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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Blognovela revista cidade sol: Crise no Teatro (cont.)

(Acendem-se as luzes. A platéia discute o destino do teatro El Senor).


Francinny: Como diria Hamlet "O resto é silêncio". E agora, teatro decadente, bilheteria falida, e o elenco que mais serve para fazer uma Micareta, o que me resta agora. Só me falta aparecer o maldito do fantasma do Rei, aí não dá, sério preciso montar uma peça com o que tenho.

Eisenhower da Silva: Ô Dona Maria, que negócio é esse de que o teatro parou e agora vocês da ralé vão gerir? De jeito nenhum! Acabou foi a mamata de vocês! Eu cortei o dinheiro da Hamletdonald´s mesmo. Vocês terão que procurar subsídio no estado, se quiserem. Eu dou 1/12 do que eu dava e você se vira, Francinny. Mas essa ralé para gerir, nunca!

Horácio: É isso aí! É um choque de capitalismo no teatro, um choque de gestão. Vamos nos preocupar com a competência, de agora em diante. Vamos cortar atores e fazer um ajuste teatral.

Capitão do Exército (Sobe e discursa de um parapeito do teatro especialmente estragado): Vocês são jovens drogados! Cozinheira, você está sob efeito de pílulas alucinógenas!

Eisenhower da Silva: Leve-a de volta para a cozinha. Francinny, quero que continue essa peça...como é mesmo o nome?

(O Capitão do Exército entra em cena e conduz a Cozinheira de volta para a cozinha. Fernando, Sorocaba e Marcelo fogem para a coxia).

Marcelo: tenso, hein!

Eisenhower da Silva: Mesmo com a crise, é preciso que as cozinheiras cozinhem, que os mentirosos mintam, que as máscaras mascarem, que os sapatos sapateiem.

Osryka Yourself: É fazer mais com menos! Vocês tão com Einsenhower no banco de reservas e estão reclamando?

Marcelo: Agora vamos fazer as pazes com a falha de São Paulo, Battisti vai embora por meio de decisão do STF.

Horácio: Ah, agora sim, estou gostando, meus direitos autorais serão respeitados. O falecido rei Luís era muito show business.

Marcelo: Nunca na história desse país um rei fez tanto quanto o rei Luís. Dobre a língua para falar dele.

Horácio: Rei morto, rei posto.

Francinny: Então amanhã continuarei a peça de qualquer forma! Voltem todos às nove horas amanhã (sai preocupada para os camarins).
(Ensaio da peça, bastidores do teatro de El Senor. Entra o fantasma do Rei Luís, com a aparência do ator que fez André Luís em Nosso Lar).

Fantasma do rei Luís (recita solene um poema):

O INTELECTUAL É UM URUBU
COM UMA PENA DE PAVÃO
ENFIADA NO CU!!!


Francinny (irritada): Para, para, para tudo. Ai, meu Deus. O seu diálogo não era esse...Você tinha que me contar um segredo, sabe, um segredo.

Fantasma (bufão): Um par de sapatos vale mais do que Shakespeare!!!!!

Francinny (com a cabeça entre as mãos): Ai, vou chorar, não é isso não...

Coveiro sem Terra: ah, não, batinha branca, florzinha, violininho, paisagem...É uma novelinha espírita da Globo!

Fantasma: Putz, você queria ouvir "eu te amo porra" até depois da morte? Pelo menos no além vamos ouvir música erudita, porra.

Horácio: Você vai reunir teatro e poesia, as duas artes que menos dão dinheiro na história da humanidade?

Marcelo: Vamos entrar nesse filão espírita e ganhar dinheiro para reconstruir El Senor. É por uma boa causa!

Francinny (dirigindo-se ao Fantasma): Você acha que o além se parece com esse cenário brega aí? Não, temos que mudar tudo de novo!

Horácio: É que o além está num processo de brasilização. Einsenhower da Silva institucionalizou a burrice e...

Marcelo: Ora, dá um tempo! Você dizia que a gestão de Osryka e Einsenhower ia ser um chavismo plebiscitário!


(Francinny, exausta, debate em separado com o fantasma do rei Luís quando cresce, ao fundo, um rock).

O rock do Ronald

Rock do Ronald

O Rock do Ronald

Do Ronald Mcdonald´s!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Blognovela Revista Cidade Sol: O Nascimento de Hamlet



,
(Cenário: teatro da Companhia Milkshakespeare. Explode a rivalidade entre os atores brasileiros que ficaram e os que fugiram para Londres. Pagando o desfalque brasileiro com o dinheiro do desfalque londrino, eles são aceitos entre os atores brasileiros, mas em punição foram obrigados a fazer um treinamento com o BOPE. Ofélia tornou-se uma agressiva lésbica masculina e Hamlet ficou a cara do Wagner Moura representando o Capitão Nascimento. Francinny, vendo a enorme confusão em que se meteu, tenta enxertar uma cena de Hamlet-Nascimento nas S. A. Fadas, mas o resultado é um grande briga entre duas fadas).

(O palco de S. A. Fadas). Chega o Capitão Hamlet Nascimento em meio ao diálogo das fadas com o Belo Adormecido, como se S. A. Fadas fosse a peça que existe dentro da peça Hamlet. O rei Cláudio vê S. A. Fadas e, constrangido, sai para rezar. Nascimento-Hamlet vai atrás e vê Cláudio rezando junto a uma santa, num cantinho do teatro de El Senhor.


Hamlet-Nascimento (vê Cláudio rezando): Cláudio, Cláudio, você não me escapa agora. Você é culpado de tudo. Dessa peça de merda que fomos obrigados a ver. Foram idéia sua os desfalques que fizemos aqui e em Londres, tudo culpa sua, vagabundo.

Cláudio (parando de rezar): Não, eu não. Foi do grupo, minha não.


Hamlet-Nascimento (pega Cláudio pelos cabelos): Foi culpa sua Ofélia ter se tornado lésbica! Você é uma biba, falô, seu rei do plágio, seu bosta. Você é a pica do aspira.

Ofélia chega, vestida como uma “tiazinha” bregachique, brandindo um chicote: Vai-te aos homens, não esqueça o chicote!


Hamlet-Nascimento e Ofélia dão uma surra em Cláudio, que sai berrando inocência. As S. A. Fadas terminam a peça e chegam para ver o que está acontecendo. Elas encontram o Fantasma do Pai de Hamlet.

Fantasma do Rei Hamlet: Eu quero que vocês façam um blog. Poderia se chamar Blog do Vamp.

Sandra Paucanhoto: Arrasou!!!

Blognoma Mulher Q. Kerr: Que coisa mais brega!! E comunidade no Orkut: “eu vi o fantasma do pai do Hamlet”, você não quer que faça não?

(O Fantasma desaparece. Entra uma mulher vestida estranhamente. É a Maga Lynguystyka, pitonisa do oráculo de Gargólios. Ela dirige-se à diretora da S. A. Fadas, Francinny, e começa a fazer uma crítica tão enigmática como sua figura).

Maga Lynguystyka: Francinny, você podia corresponder mais, fazer de um espaço uma possibilidades de troca de Cyber-Cultura. Mas, a questão da Histeria e o Inconsciente e as manias das pessoas das pessoas que falam SEM ´MÍNIMO de CONSCIÊNCIA do que fala , mas fala com seus NARCISOS E EGOS, é foda. Nessa coisa chata, aborrecedora q é ter q ler o Inconsciente mais q consciência das pessoas - e o pior é q a gente é escritora experiente em linguagem e literaturas como VOCÊ, - descobri que no fundo mesmo, VOCÊ e nós somos JORNALISTAS, mais que só escritores.
Ter que q encarar uma relação ONLINE e essas ferramentas com o objetivo de escrever para JORNAIS. E os jornalistas são super tranquilos, apesar de eu encontrar montes de "hiperativos e estressados". Mas, você mostrou q é uma perfeita JORNALISTA colocando com super critérios suas peças S. A. Fadas aqui. E tendo a paciência de aguentar como uma professora "driblar" O JEITO das pessoas escreverem, e os mal-entendidos, e a falta de PERCEPÇÃO. OH COISA CHATA!!!
Pior q a gente vê gente que tem puta currículo e a gente escreve coisas idiotas, sem pensar!! Nossa, só congelando essa gente mesmo, ou "contornando" tipo passando por cima ao invés de considerar. Não levar a sério. e muito HUMOR. Já tive recentemente experiência de 'energia ruim mesmo' de ler e falar com pessoas q deveriam ter uma boa linguagem, transparência e flexibilidade, mas não tem , e muito paciente, como meu psicanalista, eu passo por cima ,e ouço considero, e tento conversar, mas a conversa não rende, cara!! então, há milhões de pessoas novas que podemos encontrar e jamais teríamos esta "coisa pesada de ter q aturar" uma pessoa arrogante e egóica. E tái as novas ferramentas e inovações p nos ajudar.

Francinny (sem saber o que dizer, tentando pegar uma vírgula): E sobre a peça, gostou, né?

Maga Lynguystyka (voltando a falar): Então, há milhões de pessoas novas que podemos encontrar e jamais teríamos esta "coisa pesada de ter q aturar" uma pessoa arrogante e egóica. E tái as novas ferramentas e inovações p nos ajudar.

p te dizer a verdade, eu não gostei tanto ás vezes, quando rolou de sentar, pq AS S. A. FADAS não tem IMAGENS e RECURSOS .É só a LETRA o DISCURSO. Então, eu fico pensando.ah vou ter q deixar o link até passar p minha WINDOW etc etcetc .É esse tempo PRESENTE mais aqui e agora q desta NOVA INTERNET q dinamiza e desafia a gente a repensar o USO de cada DISPOSITIVO/FERRAMENTA aqui entende?

Francinny (tenta falar, sufocada): Então você...

Maga Lynguystyka: Pronto,é isso. Espero q vc mantenha seu e-mail. E que imigre p um NOVO VEÍCULO MEIO DE COMUNICAÇÃO melhor q vc se sinta com poder de intercãmbio profissional sempre e com seus amigos e amigas figuras públicas...sua grande REDE SOCIAL. beijos p o elenco de S. A. Fadas, Cláudio, Hamlet-Nascimento e toda família, byeeeee

Francinny (saindo da sala, um pouco saturada de tanto ouvir): byeeeeee!!!!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Blognovela revista cidade sol: Reconstrução Revolucionária




Local: castelo latino-americano de El Senor

Companhia: Milkshakespeare

Apoio: cadeia de lanchonetes Hamletdonald´s


Personagens


Horácio: ator burguês devoto do mercado e amigo do falecido rei Fernando II

Marcelo: ator fanfarrão de classe média que diverge de Horácio e apóia Eisenhower da Silva.

Asryka Yourself e Eisenhower da Silva, um casal burguês dono do teatro El Senor e da franquia de lanchonetes Hamletdonald´s.

Francinny, uma gentil mulher e diretora da peça Milkshakespeare

Fantasma do rei Luís Hamlet

Fernando e Sorocaba: atores que estão encenando a peça Milkshakespeare

Petrossaubrás, príncipe da Noruega e dono da empresa Atlantis, associado a Eisenhower da Silva e Asryka Yourself.

Dois embaixadores ingleses indignados com o wikileaks

Dois coveiros sem terra

Um capitão do exército

Cozinheira

(Cenário cafona na companhia Milkshakespeare. O teatro está visivelmente decadente e sujo. Horácio está encenando uma passagem de Hamlet. Na platéia quase vazia, visivelmente estão só uns gatos pingados. Francinny, Einsenhower da Silva e Asryka Yourself estão na plateia).


Horácio: Acabo de escutar o galo cantar...(Ouve-se um celular na platéia. Horácio volta-se para a platéia, enfurecido. A peça para. Acendem-se as luzes na platéia). Ele berra: PUTA QUE PARIU!


Marcelo (saindo da coxia indignado): Nunca antes nesse teatro extraordinário...


Francinny, diretora da peça Milkshakespeare (dirige-se ao palco a partir da plateia): CALMA, CALMA, vamos voltar ao trabalho! Apaguem essas luzes! Ei, vocês! Vamos ter mais educação? Desliguem seus celulares. Ao trabalho, Horácio!

Fernando (ator da peça Milkshakespeare, encara a diretora com ar desafiador): Todo dia seu teatro é exatamente igual.

Sorocaba: Sua psicologia tá um tanto quanto errada.

Francinny (irritadíssima): Enquanto atores, vocês são excelentes cantores sertanejos! Agora voltem ao trabalho e...

Cozinheira (entrando no palco esbaforida): Senhora! Senhora! Parte do elenco fugiu!

Francinny: O quê?

Cozinheira: Estamos só nós, coveiros, cozinheiras...Vamos ter que tomar conta do teatro.

Francinny: Ora, ora. Tomar conta, por que?

(Entram os dois coveiros sem terra. Um deles encara Francinny com seriedade): A crise nos atingiu, senhores! A cadeia Hamletdonald´s retirou seu apoio. O teatro faliu! Hamlet, Ofélia, Laerte, todos fugiram para Londres com o dinheiro da bilheteria, por medo de não serem pagos! Nossa única solução é gerir o teatro nós mesmos!

(Todos falam ao mesmo tempo, entrando em polvorosa. Fim da primeira cena da blognovela).

Quadro: Um Réquiem para o Imperialismo, de Magaiver. Fonte: coletivo cultural rosa da povo. http://coletivorosadopovo.blogspot.com/2010/11/tela-um-requiem-para-o-imperialismo-de.html#comments

sábado, 18 de julho de 2009

Solilóquios de Bárbaro em Som e Fúria

Esses dias onde meio faltoso com o Som e Fúria, mas eu vi o Hamlet deles. O negócio é o seguinte: o Hamlet deles com galã de novela é conservador e faz o gosto do crítico "Bárbaro", que, diferente da Bárbara Heliodora, toma notas e precisa ficar "sério" no teatro, sem reagir da mesma forma que o público nas cenas. Na cena em que se deve rir, ele não ri. Eu passei, com isso, a acreditar que a Bárbara Heliodora, como disse Marcelo Drummond numa entrevista para Revista Questão de Crítica, quer mesmo é enfiar as coisas da Globo. O olhar da minissérie realmente leva a validar a crítica do "Bárbaro", o crítico inspirado em Bárbara Heliodora.

Eu gosto mesmo é das citações e interpretações de Shakespeare, especialmente de Macbeth, que me fazem lembrar, por exemplo, o filósofo romeno Cioran. Estou gostando do Felipe Camargo e não gosto muito dos dramas dos casais. Aliás, o núcleo de Som e Fúria é triângulo Oliveira/Ellen/Dante, triângulo amoroso que fez Dante enlouquecer durante o Hamlet e se jogar na cova aberta de Yorick. Ele me lembra o triângulo Beth Coelho/Gerald Thomas/Giulia Gam que se formou numa das peças do diretor, mas Oswald Thomas é carta fora do baralho, já; ele foi montar O Homem e o Cavalo em Viena. Ou era Zurique?

Ele teve a única idéia original dessa Companhia de Teatro: o Hamlet pútrido num navio.
Mas isso não agradaria aos bárbaros da Globo. E la nave va...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Hamlet está morto: Slings and Arrows

Lendo Peter Brook, vejo que ele aborda esse assunto do "teatro morto". Para ele, é quando uma peça não diz nada ao presente, à vida cotidiana e é repetida em grande parte mecanicamente, com belos figurinos, coisa e tal, mas MORTA.

Vejam o que Brook dizia ainda em 1970, no livro The Empty Space (O Teatro e seu Espaço):

O problema do teatro "Morto" é como o problema do chato mortal. Cada chato mortal tem cabeça, coração, braços, pernas; geralmente tem família e amigos; e chega mesmo a ter admiradores. Entretanto, suspiramos quando o encontramos --e nessse suspiro estamos lamentando que, de alguma maneira, ele está no fundo ao invés de estar no auge de suas possibilidades.

Vendo um episódio da minissérie canadense, dá para ver bem o personagem que inspirou o brasileiro "Oswald Thomas" dizendo isso de Hamlet, mas de uma maneira abrupta e que apareceu como parte de seu imediatismo e caricatura, mas tem sentido na teorização teatral, como vimos acima, nem é um clichê de Gerald Thomas (como muita gente deve ter pensado). Não gosto da acusação de cópia que se faz a Som e Fúria, que assume ser uma versão inclusive nos créditos. Mas vejam:

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Som, Fúria & Oswaldo Thomás

O episódio de ontem de Som e Fúria tinha um personagem claramente inspirado no Gerald Thomas.

A história se passa assim: com a morte do diretor Oliveira, Dante recebe a incumbência de dirigir a Companhia careta do ex-amigo, que sonhava em reconciliar-se com ele e montar de novo um Hamlet quando foi atropelado por um caminhão.

O difícil é que Dante, diretor nada convencional, vai ter de engolir Oswaldo Thomás como diretor artístico e um surfista de novela das sete como Hamlet. Oswaldo Thomás é logo referido como "Oswald Thômas".

Os membros da companhia disseram que Oswald (que se pronuncia como Oswald de Andrade, corrige) "é uma farsa": já duelou com o Dante, com quem tem uma rivalidade terrível, além de ter montado A Tempestade na Alemanha nazista, com cenário cheio de suásticas. "Heil Hitler", grita um dos atores da Companhia que é agora de Dante. O debate sobre a obra de Oswald Thomas continua. Ele teria feito um Titus Andronicus com "um cavalo cagando e muita fumaça".

Corta. Entra, então, no Teatro Municipal, a figura do Oswald Thomas: uma bichinha falando em inglês ao celular e vestida com um lenço da moda. Ele falou ao telefone: "Acabei de chegar. Me chamaram para dirigir o Hamlet. Life is crazy!"

Quando Oswald se encontra com Dante, a tensão é clara. O diretor artístico novo vai logo dizendo: "Hamlet é uma peça morta. Dead. Eu quero um Hamlet...Como é que fala em português? Filthy? Ah, é pútrido. Um Hamlet pútrido, assim como um navio...navio fantasma" (diz algo assim entre resmungos).

A orientação do Oswald Thomas para os atores é ainda mais hilária. O ator que faz telenovela gagueja como Hamlet, enquanto a atriz estreante que faz Ofélia grita, pula, canta e se descabela; ela, aliás, fuma um baseado para parecer louca.

Depois de ver essas "desorientações" do Oswaldo Thomás, Dante chega para ele após o ensaio e diz: "Se você for colocar um cavalo cagando nessa peça, coloque na frente dessa atriz, tá?" E dá um relincho na cara de Oswaldo, que tem de limpar com o lenço.

Enfim, é uma clara paródia de Gerald Thomas: fala do uso da fumaça (famoso estilema do Gerald), referências à blognovela (que tinha um cachorro cagando), o Navio Fantasma ("Holandês Voador"), montagem da ópera do Wagner que deu polêmica nos anos 80, fora a referência a Oswald de Andrade, presente também num artigo de David George sobre o Gerald.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Hamletmídio, Francis, Kantor, Pinter, Beckett, Pondé e eu

Oi, Henrique Hemídio, você seria o Hamlet do meu Hamlet, pois você tem em seu nome as letras de Hamlet e também tem uma verve que te faz admirado por jornalistas!

No mais, tou lendo as barbaridades que o Francis de Waaaal dizia de Beckett (não passava nada), Kantor (desbunde narcisista) e finalmente, Pinter (é para poucos, linguagem entre dentes, dentre outros elogios...)

E leio na coluna do Walter Navarro/Paulo Navarro que, depois da prisão das dasluzetes e da Eliana Tranchesi (que poderiam criar a banda As Perseguidas), o xadrez tá vindo com força total nesse inverno! kkk

E no filme do Sam Mendes, Beleza Americana, que vi na TV por esses dias, tinha uma frase profética dita pelo republicano mini-Bush em plena era Clinton (Kevin Spacey é democrata, é cool, é pinton, tem suíngue, fuma um):

"THIS COUNTRY IS GOING STRAAIGHT TO HELL!"

Lindo. E quem levou foi ele mesmo. É como se ele tivesse sido sugado por seu próprio cu falante como em Almoço Nu de William Burroughs. Fazendo amor com seu ego!

E meu tio mineiro-americano, Paulinho, mon tati américan, uma época estava transando umas de olhar casa de milionário e vinha com um papo de papai Bush/Lacerdaudenista. Temos mesmo que sobreviver, né? O tati américan nos filmes franceses era um Deus ex-machina, era o que explicava o fato do protagonista poder viver sem trabalhar: ele tinha ganho um dinheiro do tio americano, uma herança!

E hoje eu li na Discutindo Filosofia que tem o Pondé & eu que a coisa é ainda pior do que eu imaginava e ele defende o intelectual Ratzinger, um conservador por colocar a moral antes da política e de tudo, uma vez que para Pondé a moral é um hábito, como o de tomar banho ou escovar dentes. Diz ele que é mais para Darwin que para Kant e que a moral não transa legal com a razão. E o politicamente correto é fascista. Mas ele não é contra o casamento gay. Ele levanta a questão de que, se Deus está morto, tudo é possível --problematizada no próprio Dostoiévski em diálogos com o Ivã, que diz isso. Logo em seguida, alguém, não sei se Dimitri, diz que com a ética da virtude não se precisa de Deus. Pondé diz que, sem Deus, corremos o risco de niilismo.

No entanto, Deus não faz julgamentos, não prende nem celebra missas. Quem impedirá a antropofagia e o bundalelê total e delirante serão, então, sacerdotes, juízes, policiais, todos em ligação a um poder temporal. Pondé quer fumar e não quer nos poupar de seu cheiro. Isso me faz lembrar o romance de Roberto Drummmondo O Cheiro de Deus. Pondé não nos quer poupar do cheiro de Deus e do sexo dos anjos. O filósofo é padre sem paróquia nesse Brasil onde professores de História é que assumem as parcas aulinhas de Filosofia & Sociologia que o honrado José Alencar nos concedeu entre uma especulação sobre o terceiro mandato de Lula e uma citação filosófica de um Protógenes qualquer, ou será Diógenes, o Cínico?

Mas não me queijo. Eu gostava do Digestivo Cultural até o momento em que Júlio Daio Borges, esse Jorge Luís Borges que, junto com Andrew Keen, quer salvar nossa cultura do amadorismo e instalar a belle époque do jornalismo cultural franciniano, falou que a inclusão digital vai fazer com que vivamos o hoje como um E o Vento Levou... no futuro,afinal, quem bloga hoje seria parte da elite e outros blá blá blá aristocráticos. Aí eu passei a só dar uma passada de olhos no Digestivo.

Aliás, Vampiro de Curitiba, tudo menos criticar a inclusão digital desse jeito, hein, pois...eu fiz a inclusão digital do Lula aqui na minha cidade! Tenho até o diplominha e tudo! Mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa. Eu poderia citar outras expressões em latim como Drácula, in illo tempore, mas agora não. Pôxa, não entra nesse trip tipo E os bárbaros da inclusão digital levaram não, senão eu vou falar do Ipod usado que o Obama deu de presente para a Rainha da Inglaterra, hein!

Para cantar com a melodia do refrão violento de Hapiness is a Warm Gun: "Nelson Rodrigues jumps the gun! Nelson Rodrigues jumps the guuun!"

Gerald Thomas é o Nelson Rodrigues de nosso mundo. Mundo Luso, quer dizer, lúcio, quer dizer, lúcido. Rush Lumbagh é o Ratinho dos USA e Law and Order era um slogan da era Reagan e que virou série americana. Dessa só vi e gostei de Twilight Zone, com a qual o professor Capuzzo fez uma tese que virou livro e o nome da série em português esqueci. Mas a série Friends, por exemplo, tem aquela risadinha horrível do Zorra Total, que praticamente chama a gente de idiota pois ensina a hora de rir! E o que tem de milionário porco e lambão por aí não tá no gibi!

O blog Obra em Progresso acabou e Caets deixou comments off para não ser provocado. Se eu fosse um empresário da cultura jamais acabaria com meu blog, pois ele seria um canal de informações importantes para meus negócios nas colônias...Durante um tempo, o intelectual brasileiro culto e viajado foi meio muambeiro, ele saía e trazia a tais idéias fora do lugar ou como disse a Eneida Maria de Souza, ele fazia o papel de intermediário entre a colônia e a metrópole, entre a roça e a city cité cidade. Agora isso está acabando...A decadência se faz em luz and sound surround & parfois...ia citar Glauber, mas esqueci. Vergessen.

Mas se eu fosse Denny Yang abandonaria o blog como um satélite. Satelite of love. Ou faria um drama ou mise en scène antes de fazer um blogcídio para trazer uns comentários...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Mirisola: "O Capitão Nascimento Desmunhecou"

Vi ontem no Jornal da Globo e no Jô Soares o ator Wagner Moura, ex-capitão Nascimento, virar Hamlet com seu ser ou não ser.

A ligação foi mais para fazer um linque para o público (padrão classe média com que a Globo formata tudo, argh) do que uma ligação realmente existente entre esses dois antípodas: o melancólico Hamlet, distraído que não quer matar e a máquina de matar que tem alguma melancolia reprimida, algo de humano que cintila na mente de robô e máquina de matar e o obriga a tomar anti-depressivos.

Jô deitou e rolou com a biografia de Wagner Moura, mostrando-o desde a época de colunista social baiano, passando pelo momento em que ele foi "A Brisa" numa peça infantil até o Bond do Kubit-Kubit-Chek-Chek, um funk engraçadíssimo do tempo em que ele atuou como Kubitschek.

Ele no Jô, vendo beijos gays em filmes como Beijo no Asfalto e República dos Assassinos (esse ao som de Roberto Carlos, aquele com Tarcísio Meira & Ney Latorraca). Deve existir um fetiche nas roupas pretas, comentaram. Me chama de gaveta, me abre toda e me deixa desarrumada, brincou Jô, colocando-se no lugar das fãs do Wagner/Capitão.

Wagner, vendo beijos gays, falando sobre Lázaro Ramos em Madame Satã, gesticulou muitíssimo. Suas mãos pareciam aquelas mãos da Família Adams, independentes do dono.
Fizeram um tipo de performance que faz o gosto de um sacana cruel como Mirisola: o Capitão Nascimento desmunhecou, diria ele, com seu olhar homofóbico -- e não seria verdade. O olhar de pessoas como Mirisola, Márcia Denser e Júlio Daio Borges é mais influenciado pela árvore do que pela floresta, pelo dejeuner sur l´herbe do que pela paisagem.

Daí essa da Márcia Denser de apoiar a implicância de Júlio Jorge Luís Borges contra os blogueiros, que ajudariam a inflacionar o mundo literário (ameaçando o emprego de Márcia Denser?) Afinal, se Márcia Denser era dark, agora ela vai ter que se reinventar como musa dos emo. Será que o Mirisola vai deixar? Mirisola é pop? É emo?


O programa de ontem teve também o excelente filósofo Mário Sérgio Portella (ou é Cortella?) , lançando uma obra. No percurso filosófico dele (que falou rapidinho, senão o Jô interrompia) eu senti familiaridade, nesses anos todos já percorri esses labirintos. Voltou a velha questão Nietzsche e o nazismo.
Foi apropriação, explicou o professor. Ele também disse que a filosofia não torna ninguém crítico, veja-se o nazismo, que também tinha seus filósofos. Tudo bem, veja-se você, meu caro, falando numa tevê monopolista e de história de apoio a regimes autoritários, sem criticá-la (pois isso é impossível, ela não permite, só mediante liminar na justiça, como se pode ver no vídeo incluído nesse blog).