Caros Fábio Melo e Rafael Freitas, vi o programa História em Pauta e achei que ficou confuso, especialmente para o leigo. Para Mariátegui, existiu feudalismo no Peru. O que está por detrás de suas ponderações sobre a abertura de Mariátegui citando Nietzsche é a vontade de ser soberano em relação ao autor. Um marxista pode citar e apreciar Nietzsche. Na verdade, é um truque, é Rafael Freitas falando através da boca de Mariátegui. Isso é algo muito comum na academia.
A Espanha, ao conquistar o Peru, não poderia exportar um modo de produção mais avançado. Assim, embora em Portugal já existissem homens livres, aqui no Brasil os portugueses trouxeram o modo de produção escravista.
A Espanha, ao conquistar o Peru, não poderia exportar um modo de produção mais avançado. Assim, embora em Portugal já existissem homens livres, aqui no Brasil os portugueses trouxeram o modo de produção escravista.
Algumas falas de Fábio Melo me pareceram ingênuas: os espanhóis não chegaram e viram prontamente que os incas trabalhavam o ouro e a prata, roubando e pilhando os artefatos? Por que iriam pela selva em busca de ouro, encontrando milho devido a confusões linguísticas???
O que creio que traz confusão é a ideologia de vocês: trabalhismo nacionalista e socialismo utópico, antimarxismo. O antimarxismo sempre acompanha essa criação de conceitos "americanistas". A experiência socialista soviética é totalmente deixada de lado, chamada de capitalismo de estado. O conceito de capitalismo desigual e combinado de Trotsky, no entanto, é aplicado, a meu ver, para não explicar nada (como muito frequentemente acontece com Trotsky). A teoria de Pumacahua é outra: o capitalismo do Peru é uma variante atrasada do capitalismo europeu e norte-americano que chegou à fase imperialista. Cito, de autoria do David Huamaní Pumacahua, em O Capitalismo Burocrático no Peru, algumas frases a respeito do assunto tematizado no História em Pauta:
A conquista do caduco feudalismo espanhol sobre o nascente império incaico foi tremendo e fulminante. A velha sociedade incaica, igual às restantes nações do antigo Peru, baseando-se no ayllu. Era uma ordem de comunidades agrárias, onde recentemente se desenvolvia de forma recente uma forma escravista, o império incaico, erigido através de guerras de dominação (PUMACAHUA).
Devemos, então, lembrar que o império incaica foi constituído de várias nacionalidades conquistadas em guerras, o que também depõe contra essa ideia utópica de querer chamar um sistema escravista de socialista. Dessas análises pode-se concluir que talvez o erro do "Sendero Luminoso" (PCP na verdade), talvez tenha sido não se intitular aylluismo e não querer voltar a essa sociedade agrária tão ideal, existente no passado...
4 comentários:
Muito bom Lucião. Grato por teres assistido o programa na íntegra, sinal que te atraiu interesse, te motivou a tentar compreender a sociedade incaica. Grato por trazer a tona o autor David Huamaní Pumacahua! Abraço!
Anarcocapitalismo: Lógica (Resposta ao Eu, Ciência)
https://www.youtube.com/watch?v=38jk780ppxU
Aforismos em defesa da liberdade
* Governos representam seus cidadãos da mesma maneira que parasitas representam seus hospedeiros.
* Empreendedores ganham dinheiro servindo necessitados. Políticos ganham dinheiro criando necessitados.
* Um empreendedor pode se chamar a si próprio de chefe, mas seu objetivo é servir os outros. Um político pode se chamar a si próprio de servidor, mas seu objetivo é mandar nos outros.
* Um tolo deplora o fato de que a automação destrói empregos. Um sábio se deleita com o fato de que ela torna o trabalho menos automático.
* Acreditar que a mão-de-obra barata irá "roubar" o seu emprego é a confissão mais avassaladoramente honesta de incompetência profissional.
* É necessário ser um criminoso comum para se roubar o dinheiro dos outros, mas é necessário ser um criminoso excepcional para chamar esse ato de "justiça social".
* A ignorância econômica leva à crença de que computadores podem desenhar mercados. O conhecimento econômico leva à constatação de que mercados podem desenhar computadores.
* Um tolo acredita que o mercado faz com que a busca pelo lucro leve a atitudes desonestas. Uma pessoa sensata sabe que o mercado torna a desonestidade anti-lucrativa.
* Um bom economista acredita que os mais bem capacitados para lidar com o problema da escassez são os empreendedores. Um mau economista acredita que são os economistas.
* Um bom economista acredita que sua função é melhorar o entendimento das pessoas sobre o funcionamento do mercado. Um mau economista acredita que sua função é melhorar o entendimento do mercado sobre o funcionamento das pessoas.
* Um mau economista acredita que o poder de compra dos salários pode ser legislado. Um bom economista sabe que legislações podem ser compradas.
* Um mau economista acredita saber o que fazer para tornar o mundo mais próspero. Um bom economista acredita saber o que fazer para permitir que o próprio mundo se torne mais próspero.
* Um tolo acredita em desenhar organizacionalmente o mercado. Uma pessoa sensata acredita em um mercado para desenhos organizacionais.
* Um empreendedor é aquele que vê um ganho em uma troca na qual outros vêem apenas uma permuta.
* É necessária uma pequena dose de abstração para entender como a ambição pode levar à prosperidade. É necessária uma alta dose de autoengano para alegar que a coerção pode levar à caridade.
* Um escravo acredita que as leis devem definir a abrangência da liberdade. Um indivíduo livre acredita que a liberdade deve definir a abrangência das leis.
* A sociedade é um esquema voluntário de benefícios mútuos. O estado é um esquema compulsório de explorações mútuas.
* Alegar que alguém pode ser feliz sem ser livre é não ter a mais mínima ideia sobre o significado de felicidade.
* A política é uma guerra sem fim e sem limites contra a liberdade individual.
* Eis aquele que talvez seja o mais flagrante exemplo da superficialidade da mentalidade estatista: o típico estatista acredita que a ameaça fantasticamente hipotética de uma empresa monopolizar a distribuição de água representa uma objeção devastadora ao libertarianismo; já a ameaça dolorosamente real de um estado metodicamente exterminar centenas de milhões de indivíduos não representa uma objeção devastadora ao estatismo.
* Um ambientalista tolo quer proteger a natureza da ganância do mercado entregando-a à tragédia dos comuns. Um ambientalista inteligente quer proteger a natureza da tragédia dos comuns entregando-a à ganância do mercado.
* O único "bem público" que existe é a liberdade do público para buscar bens individuais.
* "Lucro garantido" faz tanto sentido quanto "perigo sem risco".
* Paciência é a capacidade de saber usufruir a tranquilidade do tédio.
* Um anarcocapitalista é uma pessoa que rejeita a curiosa noção de que crimes se transformam em virtudes caso sejam efetuados em escala maciça pelo estado.
* Um mau economista acredita que os preços devem ser policiados pelo estado. Um bom economista acredita que os serviços policiais devem ser precificados pelo mercado.
* O abolicionismo foi um movimento para acabar com a escravidão privada. O libertarianismo é um movimento para acabar com escravidão pública e privada.
* Se você acredita que "o dinheiro que aquele bilionário gastou em sua frota de iates poderia ser muito mais bem utilizado pelo estado!", apenas me diga quando foi a última vez que você viu um bilionário comprando um exército de tanques e um conjunto de bombas nucleares.
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2204
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