sexta-feira, 12 de novembro de 2010

JABOR X ESCOREL: AS PATRULHAS DA SUPREMA FELICIDADE

Vcs tão acompanhando essa polêmica Jabor X Escorel? Tou com o Escorel e não abro. É o melhor crítico de cinema na grande imprensa, pelo que tenho acompanhado.

Jabor, para responder a uma crítica embasada do Escorel ao Suprema Felicidade, tá requentando o velho tema das patrulhas ideológicas.

Inicialmente, essa história foi assim: O grupo do Gasparian/FHC/Bob Schwarz, à testa do jornal O Movimento, começou a atacar os filmes de Embrafilme e do Cinema Novo, pois o grupo do CEBRAP/Movimento e do FHC é privatista desde sempre e combateu a Embrafilme por ver nela um aparelho ideológico estatista e que cheirava-lhes a comunismo. E foi denunciado pelo Glauber Rocha em 1976, em entrevista à Heloísa Buarque de Holanda!

Cacá Diegues levou a coisa para outro lado totalmente diferente, atacando os críticos de cinema e arte em geral, mas os ligados ao Partido Comunista e ao MDB em especial.

E nessa onda que virou moda no final dos anos 70 e volta e meia é falado até hoje, entrou até Caetano Veloso, viajando e sem ter a mínima ideia do que era um partido comunista, mas, diz a lenda, dizendo que Maurício Kubrusly criticava e não gostava de sua música porque Maurício era um comunista.

E patrulha virou isso que o Jabor usou contra o Escorel, uma arma ideológica da direita contra qualquer crítica vinda da esquerda ou que fale em história ou luta de classes.

4 comentários:

Revistacidadesol disse...

http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao_49/artigo_1436/Extravagancia_desconexa.aspx

Revistacidadesol disse...

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101109/not_imp636882,0.php

Revistacidadesol disse...

Tão aí os artigos de Jabor (o primeiro) e o de Escorel (o segundo).

Felipe G. A. Moreira disse...

Estou com o Jabor e não abro nessa.

O escorel diz que

"A referência precisa, situando a cena inicial em 1945, gera expectativas que o filme não cumprirá, por transcorrer em um vácuo sem referências a qualquer outro fato histórico ocorrido até 1956, ano em que a narrativa chega ao fim. Deixando de articular os personagens com o contexto da época, Jabor cria seres a-históricos, que, depois de terem queimado um boneco representando Hitler, passam a viver livres de qualquer influência dos acontecimentos sociais e políticos. Os personagens de A Suprema Felicidade habitam uma “terra abençoada” chamada Brasil, refúgio de estereótipos, onde sambas e requebros se somam à mitologia musical e cinematográfica norte-americana para ocupar o imaginário"


Concordo. Mas ele acha isso negativo. Para mim, tudo isso é positivo. Chega de realismo! O único filme não realista, com pretensões mítico / idealistas em cartaz há tempos. Em outras palavras: adorei A suprema felicidade e achei a crítica escrotinha.