Fernando Humberto de Resende:
Um Escritor que Constrói a Cidade
Fernando Humberto de Resende nasceu
em 4 de outubro de 1963, filho de Geraldo Ribeiro de Resende e Zilah Gontijo
Resende. Ele é casado com minha prima Edna Aparecida Espírito Santo Resende.
Ambos têm uma filha: Naira do Espírito Santo Resende.
Membro da Academia Bom-despachense
de Letras, graduou-se em 26 de julho de 2011 como tecnólogo em Gestão Pública
pela Faculdade de Tecnologia Internacional. É funcionário efetivo da Prefeitura
Municipal de Nova Serrana desde 2008.
Escreveu artigos para jornal O
Bom Despacho com o pseudônimo de El Terrível em 1978. Publicou em 2013 o
livro Saga dos Resende & Gontijo. Escreveu a série Bom Despacho:
300 Anos, uma história de Bom Despacho em quatro volumes, uma obra de
referência para todos os bom-despachenses A crônica que reproduzo logo abaixo,
de autoria de Fernando, tratou em termos muito belos e afetivos da vida
admirável da minha tia avó Dona Nenê:
Raimunda
ou Nenê Espírito Santo, minha sogra
80
anos de vida dedicados à Família Cabral e Espírito Santo.
Nasceu
num reino encantado - Coqueiros, em Santo Antônio do Monte em 1939, tempos
difíceis da Segunda Guerra Mundial (havia escassez de tudo, até querosene e
sal).
Uma
menina/moça faceira e determinada não queria ficar na roça e arrumou emprego na
Fábrica de Tecidos de Bom Despacho, o primeiro mês era de experiência e sem
salário. As colegas recebendo seus
salários e Nenê só olhando - lágrimas brotaram de seus olhos. Detesta seu nome,
prefere que a chamem por Nenê - assim nunca ficará idosa!
No
final dos anos 50, conheceu um jovem trabalhador, o soldado Alcino do Espírito
Santo - Zi Coxinha - namoro breve, casamento. Foram os anos mais felizes de sua
vida.
Em
1961 nasceu o Eder Espírito Santo, em 63 já moravam na cidade de Luz. Alcino
pedalando, Dona Nenê grávida na garupa e o Éder no meio. Neste ano nasceu a
Edna Espírito Santo - a meia noite, no escuro e em Luz.
Em 68
nasceu o Elton, depois a Elaine, o Eduardo.
Moraram
em Medeiros, Tapiraí, Lagoa da Prata... Mas o porto seguro era a casa da Praça
da Estação, 16. As grotas, os pés de mamão, o viveiro de pássaros. A Turma. O
Colégio Tiradentes parecia o quintal desta casa. A locomotiva.... Jonas do Espírito Santo, pai do Alcino era
Ferroviário, sua esposa era a doce Dinha - que adorava Guaraná. Os tios:
Tereza, Lia, Ligia Espirito Santo, Berlim, Júlio, Antônio. O buraco da
Joaninha, o Eti.
Passear
na Casa do vovô materno Zé Cabral e Dona Maria, lá no Arraial dos Lobos, as
tias Helena Cabral, Nina, Braz Taquinho, Zé Maria, Otaviano, Laurinda,
Cornélio, Antônio.
Como
eram felizes! Quantas lembranças! Saudades!
O tempo foi passando.... O Éder casou, as meninas - a Priscilla Amaral
era uma boneca, depois nasceu a Adriele.
Alcino
do Espírito Santo era um valoroso soldado que fez parte da 1ª Tropa do Batalhão
de Choque da Polícia Militar. Era destemido, quando acontecia uma calamidade
era destacado e ia socorrer as vítimas. O soldo (salário) era minguado,
atrasava até oito meses, mas nesta casa nunca faltou nada, Alcino fazia bicos
para completar a renda. Reformou da Polícia, mas infelizmente teve um aneurisma
e faleceu antes das bodas de prata.
Os
filhos do Alcindo e Nenê um a um foram casando e saindo de casa para
constituírem suas famílias. Depois de certo tempo, um ou outro se separaram e
voltaram para o aconchego da casa paterna.
Aí
veio a doença da Elaine e sua partida, tivemos que conviver com mais essa dor.
Queria
que a vida fosse só alegria, mas a vida é assim e é o que Dona Nenê Espírito
Santo passou e superou. Por isso devemos nos reunirmos e celebrar a vida.
Celebrar os 80 anos de Dona Nenê. E agradecer as inúmeras bênçãos que abundantemente
jorram em nossas vidas.
Parabéns
Dona Nenê! Uma guerreira. Desejo-lhe muita saúde, paz e o aconchego do seu lar,
rodeada de seus filhos.
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