terça-feira, 17 de setembro de 2013

O Festival de Besteira de Bertone: Uma Cartola na Senegâmbia


No blog do Bertone Sousa, o Febeapá continua:

De fato, o Holocausto foi produzido de forma planejada pelos mentores de uma ideologia racista, como os campos de concentração nazista em muitos casos foram mais brutais que os soviéticos, mas as vítimas do comunismo, embora não fossem oriundas apenas de uma classe ou etnia, foram muito maiores do que as do nazismo, até porque o sistema comunista durou muito mais tempo e alcançou uma expansão territorial maior. É preciso compreender as raízes disso na doutrina do centralismo democrático de Lênin, que, como diz o Bauman, transformou a subserviência e o servilismo em virtudes. 

 Um pouco antes, no mesmo texto, Bertone insistia no Holodomor, que seria o genocídio intencional de uma etnia, os ucranianos. Pelo menos, essa é a hipótese que pela web se apresenta. Um artigo argumentado, com dados, mostrando que em outras regiões da URSS existiu fome nessa época, assim como colheitas ruins redundaram em fomes periódicas não servem para convencê-lo. Mas ele "sabe tudo", é uma Cartola na Senegâmbia. Depois que foi citado num vídeo de Olavo de Carvalho, o homem está impossível.

Para ele, o comunismo fez mais "vítimas" do que o nazismo. Mas isso, para ele, adviria do centralismo democrático. Ele não sabe o que está dizendo. Centralismo democrático é um princípio organizativo. O partido discute e vota uma decisão. Aprovada essa decisão, a minoria derrotada é obrigada a segui-la, podendo sofrer pena de expulsão. Claro que esse princípio pode ser mal  utilizado.

Mas o que isso tem a ver com servilismo e subserviência? Só uma mente individualista ao extremo, tosca e refratária a todo tipo de autoridade poderia fazer esse tipo de associação!

E ainda cita Bauman como autor dessa pérola! Que tolice. Bauman pode até ter conceitos úteis (e como sempre, midiáticos) como modernidade líquida. Mas entra também nuns devaneios que são pura besteira, falando em "governo mundial", em geral sob a batuta dos Luiz Filipe Pondé da vida. "Governo mundial", só com o imperialismo, ou seja, o atual sistema político, econômico e social morto e enterrado.

Zizek e os marxianos são até interessantes, mas quando Zizek diz que "as experiências socialistas deram em catástrofes", para mim ele está simplesmente dizendo que não é marxista. Como advogar uma teoria que deu em catástrofe? Então está totalmente errada.








4 comentários:

Felipe disse...

Lúcio, eu acho que autores como Bauman, Zizek e muitos outros, ditos marxistas, só fazem é perfumaria. Misturam algumas ideias de Marx com outras, de filósofos idealistas em maior ou menor grau (Freud, Weber, Heidegger etc.). Por causa disso, eles nem deveriam ser chamados de marxistas.

Revistacidadesol disse...

Oi, Felipe. Eu acho que é isso: eles misturam Marx com pensadores idealistas e sempre negam a prática. Zizek tem dito isso muito claramente: "não haja, pense", o contrário da Tese de Feuerbach. O curioso é que Bauman foi altamente tolerado na Polônia socialista, mesmo atacando diretamente Lênin, o que mostra que lá existia o direito ao contraditório. Pelo que li sobre Bauman a propósito disso, a família de Bauman é de judeus que queriam imigrar para Israel e foram impedidos. Antes de imigrar, o bloco soviético costumava cobrar o que o estado investira nas pessoas.
Abs do Lúcio Jr.

A Página Vermelha disse...

Esse sujeitinho é um campeão de intolerância. Revelou-se não apenas um alienado anticomunista, como também um asqueroso machista. Fiquei com nojo desse sujeitinho especialmente após a forma como se referiu(e ainda se refere) a mim e à camarada Angela.

A Página Vermelha disse...

Intelectuais como esse aí se enquadram perfeitamente no perfil descrito pelo Prof. Dr. Michael Parenti, politólogo e jornalista, quando este diz que "anticomunistas de esquerda apoiam qualquer revolução, exceto as que triunfam".

Se a revolução liderada por Lenin e Stalin tivesse falhado, pode ter absoluta certeza de que hoje eles seriam heróis para esses "coitadistas"!