a
felicidade da submissão. Viva o ódio, o desprezo, a insurreição, a morte. Quando
ela atravessar os vossos dormitórios com facas de carniceiro, conhecereis a verdade

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Santos Drummond....

Hemídio, essa é para você.

Outro dia me perguntaram:

--Você conhece Santos Drummond, o poeta do avião?

Como disse o Jô ontem: CATAPULTA!

Diogo e Machado, Fellini e Glauber

Há tempos que estou para falar essa: Lucas Mendes e Diogo Mainardi escreveram artigos sobre Barack Obama, o BO. Ou melhor, sobre o Bo, o cachorrinho português de Obama. Diogo Mainardi, em sua republicanice contra Obama, comparou-o com Quincas Borba, que também tinha um cachorro chamado Quincas Borba.

O absurdo é que Diogo Mainardi acha que Machado de Assis é ele e que aquele trecho de filosofia de Quincas Borba onde se lê a famosa frase "ao vencedor, as batatas", de um determinismo fatalista (Malthus?) é "a" filosofia de Machado de Assis! Não, senhor. É a filosofia de um personagem que enlouquece e morre logo a seguir.

Por mais que se possa interpretar uma obra de inúmeras formas, existem interpretações que devemos proibir por constituírem contra-senso. Essa do Diogo é uma. Aquela filosofia de Quincas está lá para ser parodiada e destruída. Machado não gostava daquelas filosofias cientificistas e fez o possível para ironizá-las. Há até quem identifique a loucura de Quincas a um desmoronamento psíquico causado pela homossexualidade. E essa leitura se baseou na descrição de como o andar de Quincas era comentado pela sua extragavância.

Tanto Machado ironizou essa linha de pensamento que um seu representante, Sílvio Romero, caiu de pau em Machado acusando-o justamente de híbrido estéril, mulato neurótico, relacionando sua cor da pele com suas características psicológicas: pessimismo, melancolia, cinismo, etc. Consta que Machado ficou muito sentido com essas críticas, realizadas com base naquilo que era "o fino" da sociologia, da biologia e da filosofia na época impactadas por Darwin.

Uma vez Diogo ironizou Glauber por dizer frases como "Fellini é mulher!" Ora, mas isso pode ser interpretado como algo como: "o cinema de Fellini é feminino". Já a interpretação de Diogo nos faz lançar uma indagação: "Diogo é Machado"?

Na-na-ni-na-não...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Pollock, Pasquim, Boal...

Pessoal, estava sem blogar, recuperando-me de uma gripe. Como encontrei meu tio que chegou de Goldensbridge anteontem, mamãe me disse que eu poderia ter pego a gripe "incubada", uma vez que ele não está doente.

"Incubados" em Cuba estão meus muppets da blognovela, aguardando no underground para fazer um número.

Ainda não é a "Swing Flu" nem a "Influenza A". Olha, parecem nomes de peças de vanguarda, escrevendo assim!

Por falar em vanguarda, lendo o caderno de TV do Estado de Minas, verifiquei o seguinte: a novela Caras e Bocas, conforme a entrevista do descamisado Marcos Pasquim que li, realmente possui uma crítica a essa "arte que a gente cultua, mas não entende"...hummm...Mas o Pasquim, que fica sem roupa nas novelas para poder esconder seu talento mínimo, disse que gosta de Jackson Pollock...

Lendo a matéria sobre o Boal, verifico uma foto dele com a cabeleira revolta, organizando um "trenzinho" em 1980, no estilo em que a gente fazia em aulas de teatro com a agora escritora radicada na Espanha Angélica Sátiro, no início dos anos 90! Mas não é o trenzinho do caipira do Villa-Lobos, nem o que a Walt-checo produtchions queria me dar nem o que os beckettianos bears à la John Goodman fazem aí pela web.

Villa-Lobos é o lobo do homem. "Quanto é um infinito mais um infinito? Zero. O infinito não existe. É uma brincadeira de uma brincadeira", disse meu sobrinho Daniel São Tomás de Aquino, filosofando aos oito anos com a cocaína oswaldiana da infância.

E a escândalo do Lugo faz os cinquentões lembrarem os bons tempos onde os padres tinham amantes mulheres! E o Lugo, dizem, é galanteador: a moça que arrumava a cama dele disse: "precisa de mais alguma coisa?" E o lugaucho: "Preciso de VOCÊ"

Como dizia Francis: "waaaal..."

Noticiário é pesadelo. Nada pior do que ficar vendo a TV aberta esses últimos dias: tortura em Minas, cenas de Guantánamo e Abu Ghraib em um presídio mineiro, ameaça de revolta; um mineiro de Corinto assassinado após festa em homenagem a Adolf Hitler em Curitiba...mãe com o filho autista (e não artista, observem) pede ajuda pois vive na miséria...e por aí vai. A Band entrevista o governador de Roraima falando que os arrozeiros tinham que ficar, senão os índios vão ficar sem "elo com o branco", vai virar "zoológico de gente"...Ah, tá. Eu queria moquear esse governadorzinho que é a cara de um estudante de Contábeis aqui da minha cidade. Tacape na cabeça da Band!

Pobre Alphonsus Romanus: para ele, Maliévitch é um buraco negro que suga as almas dos artistas neoconcretistas, que seria mera cópia masturbatória de Maliévitch. O autor da novela do chimpamzé (neoconcretista?) do Marcos Pasquim (que faz um pintor expressionista mas é ator sem expressão) concordaria. Como ninguém aguentar mais ouvir ele brigar com os concretos, ele insiosamente volta à carga, batendo agora com toda a força para derrubar os "enigmas vazios"...Como eu disse, um livro sobre a arte contemporânea que chama "enigma vazio" é como "Elzira, a Morta Virgem". Ou seja, pelo título já sei quem morre no final...

Acabei chorando.

Saiu um texto meu na revista Questão de Crítica (wwww.questaodecritica.com.br): Notas sobre o Teatro de Gerald Thomas. Um tal de André Luiz comentou assim: "todos no mesmo balaio?" Não entendi. Só porque o texto fala sobre Brook, Beckett, Brecht, dentre outros?


E publiquei também um sobre Cabeça de Negro, do Paulo Francis, romance que faz trinta anos esse ano, na Broca Literária. A Broca é

demais! Confiram:
http://www.thedrillpress.com/broca/broca.shtml