sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sobre Brokeback Moutain na Globo

Eu não vi o Brokeback todo na Globo, mas teve gente que viu, como vcs podem ver aí embaixo. Teve a cena do beijo gay (e eles não estavam numa padaria!, como diria o cristão conservador Garganta no blog do Gerald, mas estavam em frente à casa do Heath Ledger e a esposa dele viu) e que eu saiba não cortaram o sexo dos caubóis (não vi essa cena). Muito interessante o que ele comentou. Gostei muito de Aline, baseado na tirinha do Adão, especialmente das cenas em que eles dançavam ao som de Amy Winehouse e adorei Felicidade, do Todd Solondz...

No DVD, esse filme foi dublado com sotaque caipira que me fez rir à beça, pois quase todo mundo nessa cidade do interior onde vivo fala assim. A Globo deve ter achado que já era provocação demais isso e cortou a dublagem com sotaque, fazendo uma mais neutra, camuflando o sotaque carioca que a emissora tem e do qual faz apostolado.


Sobre "Brokeback Mountain" na Globo
clock janeiro 5, 2009 12:41 by author Vitor

No último sábado, estava folheando um jornal quando li que a Globo iria passar o excelente O Segredo de Brokeback Mountain à noite. Fiquei surpreso, afinal, não foi essa a emissora que cortou uma cena de beijo gay em uma novela das oito? Tudo bem que o filme iria ser exibido depois das 23 horas, mas mesmo assim, acredito que o Super Cine tenha um público tão ou mais tradicional do que os espectadores de A Favorita. Antes de concluir que seria um avanço da emissora, já imaginei que as cenas homossexuais deveriam ser cortadas pela trupe de Roberto Marinho, o que foi negado pela minha mãe, que o assistiu no sábado (eu não consegui ver).

Em uma televisão antiquada para alguns aspectos sociais como é a brasileira, achei a exibição de Brokeback Mountain uma certa evolução. Mas ainda está distante, neste aspecto, da TV norte-americana, por exemplo. Outro dia aluguei o box da primeira temporada de Brothers and Sisters, seriado que passa na ABC, canal aberto dos Estados Unidos, e tem uma audiência bem expressiva. Na série, previsível mas divertida, Sally Field é a mãe de cinco filhos. Um deles é gay e seus relacionamentos com outros homens é tratado de uma forma natural, com direito a beijos, expressões de carinho, etc. A audiência continua forte e até hoje ninguém morreu nos Estados Unidos por causa disso. Porque será que no Brasil parece ser ainda tão espinhoso tocar no assunto?

Ás vezes eu acho que é porque o público brasileiro tem os programas que merece. Outro dia, lendo jornais e sites por aí, vi uma pessoa indignada com a Globo por ter exibido Aline, especial de fim de ano baseado nas tirinhas de Adão Iturrusgarai. A reclamação era devido ao fato da protagonista ter dois namorados e os três viverem sob o mesmo teto. Ele ainda afirmou que mesmo não tendo cenas de sexo, um programas desses seria uma afronta para as crianças brasileiras.

Claro que não posso generalizar e não sei se Aline foi bom ou ruim porque não assisti, mas não exibir coisas de qualidade porque seriam exemplos ruins para as crianças é um retrocesso. Obviamente que não estou falando em passar um filme do Todd Sollondz na Sessão da Tarde. Mas, em horários apropriados, o público não deveria ser privado de coisas bem feitas e que não sejam gratuitas. O engraçado é que a exploração da violência e do corpo pela televisão e pelos jornais (principalmente os de 25 centavos que pipocam por aí), estes sim, gratuitos e de qualidade discutível, está aí, o dia inteiro.

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Um comentário:

Patrick disse...

Penetrália concordo plenamente.
Mas acho que sei o porque de toda essa indignação.
Pelo menos ao meu ponto de vista o brasileiro tem medo de aceitar vários assuntos por achar assim que outros povos, culturas ou sei lá o que o discriminem, ou minha segunda opinião é um povo muito machista, claro que as pessoas de hoje em dia não podem ser culpadas pela mente ignorante de seus antepassados.