sábado, 6 de agosto de 2016

Lukács, o fã de Soljenitsin

Lukács e o realismo antissocialista de Soljenitsin: nesse artigo, o filósofo Georg Lukács é analisado enquanto crítico de Soljenitsin: Lukács confundiou realismo socialista com antissocialista


Adriano Alves e Andreza Vale

Resumo


Esse artigo busca investigar um ensaio de Lukács sobre o dissidente russo Soljenitsin,motivado por comentários recentes a respeito de um possível paralelo entre Soljenitsin ea dissidente cubana Yoani Sánchez. Lukács considerou, ao analisar os romances deSoljenitsin, que esse escritor era um renovador do marxismo, ou ainda, um renovador que estava trazendo o realismo socialista de volta aos primórdios. O tempo nãoconfirmou essas expectativas de Lukács, traçadas em 65. Outra hipótese a respeito deSoljenitsin foi elaborada por Abraham Rothberg em seu livro Herdeiros de Stálin: oescritor russo seria um entusiasta da liberdade de expressão e tinha sido apoiado por Kruschev. Seria, então, um dissidente liberal, não um marxista ou realista socialista.Mesmo essa hipótese deve ser deixada em suspenso diante das atitudes de Soljenitsindepois da queda da URSS, quando ele se manifestou a favor de um regime que ligasse aigreja ortodoxa ao regime czarista, apresentada em texto de Mário Sousa e do norte-americano Eric Margollis. Assim, a hipótese com que finalizou-se essa pesquisa foi queSoljenitsin elaborava um realismo antissocialista, buscando principalmente através desua ficção apoiar o seu projeto político de extrema-direita, embora ele não assumissediretamente essas posições reacionárias em seus primeiros tempos de União Soviética.

Lukács e o realismo antissocialista de Soljenitsin

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