segunda-feira, 16 de junho de 2014

Só que não, Ferreira Gullar!

Leio, no blog do Antônio Cícero, a repercussão da crítica farsante e falsificadora de Ferreira Gullar:

Ferreira Gullar: "A farsa das galerias e a ditadura dos curadores"



Essa gratuidade da arte contemporânea se reflete ainda, por exemplo, numa obra como aquela levada para uma galeria onde o cara pega um cachorro, amarra numa coleira, deixa ele preso numa gaiola durante dias sem dar comida nem água, e o cachorro então morre. Aí o cara vai lá e escreve numa placa: arte perecível. Agora, se ele faz isso no quintal da casa dele, não é arte. Mas na galeria é arte. Quer dizer: o que transforma a obra dele é a instituição. Que vanguarda é essa que precisa da instituição? Vê como é tudo uma besteirada? Uma farsa? Uma bobagem? Essa postura da arte contemporânea não leva a lugar nenhum.


GULLAR, Ferreira. In: "Um alquimista chamado Ferreira Gullar. Entrevista a João Pombo Barile". In: Suplemento. Belo Horizonte:  Secretaria de Estado de Cultura, março/abril 2014. 


Só que não, Gullar!

 A obra conceitual (Exposição Número 1) de Guilhermo Habacuc Vargas, era na realidade uma obra política, inspirado num fato real. Natividad Canda, um imigrante nicaraguense, foi morto por cachorros rottweiler na Costa Rica diante de câmeras de segurança e da mídia, sem que ninguém interferisse. Habacuc, então, colocou um cachorro doente e machucado que recolheu na rua, que chamou Natividad em homenagem ao nicaraguense, em uma obra conceitual. O cãozinho, no entanto, morreu e causou uma comoção mundial.

Habacuc, entrevistado ao La Nación, negou que tivesse deixado o cachorro morrer intencionalmente de fome.

A obra tinha cinco elementos: o cãozinho que se chamou Navidad, um texto feito sobre uma parede com alimentos para cães, "És o que lês", um hino sandinista tocando ao revés; um incensário onde se queimaram 175 pedras de crack e maconha e referências aos meios de comunicação. A obra foi montada na Galeria Códice, de Manágua.

Então, trata-se de uma arte em forma de protesto político e não simplesmente de uma provocação tola como pensaram Gullar e Antônio Cícero.

Que estupidez perseguir esse artista (Habacuc) até hoje! Outro dia perguntaram a Gullar porque ele não vai a Inhotim e ele voltou a responder esses mesmos clichês.

 


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