Lúcio - III
Lúcio
Junior Espírito Santo.
Tenho feito uma análise entre essa questão da volta da Teologia ao fundamento,
da sua volta a Cristo, e tenho visto que ela se acha em conflito com o seu
trabalho profético e missionário. Quer dizer, até onde pude entender essa volta
ao fundamento é literalmente apartar, afastar a Teologia do Marxismo. É os
cristãos criarem um caminho próprio completamente desligado do Marxismo
deixando-o se debatendo sozinho sobre seu futuro. Ou, numa hipótese otimista,
se for permitido que a Teologia prossiga com seus laços com o Marxismo já será
numa visão bem diferente, em que a Teologia é a essência e o Marxismo,
acidente. O Marxismo passaria a ser cauda e perderia a condição de cabeça. E,
todavia, naquilo que pude ler dos seus escritos, tenho observado que você
trabalha numa direção completamente oposta, ligar o Marxismo à Teologia numa
forma ainda mais radicalizada do que feito pela Teologia da Libertação.
Adamir
Gerson. Certamente e
devo dizer que estou fazendo este trabalho já como sendo fiel à Palavra de
Deus. Veja bem, encontramos no livro do profeta Isaías, capítulo 65, o
vaticinio sobre o aparecimento futuro na cena da história de uma nação completamente
paradoxal: esta nação não iria invocar o nome de Deus, não iria dobrar seu joelho
diante de Deus, todavia seria esta nação quem faria a vontade de Deus. Não é
nação de Israel com seus reis e com seus sacerdotes, mas seria uma nação
estranha que por razões desconhecidas não teria ao menos formalmente ligação
com a Palavra de Deus. Mais tarde encontramos agora Jesus repetindo o mesmo
juízo e vaticínio de Isaías sobre esta nação paradoxal. Ele dirige-se aos
sacerdotes dos seus dias e lhes diz que o reino de Deus lhes será tirado e dado
a uma nação que produza os seus frutos – ver Mateus 21.43.
Quem
é esta nação que aparece nos escritos proféticos de Isaías e de Jesus? Com toda
a certeza trata-se da nação socialista. Lançando mão do silogismo de Aristóteles
o resultado só pode ser a nação socialista.
Acontece,
porém, que Isaías, depois de vaticinar o aparecimento futuro desta nação, trará
um segundo momento agora apresentando Deus tirando o véu que o separa desta
nação e se dando a conhecer a ela. Vejamos: E certamente vereis, e vosso
coração forçosamente exultará, e os vossos próprios ossos florescerão como a
tenra relva. E a mão de Javé há de ser dada a conhecer aos seus servos, mas ele
verberará realmente os seus inimigos, Isaías 66.14.
Não
só Isaías, mas também Jesus. Depois de no verso 43 do capítulo 21, livro de
Mateus, encontrar-se Jesus se dirigindo aos sacerdotes dos seus dias e lhes
dizendo que o reino de Deus lhes seria tirado e dado a uma não que produziria
seus frutos, no capítulo 25 verso 40 deste mesmo livro de Mateus encontramos
Jesus dialogando com este povo e procurando esclarecê-los sobre a sua natureza
e missão divinos.
Lúcio
Junior Espírito Santo.
O que tenho, então, deduzido é que enquanto muitos sacerdotes estão trabalhando
para afastar da Teologia o Marxismo, talvez com a pretensão de dizer, em nome
de Cristo: Afastai-vos de mim, vós os que tendes sido amaldiçoados, para o fogo
eterno, preparado para o Diabo e seus anjos, o vosso trabalho reserva um futuro
diferente para os marxistas.
Adamir
Gerson.
Perfeitamente. Apesar de que muitos estão com a certeza que vão se dirigir aos
marxistas para pronunciar sobre eles esta maldição constante no texto de Mateus,
na verdade eles vão, por aquele que tem o direito legal, ouvir coisa diferente.
Ou seja: vinde, vós os que tendes sido abençoados por meu Pai, herdai o reino
preparado por vós desde a fundação do mundo. Pois fiquei com fome e vós me
deste algo para comer; fiquei com sede, e vós me deste algo para beber. Eu era
estranho, e vós me recebestes hospitaleiramente; estava nu, e vós me vestistes.
Fiquei doente, e vós cuidastes de mim. Eu estava na prisão, e vós me visitastes
Lúcio
Junior Espírito Santo.
Alguém já disse com muita razão que se espantava de que os acontecimentos
narrados na Bíblia são uma recorrência ao longo de toda a História. Estão
sempre se repetindo, e às vezes em situações completamente diferentes. No caso
que estamos tratando, esse futuro que aguarda o povo marxista, não se está
diante de uma situação idêntica àquela vivida pelo judeu Mordecai? Afinal o
príncipe Hamã, com trânsito ao rei, tramou a morte do judeu Mordecai unicamente
por maldade porque Mordecai não se curvou diante dele. Mas Mordecai não estava sozinho. Na corte do rei Assuero ali tinha
alguém especial com ligação umbilical a Mordecai, a rainha Ester. Resumindo, a
história deu uma reviravolta e o madeiro que o príncipe Hamã erigiu para
enforcar o judeu Mordecai o rei ordenou que Hamã fosse enforcado nele. Estes homens
que estão se reunindo e produzindo documentos com a clara intenção de afastar a
Teologia de qualquer contato com o Marxismo não podem estar possuído pelo
espírito do príncipe Hamã?
Nenhum comentário:
Postar um comentário