Esses dias onde meio faltoso com o Som e Fúria, mas eu vi o Hamlet deles. O negócio é o seguinte: o Hamlet deles com galã de novela é conservador e faz o gosto do crítico "Bárbaro", que, diferente da Bárbara Heliodora, toma notas e precisa ficar "sério" no teatro, sem reagir da mesma forma que o público nas cenas. Na cena em que se deve rir, ele não ri. Eu passei, com isso, a acreditar que a Bárbara Heliodora, como disse Marcelo Drummond numa entrevista para Revista Questão de Crítica, quer mesmo é enfiar as coisas da Globo. O olhar da minissérie realmente leva a validar a crítica do "Bárbaro", o crítico inspirado em Bárbara Heliodora.
Eu gosto mesmo é das citações e interpretações de Shakespeare, especialmente de Macbeth, que me fazem lembrar, por exemplo, o filósofo romeno Cioran. Estou gostando do Felipe Camargo e não gosto muito dos dramas dos casais. Aliás, o núcleo de Som e Fúria é triângulo Oliveira/Ellen/Dante, triângulo amoroso que fez Dante enlouquecer durante o Hamlet e se jogar na cova aberta de Yorick. Ele me lembra o triângulo Beth Coelho/Gerald Thomas/Giulia Gam que se formou numa das peças do diretor, mas Oswald Thomas é carta fora do baralho, já; ele foi montar O Homem e o Cavalo em Viena. Ou era Zurique?
Ele teve a única idéia original dessa Companhia de Teatro: o Hamlet pútrido num navio.
Mas isso não agradaria aos bárbaros da Globo. E la nave va...
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