Schwarz X Caetano Veloso: metendo a colher de pau
Caros editores da Folha:
A polêmica Schwarz X Caetano é desdobramento de duas polêmicas anteriores:
Antonio Candido X Haroldo de Campos e Glauber Rocha X Schwarz.
Haroldo de Campos rompeu com Antonio Candido por causa do barroco baiano
Gregório de Matos, que não apareceu na história da formação da literatura
brasileira do Candido.
Glauber Rocha começou a briga dele com o CEBRAP em 1977, quando respondeu a
um artigo de Roberto Schwarz sobre o tropicalismo, chamando o artigo de
"judeu, alemão, colonialesco". Para Glauber, o ponto de vista de Schwarz não
era brasileiro. O que se pode notar é que Schwarz dá primazia ao
tropicalismo musical. O tropicalismo na música foi inspirado no movimento do
Cinema Novo e teve, nos anos 60 mesmo, muito mais repercussão e sucesso do
que as músicas.
O artigo de Schwarz sobre o tropicalismo tem o defeito de imaginar que
cineastas, músicos e diretores teatrais deveriam, nos anos 60 mesmo, ter
levado mais a sério as análises pós-relatório de Kruschev que fez o grupo de
leitura de O Capital na USP. No entanto, Glauber, Zé Celso e Caetano não
davam a menor bola para o seminário de O Capital e nem para o CEBRAP. O PCB
da época, sim.
Diga-se de passagem, Godard e Bunuel elogiaram o Cinema Novo e Foucault e
Barthes estiveram em uma defesa de tese sobre esse movimento.
Att
Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior
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