sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Notas

Notas Sobre a Frente Única em 2026 Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior A tese da frente de esquerda para 2026, com todos partidos apoiando Lula já no segundo turno tem sido um bizarro postulado que passou a circular em artigos recentes da esquerda governista (Altman, Arcary). O termo que se usa é frente única –e que traz os haustos malévolos de Trotsky. A política de Trotsky nunca foi essa de fato, segundo o historiador Grover Furr. Trotsky de boca falava em defesa da URSS, mas secretamente aliou-se a nazistas e imperialistas japoneses. Há muitas evidências recolhidas no texto Evidências da Colaboração de Trotsky com Nazistas e Japoneses. Recentemente Gustavo Machado do PSTU alegou que prefere Hitler a Stálin, revelando novamente essa faceta –ele não deturpa Trotsky, é fidelíssimo a ele. A argumentação de Valério Arcary para postular o apoio de toda esquerda institucional a Lula já no primeiro turno (ou seja, PCB, PC do B, PCO, PSTU, PCBR, etc) numa frente gira em torno da necessidade não de um programa a ser cumprido, mas da necessidade de derrotar a extrema-direita bolsonarista. Essa alegação tem justificado a adoção do mesmo programa neoliberal, mas sem o “avatar” fascista. E quanto mais se aplica o programa neoliberal, mais a sociedade é empurrada para o fascismo, mais se esgarça o tecido social. A tendência é encarceramento em massa estilo Nagib Bukele em El Salvador. Che Guevara postulou que a luta institucional deve ser levada até o final, esgotada, para então deixar de ser a luta principal. No entanto, ele e Castro não participaram das eleições de dezembro de 1958 organizadas por Batista –e ainda ameaçaram de morte os candidatos Carlos Marques Sterling e Ramon Eros Grau, pois Castro em especial sempre praticou o assassinato de seus rivais políticos, como era corrente em sua geração, segundo Enrique Ros, no livro Fidel e os Tempos do Gatilho Alegre. Em primeiro, a frente só tem sentido para quem está na etapa do acúmulo, ou seja, numa fase em que se está fazendo quadros para obter reformas no velho estado. Estranhamente, boa parte dessas organizações e mesmo a Revolução Brasileira renega quaisquer etapas –mas está eternamente na etapa eleitoral ou, como no caso da RB, do nacionalismo revolucionário! Se nacional-desenvolvimento não resolve nada, se só a revolução socialista salva, porque perder tempo com nacionalismo revolucionário? PC do B não utiliza o termo maldito “etapas”, mas fala em defesa do “nacionalismo-socialismo” (!) Não é nada mais que do propor desenvolver capitalismo selvagem. A seguir Arcary elenca vários outros pontos: processos positivos tais como aumento do consumo popular e diminuição da pobreza extrema, isenção de imposto de renda – e tudo apesar das taxas de juros reais mais altas do mundo! Arcary fala em “respostas atrasadas” do PT diante da PEC da blindagem. Mas na prática, parte do PT apoiou a PEC e chamou-a “pec das prerrogativas”! O texto segue confiando em “pesquisas de opinião” –outro ponto que é preciso desmistificar, pesquisas são manipulatórias, a classe trabalhadora entende como “corrida de cavalos”. A linha correta é boicotar 2026 e organizar frente única em prol de uma democracia mais evoluída, uma nova democracia, é priorizar outras lutas como fizeram os anarquistas do Movimento Passe Livre. A luta eleitoral está falida.

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