quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Laços de Amor e Chá Verde

 

Laços de Amor e Chá Verde

 

                O meu avô Mário Marcos de Morais, de saudosa memória, tem uma sobrinha escritora muito talentosa em Santo Antônio do Monte, Dilma Moraes. Ela é filha de José Moraes e manteve o “Moraes” de origem portuguesa.

            Em 2020, Dilma lançou um livro portentoso, Laços de Amor e Chá Verde, dotado de extensa pesquisa, com muitos dados e fotos, em luxuoso papel couchê, resgatando memórias e lembranças de sua família, da cidade (“Samonte”) do Brasil e do mundo. O livro foi editado pela própria Dilma, uma elegante e exigente professora, mas como ficou caro, não parece ter circulado. Bom Despacho ocupou um bom espaço no livro de Dilma Morais, cuja família Morais é a mesma da de Bom Despacho. Ela vinha aqui visitar o tio e os primos e primas, bem como esteve na França em companhia de minha tia Elisabeth Morais, professora de Francês, viagem narrada no livro. Foi também ao lançamento do livro Coqueiros, em 2001, lançado quando meu avô Mário fez 85 anos. Ela também registrou o lançamento do livro seguinte, Rastros na Poeira, bem como citou os professores Tadeu e Sônia Queiroz, que são a nata de nossa intelectualidade, nessa ocasião. No passado, Dilma vinha visitar Bom Despacho e nossa família aqui. Ela fez essa bela descrição desse tempo:

 

            Os tios Mário e Irene casaram-se em Bom Despacho e lá tiveram seus primeiros filhos: Elisabete (faleceu jovem, em 1993), Maria Celeste, Hermann, que morreu aos três anos de idade, Mário Lúcio (Bil), Sônia e Marlene. Eles moraram um tempo aqui em Santo Antônio do Monte e foram nossos vizinhos. Mário trabalhava como contador (hoje contabilista). O sétimo filho, Paulo César, o único natural de nossa cidade, teve papai e mamãe como seus padrinhos de batismo. Mamãe costumava fazer trouxinhas com guloseimas, uma para cada criança, e as lançava no quintal, onde eles brincavam. Depois que eles voltavam para Bom Despacho, nasceram mais três filhos: Cláudio, Jane e Denise, completando uma família bonita e alegre. Algumas vezes os tios apareciam em nossa casa, geralmente trazendo as meninas mais novas, e aproveitavam para visitar os outros parentes (...) Mário tinha olhos azuis, riso fácil, elegante em tudo –no porte, nos gestos, na voz, no trato, nas maneiras, na atenção com todos –fez da alegria o oitavo sacramento, nela apostando o jeito de procurar a perfeição. Irene, além de lembrar a atriz Ingrid Bergmann, possuía um timbre vocal especial e cativante (...). Em 3 de setembro de 2007, dia de São Gregório Magno, papa e doutor da Igreja, faleceu, aos 93 anos, Mário Marcos de Morais, homem religioso e temente a Deus. Irene partiu pouco tempo depois (MORAES, 2020, p. 35).

 

            Esse livro de Dilma apanha os cacos da memória, juntos num mosaico, tem uma capa feita também por um parente, Luís Cláudio Morato. Esses cacos da memória convidam o leitor para saborear um chá verde, bebida perfeita para mergulhar nas páginas de Laços de Amor.

 

 

 

 

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