segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Perguntas a um Homem Bom

Nota: esse poeminha de Brecht, dito por Mauro Iasi, político e poeta do PCB, deu o maior rebu essa semana. Eu não sou mais a favor do PCB, publiquei inúmeras críticas a eles aqui no meu blog. O PCB é contra o governo Dilma, mas intenta formar quadros para esse estado através de eleição. Para quê formar quadros para esse velho estado, afinal? "Democratizá-lo ao máximo"? Mas não é justamente o contrário o que aconteceu? A participação em eleições e no estado corrompe e suga as energias de transformação e transforma tudo em apodrecidas máquinas eleitoreiras e oportunistas. No entanto, Iasi é bom poeta e eu me solidarizo com ele nesse momento. 

Por Bertolt Brecht
Avança: ouvimos
dizer que és um homem bom.
Não te deixas comprar, mas o raio
que incendeia a casa, também não
pode ser comprado.
Manténs a tua palavra.
Mas que palavra disseste?
És honesto, dás a tua opinião.
Mas que opinião?
És corajoso.
Mas contra quem?
És sábio.
Mas para quem?
Não tens em conta os teus interesses pessoais.
Que interesses consideras, então?
És um bom amigo.
Mas serás também um bom amigo de gente boa?
Agora escuta: sabemos
que és nosso inimigo. Por isso
vamos encostar-te ao paredão. Mas tendo em conta os teus méritos
e boas qualidades
vamos encostar-te a um bom paredão e matar-te
com uma boa bala de uma boa espingarda e enterrar-te
com uma boa pá na boa terra.
Bertolt Brecht (1898-1956) – Dramaturgo e poeta alemão

7 comentários:

Anônimo disse...

A visão que apresentas do partidão é bastante distorcida. Comparando com o PT piora ainda mais. No entanto, eu e qualquer pessoa que tenha ido as aulas no primário pelo menos sabe que houve o que tu fazes com o PCB aqui, eles distorceram também.
Abraço!
Rafael Freitas (GEACB)

Revistacidadesol disse...

Caro Rafael:
Não há visão distorcida alguma. Há uma visão realista, baseada em depoimentos de Joycemar Tejo, Numeriano e Bryan Ricardo Não me compare com o que esses fascistas fizeram; afinal, a frase, embora inspirada em crítica ao fascismo, apenas ilustra o autoritarismo revisionista de Mauro Iasi, dita a propósito de um poema de Brecht. Veja o que um amigo que foi do Comitê Central me mandou:

.
Na relação entre camaradas também temos nossos problemas. Não praticamos a crítica e auto-crítica tão propaladas e necessárias aos partidos marxistas-leninistas, com isso fica prejudicada a relação dialética da tese, antítese e síntese. Pela falta de relacionamento entre os militantes, pela diferenças de projetos táticos, e pelo histórico de constantes rachas da Organização, temos medo de expressar nossas divergências, de discutí-las, de defendê-las. E quando aparece alguém que se dispõe a fazer isso, imediatamente é estigmatizado.

Revistacidadesol disse...

O Partido, desde a sua reorganização revolucionária, vem tomando uma postura anti-eleitoral. Entendo que isso se dê porque os votos que colhemos é reflexo direto de nosso reconhecimento pela sociedade, o passado recente de oportunismo de pessoas que se aproximavam do Partido só para disputar cargos eletivos e ainda a nossa já falada fragilidade interna. Assim, quando participamos de disputas eleitorais já vamos com a inteira consciência de que seremos derrotados. Por isso não conseguimos empolgar nem os militantes, quanto mais o eleitores, e o resultado pífio é apenas a soma dos fatores. Sempre iniciamos uma campanha eleitoral alegando que vamos utilizar o espaço na mídia para divulgar o Partido. Entretanto, quando o resultado se torna real, pouco militantes (incluindo os dirigentes) mantém serenidade na postura. Quase sempre é aberto um período de caça às bruxas, de acusações e, por conseqüência, descontentamentos e afastamentos da Organização.

Revistacidadesol disse...

. Toda essa discussão Trotsky X Stalin nos fóruns oficiais ou extra oficiais do PCB mostra luta mais profunda. Não é apenas guerra de torcidas, opinião de fanáticos. Na verdade aqui está se discutindo o futuro que se quer para o PCB, apesar de capas de discussões históricas. Inclusive uma das razões da falta de avanço do Partido no movimento social debito a essa luta extra-oficial que floresce nas hostes pecebistas. Por isso faz se necessário que se desmascare as partes, que se aclareiem as coisas, para que aqueles que prevalecerem não escamoteiem o que realmente aconteu/acontece
Ronildo de forma oportunista cita a necessidade de respeito ao centralismo democrático. Que essa comunidade foi criada ao arrepio da direção do PCB, que não poderia utilizar de seu símbolo. Faz isso só agora que a empreitada dos trotskistas no PCB está sendo e necessita ser desmascarada. Observem que os trotskistas são os principais defensores de que a herança do PCB-SBIC deve ser exclusiva do atual PCB. Quando da defesa da exclusividade do legado, eles nefastamente omitem que de 1924 a 1953 a história do PCB esteve umbilicalmente ligada ao PCUS, à III Internacional, ao Comintern, a Stalin. Quando os trotskistas afirmam que o socialismo morreu com Lenin, que o períod stalinsita foi de traição à revolução eles desrespeitam as Resoluções do XIV Congresso do PCB que afirmou que reivindica toda a história do movimento comunista. E nessa história, queiram ou não, está Stalin e sua obra. Entretanto, fazendo vistas grossas a isso eles renegam toda a história do período stalinista, contrariando a decisão da instancia suprema do Partido, que é o Congresso. Eles, como outros grupos que existiram no PCB, não querem que este Partido cresça, floresça e frutifique esposando o marxismo-leninismo. Como o grupo de Roberto Freire, eles querem se apossar do PCB

Anônimo disse...

Bom dia camarada Lucião
Reafirmo que fazes como o que foi feito com o professor Iasi, claro que com algumas diferenças. A diferença é que tu não usa metáforas como algo literal. Mas também praticas o método falsamente científico da indução,crias regras gerais, novas certezas, a partir de particularidades. Não vou dizer que fazes também sensacionalismo, mas que confundes o particular com o geral.Assim como tu fazes com o modo de produção particular europeu e o trata como geral. Noto que fazes isso repetidas vezes e incluindo com o PCB. Daí, eu digo de novo, que mostras uma distorção da realidade, no lugar de uma visão realista. Difamas o partidão. Produzi um texto, também, inspirado em nossos debates, sugiro a leitura.
Trecho: "Quem difama, o faz retirando a contradição que está para a História, como a água está, consensualmente, para todos os seres humanos."
Link: http://coluna-do-rafael-freitas.blogspot.com.br/search/label/5%20-%20Sobre%20a%20necessidade%20da%20cr%C3%ADtica%20das%20fontes
Abraço e obrigado pelos debates!
Rafael Freitas

Revistacidadesol disse...

Não, Rafael. O que Mauro Iasi fez tem nome: bravata. O PCB é ligado ao estado latifundiário e é pacifista e revisionista, não é comunista.

O modo de produção europeu foi exportado para cá através do processo colonial. Repetidas vezes, você ignora o que sofrimento e as queixas das pessoas, como do trotsquista Tejo, expulso do partidão logo após ter perdido um filho bebê. VC é que faz isso de que me acusa.
E sabe por que?

Porque você pensa que a verdade é estabelecida por consenso.

Abs do Lúcio Jr.

Anônimo disse...

Como diz um amigo meu, "Deu a louca na História".
Rafael Freitas