Nada
O peixe existencialista
Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior
Cronoantropofagia
Anos comem tempo come carne
Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior
Acromegalopsia
Visão agigantada de si mesmo: Hulk.
Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior
Um observatório da imprensa para a cidade de Bom Despacho e os arquivos do blog Penetrália
quarta-feira, 23 de março de 2011
Carta ao Alex sobre o esquerdismo
Carta ao Alex
Camarada:
Gostei muitíssimo de seu texto sobre o Esquerdismo e gostaria de fazer
algumas observações a respeito dele. Nele você fala da dificuldade em
organizar a militância e fundar as células nas cidades do interior, assunto
que me interessa bastante. Em primeiro, gostaria de opinar sobre esse
assunto que o motiva a escrever, o esquerdismo tal como definido por Lênin.
Em primeiro, ao tratar dele, você reclama com razão de uma má vontade com as
eleições que se pode observar na resposta do holandês Anton Pannekoek em uma
carta em resposta a Lênin. O principal argumento de Pannekoek é que um russo
como Lênin, que viveu sempre sobre o absolutismo, não pode conhecer a
estrutura que é a democracia capitalista holandesa, que Pannekoek pretendia
desmontar a partir da base, sem participar de eleição alguma. No entanto,
para desmontar tal estrutura, concordo com Lênin que seria preciso lutar
dentro e fora dela, justamente pelo fato dela ser forte. Mas o fato é que
ali, Lênin fala a partir do ponto de vista de alguém que pode dar lições
sobre como conduzir a revolução, pois está à testa de uma revolução
vitoriosa. Não estando à testa de uma experiência bem sucedida, parte dessa
autoridade se esvai. Pode-se dizer que, hoje em dia, o esquerdismo é bem
mais disseminado do que o marxismo-leninismo tradicional.
O fato é que os grupos de esquerda passaram a chamar aqueles que deles
divergem de infantis, de imaturos, de forma muito livre (o que não é o caso
do seu artigo). Daí, a avaliação produziu um adjetivo, um julgamento moral,
que é algo que o artigo de Lênin traz muito sutilmente, como no título, onde
fala em “doença infantil”. Assim, surge uma metáfora medicalizante: o
esquerdista seria um doente, um infantil, um imaturo, um ignorante. A
direita apropriou-se dessa imagem para fazer dela a imagem de todo
comunista, como na frase boboca que faz orgulho a Churchill e foi citada por
Lula: “Quem não é socialista aos vinte anos não tem coração, quem não é
conservador aos cinqüenta não tem cabeça”. Assim, teríamos a fórmula de que
só se pode ser socialista sem cabeça e conservador sem coração. Mas é
justamente de “socialistas sem cabeça” que estamos tratando aqui.
A realidade é tão adversa que é preciso fazer mais do que um julgamento
moral: qual será a conformação social, econômica e psicológica que gera algo
tão insistente como a vontade de resolver as coisas sem paciência, sem
método, rápido demais, para chegar mais rápido ao futuro, ignorando um
conselho de um brilhante revolucionário como Lênin com um argumento
culturalista infundado como esse citado acima? É algo que não decorre da
experiência do stalinismo, pois existia antes dele. No entanto, essas
acusações a respeito dos supostos massacres de Stálin e sobre o stalinismo
real precisam ser respondidas, pois é o ataque que a mídia repete
diariamente, sempre que tem oportunidade. É um fardo ter que dizer isso, mas
a mídia dá a tarefa de defender as facetas positivas de Stálin, Mao e Pol
Pot ao repetir acusações insistentes contra eles. Sem encontrar na
militância comunista argumentos e respostas, é muito fácil que as pessoas
não queiram se envolver e busquem saída no esquerdismo, que busquem grupos
de “ação direta”, “autônoma”, opondo-se a partidos, supondo que a
centralização, a administração e a disciplina necessárias em qualquer
partido levarão faltamente ao dogmatismo cego e a novas repressões.
Não só as denúncias contra Stálin, que se voltam contra o socialismo como um
tudo, ajudam a empurrar as pessoas para o esquerdismo, assim como os
acontecimentos dos anos 60 levaram essa vaga ainda mais adiante. O
esquerdismo apresentou-se justamente enquanto alternativa para o conflito
entre USA e URSS. O comportamento da chamada “nova esquerda”, embora
apresente uma problemática nova e que precisa ser estudada, tinha muitos
pontos em comum com os grupos que Lênin critica.
Assim sendo, coloco um outro desdobramento do problema: o marxismo, que
possibilita aos trabalhadores a consciência revolucionária, é um tipo de
explicação do mundo que está muito mais acessível aos intelectuais, à
pequena burguesia letrada do que aos operários e camponeses. Não é
transmitido pelo senso comum, não é facilmente transmissível de pai para
filho. Implica em estudos, leituras, participação em sindicatos ou partidos.
Tendo origem na pequena burguesia, o intelectual precisa revolucionar seu
pensamento para atingir as posições proletárias. Mas o intelectual muitas
vezes imagina que já sabe tudo o que precisa saber, que com seus
raciocínios, sem muita pesquisa, esforço e prática, chegará à conclusão de
qual é a ação correta, daí a pressa e a impaciência, que faz com que as
experiências bem sucedidas e a voz de um militante mais experiente não sejam
escutadas.
Creio que é pode ser essa contradição que reside na base dos variados
esquerdismos. O anarquista sonha então em acabar logo com o estado sem
passar pela ditadura do proletariado de Lênin, supondo que a teoria de Lênin
e Stálin da revolução em um só país seria violentar a teoria de Marx, só
porque ele não criou essa teoria, supondo que ela criada somente para que
pudessem justificar o fato de que detinham poder.
Não idealizamos o proletário e digamos que o contrário também existe: o
proletário que tem resistência à teoria por ela ter de ser aprendida junto a
pessoas de origem pequeno-burguesa. Ele supõe que uma teoria marxista também
seria pequeno-burguesa e que também visa explorá-lo.
O PT é um exemplo curioso. Esse partido em sua origem criticava tanto as
revoluções socialistas quanto trabalhistas anteriores, mas adotava uma
plataforma revolucionária com a finalidade de superá-las. Enquanto tanto o
PDT quanto o PCB confiaram que existia uma “burguesia nacional progressista”
comandando a transição, o PT crescia e triunfava em sua radicalização
esquerdista de um partido dos trabalhadores, “sem patrões”, mas não porque
avaliasse seriamente que essa burguesia com um projeto nacional capaz de
enfrentar o imperialismo não existia, mas porque essa estratégia era
proveitosa no momento. Assim, na prática creio que sempre foi,
majoritariamente, um grupo social-democrata de direita, com fraseologia de
esquerda. A plataforma democrático-popular era adotada não por convicção,
mas para competir com os demais partidos de esquerda. Atentemos para isso,
portanto: a violenta competição entre as organizações de esquerda, que faz
com que organizações adotem essa ou aquela política ditadas pela necessidade
de competir, mas sem acreditar a fundo nelas.
Aliás, derrubada a URSS e com a burguesia internacionalizando-se em último
grau nos anos 90, derrotados o PCB e Brizola, o PT passa a se aliar com os
patrões. Passou de um início esquerdista para a senilidade neoliberal, tendo
em comum ter tido sempre como inimigos os setores da burguesia que desejavam
um projeto nacional, setores esses que praticamente deixaram de existir a
partir das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Então estamos
vivendo o flagelo de ter que um partido de esquerda de massas, que unia
sindicalismo, intelectuais rompidos com o trabalhismo e a URSS e os setores
progressistas da Igreja Católica, passando de um comportamento “esquerdista”
a neoliberal. Após conquistado o estado, o partido prosseguiu mantendo sua
base na esquerda e ampliando-a para a direita ao adotar posições mais
conservadoras. O fim da URSS, a respeito de cujo projeto diziam não se
interessar, mostrou-se, no entanto, determinante no comportamento que
assumiram posteriormente.
Creio que numa situação tão desfavorável quanto é a de fundar um partido em
pequenos municípios conservadores, onde um militante fica extremamente
exposto, existem várias precauções que precisam ser tomadas. Não é a questão
de fazer treinamento para a luta armada, mas não é descabido que o partido
promova cursos de defesa e segurança pessoal para seus militantes.
A grande proprietária espiritual das populações interioranas é a Igreja
Católica. Outra fonte de informação determinante é a televisão. Em ambas a
discussão política aberta e explícita não existe, mas uma visão política é
transmitida indiretamente e naturalizada, em ambas existe quase que uma
totalização conservadora, uma verdadeira lavagem cerebral. Nesse contexto
profundamente adverso, creio que o militante precisa se inserir nos espaços
que estiverem disponíveis, sejam eles uma Comunidade Eclesial de Base ou uma
torcida organizada.
E, finalmente, creio que no interior o comunista deve lidar com todos
pequenos grupos esquerdistas que encontrar, buscando cooperar com eles e
entender o meio onde está participando, buscando atenuar justamente a
competição entre as organizações de esquerda.
Em diálogo com o seguinte texto:
http://saojoaodelpueblo-pcb.blogspot.com/2011/03/infantilidades-dos-comunistas.html
Camarada:
Gostei muitíssimo de seu texto sobre o Esquerdismo e gostaria de fazer
algumas observações a respeito dele. Nele você fala da dificuldade em
organizar a militância e fundar as células nas cidades do interior, assunto
que me interessa bastante. Em primeiro, gostaria de opinar sobre esse
assunto que o motiva a escrever, o esquerdismo tal como definido por Lênin.
Em primeiro, ao tratar dele, você reclama com razão de uma má vontade com as
eleições que se pode observar na resposta do holandês Anton Pannekoek em uma
carta em resposta a Lênin. O principal argumento de Pannekoek é que um russo
como Lênin, que viveu sempre sobre o absolutismo, não pode conhecer a
estrutura que é a democracia capitalista holandesa, que Pannekoek pretendia
desmontar a partir da base, sem participar de eleição alguma. No entanto,
para desmontar tal estrutura, concordo com Lênin que seria preciso lutar
dentro e fora dela, justamente pelo fato dela ser forte. Mas o fato é que
ali, Lênin fala a partir do ponto de vista de alguém que pode dar lições
sobre como conduzir a revolução, pois está à testa de uma revolução
vitoriosa. Não estando à testa de uma experiência bem sucedida, parte dessa
autoridade se esvai. Pode-se dizer que, hoje em dia, o esquerdismo é bem
mais disseminado do que o marxismo-leninismo tradicional.
O fato é que os grupos de esquerda passaram a chamar aqueles que deles
divergem de infantis, de imaturos, de forma muito livre (o que não é o caso
do seu artigo). Daí, a avaliação produziu um adjetivo, um julgamento moral,
que é algo que o artigo de Lênin traz muito sutilmente, como no título, onde
fala em “doença infantil”. Assim, surge uma metáfora medicalizante: o
esquerdista seria um doente, um infantil, um imaturo, um ignorante. A
direita apropriou-se dessa imagem para fazer dela a imagem de todo
comunista, como na frase boboca que faz orgulho a Churchill e foi citada por
Lula: “Quem não é socialista aos vinte anos não tem coração, quem não é
conservador aos cinqüenta não tem cabeça”. Assim, teríamos a fórmula de que
só se pode ser socialista sem cabeça e conservador sem coração. Mas é
justamente de “socialistas sem cabeça” que estamos tratando aqui.
A realidade é tão adversa que é preciso fazer mais do que um julgamento
moral: qual será a conformação social, econômica e psicológica que gera algo
tão insistente como a vontade de resolver as coisas sem paciência, sem
método, rápido demais, para chegar mais rápido ao futuro, ignorando um
conselho de um brilhante revolucionário como Lênin com um argumento
culturalista infundado como esse citado acima? É algo que não decorre da
experiência do stalinismo, pois existia antes dele. No entanto, essas
acusações a respeito dos supostos massacres de Stálin e sobre o stalinismo
real precisam ser respondidas, pois é o ataque que a mídia repete
diariamente, sempre que tem oportunidade. É um fardo ter que dizer isso, mas
a mídia dá a tarefa de defender as facetas positivas de Stálin, Mao e Pol
Pot ao repetir acusações insistentes contra eles. Sem encontrar na
militância comunista argumentos e respostas, é muito fácil que as pessoas
não queiram se envolver e busquem saída no esquerdismo, que busquem grupos
de “ação direta”, “autônoma”, opondo-se a partidos, supondo que a
centralização, a administração e a disciplina necessárias em qualquer
partido levarão faltamente ao dogmatismo cego e a novas repressões.
Não só as denúncias contra Stálin, que se voltam contra o socialismo como um
tudo, ajudam a empurrar as pessoas para o esquerdismo, assim como os
acontecimentos dos anos 60 levaram essa vaga ainda mais adiante. O
esquerdismo apresentou-se justamente enquanto alternativa para o conflito
entre USA e URSS. O comportamento da chamada “nova esquerda”, embora
apresente uma problemática nova e que precisa ser estudada, tinha muitos
pontos em comum com os grupos que Lênin critica.
Assim sendo, coloco um outro desdobramento do problema: o marxismo, que
possibilita aos trabalhadores a consciência revolucionária, é um tipo de
explicação do mundo que está muito mais acessível aos intelectuais, à
pequena burguesia letrada do que aos operários e camponeses. Não é
transmitido pelo senso comum, não é facilmente transmissível de pai para
filho. Implica em estudos, leituras, participação em sindicatos ou partidos.
Tendo origem na pequena burguesia, o intelectual precisa revolucionar seu
pensamento para atingir as posições proletárias. Mas o intelectual muitas
vezes imagina que já sabe tudo o que precisa saber, que com seus
raciocínios, sem muita pesquisa, esforço e prática, chegará à conclusão de
qual é a ação correta, daí a pressa e a impaciência, que faz com que as
experiências bem sucedidas e a voz de um militante mais experiente não sejam
escutadas.
Creio que é pode ser essa contradição que reside na base dos variados
esquerdismos. O anarquista sonha então em acabar logo com o estado sem
passar pela ditadura do proletariado de Lênin, supondo que a teoria de Lênin
e Stálin da revolução em um só país seria violentar a teoria de Marx, só
porque ele não criou essa teoria, supondo que ela criada somente para que
pudessem justificar o fato de que detinham poder.
Não idealizamos o proletário e digamos que o contrário também existe: o
proletário que tem resistência à teoria por ela ter de ser aprendida junto a
pessoas de origem pequeno-burguesa. Ele supõe que uma teoria marxista também
seria pequeno-burguesa e que também visa explorá-lo.
O PT é um exemplo curioso. Esse partido em sua origem criticava tanto as
revoluções socialistas quanto trabalhistas anteriores, mas adotava uma
plataforma revolucionária com a finalidade de superá-las. Enquanto tanto o
PDT quanto o PCB confiaram que existia uma “burguesia nacional progressista”
comandando a transição, o PT crescia e triunfava em sua radicalização
esquerdista de um partido dos trabalhadores, “sem patrões”, mas não porque
avaliasse seriamente que essa burguesia com um projeto nacional capaz de
enfrentar o imperialismo não existia, mas porque essa estratégia era
proveitosa no momento. Assim, na prática creio que sempre foi,
majoritariamente, um grupo social-democrata de direita, com fraseologia de
esquerda. A plataforma democrático-popular era adotada não por convicção,
mas para competir com os demais partidos de esquerda. Atentemos para isso,
portanto: a violenta competição entre as organizações de esquerda, que faz
com que organizações adotem essa ou aquela política ditadas pela necessidade
de competir, mas sem acreditar a fundo nelas.
Aliás, derrubada a URSS e com a burguesia internacionalizando-se em último
grau nos anos 90, derrotados o PCB e Brizola, o PT passa a se aliar com os
patrões. Passou de um início esquerdista para a senilidade neoliberal, tendo
em comum ter tido sempre como inimigos os setores da burguesia que desejavam
um projeto nacional, setores esses que praticamente deixaram de existir a
partir das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Então estamos
vivendo o flagelo de ter que um partido de esquerda de massas, que unia
sindicalismo, intelectuais rompidos com o trabalhismo e a URSS e os setores
progressistas da Igreja Católica, passando de um comportamento “esquerdista”
a neoliberal. Após conquistado o estado, o partido prosseguiu mantendo sua
base na esquerda e ampliando-a para a direita ao adotar posições mais
conservadoras. O fim da URSS, a respeito de cujo projeto diziam não se
interessar, mostrou-se, no entanto, determinante no comportamento que
assumiram posteriormente.
Creio que numa situação tão desfavorável quanto é a de fundar um partido em
pequenos municípios conservadores, onde um militante fica extremamente
exposto, existem várias precauções que precisam ser tomadas. Não é a questão
de fazer treinamento para a luta armada, mas não é descabido que o partido
promova cursos de defesa e segurança pessoal para seus militantes.
A grande proprietária espiritual das populações interioranas é a Igreja
Católica. Outra fonte de informação determinante é a televisão. Em ambas a
discussão política aberta e explícita não existe, mas uma visão política é
transmitida indiretamente e naturalizada, em ambas existe quase que uma
totalização conservadora, uma verdadeira lavagem cerebral. Nesse contexto
profundamente adverso, creio que o militante precisa se inserir nos espaços
que estiverem disponíveis, sejam eles uma Comunidade Eclesial de Base ou uma
torcida organizada.
E, finalmente, creio que no interior o comunista deve lidar com todos
pequenos grupos esquerdistas que encontrar, buscando cooperar com eles e
entender o meio onde está participando, buscando atenuar justamente a
competição entre as organizações de esquerda.
Em diálogo com o seguinte texto:
http://saojoaodelpueblo-pcb.blogspot.com/2011/03/infantilidades-dos-comunistas.html
quinta-feira, 3 de março de 2011
Blognovela revista cidade sol: Invasão Brega
(Cenário: novo ensaio no castelo de El Senor)
Horácio (tenso): Olha o Petrossaubrás aí, geeente! O povo escolheu a Globo, isso é globalização plim plim...
Francinny (com voz entediada): Não, Horácio, é com mais calor. O Petrossaubrás tá com dois navios para invadir o castelo de El Senor, tem rebeldes contra você, você tem que passar mais emoção, tá muito travado...
Brisa: Avisa a estréia que vou estar lá...
Francinny: Isso aqui não é sonho de uma Noite de Verão, não, ta, é Amleto.
MNC: Amuleto? Amuleto, jóias, pedras, é comigo mesmo.
Francinny: MNC, até você aqui? Mas você não está no elenco. Olha, vou mudar a música, tá tocando uma música chata...
Marcelo (chega com a cabeça do palhaço Ronald Mcdonald´s nas mãos): Tupi...or not Tupi. That is the Question.
Francinny: Ih, tenta outra frase, isso é clichê.
Marcelo (concentrado): Eu, mistura de grego e tapuia...
Francinny (faz uma careta): Mande o Nelson Rodrigues se danar, já estou cheio dele.
Marcelo (olhando para a diretora com ar de deboche, volta a olhar para a cabeça do clown): Amo tudo isso...
Francinny: Que coisa brega, de jeito nenhum...
Embaixador inglês furioso com o wikileaks 1: Brega? Brega? A invasão vai começar em Brega.
Marcelo (bem comicozinho): Já tou sabendo há muito. O Fidel já comentou e vai vazar no wikileaks.
Embaixador inglês furioso com o Wikileaks 2: Em breve, com apoio das suecas, vamos por as mãos naquele rapaz e ele vai ver, o maldito.
Francinny (colocando um cd no aparelho): Isso aí, vai começar a invasão brega!
(Entram os atores Fernando e Sorocaba): Tá tá tá tá
Tô nervoso, tô passando mal
Quem mandou eu não te dar moral?
Tô suando frio...
Tá tá tá tá
Não acreditei quando falou
Que desencanou do nosso amor
To sofrendo aqui, volta pra mim.(2x)
(Entra Osryka Yourself): Faça o favor, Francinny, abaixe essa música e entre em contato com o elenco em Londres, na Inglaterra.
Francinny: Como assim?
Osryka Yourself: Hein? Ainda não sabe? O Anônimo que cuida da bilheteria avisou que eles não levaram todo o dinheiro não, eles foram fundar a Milkshakespeare na Inglaterra! Foi o último desejo do Fantasma do Rei Luís. Ele deu uma exclusiva para mim e para o Einsenhower. Aliás, ele me disse que agora vai ganhar a vida fazendo aparições para executivos e ganhando duzentos mil...
Francinny: Que ótima notícia! É a melhor notícia desde que ouvi falar da montagem de Lílian de Ipatinga em Curitiba! Então liga a teleconferência aí.
Osryka Yourself: Pois é, mas se o jornaleco Time Out criticar, você senta o pau, viu? Não ligue para imprensa imoral dessa ilha subdesenvolvida. (Sai).
(Aparece o rosto de uma Ofélia toda descabelada, falando para um jovem Hamlet e logo em seguida para a platéia em El Senor): Você não deu valor para o que tinha em casa. You´re bold but boorish. Você é inteligente, mas burricido. Agora fundei a Milkshapeare aqui em Londres, mas enquanto isso tou atuando no filme Matadoras de Vampiras Lésbicas. Me encontrei! Adorei ser uma vampira lésbica, agora quero viver longe de você!!!
Hamlet cantarola (em Londres, junto com os atores Fernando e Sorocaba):
Passei, flagrei, olhei
E vi o que não queria ver
A tremedeira me tomou
Quase que na hora enfartei
Ela é o cara que chegou
Juntinho com você na balada?
Bem que você me avisou
Pra eu dar valor no que tinha em casa.
Francinny (voltando-se para a Cia Milkshakespeare em El Senor, a essa altura reunida para assistir a teleconferência): Nossa, eles se superaram! Foi uma verdadeira invasão brega dos Elsenorianos em Londres! Vamos ter que fazer muito para poder superá-los aqui em El Senor!
Horácio (tenso): Olha o Petrossaubrás aí, geeente! O povo escolheu a Globo, isso é globalização plim plim...
Francinny (com voz entediada): Não, Horácio, é com mais calor. O Petrossaubrás tá com dois navios para invadir o castelo de El Senor, tem rebeldes contra você, você tem que passar mais emoção, tá muito travado...
Brisa: Avisa a estréia que vou estar lá...
Francinny: Isso aqui não é sonho de uma Noite de Verão, não, ta, é Amleto.
MNC: Amuleto? Amuleto, jóias, pedras, é comigo mesmo.
Francinny: MNC, até você aqui? Mas você não está no elenco. Olha, vou mudar a música, tá tocando uma música chata...
Marcelo (chega com a cabeça do palhaço Ronald Mcdonald´s nas mãos): Tupi...or not Tupi. That is the Question.
Francinny: Ih, tenta outra frase, isso é clichê.
Marcelo (concentrado): Eu, mistura de grego e tapuia...
Francinny (faz uma careta): Mande o Nelson Rodrigues se danar, já estou cheio dele.
Marcelo (olhando para a diretora com ar de deboche, volta a olhar para a cabeça do clown): Amo tudo isso...
Francinny: Que coisa brega, de jeito nenhum...
Embaixador inglês furioso com o wikileaks 1: Brega? Brega? A invasão vai começar em Brega.
Marcelo (bem comicozinho): Já tou sabendo há muito. O Fidel já comentou e vai vazar no wikileaks.
Embaixador inglês furioso com o Wikileaks 2: Em breve, com apoio das suecas, vamos por as mãos naquele rapaz e ele vai ver, o maldito.
Francinny (colocando um cd no aparelho): Isso aí, vai começar a invasão brega!
(Entram os atores Fernando e Sorocaba): Tá tá tá tá
Tô nervoso, tô passando mal
Quem mandou eu não te dar moral?
Tô suando frio...
Tá tá tá tá
Não acreditei quando falou
Que desencanou do nosso amor
To sofrendo aqui, volta pra mim.(2x)
(Entra Osryka Yourself): Faça o favor, Francinny, abaixe essa música e entre em contato com o elenco em Londres, na Inglaterra.
Francinny: Como assim?
Osryka Yourself: Hein? Ainda não sabe? O Anônimo que cuida da bilheteria avisou que eles não levaram todo o dinheiro não, eles foram fundar a Milkshakespeare na Inglaterra! Foi o último desejo do Fantasma do Rei Luís. Ele deu uma exclusiva para mim e para o Einsenhower. Aliás, ele me disse que agora vai ganhar a vida fazendo aparições para executivos e ganhando duzentos mil...
Francinny: Que ótima notícia! É a melhor notícia desde que ouvi falar da montagem de Lílian de Ipatinga em Curitiba! Então liga a teleconferência aí.
Osryka Yourself: Pois é, mas se o jornaleco Time Out criticar, você senta o pau, viu? Não ligue para imprensa imoral dessa ilha subdesenvolvida. (Sai).
(Aparece o rosto de uma Ofélia toda descabelada, falando para um jovem Hamlet e logo em seguida para a platéia em El Senor): Você não deu valor para o que tinha em casa. You´re bold but boorish. Você é inteligente, mas burricido. Agora fundei a Milkshapeare aqui em Londres, mas enquanto isso tou atuando no filme Matadoras de Vampiras Lésbicas. Me encontrei! Adorei ser uma vampira lésbica, agora quero viver longe de você!!!
Hamlet cantarola (em Londres, junto com os atores Fernando e Sorocaba):
Passei, flagrei, olhei
E vi o que não queria ver
A tremedeira me tomou
Quase que na hora enfartei
Ela é o cara que chegou
Juntinho com você na balada?
Bem que você me avisou
Pra eu dar valor no que tinha em casa.
Francinny (voltando-se para a Cia Milkshakespeare em El Senor, a essa altura reunida para assistir a teleconferência): Nossa, eles se superaram! Foi uma verdadeira invasão brega dos Elsenorianos em Londres! Vamos ter que fazer muito para poder superá-los aqui em El Senor!
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