A Morte de Um Traidor
O momento foi extraordinariamente tenso. Fidel o
reprovou severamente por sua traição, e Eutimio só queria levar um tiro,
reconhecendo sua culpa. Nenhum de nós esquecerá quando Ciro Frías, um amigo íntimo
de Eutimio, começou a falar. Ele lembrou a Eutimio tudo o que havia feito por
ele, os pequenos favores que ele e seu irmão fizeram pela família de Eutimio e
como Eutimio os traiu, primeiro causando a morte do irmão de Ciro - que Eutimio
entregou ao exército e quem havia sido morto por eles alguns dias antes - e
depois tentando destruir todo o grupo. Foi um discurso longo e emocional, que
Eutimio ouviu silenciosamente, com a cabeça inclinada. Foi perguntado se ele
queria alguma coisa e ele respondeu que sim, ele queria que a revolução, ou
melhor, nós, ele disse, cuidasse de seus filhos. Uma forte tempestade estourou
e o céu escureceu. No meio do dilúvio, relâmpagos riscando o céu e o estrondo
de um trovão, um relâmpago atingiu seguido de perto por um estrondo de trovão,
e a vida de Eutimio Guerra terminou. Mesmo aqueles companheiros de pé perto
dele não podiam ouvir o tiro. A revolução manteve esta promessa. O nome Eutimio
Guerra ressurge hoje neste livro, mas já foi esquecido, talvez até por seus
filhos. Eles têm outro nome e frequentam uma de nossas muitas escolas; eles
recebem o mesmo tratamento que todas as crianças do país e estão trabalhando
para uma vida melhor. Um dia, no entanto, eles terão que saber que seu pai foi
levado à justiça revolucionária por causa de sua traição (GUEVARA, 2019).
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