Laços
de Amor e Chá Verde
O meu avô Mário Marcos de
Morais, de saudosa memória, tem uma sobrinha escritora muito talentosa em Santo
Antônio do Monte, Dilma Moraes. Ela é filha de José Moraes e manteve o “Moraes”
de origem portuguesa.
Em 2020, Dilma lançou um livro
portentoso, Laços de Amor e Chá Verde, dotado de extensa pesquisa, com
muitos dados e fotos, em luxuoso papel couchê, resgatando memórias e lembranças
de sua família, da cidade (“Samonte”) do Brasil e do mundo. O livro foi editado
pela própria Dilma, uma elegante e exigente professora, mas como ficou caro,
não parece ter circulado. Bom Despacho ocupou um bom espaço no livro de Dilma
Morais, cuja família Morais é a mesma da de Bom Despacho. Ela vinha aqui
visitar o tio e os primos e primas, bem como esteve na França em companhia de
minha tia Elisabeth Morais, professora de Francês, viagem narrada no livro. Foi
também ao lançamento do livro Coqueiros, em 2001, lançado quando meu avô
Mário fez 85 anos. Ela também registrou o lançamento do livro seguinte, Rastros
na Poeira, bem como citou os professores Tadeu e Sônia Queiroz, que são a
nata de nossa intelectualidade, nessa ocasião. No passado, Dilma vinha visitar
Bom Despacho e nossa família aqui. Ela fez essa bela descrição desse tempo:
Os tios Mário e Irene casaram-se
em Bom Despacho e lá tiveram seus primeiros filhos: Elisabete (faleceu jovem,
em 1993), Maria Celeste, Hermann, que morreu aos três anos de idade, Mário
Lúcio (Bil), Sônia e Marlene. Eles moraram um tempo aqui em Santo Antônio do
Monte e foram nossos vizinhos. Mário trabalhava como contador (hoje
contabilista). O sétimo filho, Paulo César, o único natural de nossa cidade,
teve papai e mamãe como seus padrinhos de batismo. Mamãe costumava fazer
trouxinhas com guloseimas, uma para cada criança, e as lançava no quintal, onde
eles brincavam. Depois que eles voltavam para Bom Despacho, nasceram mais três
filhos: Cláudio, Jane e Denise, completando uma família bonita e alegre.
Algumas vezes os tios apareciam em nossa casa, geralmente trazendo as meninas
mais novas, e aproveitavam para visitar os outros parentes (...) Mário tinha
olhos azuis, riso fácil, elegante em tudo –no porte, nos gestos, na voz, no
trato, nas maneiras, na atenção com todos –fez da alegria o oitavo sacramento,
nela apostando o jeito de procurar a perfeição. Irene, além de lembrar a atriz
Ingrid Bergmann, possuía um timbre vocal especial e cativante (...). Em 3 de
setembro de 2007, dia de São Gregório Magno, papa e doutor da Igreja, faleceu,
aos 93 anos, Mário Marcos de Morais, homem religioso e temente a Deus. Irene
partiu pouco tempo depois (MORAES, 2020, p. 35).
Esse livro de Dilma apanha os cacos
da memória, juntos num mosaico, tem uma capa feita também por um parente, Luís
Cláudio Morato. Esses cacos da memória convidam o leitor para saborear um chá
verde, bebida perfeita para mergulhar nas páginas de Laços de Amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário