domingo, 22 de março de 2015

Marxiano, Marxólogo, Marxista: Paulo Freire não é marxista!


1) O marxista seria o marxista-leninista, o "ortodoxo". Seria o que acredita no projeto político, participa de algum partido ao estilo marxista-leninista, o marxista "gnoseológico". Um exemplo: Althusser, que foi do PCF até o fim da vida e dialogou sempre com Stálin e Mao (e nunca com Gramsci e Trotsky). Atualmente, eu considero que não se pode ser marxista fora do maoísmo, pois o maoísmo tem as melhores hipóteses para explicar os fenômenos. Isso é importante, pois o marxismo é ciência.
2)O marxiano seria a vertente lukacsiana, originalmente, de onde suponho ter surgido o termo. Os frankfurtianos seriam marxianos, ou seja, estudiosos de Marx, mas que não são "ortodoxos", ou seja, não participam de partidos, recusam Stálin, Mao, Hoxha, etc. Em geral, formam patotinhas na universidade: na UFMG é em torno de Ester Vaismann, na UNICAMP é Ricardo Antunes e Berriel, na USP é Safatle e outros. Um exemplo seria o centro de difusão do comunismo da UFOP. Um outro bom exemplo de marxiano: José Paulo Netto, professor da UFRJ. Esse tipo vive propondo o "retorno a Marx" (na verdade, transferem culto da personalidade kruschevista para o culto a Marx, cortando Engels). E Paulo Freire, seria marxista? Não. Paulo Freire é social-democrata, é humanista ao estilo da Teologia da Libertação que bebe no marxismo-leninismo, pegando alguns elementos. Há doutrinação marxista na escola hoje? NÃO! Até porque Paulo Freire não é marxista. Ele errou ao se associar ao PT, infelizmente.
3)O marxólogo. Seria o inimigo que expõe o pensamento de Marx de forma relativamente honesta. Fala sobre Marx e expõe seu pensamento, mas logo em seguida movimenta-se contra ele, por vezes de forma subterrânea. Hoje em dia escasseia ou está quase extinto. Exemplos: José Arthur Gianotti, da USP (FHC e seu grupo do Seminário de O Capital também são bom exemplo), Raymond Aron e, se não me engano, padre Maritain.

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