segunda-feira, 17 de outubro de 2011

João Paulo X Lúcio Jr: Uma crítica e Duas Réplicas

#1 João Paulo 11-10-2011 19:30


Chamar Marcelo Tas de iluminista como algo positivo partindo do princípio da Escola de Frankfurt, representada pela Dialética do Esclarecimento? O primeiro capítulo, Conceito de Esclarecimento, é a parte mais explícita do mal atribuído à Iluminação, que é explanado nos capítulos subseqüentes. Procure mais informações antes de vomitar autores para tentar enquadrar seu texto em um padrão de qualidade que (a) não é necessariamente requerente de fontes ou autores para qualificação e (b) não condizem ao conteúdo do seu texto e os argumentos claramente que não tem, nem em primera instância. Comparar o CQC aos contramovimento s ou qualquer outra categoria que nós já tenhamos conhecido é bobeira, porque na crítica da televisão, eles se fazem de isentos do meio. Não esqueça que no programa são veiculadas propagandas. Leia REALMENTE o livro citado, e vai entender o conceito de Indústria Cultural e o processo de cultura PARA massas.

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17 de outubro de 2011

João: Hoje resolvi fazer uma réplica mais dura para você.


Mas o convite melhor seria dizer que espero que você me oriente nessa leitura, que me ajude a não vomitar e a sim antropofagir, assimilar organicamente o que foi lido, pois esse é meu objetivo.

Eu leio Adorno e em parte vomito mesmo. Você me acusa de renegar o "pai", mas me enoja ouvir dizer que Adorno reprovou Walter Benjamin e depois usou sua tese (O Drama Barroco no Romantismo Alemão) como instrumento de trabalho em Frankfurt. Tendo em vista o sofrimento que Benjamin passou depois, essa desonestidade acadêmica, essa pequena crueldade me dá vontade de vomitar.

Tomara que seja só fofocagem.

Mas participará também Adorno dessa dialética que ele mesmo fala? É hora de enfrentar a questão imperiosa.

Eu PENSO que sim. Seu esquema político, em 1943, se assemelha ao de Friedrich Hayek, pai do neoliberalismo, em O Caminho da Servidão: ele assimila e agrupa o estado de bem-estar social norte-americano, o nazismo e o comunismo entre seus inimigos. Hayek e Adorno escreveram isso no mesmo ano. O esquema também é o mesmo de As Origens do Totalitarismo, de Hannah Arendt.

O conceito de totalitarismo, para mim, é um lixo. Iguala nazismo, comunismo e imperialismo.

O que eu vomito quando leio Adorno é sua obscuridade ao não tomar partido pela União Soviética e os aliados em 43. Tudo indica que não levou em conta as teses de Lênin sobre o imperialismo e pior, sobre o "stalinismo" o que ele sabe deve ter lido nos jornais e revistas. Revistas e jornais americanos como os de Randolph Hearst, coalhados de denúncias "antistalinistas" colhidas na Gestapo!

E Adorno, supremo crítico da indústria cultural, mostra-se obtuso ao ponto de separar as críticas de Marx em O Capital de seu projeto político, não reconhecendo esse projeto político na URSS dos anos 40 e pior: tomando um juízo que vai alimentar mais fascistas mais nojentos e que é repetido com rigor pela direita até hoje: o nazismo e o "stalinismo" são a mesma coisa!!!

Por isso, João Paulo, que usei o texto de Adorno como inspiração, mas não me deixou tutelar pelo pensamento dele. O que vale nessa carta é que aponto onde, na própria obra, está a dialética do esclarecimento e da obscuridade. Isso é um campo de pesquisa muito rico.

Abraços do Lúcio Jr!


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Pontuação do comentário 0 #2 Lúcio Jr 17-10-2011 04:44
Oi, João Paulo.

Vou reler os capítulos, mas sei que a tendência natural de um adorniano seria ver tudo na televisão como ruim e vomitar impropérios.

Realmente, em meu texto peguei só uma ideia principal, o avanço entre civilização e barbárie, o avanço de um lado para o retrocesso no outro.

"Contramovimento s", vc fala, situacionismo, maio de 68, Baade Meinhof? Ainda bem que vc mesmo reconhece que essa comparação é besteira, mas e vc quem a traz. Vc há de convir que a Indústria Cultural se autobservar é pelo menos curioso.

Isentos do meio? Ele deveriam se autocriticar? Citar Adorno? Se liga que hoje na Escola de Frankfurt tem Congresso para estudar Bob Dylan organizado pelo presidente! Procure no meu blog esse artigo.

Abs do Lúcio Jr!

3 comentários:

Revistacidadesol disse...

Lúcio Jr says:
16/10/2011 at 14:53

Jóia, Rafael! Eu adorei Complexo de Portnoy, me inspirou inúmeras ****** na adolescência!

É um livro que faz parte do meu corpo.

Recomendo também, nessa linha: O Pássaro Pintado, de Jerzy Kosinki (que tem excelentes cenas de estupro, que deve ser sempre uma fantasia, claro) e O Amante de Lady Lawrence (que tem cenas de sexo muitíssimo inspiradoras e inspirou filmes inspirados).

Abs!


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Oi, Rafael. Sua geração, quinze anos mais nova do que a minha, simplesmente aboliu qualquer punheta literária, pois trocou-a pela webcam.

Estranho o blog da Bravo não permitir a palavra "punheta". Aliás, ela é palavrão? Sou geração Martha Suplicy, TV Mulher, sexologia, tempo do onça em que masturbação era autoconhecimento!

Abs do Lúcio Jr!

Revistacidadesol disse...

Eu só eu cutucar os judeus e Mr. Gerald Thomas passa a comentar no blog como anônimo.

you-re welcome here, mr. gerald.

Vc é brasileiro que nem eu.

Mas vc perde tempo aí construindo o que já foi construído, agora vc irá decair na sua velhice junto com império americano.

Boa foi dica do zizek para o pessoal do ocupar waal street: não se apaixonem por si mesmos, não fiquem depois dizendo que isso foi lindo, foi bom demais, etc.

Porque o seu mal, meu caro, é esse. E isso mata.

Abs do Lúcio Jr!

Revistacidadesol disse...

Re: [Entretantos] Comentário: "A humilhação, de P hilip Roth" Lucio,

"masturbação" pode. "Punheta" prefiro não, ao menos não no meu blog. Vou trocar lá.

Abs;

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Rafael, tudo bem, quanto eu for ao teu blog tentarei me conter


Abs!