segunda-feira, 6 de julho de 2009

El Negrito no conoce donde queda Tegugigalpa

“EL NEGRITO NO CONOCE DONDE QUEDA TEGUCIGALPA”





Laerte Braga





A afirmação é do “chanceler” Enrique Ortez, do governo golpista de Honduras e refere-se ao presidente dos Estados Unidos Barak Obama. É racista, mas bem mais que isso, pois Obama é branco como Pelé. Mostra o total desprezo dos golpistas de extrema-direita que derrubaram o presidente constitucional Manuel Zelaya pelas decisões de organismos internacionais e condenações públicas de governos do mundo inteiro ao golpe.



Deixa claro que a autoridade de Obama termina onde começam os “negócios”. Ortez admitiu que duas pessoas morreram no aeroporto da capital em protestos contra o golpe e diz que o novo “governo” negocia tudo, “menos Zelaya”.



Com essa afirmação está respondendo a secretária de Estado dos EUA, Hilary Clinton, que “aconselhou” uma “solução negociada entre as partes”. Vale dizer um grande acordo entre golpistas e golpistas e que exclua Zelaya. Com a bênção norte-americana.



Como se vê, há condenação e há condenação. O golpe contou e conta com decisivo apoio de grupos radicais do governo dos EUA, ainda do período Bush em franco desafio à autoridade do presidente Obama. O embaixador norte-americano e agentes da CIA atuaram descaradamente em Honduras na formulação e execução do golpe.



Só Obama não sabe, ou se faz de bobo, de morto, percebendo que é presidente até um determinado ponto do show. E trata de agarrar-se ao papel de principal protagonizante dos EUA, engolindo em seco a realidade dos “negócios.”



É fogo. Um governo oriundo de um golpe militar determinado pelas elites, com apoio dos “princípios democráticos” da maior potência do mundo, com um “ministro da justiça” ligado ao esquadrão da morte hondurenho e um “chanceler que se refere ao presidente Obama como “el negrito”.



É Honduras falando, por suas elites e seus militares, como devem ser as “coisas” e deixando claro quem é que manda de fato.



Sugiro uma investigação, pois com certeza tem dedo do Irã e da Coréia do Norte nessa história. Devem ser os culpados. Ou então o Hamas ou o Hezbollah.



Os mortos são bem mais que dois. O exército e a polícia golpistas dispararam contra milhares de pessoas que foram ao aeroporto receber o presidente Zelaya. Além dos mortos, muitos mais que dois, são vários os feridos, os presos e há ordem de prisão expedida contra as lideranças da resistência.



Um dos pontos de sustentação dos golpistas é a certeza que a mídia latino-americana controlada por Washington, a do Brasil por exemplo, não vai noticiar nada que contrarie os “negócios”. É claro, vive dos “negócios”.



E muito menos exibir imagens da brutal repressão contra manifestantes civis, domingo, na tentativa de desembarque de Zelaya. As duas fotos abaixo dão idéia do que foi a manifestação e de como se comportaram os zumbis controlados pelos generais.

Cidadãos hondurenhos em defesa da democracia, do respeito à vontade popular e militares no eterno papel de “salvadores da pátria”. Mas, condecorados com as “medalhas” dos donos dos “negócios.” E, consequentemente transformando a “pátria” noutro grande “negócio.”

















Num determinado momento os “patriotas” dispararam contra os “terroristas e o resultado se vê na foto abaixo. Registre-se que noutra foto, os “terroristas atacam os patriotas” com estilingue. São estilingues produzidos pela Al Qaeda, é lógico.



É a boçalidade que marcou a América Latina nas décadas de 60 e 70, século passado, inclusive o Brasil. E é por aí que não se entende a timidez do presidente Lula em simples condenação do golpe. O papel do Brasil é mais que se opor. O governo tem o dever de entender que em Honduras os “donos” estão mandando um recado para os países e governos dessa parte do mundo.



A argumentação de determinados setores que o presidente Lula não pode se expor a uma posição mais aberta em defesa do povo hondurenho é ridícula. Se Lula se expõe para defender um pilantra tamanho Sarney, qual o problema de se expor defendendo a soberania, à vontade e a liberdade dos hondurenhos. Ou já se esqueceu que foi preso na ditadura militar brasileira?













O que está acontecendo em Honduras é um massacre da população civil. Uma horda de bárbaros fardados e auto proclamados defensores da “democracia” investe contra o povo. Não há justificativa para nenhum silêncio, ou condenação formal.



Acreditar que o governo de Barak Obama tenha algum compromisso com princípios dessa natureza, democracia, liberdade, ou que Barak Obama possa alguma coisa além do espetáculo, é acreditar em Superman. Não existe, é história em quadrinho para veicular e vender uma ideologia.



O conceito que os golpistas hondurenhos têm de Obama é o do “chanceler” Ortez. “El negrito”. Não difere muito do de Berlusconi. “Mulatinho”.



Até quando o show vai conseguir manter a platéia aplaudindo não sei. Só sei que quando se esgotarem os recursos do malabarista Barak Obama, arranjam uma dança qualquer no Faustão e pronto. Ajeitam tudo.

Esses na foto abaixo são os “desordeiros, os “terroristas.” Estão se protegendo das balas “santas” da “democracia.”











Nessa outra foto os “valorosos” defensores dos “negócios.” Atrás de escudos e garantidos por armas de fabricação norte-americana.









E Lula acha que ir mais além do que já foi é se expor demais. Tudo bem, fica com Sarney. Se expõe de menos.



A deposição de Zelaya foi justamente por querer ouvir seu povo e acabar com os “sarney” de lá. Se isso é razão para sentar em cima, paciência.



Não é o entendimento do povo hondurenho e nem dos movimentos populares latino-americanos.



É hora de resistência e muita luta. le dizer um grande acordo entre golpistas e golpistas e que exclui Zelauyresidente constitucional de Honduras

Nenhum comentário: