Habermas e os intelectuais dão uma "voadora" a favor de Dilma
Fiquei impressionado com a bobajada desse manifesto que Habermas, Honneth, Fraser e outros tiveram a coragem de assinar.
São muitos os equívocos. No primeiro parágrafo, emotivamente, iguala-se o golpe de estado de 64 ao afastamento temporário de Dilma. O truque é evocar 64 e afastar qualquer argumentação: "é golpe, sim!" No entender desse manifesto em defesa da lei, nem esse afastamento temporário de Dilma deveria acontecer, pois é quebra da lei (hã???). Dramaticamente, anuncia-se que quem se diz que está cometendo crimes, na verdade, é vítima de crimes!
Enquanto Habermas exercita a pré-compreensão e Nancy Fraser dança o samba do crioulo doido, nota-se que mais fortes são os poderes do clichê. O clichê, como dizia David Bowie, é altamente comunicativo. Talvez seja o caso de abrir esse parêntese na próxima reedição da Teoria da Ação Comunicativa: "América Latina, república de banana, tem golpe? Yes, temos golpe...tem sim senhor!" Precisa explicar mais alguma coisa? O segundo parágrafo se embanana, esquecendo o essencial: o impeachment foi aceito devido às tais pedaladas fiscais. A conclusão de que é golpe sim foi dada no princípio, pois afinal, argumentar para quê, não é mesmo? Mas isso nem é mencionado. Para esse escritor coletivo, o processo contra Dilma é motivado por "acusações" de corrupção (em momento algum ele admite que são bem provadas), assim como uma "campanha de mídia". Temer está indo contra os "direitos sociais assegurados por Dilma" (só se for no seu planeta) e a favor da desregulamentação da economia (sic). A parte mais cândida vem a seguir: "eles vão parar de investigar a corrupção assim que chegar a atingir seus próprios quadros..." Óooo...é mesmo? Isso não aconteceu, não é mesmo? Mas quando a corrupção atinge os quadros do PT há uma "virada linguística" e investigação vira golpe.
Ao contrário, "a probidade de Dilma em negócios públicos não está em dúvida, assim como a corrupção não está em questão no impeachment". Claro que diretamente não, mas se não tivesse, se não fosse um fato a mais a causar clamor público , inclusive entre a CLASSE TRABALHADORA, o texto não mencionaria isso. Ora, então o que foi sua presença em PasSadena? O escândalo batendo na porta ao lado com sua assessora Erenice? As pessoas ligadas a ela na Petrobrás, sendo ela da área de Minas e Energia?
No terceiro parágrafo, o centro da argumentação está em dizer que os crimes de responsabilidade previstos na Constituição não incluiriam as irregularidades contábeis cometidas por Dilma. Sendo assim, a chorumela finaliza, "não seria exagero considerar o presente impeachment um golpe branco" que ameaça o "estado de direito". Ora, ora, se irregularidades contábeis de milhões de reais, estelionato eleitoral, retirada de direitos sociais, desregulamentação da economia, criação de leis como a lei geral da copa e lei antiterror não ameaçam o "estado de direito", esta ótica é muito relaxada...O que seria ameça, então, se tudo é tolerável? Como pedir a vigência do estado de direito, sendo que você acabou de advogar por seu relaxamento?
Habermas and other intelectualls are doing a "flying kick" in favor of Dilma
I was impressed with the bullshit of this manifesto that Habermas, Honneth, Fraser and others had the courage to sign.There are many misconceptions. In the first paragraph, emotionally, it equals the coup of 64 to the temporary removal of Dilma. The trick is to evoke 64 and rule out any argument: "yes, it´s a coup état"! According to this manifesto in defense of the law or this temporary removal of Dilma should happen, it is breaking the law (huh ???). Dramatically, it was announced that anyone who says it is committing crimes actually are victims of crimes!While Habermas exercises pre-understanding and Nancy Fraser are making a hugge mess, note that the stronger power are the cliché powers. The cliché, as said David Bowie, is highly communicative. It may be possible to open this parenthesis in the next reprint of the Theory of Communicative Action "Latin American banana republic, it has coup d´ état, we have blow ... yes sir" You need to explain more? The second paragraph is mixing up too, forgetting the essential: the impeachment was accepted due to financial irregularities. The conclusion that is the coup d´ état was given at the beginning, because after all, argue for what, was it not done? But that is not mentioned. For this collective writer, the case against Dilma is motivated by "allegations" of corruption (at any time he admits that are well proven) as well as a "media campaign". Temer is going against the "social rights guaranteed by Dilma" (only if it is on your planet) and in favor of deregulation of the economy (sic). The most candid part comes next: "they will stop investigating corruption once you get to achieve their own tables ..." Oooo ... really? That did not happen, isn´t? But when corruption reaches the tables of the PT there is a "linguistic turn" and research turns blow.
Instead, "the integrity of Dilma in public affairs is not in doubt, as well as corruption is not at issue in the impeachment." Of course, not directly, but if it isn´t important, if it´s not a fact more to cause public outcry against her, including from the working class, the text does not mention it. But then what was her presence in Pasadena [scandal]? The scandal knocking on the door with her Erenice advisor? People connected with her at Petrobras, wasn´t Mining and Energy area her area?
So, in the third paragraph, the center of the argument is to say that the offenses provided for in the Constitution does not include the financial irregularities committed by Dilma. Thus, the small potatoes manifesto concludes, "it is no exaggeration to consider this impeachment a white coup" that threatens the "rule of law". Well, well, if accounting irregularities envolving million dollars, electoral larceny, withdrawal of social rights, deregulation of the economy, creation of laws as the general law of the World Coup and anti-terror law does not threaten the "rule of law", this light is very relaxed ... what would be threat, then, if everything is tolerable? How to request the validity of the rule of law, if you just advocate for it to be relax?
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