segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Nietzsche Sobre os Judeus

Nietzsche sobre os Judeus (...) Por exemplo, sobre os judeus: ouçam. –Ainda não encontrei nenhum alemão que tivesse afeição pelos judeus; e por mais incondicional que possa ser repúdio ao antissemitismo propriamente dito da parte de todos os cautelosos e políticos, essa cautela e política não se dirige, no entanto, contra o gênero do próprio sentimento, mas somente contra seu perigoso descomedimento, em particular contra a repugnante e vergonhosa expressão desse sentimento descomedido –sobre isso não nos podemos iludir. Se é para falar do “eu”, Nietzsche tinha como amigo Paul Rée. Rée fez o livro Origem das Sensações Morais, no qual está inspirado o livro Genealogia da Moral, um dos mais importantes do próprio Nietzsche. E sobre a expressão descarada do antissemitismo, ele parece estar falando sobre ele mesmo, afinal, não fica bem para um filósofo trabalhar com ideias preconcebidas, tal como dizer que “todo alemão gosta de comer chucrute” e colocar isso em meio aos seus textos. Que a Alemanha tem judeus mais que o bastante, que o estômago alemão, o sangue alemão tem dificuldade (e ainda por muito tempo terá dificuldade) para dar conta desse quantum de ‘judeu’ –como deram conta o italiano, o francês, o inglês graças a uma digestão mais vigorosa--:tal é o claro enunciado e linguagem de um instinto geral, ao qual é preciso dar ouvidos, pelo qual é preciso agir. `Não deixar entrar mais judeus! E em especial ao Oriente (e mesmo à Áustria) aferrolhar os portões!” –Assim ordena o instinto de um povo cuja espécie ainda é fraca e indeterminada, de modo que poderia facilmente ser extinguida por uma raça mais forte. Lendo isso eu entendo porque o nacionalista judeu Theodore Herzl gostava de ser Nietzsche: judeu é raça mais forte e poderia, então, extinguir os alemães, que tornaria todos judeus (!). Retomando: judeus nem são raça, são um grupo religioso. Mas creio que isso é simplesmente um preconceito religioso disfarçado de raciocínio sobre raça. E por trás disso, está a cobiça da burguesia alemã de expropriar os judeus, que eram um grupo desde a Idade Média bem estabelecido como comerciantes, ou seja, burgueses. Os pressupostos raciais e nacionais só escondem a ambição de uma classe. E os judeus são, sem dúvida nenhuma, a raça mais forte, mais tenaz e mais pura que vive agora na Europa; eles sabem impor-se, mesmo sobre as piores condições (e é até mesmo melhor do que sob as favoráveis), graças a algumas virtudes que hoje em dia se prefere taxar de vícios –graças, antes de tudo, a uma resoluta crença, que não precisa envergonhar-se, diante das ´ideias modernas´; eles só se modificam, quando se modificam, do mesmo modo que o império russo faz suas conquistas –como um império, que não tem tempo e não é de ontem --: ou seja, segundo o princípio: ´o mais lentamente possível!´ Um pensador, que tem na consciência o futuro da Europa, contará, em todos os projetos que faz consigo sobre esse futuro, com os judeus assim como com os russos, como os fatores que, de imediato, se apresentam como os mais seguros e prováveis no grande jogo e combate de forças (...). Para além de Bem e de Mal, parágrafo 251. Aqui, a respeito dos russos tudo bem, fez a maior diferença a revolução russa porque a Rússia czarista era um peso enorme a favor da reação na Europa. Só que vamos lembrar: os russos eram muito ruins justamente na adoção das tais “ideias modernas”. Foram uma autocracia absolutista até 1905. Já judeus só tiveram esse peso para a Europa depois da criação do estado sionista de Israel.

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