Publico a Resposta de Klaus Scarmeloto a meu artigo aqui.Como o próprio interlocutor encerrou o debate, encerro aqui também. Só coloco as seguintes observações:
1) Chamar o interlocutor de bolsonarista, como Klaus fez, é, no atual contexto, um insulto pesado. É algo que deveríamos evitar entre nós da esquerda. É equivalente, a meus ouvidos, de chamar de nazista e ladrão. Talvez seja mais ameno xingar logo de canalha ou burro. O PT é mais gentil com Ciro, chamando-o de linha auxiliar do bolsonarismo. Uma versão da canção Azul Caneta sintetizou esse pensamento: "não tá com Deus, tá na unha do capeta". Eu assumo o risco de estar contra o leninismo e com o capeta também. Aliás, o maoísmo aponta que o leninismo puro e simples foi superado e não há marxismo fora do maoísmo. Klaus inova ao citar Mao e recusar o maoísmo. Para mim soa como café descafeinado, mas tudo bem.
Eu assumo os riscos. Para mim, você quer entronizar Dr. Frankenstein, recusando o monstro Frankenstein. Você diz que há razão na experiência do Dr. Frankenstein e que podemos confiar que ele agora viu a luz da razão. Você me acha muito pretensioso quando desconfio de que o cientista pode produzir novas monstruosidades piores, mas você vê nele uma luz da razão. E quando te falamos que o monstro matou uma criança, você me pergunta se eu não fiz nada, se sou cúmplice do monstro, se também ando com o Drácula, se faço amor com a Mula Sem Cabeça, etc.
Mas, na verdade, ver no Dr. Frankestein um lampejo de razão através dos seus olhos me faz sentir um pouco menos de angústia e uma ponta de esperança.
Creio que é mais do que necessário encerrar o debate, uma vez que, a partir daí, surgiu antagonismo e partimos para o xingamento.
Resposta a Revista Cidade Sol
Em primeiro lugar, agradeço ao blog e ao camarada a frente dele, Lúcio Espírito Santo, pela resposta ao texto. Devo dizer que em partes me sinto honrado porque já me formei e utilizei o material deste blog diversas vezes. No entanto, em que pese a minha admiração, devo parafrasear Aristóteles – Lúcio é meu amigo, mas sou mais amigo da verdade[1].
Por ser verdadeiro, devo dizer: é necessário que o BLOG Revista Cidade Sol assuma expressamente que não seguem o LENINISMO. O Texto discorda de princípios fundamentais seguidos por MARX, ENGELS, LENIN, STALIN e MAO. Em nome de qual imperativo o faz? Do antileninismo, do antietapismo, ainda que não assumido ou declarado, uma vez que discorda abertamente dos teóricos citados.
O Texto resposta abaixo está em negrito, e eu responderei todos os parágrafos, ou quase todos. Mas, já adianto: uma resposta simples já daria conta uma vez que o texto não possui pesquisa nem fundamento teórico leninista, ele se resume a falar o óbvio: as inadequações do partido dos trabalhadores, que sequer ousamos defender ideologicamente no texto anterior. Como os sectários objetavam a Lênin quando este defendia alianças com a segunda internacional e a segunda e meia internacional, ou a partidos burgueses, não importa muito os defeitos de vossos aliados, pois como diria Lênin: .”A história do Bolchevismo é repleta de compromissos com partidos burgueses!”[2] e o PT é um partido burguês. No contexto em tela Lênin respondia os esquerdistas alemães no folheto de Francfort, , que diziam ser necessário: “Repelir do modo mais categórico todo compromisso com os demais partidos... toda política de manobra e conciliação"[3]. O defeito de todo o petismo, é dispensável afirmar, só um incauto ou uma ameba os desconhece. Por isto, o texto todo, poderia ser respondido apenas neste parágrafo, porque os erros dos aliados, seus programas ideológicos, ou melhor, os postulados dos partidos burgueses em nada muda o fato de que necessário é unir-se a eles em alguns momentos, seria antileninismo pensar de outro modo.
Em primeiro lugar, na democracia burguesa quem decide não somos nós da classe trabalhadora, são os empresários, grandes fazendeiros e outros poderes: imperialismo americano, exército, monopólios de comunicação, etc. E por isso, Bolsonaro pode, sim, permanecer no poder.
Essa afirmação é tão absurda, que nem deveria ser respondida: mas, sim, embora haja baixa margem de REPRESENTAÇÃO popular entre os candidatos, sim, eles são escolhidos por todos. E a nós cabe apenas reiterar que a decisão de um voto ou outro, de um candidato ou outro não deve constituir uma ilusão de que as eleições são o caminho, e isto já dissemos, mas reiteramos: o caminho é a revolução, o qual já citamos a obra os comunistas e o parlamento de LÊNIN que reitera esse pensamento[4].Como diria Lênin: O simples fato de perguntar "ditadura do Partido ou ditadura da classe?" - "ditadura (partido) dos chefes ou ditadura (partido) das massas?" demonstra a mais incrível e irremediável confusão de idéias. Há pessoas que se esforçam para inventar alguma coisa inteiramente original e que, no seu afã de sabedoria, não conseguem senão cair no ridículo. Todos sabem que as massas se dividem em classes, que só é possível opor as massas às classes num sentido; opondo-se uma esmagadora maioria (sem dividi-la de acordo com as posições ocupadas no regime social da produção) a categorias que ocupam uma posição especial nesse regime; que as classes são, geralmente e na maioria dos casos (pelo menos nos países civilizados modernos), dirigidas por partidos políticos; que os partidos políticos são dirigidos, via de regra, por grupos mais ou menos estáveis, integrados pelas pessoas mais prestigiosas, influentes o sagazes, eleitas para os cargos de maior responsabilidade e chamadas de chefes. Tudo isso é o ABC, tudo isso é simples e claro. Que necessidade havia de trocar isso por tais confusões, por essa espécie de volapuk(1)? Essas pessoas se desnortearam, pelo visto, caindo numa situação difícil, em virtude da rápida sucessão da vida legal e ilegal do Partido, que altera as relações comuns, normais e simples entre os chefes, os partidos e as classes. Na Alemanha, como nos demais países europeus, as pessoas estão excessivamente habituadas com a legalidade, a eleição livre e regular dos "chefes" pelos congressos ordinários dos partidos, a comprovação cômoda da composição de classe desses últimos através das eleições parlamentares, dos comícios, imprensa, estado de espírito dos sindicatos e outras organizações, etc. Quando, em virtude da marcha impetuosa da revolução e do desenvolvimento da guerra civil, foi preciso passar dessa rotina para a sucessão da legalidade e da ilegalidade e sua combinação, para métodos "pouco cômodos", "não, democráticos', a fim de designar, formar ou conservar os "grupos de dirigentes', essas pessoas perderam a cabeça e começaram a inventar um monstruoso absurdo. Ao que parece, os "tribunistas" holandeses[10], que tiveram o azar de nascer num país pequeno, com uma tradição e condições de situação legal particularmente privilegiada e estável, e que nunca assistiram à sucessão das situações legais e ilegais, desorientaram-se e perderam a cabeça, favorecendo invenções absurdas. [5]
Você toca um ponto importante: Lula de novo coloca conspiradores e golpistas em lugar de onde conspiram, mas ameniza logo a seguir. Se é erva daninha, tem que ficar no lugar onde é mais perigosa?
Na verdade, isto é problema do PT, do LULA e dos demais que acreditam serem capazes de negociar e evitar sua própria queda, o que a própria Dilma não foi, e isto não muda absolutamente nada perante o fato de que o apoio ao PT é tático, independentemente dos defeitos e do vice e todos vão faze-lo ao fim. Lembremos, numa eleição de uma fase como essa, é essencial apoiar a queda do principal representante do velho regime, e Lênin cansou de dizer que devemos faze-lo.
Ciro Gomes fala de um projeto de nação, do nacional-desenvolvimentismo e isso deveria ser levado mais a sério.
Projeto eu tenho, tu tens (até o Luxemburgo técnico de futebol tem), o Ciro tem, portanto, nós temos. Poder para realiza-lo, eu não tenho, tu não tens e o ciro também não, e somando todo o conjunto lindo de partidos de esquerda hoje, todos tem projetos sem a menor chance de coloca-los no poder. Por isto tio MARX dizia o seguinte para este tipo de estupidez: mais vale um passo real do que uma dúzia de programas, o passo real possível agora é: derrotar Bolsonaro nas URNAS quem se nega a isso é bolsonarista e eu não tenho como dizer o contrário.
Nesse ponto fiquei totalmente sem entender, pois para mim é bastante evidente não só que o PT não teve como evitar o surgimento dessa extrema-direita, como efetivamente ele e ela se retroalimentam. A social-democracia mais uma vez abriu alas para o fascismo.
A sua frase é carente: primeiro, os comunistas abandonaram a tese errônea de que o fascismo é o irmão, o pai, o primo ou parente distante, como quiser classificar, do fascismo. A postura sectária e estúpida do sexto congresso da Commitern, foi abandonada, e ainda bem. O vitorioso sétimo congresso trouxe a volta das frentes, mas, ao que parece, ao contrário de Stálin, Ho, Mao e Dimitrov o senhor não quer fazer uma autocrítica.
Faltou falar da conjuntura brasileira, pois estamos com trinta anos de derrotas para a classe trabalhadora, inclusive no governo do PT, onde continuaram a ocorrer privatizações, por exemplo.
Durante todo o período do governo do PT, não se privatizou muitas empresas em níveis comparáveis aos do governo FHC, entretanto houve o maior pacote de concessões em rodovias e ferrovias já feito no país, principalmente no caso do governo Dilma. Lembremos que concessões até as nações socialistas faziam ou fazem. Ou seja, temos que ser mais profundos na nossa crítica ao petismo, sob pena de passar pano ao imperialismo. Deste modo o problema não foram as privatizações, mas a concessão. Ademais, é importante observar que o partido nunca teve o controle das forças armadas de fato, o que seria indispensável para cessar o modelo privatizador. Portanto, entre os governos da redemocratização o governo petista é o que tem o melhor saldo, são baixos índices de privatização.
Para o PT, toda crítica é traição.
Não me importo com o que o PT pensa. No entanto, sei que você está errado, porque tanto já frequentei reuniões do pt falando mal do próprio pt como manifestações do PT sendo preparadas contra o próprio governo do PT. Sem contar que os canais do PT no youtube, por exemplo, são fortemente abertos a visões de antipetistas a esquerda. Alguns são abertamente nesta linha.
Você sabe que não há projeto em jogo, o PT fará um governo neoliberal como o anterior, com privatizações, etc. Por que o desempate? Por que a pressa? É claro que se aliar a eles é abrir mão de programa revolucionário. Ou seria colocar esse programa apenas de boca, como aliás coloca-se nos congressos do PT muita retórica de esquerda, enquanto a prática é neoliberal, privatista, repressora no campo, etc.
Você fala de privatizações, mas é incapaz de citar estudos e referências, bom, vou refrescar sua cabeça, se você for ao google acadêmico, ou a uma wikipédia da vida, por exemplo, encontrará como regra a seguinte posição: o PT foi o governo que menos privatizou desde a redemocratização. Essa é a posição geral dos estudos, e qualquer estudo vai apontar basicamente que o PT se utilizou de concessões, isto não é o mesmo que privatizar. Os ativos não são vendidos num processo de concessão. Embora, particularmente, eu não seja nada favorável ao modelo no nosso caso, há diferença entre concessões e privatizações. O Governo Bolsonaro, por exemplo, apenas liquida ativos do Estado, bem diferente de conceder a aluguel o direito a utilização desde que o serviço seja o mais barato. Entre um e outro, é óbvio que vamos preferir o modo petista de trabalhar a questão. Tanto é que, ainda que não seja positivo, muitas concessões voltarão.
O PT nesse ponto de alianças não age de forma alguma como se estivéssemos nos tornando uma ditadura fascista. Mesmo tendo sofrido a deposição pela via parlamentar em 2016, sempre aliou-se ou colocou em locais estratégicos quadros de direita ou de extrema-direita quando foi conveniente e oportuno. O grande problema é que esses quadros organizaram-se, voltaram-se contra o PT e buscaram um governo de direita puro sangue.
Novamente, isto não muda em nada o fato de que, neste momento, é necessário uma aliança com o petismo.
É falso dizer isso, uma vez que a população já notou que eleição muda pouco ou nada. Note a repetição da tática eleitoral como a única. Aliás, tem sido, nos últimos trinta anos, a única tática da esquerda, a tática que ela privilegia. E isso não tem nos impedido de sofrer derrota após derrota. A última, mais acachapante, foi a volta dos militares ao poder via voto, revertendo a derrota moral que obtiveram após vinte anos de regime militar.
Você fala que a tática eleitoral tem sido a única, mas não oferece nenhuma alternativa fática de realização da luta clandestina. E é este o problema de quem segue vossa linha, não votam, e não lutam. Ao menos eu não sou contra a tática clandestina, já você segue pelo otzovismo.
O aliado age de forma diametralmente oposta aos comunistas. Além de disseminar trotsquismo, forma extremamente nociva, sofisticada e de difícil combate de anticomunismo, o aliado faz campanha com base na moderna mercadologia, ou seja, a coisificante venda de mercadorias, manipulando emoções, o que é altamente deseducativo, podendo redundar em assassinato de militantes por militantes de extrema-direita. A analogia com briga de torcidas parece altamente estimulada, bem como a retórica do “pai dos pobres”. O aliado deseduca as massas e a militância ao mesmo tempo. E em grau bastante alto.
Mais uma vez, e dai? Em que nível importa os defeitos dos partidos burgueses para fins de alianças temporárias?
O prazo aqui será longuíssimo mesmo, pois o que se tem até agora é participação rebaixada ao lado de aliados altamente perniciosos e anticomunistas. Há o privilégio persistente de uma tática única, a eleitoral. O aliado traz não só o trabalhismo, mas também o sistema petucano falido e mistura-nos nesse balaio de gatos, onde seremos vistos pelo povo como farinha do mesmo saco e repudiados novamente como em 2013. Os partidos ligados ao estado são aparelhos eleitorais e pior, são escola de oportunismo, ou têm agido como tal.
Ótimo, então diga como realizar a luta clandestina e porque nos seus anos de vida, ainda não o fez, já que é tão simples.
Aqui aderiu-se totalmente ao modo de pensar petista, que sempre acusa a todos que o criticam pela esquerda de fazer o jogo da direita, enquanto eles mesmo fazem o jogo da direita da forma mais arriscada possível, ao praticarem o programa da direita, colocarem quadros em postos em que podem avidamente conspirar, como no caso de Alckmin, que, com certeza, repetirá Temer.
Mas, de fato, você tem predileção pelo bolsonarismo. Falas em ir além da luta institucional, mas não aponta métodos.
O bolsonarismo e o petismo ocupam o mesmo sistema político, PSL e PT estão aliados em várias pequenas cidades Brasil afora, no Paraná uma pequena cidade em que foram chapa única, há até mesmo candidato a vereador que reivindica Bolsonaro e Lula.
Bom, isto não significa que entre ambos não há contradição antagônica na questão nacional.
Aproximá-los é muito importante para que possamos notar que compartilharam do mesmo programa econômico, ou seja, efetivamente são neoliberais que querem gerir a situação atual do país, ou, como disse Brizola, acotovelam-se para ver quem vai aplicar o programa neoliberal.
Várias obras dão conta de desmistificar a ideia de que o PT é neoliberal pura e simplesmente.
Igualmente, fica muito pouco evidente, nesse contexto, que Lula é um político de direita e neoliberal. Jones Manoel, do PCB, recentemente qualificou-o de “centro democrático”. Nem isso podemos garantir. Ele mesmo, Lula, denominou-se liberal recentemente. No entanto, historicamente, já elogiou publicamente o ditador Médici e até Hitler, sem que tenha feito uma retratação e mostrado que entende corretamente o que é fascismo.
Você gosta realmente de trazer adjetivos que não se dão ao trabalho de documentar as hipóteses defendidas. Não vamos tornar o debate pobre em pesquisa.
Igualmente, Lula, ao ser perguntado se é leninista, respondeu que não, que era um torneiro mecânico. NÃO HÁ INGENUIDADE NESSA RESPOSTA. Lula quis dizer que o leninismo NÃO É OPERÁRIO, NÃO É UM PENSAMENTO OPERÁRIO E SIM LIBERAL. No entanto, ele sabe muito bem que ele é liberal e o pensamento leninista é operário, ele sabe, mas julga-o perigoso, por isso ele precisa esconder, dissimular, confundir.
E dai? Ele não é comunista, mas pode vencer Bolsonaro, e é isto que importa no momento.
Arnaldo Jabor, no auge das privatizações do governo FHC, advertiu que se não aceitássemos essas privatizações vende-pátria, teríamos de nos entender com uma ditadura militar neoliberal. É exatamente isso que está aparecendo no horizonte agora. Igualmente, o PT sempre ameaçou que, se o criticássemos pela esquerda, teríamos de enfrentar a seguir um grupo bem mais à direita, daí sugeria que nós os aceitássemos como mal menor. O bolsonarismo, nesse sentido, retroalimenta o petismo.
Não, nem aliamenta, mas o fato é que sua falta de fontes e pesquisa, torna enfadonho o debate.
Para o petista, toda crítica a eles é traição, mas eles comportam-se como os inimigos com as nossas bandeiras. O que é pior, o inimigo declarado ou o inimigo oculto, escondido, traiçoeiro, sob as nossas bandeiras???
O Pior é ter que explicar Leninismo para quem está no movimento há muito tempo que você e parece não tê-lo assimilado.
os anos petistas esses meios parecem não ter sido efetivos ou acontecido. O bolsonarismo não é enfraquecido pelo petismo. Lula, ao ser solto, assanhou as hostes bolsonaristas, chamando-as para o confronto. A deposição de Dilma, prisão de Lula e ascensão da extrema-direita bolsonarista mostrou como o petismo funciona, para a classe trabalhadora, como uma anemia. O poder nas mãos do proletariado não existe, nem ele mostra-se organizado e reconhecido enquanto classe.
Se lula estivesse preso, teríamos certeza absoluta que Bolsonaro seria presidente, afinal, o restante da esquerda, que nega a luta legal, é incapaz de dar alguma resposta de fato.
A atuação de Lula, um líder burguês liberal, em tudo é adversa a criação de consciência entre a classe trabalhadora brasileira. Atua como um conciliador de capital e o trabalho, disseminando liberalismo, frases tolas e deseducação entre a classe trabalhador, tipo pernicioso que é.
Como todo o partido burguês que Lênin já apoiou também era, no entanto, o apoio não era questionável.
Vamos citar Lênin pra que você entenda a confusão que faz:
É surpreendente que, com semelhantes idéias, esses esquerdistas não condenem categoricamente o Bolchevismo! Não é possível que os esquerdistas alemães ignorem que toda a história do bolchevismo, antes e depois da Revolução de Outubro, está cheia de casos de manobra, de acordos e compromissos com outros partidos, inclusive os partidos burgueses!
Fazer a guerra para derrotar a burguesia internacional, uma guerra cem vezes mais difícil, prolongada e complexa que a mais encarniçada das guerras comuns entre Estados, e renunciar de antemão a qualquer manobra, a explorar os antagonismos de interesses (mesmo que sejam apenas temporários) que dividem nossos inimigos, renunciar a acordos e compromissos com possíveis aliados (ainda que provisórios, inconsistentes, vacilantes, condicionais), não é, por acaso, qualquer coisa de extremamente ridículo? Isso não será parecido com o caso de um homem que na difícil subida de uma montanha, onde ninguém jamais tivesse posto os pés, renunciasse de antemão a fazer zigue-zagues, retroceder algumas vezes no caminho já percorrido, abandonar a direção escolhida no início para experimentar outras direções? E pensar que pessoas tão pouco conscientes, tão inexperientes (menos mal se a causa disso é a juventude de tais pessoas, juventude cujas características autorizam que se digam semelhantes tolices durante certo tempo) puderam ser apoiadas direta ou indiretamente, franca ou veladamente, total ou parcialmente, pouco importa, por alguns membros do Partido Comunista Holandês!!
Depois da primeira revolução socialista do proletariado, depois da derrubada da burguesia num pais, o proletariado desse país continua sendo durante muito tempo mais débil que a burguesia, em virtude, simplesmente,, das imensas relações internacionais que ela tem e graças à restauração, ao renascimento espontâneo e contínuo do capitalismo e da burguesia através dos pequenos produtores de mercadorias do país em que ela foi derrubada. Só se pode vencer um inimigo mais forte retesando e utilizando todas as forças e aproveitando obrigatoriamente com o maior cuidado, minúcia, prudência e habilidade a menor "brecha" entre os inimigos, toda contradição de interesses entre a burguesia dos diferentes países, entre os diferentes grupos ou categorias da burguesia dentro de cada país; também é necessário aproveitar as menores possibilidades de conseguir um aliado de massas, mesmo que temporário, vacilante, instável, pouco seguro, condicional. Quem não compreende isto, não compreende nenhuma palavra de marxismo nem de socialismo científico, contemporâneo, em geral. Quem não demonstrou na prática, durante um período bem considerável e em situações políticas bastante variadas, sua habilidade em aplicar esta verdade à vida, ainda não aprendeu a ajudar a classe revolucionária em sua luta para libertar toda a humanidade trabalhadora dos exploradores. E isso aplica-se tanto ao período anterior à conquista do Poder político pelo proletariado como ao posterior.
Nossa teoria, diziam Marx e Engels, não é um dogma, mas sim um guia para a ação, e o grande erro, o imenso crime de marxista; "registrados", como Karl Kautski, Otto Bauer e outros consiste em não haver compreendido essa afirmação, em não haver sabido aplicá-la nos momentos mais importantes da revolução proletária. "A ação política não se parece em nada com a calçada da avenida Nevsk! (a calçada larga, limpa e lisa da rua principal de Petersburgo, rua absolutamente reta), já dizia N.G. Chernishevski, o grande socialista russo do período pré-marxista. Desde a época de Chernishevski, os revolucionários russos pagaram com inúmeras vítimas a omissão ou esquecimento dessa verdade. É preciso conseguir a todo custo que os comunistas de esquerda e os revolucionários da Europa Ocidental e da América fiéis à classe operária paguem menos caro que os atrasados russos a assimilação dessa verdade.
Os social-democratas revolucionários da Rússia aproveitaram repetidas vezes antes da queda do tzarismo os serviços dos liberais burgueses, isto é, concluíram com eles inúmeros compromissos práticos, e em 1901/1902, mesmo antes do nascimento do bolchevismo, a antiga redação da Iskra (na qual participávamos Plekhanov, Axelrod, Zasúlich, Martov, Potresov e eu) concertou - (é verdade que por pouco tempo) uma aliança política formal com Struve, chefe político do liberalismo burguês, sem deixar de sustentar, simultaneamente, a luta ideológica e política mais implacável contra o liberalismo burguês e contra as menores manifestações de sua influência no seio do movimento operário. Os bolcheviques sempre praticaram essa mesma política. Desde 1905 defenderam sistematicamente a aliança da classe operária com os camponeses contra a burguesia liberal e o tzarismo sem negar-se nunca, ao mesmo tempo, a apoiar a burguesia contra o tzarismo (na segunda fase das eleições ou nos empates eleitorais, por exemplo) e sem interromper a luta ideológica e política mais intransigente contra o partido camponês revolucionário-burguês, os "social-revolucionários", que eram denunciados como democratas pequeno-burgueses que falsamente se apresentavam como socialistas. Em 1917, os bolcheviques constituíram, por pouco tempo, um bloco político formal com os "social-revolucionários" para as eleições da Duma. Com os mencheviques, estivemos formalmente durante vários anos, de 1903 a 1912, num partido social-democrata único, sem interromper nunca a luta ideológica e política contra eles como portadores da influência burguesa no seio do proletariado e como oportunistas. Durante a guerra assumimos uma espécie de compromisso com os "kautskistas", os mencheviques de esquerda (Martov) e uma parte dos "socialistas-revolucionários" (Chernov, Natanson). Assistimos com eles às conferências de Zimmerwald e Kienthal e lançamos manifestos conjuntos, mas nunca interrompemos nem atenuamos a luta política e ideológica contra os "kautskistas", contra Martov e Chernov. (Natanson morreu em 1919 sendo já um "comunista revolucionário" -populista, muito chegado a nós e quase solidário conosco). No momento da Revolução de Outubro fizemos um bloco político, não formal, mas muito importante (e muito eficaz) com o campesinato pequeno-burguês, aceitando na íntegra, sem a mais leve modificação, o programa agrário dos social-revolucionários, isto é, contraímos um compromisso indubitável para provar aos camponeses que não nos queríamos impor e sim chegar a um acordo com eles. Ao mesmo tempo, propusemos aos "social-revolucionários de esquerda" (e depois o realizamos) um bloco político formal com participação no governo, bloco que eles romperam depois da paz de Brest, chegando, em julho de 1918, à insurreição armada e, mais tarde, à luta armada contra nós.
É fácil, por conseguinte, compreender que o ataque dos esquerdistas alemães ao Comitê Central do Partido Comunista da Alemanha, em virtude deste admitir a idéia de um bloco com os "independentes" ("Partido Social-democrata, Independente da Alemanha", os kautskistas) pareçam-nos carecer de seriedade e que vejamos neles uma demonstração evidente da posição errada dos "esquerdistas". Na Rússia também havia mencheviques de direita (que participaram do governo de Kerenski), equivalentes aos Scheidemann da Alemanha, e mencheviques de esquerda (Martov), que se opunham aos mencheviques de direita e eqüivaliam aos kautskistas alemães. Em 1917, assistimos plenamente à passagem gradual das massas operárias ,dos mencheviques; para os bolcheviques. No 1º Congresso dos Soviets de toda a Rússia, celebrado em junho desse ano, tínhamos uns 137o dos votos. A maioria pertencia aos social-revolucionários e aos mencheviques. No II Congresso dos Soviets (25 de outubro de 1917, segundo o antigo calendário) tínhamos 51% dos sufrágios. Por que será que na Alemanha uma tendência igual, absolutamente idêntica, dos operários passarem da direita para a esquerda não levou ao fortalecimento imediato dos comunistas, mas sim, no inicio, ao do partido intermediário dos "independentes", embora esse partido nunca tenha tido nenhuma idéia política independente e nenhuma política independente, nem tenha feito outra coisa que vacilar entre Scheidemann e os comunistas ?
Não há dúvida de que uma das causas foi a tática errada dos comunistas alemães, que devem reconhecer seu erro honradamente e , sem temor, e aprender a corrigi-lo. O erro consistiu em negar-se a participar no parlamento reacionário, burguês, e nos sindicatos reacionários; o erro consistiu em múltiplas manifestações dessa doença infantil do "esquerdismo", que agora se manifestou e que, graças a isso, será curada melhor, mais rapidamente e com maior proveito para o organismo.
O "Partido Social-democrata Independente" alemão. carece, visivelmente, de homogeneidade; ao lado dos antigos chefes oportunistas (Kautski, Hilferding e, pelo que se vê, em grande parte Crispien, Ledebour e outros), que demonstraram sua incapacidade para compreender a significação do Poder Soviético e da ditadura do proletariado e para dirigir a luta revolucionária deste, formou--se e cresce com singular rapidez, nesse partido, uma ala esquerda, proletária. Centenas de milhares de membros do partido - que tem, ao que parece, uns 750 000 membros - são proletários que se afastam de Scheidemann e caminham a largas passadas em direção ao comunismo. Esta ala proletária já no Congresso dos independentes, realizado em Leipzig em 1919, propôs a adesão imediata e incondicional à III Internacional. Temer um "compromisso" com essa ala do partido é simplesmente ridículo. Pelo contrário, para os comunistas é obrigatório procurar e encontrar uma forma adequada de compromisso com ela, que permita, de um lado, facilitar a apressar a fusão completa e necessária com ela e que, de outro, não entrave de modo algum os comunistas em suar luta ideológica e política contra a ala direita, oportunista, dos "independentes". É provável que não seja fácil elaborar uma forma adequada de compromisso, mas só um charlatão poderia prometer aos operários e aos comunistas alemães um caminho "fácil" para alcançar a vitória.
O capitalismo deixaria de ser capitalismo se o proletariado "puro" não estivesse rodeado de uma massa de elementos de variadíssimas graduações, elementos que representam a transição do proletário ao semiproletário (o aue obtém grande parte de seus meios de existência vendendo sua força de trabalho), do semiproletário ao pequeno camponês (e ao pequeno artesão, ao biscateiro, ao pequeno patrão em geral) do pequeno camponês ao camponês médio, etc., e se no próprio seio do proletariado não houvesse setores com um maior ao menor desenvolvimento, divisões de caráter territorial, profissional, às vezes religioso, etc. De tudo isso se depreende imperiosamente a necessidade uma necessidade absoluta - que tem a vanguarda do proletariado, sua parte consciente, o Partido Comunista, de recorrer à manobra aos acordos, aos compromissos com os diversos grupos proletários, com os diversos partidos dos operários e dos pequenos patrões. Toda a questão consiste em saber aplicar essa tática para elevar, e não para rebaixar, o nível geral de consciência, de espírito revolucionário e de capacidade de luta e de vitória do proletariado. É preciso assinalar, entre outras coisas, que a vitória dos bolcheviques sobre os mencheviques exigiu da Revolução de Outubro de 1917, não só antes como também depois dela, a aplicação de uma tática de manobras, acordos, compromissos, ainda que de tal natureza, é claro, que facilitavam e apressavam a vitória dos bolcheviques, além de consolidar e fortalecê-los às custas dos mencheviques. Os democratas pequeno-burgueses (inclusive os mencheviques) vacilavam inevitavelmente entre a burguesia e o proletariado, entre a democracia burguesa e o regime soviético, entre o reformismo e o revolucionarismo, entre o amor aos operários e o medo da ditadura do proletariado, etc. A tática acertada dos comunistas deve consistir em utilizar essas vacilações e não, de modo algum, em desprezá-las; para utilizá-las é necessário fazer concessões aos elementos que se inclinam para o proletariado - no caso e na medida exatos em que o fazem - e, ao mesmo tempo, lutar contra os elementos que se inclinam para a burguesia. Em virtude de seguirmos uma tática acertada, o menchevismo se foi decompondo e se decompõe cada vez mais em nosso país; essa tática foi isolando os chefes obstinados no oportunismo e trazendo para o nosso campo os melhores operários, os melhores elementos da democracia pequeno-burguesa. Trata-se de um processo longo, e as "soluções" fulminantes, tais como "nenhum compromisso", nenhuma manobra, só podem dificultar o crescimento da influência do proletariado revolucionário e o aumento de suas forças.
Finalmente, um dos erros incontestes dos "esquerdistas" da Alemanha consiste em sua insistência inflexível em não reconhecer o Tratado de Versailles. Quanto maiores são a "firmeza" e a "importância" e o tom "categórico" e sem apelação com que formula esse ponto de vista K. Horner, por exemplo, menos inteligente resulta. Não basta renegar as indignantes tolices do bolchevismo nacional (Lauffenberg e outros), que, nas atuais condições da revolução proletária internacional, chegou até a falar na formação de uma aliança com a burguesia alemã para a guerra contra a Entente. É preciso compreender que é absolutamente errônea a tática que nega a. obrigação da Alemanha Soviética (se surgisse rapidamente uma república soviética alemã) de reconhecer durante certo tempo o Tratado de Versailles e submeter-se a ele. Daí não se deduz que os "independentes" tiveram, razão ao reclamar a assinatura do Tratado de Versailles nas condições então existentes, quando os Scheidemann estavam no governo, ainda não havia sido derrubado o Poder Soviético na Hungria e ainda não estava excluída a possibilidade de uma ajuda da revolução soviética em Viena para apoiar a Hungria Soviética. Naquele momento, os "independentes" manobraram muito mal, pois tomaram para si a responsabilidade, maior ou menor, por traidores tipo Scheidemann e se desviaram em maior ou menor escala da luta de classes implacável (e friamente arquitetada) contra os Scheidemann para colocar-se "fora" ou "acima" das classes.
Mas a situação atual é de tal natureza, que os comunistas alemães não devem amarrar-se as mãos e prometer a renúncia obrigatória e indispensável ao Tratado de Versailles em caso de triunfar o comunismo. Isso seria uma tolice. É preciso que se diga: os Scheidemann e os kautskistas cometeram .uma série de traições que dificultaram (e em parte fizeram fracassar) a aliança com a Rússia Soviética e com a Hungria Soviética. Nós, comunistas, procuraremos por todos os meios facilitar e preparar essa aliança; quanto à paz de Versailles, não estamos de modo algum obrigados a rechaçá-la a todo custo e, além disso, imediatamente. A possibilidade de rechaçá-la eficazmente depende dos êxitos do movimento soviético não só na Alemanha, como também no terreno internacional. Este movimento foi dificultado pelos Scheidemann e os kautskistas; nós o favorecemos. Nisso reside a essência da questão, a diferença radical. E se nossos inimigos de classe, os exploradores e seus lacaios, os Scheidemann e os kautskistas, deixaram escapar uma série de possibilidades de fortalecer o movimento soviético alemão e internacional e a revolução soviética alemã e internacional, a culpa é deles. A revolução soviética na Alemanha robustecerá o movimento soviético internacional, que é o reduto mais forte (e o único seguro invencível e de potência universal) contra o Tratado de Versailles e contra o imperialismo mundial em geral. Colocar obrigatoriamente, a todo preço e imediatamente em primeiro plano a denúncia do Tratado de Versailles, antes da questão de libertar do jugo imperialista os demais países oprimidos pelo imperialismo, é uma manifestação de nacionalismo pequeno-burguês (digno dos Kautsky, Hilferding, Otto Bauer & Cia.) mas não de internacionalismo revolucionário. A derrubada da burguesia em qualquer dos grandes países europeus, inclusive Alemanha, é um acontecimento tão favorável para a revolução internacional que, em proveito dessa derrubada, podemos e devemos aceitar, se for necessário, uma existência mais prolongada do. Tratado de Versailles. Se a Rússia pôde resistir sozinha durante vários meses ao Tratado de Brest, com proveito para a revolução, não é nada impossível que a Alemanha Soviética, aliada à Rússia Soviética, possa suportar mais tempo com proveito para a revolução o Tratado de Versailles.
Os imperialistas da França, Inglaterra, etc., provocam os comunistas alemães, preparando-lhes essa armadilha: "Digam que não assinarão o Tratado de Versailles". E os comunistas "de esquerda" caem como patinhos na armadilha, em vez de manobrar com destreza contra um inimigo traiçoeiro e, no momento atual, mais forte, em vez de dizer-lhe: "Agora assinaremos o Tratado de Versailles". Amarrarmos as mãos antecipadamente, declarar abertamente ao inimigo, hoje melhor armado que nós, que vamos lutar contra ele e em que momento, é uma tolice e nada tem de revolucionário. Aceitar o combate quando é claramente vantajoso para o inimigo e não para nós constitui um crime, e não servem para nada os políticos da classe revolucionária que não sabem "manobrar", que não sabem concertar "acordos e compromissos" a fim de evitar um combate que todos sabem ser desfavorável. [6]
Depois de dezesseis anos de petismo, não havia rádios, jornais e televisões simpáticas à nossa causa, quase não tínhamos como resistir. O governador baiano do PT mostrou-se praticamente um bolsonarista no PT, foi o governador que mais criou escolas cívico-militares, projeto bolsonarista de colocar militares para gerenciar escolas, repetindo o gerenciamento militarizado de todo o estado que cresceu desde 2016.
Você quer que um partido Burguês crie rádios, jornais, revistas simpáticas ao comunismo? Eu juro que não entendo porque você se diz leninista.
A reação primeira ao bolsonarismo nas ruas partiu de torcidas organizadas de futebol como a democracia corintiana e não dos partidos marxistas ou do PT, para se ter uma ideia da situação real onde estamos.
Por fim, o PT desmobilizou o “fora Bolsonaro”, uma vez que o bolsonarismo lhes é útil num certo sentido, pois apagou a memória de seus escândalos de corrupção, memória que, se vencerem, será prontamente reativada, bem como os processos contra o Lula e outros gestores do partido.
Eles igualmente sabem que educaram o povo no sentido de pedir impeachment a cada escândalo de corrupção, essa estratégia voltou-se contra eles e que viverão isso novamente num possível governo Lula, por isso quiseram cortar o ciclo. Ao mesmo tempo mostram que querem Bolsonaro como adversário. Podem assim chantagear todos os movimentos sociais com a retórica do: “ou eu ou o fascismo”.
As tais forças querem defendê-la pragmaticamente, enquanto convêm, mas podem também abrir mão dessa defesa, se for conveniente, note que Lula, quando achou conveniente, defendeu a ditadura militar do período Médici.
Igualmente, Lula defendeu Hitler pelo “fogo de fazer as coisas” e não pelas ideias, quando achou CONVENIENTE POSAR DE ANTI-AMERICANO, quando tudo indica que naquele período pode ter visitado os USA, ligando-se ao sindicato americano AFL/CIO. A biografia O Sapo e o Príncipe, de Paulo Markun, analisa uma viagem para o Japão realizada por Lula nesse período (final dos anos 70). Supomos, no entanto, que tenha sido uma viagem aos USA onde aprimorou seu liberalismo pró-imperialismo americano, algo que ele nunca deixou de ser.
No entanto, as coisas que Hitler queria fazer, como guerra de conquista e perseguição a judeus e comunistas, não são nada admiráveis. Não posso admirar com traficante pela eficiência e pelo fogo com que destrói a vida dos viciados. Fazer o mal apaixonadamente, servir à burguesia apaixonadamente, queimar judeus e comunistas no fogo de fazer coisas não pode ser admirado e o senhor que disse isso não deve ser elogiado, de forma alguma, como “centro democrático” do Brasil.
Lembrando a resposta de Pannekoek a Lênin:
“Para começar: os operários e. em geral, as massas trabalhadoras da Europa Ocidental estão totalmente sob a dependência ideológica da cultura burguesa, das concepções burguesas e, em conseqüência, do sistema representativo e do parlamentarismo burguês, da democracia burguesa, num nível muito mais alto que os operários da Europa Oriental.
Entre nós a ideologia burguesa tomou conta de toda a vida social e, em conseqüência. também da vida política, peneirando profundamente na cabeça e no coração dos operários. E neste quadro que foram educados, cresceram, e isto já há muitos séculos. Eles estão saturados pelas concepções burguesas.
Desculpa a franqueza, mas eu deveria perguntar quem? Pois é, um fracassado responde a Lênin, e o risível é que devemos ouvi-lo? por quê?
Pannekoek é a lata de lixo da história, o que não dá resultados práticos, não deve ser levado a sério. Culto a derrota não faz parte da tradição leninista.
O mesmo se pode dizer do proletariado brasileiro: estão altamente dependentes da ideologia burguesa, acreditam que Lula irá resolver os problemas para eles. Lula também é alguém que trabalha ativamente para divulgar e disseminar concepções burguesas entre a classe trabalhadora e camponesa. Fora que acreditam na democracia burguesa, no parlamentarismo.
Isso já foi respondido no meu texto anterior, mas colocarei uma citação nova de Lênin a este respeito:
"julgar que a luta pela democracia pode desviar o proletariado da revolução socialista, mascará-la, encobri-la etc. Pelo contrário, do mesmo modo que o socialismo vitorioso é impossível sem realizar a democracia completa, também o proletariado não se pode preparar para vencer a burguesia sem conduzir uma luta detalhada, consequente e revolucionária pela democracia".
Nesse período que vivemos, a opção não é entre a democracia burguesa e a democracia proletária, mas entre a liberdade e a tirania contrarrevolucionária. O proletariado e as massas tem todo interesse em salvaguardar a democracia, ainda que restrita, objetivando alcançar maiores conquistas no futuro.
Aliás, você também parece, no fundo, querer acreditar que há saída para o fascismo de mercado bolsonarista através do sistema representativo, de eleições, o obstáculo verdadeiro seria a esquerda! A vitória no primeiro turno faria as armas bolsonaristas darem flor, as milícias sumiriam, dançaríamos juntos em paz, como no final de um filme da Disney. Pacificados, os bolsonaristas admitiriam sua derrota moral, e, entre lágrimas, cederiam a cadeira presidencial, arrependidos.”
Não, eu apenas quero cumprir a tática de frente única e frente popular. Você tem alguma coisa em MARX, ENGELS, LÊNIN, STÁLIN e MAO, que possa negar razão a este pleito? Se tem mande, senão peço para que encerremos o debate visto que em nenhum momento foi dado a nós qualquer argumento teórico dentro do leninismo, aliás, ao contrário, você trouxe uma resposta ridícula ao livro esquerdismo. De um joão ninguém que, parafraseando o Romário, nunca chutou em lugar nenhum e quer vir falar bobagem para um revolucionário como Lênin que foi bem sucedido pela causa.
A China não é um bom exemplo para a sua linha de raciocínio. Você quer que as alianças ainda no primeiro turno sejam efetivas para evitar um banho de sangue, mas a história da China mostrou que as alianças e a frente não foram efetivas para evitar o banho de sangue de Chiang Kai Shek nos comunistas.
Não é essa a posição oficial do presidente mao, que está expressa nas citações que eu coloquei anteriormente. Como você ousa se dizer seguidor do mesmo o negando tão frontalmente?
O que tem ocorrido é que Lula está falando nisso como preparação para a privatização, AGINDO COMO APOIADOR INDIRETO DE BOLSONARO E GUEDES. Ele tem feito esse papel muito bem. Lula prosseguirá nesse programa. Por que devemos apoiar?
Os motivos para apoiar já foram dados, ao menos ele é um conciliador, enquanto do outro lado temos um fascista.
Na prática, você alinhava citações revolucionárias, mas repõe todas as ilusões reformistas e eleitorais e depois quer que as massas desistam delas...por mágica???
Não, nem reponho, acontece que ao menos eu prego que devemos fazer todas as formas de luta, e eu pratico a que sei. Você diz que só cabe a luta armada, mas a prática na profundidade de um pires.
Desde o título você parece convencido que cabe a nós escolher o presidente, se Lula ou Bolsonaro. Hora, hora, cabe é à burguesia esta escolha na democracia burguesa, cabe muito pouco a nós. E ela tem toda uma conjuntura a favor dela: imperialismo americano, judiciário, latifúndio, monopólios de comunicação, funcionários da “segurança pública” (exército e PMs) estão bem alinhados e nessas estruturas a esquerda é praticamente insignificante, para ganhar espaços nelas há muitos obstáculos, a direita praticamente aparelhou-os todos. A nós, que escolhemos boicotar, ao que escolhemos pequenas candidaturas como as do PCB, fica cabendo o papel de apoiadores indiretos de Bolsonaro, ENQUANTO O PAPEL DO PT DE RETROALIMENTAR BOLSONARO É MUITO MINIMIZADO.
Você desgosta de fontes e de estudo, e isto acaba por fazer com que eu não tenha que ter trabalho em responde-lo, afinal você não me respondeu.
Não é preciso ter bola de cristal para saber que um novo governo do PT, não seria recebido pela extrema-direita como derrota moral e sim assanharia seus militantes armados para a violência da mesma forma como a derrota de Trump fez com que o Pentágono fosse invadido e um banho de sangue ocorresse. O novo governo do PT não fará as reformas e sim aplicará neoliberalismo, ao mesmo tempo em que atiçará contra a esquerda essas hordas fascistas armadas.
Tem também sido uma forma muito boa para o PT de esconder a repressão, conciliação e privatizações que ele pratica. Como te disse, o bolsonarismo retroalimenta o PT. Ele não preocupa-se ativamente em desmentir isso, pelo contrário, capricha no berreiro de esquerda, enquanto bota ovos para a direita.
Podemos também acusar o PT de fazer isso, apoiar Bolsonaro indiretamente, quando, por exemplo, desmobilizaram as manifestações do Fora Bolsonaro e seus parlamentares não assinaram seu pedido de impeachment.
Você alinhava muita citação revolucionária, mas a análise da conjuntura deixa muito a desejar. Você saiu do PT, mas o PT não saiu de você.
Muitas citações revolucionárias não fazem com que seu pensamento tenha efetivamente superado a linha de pensamento do PT, que sobrenada Lênin, Mao, etc. Elas acabam fazendo o papel de glacê, por baixo você prossegue com o pior da prática/teórica do PT.
Esse pensamento pernicioso possibilitou, por exemplo, que a militância petista investisse ameaçando agredir e até matar Rita Von Hunty, professora que declarou voto no PCB no primeiro turno.
Sua linha de raciocínio volta-se fortemente contra a esquerda que não concorda com o hegemonismo do PT, alimenta a tensão dentro da própria esquerda, o que divide e causa dissensões entre nós. O combate contra a esquerda antipetista ganha incrível destaque, é ressaltada mais do que o combate ao bolsonarismo e ao petismo, que sempre são postos em campos opostos, não são vistos como participantes do mesmo sistema político.
A denúncia do papel repressor do governo PT no campo, com sua aliança com latifundiários predatórios, por exemplo, foi totalmente posta de lado.
Fontes? Aguas de Lindoia, Arial 14?
Pois é Lúcio, é uma vergonha você responder um texto de 90 referências bibliográficas com apenas achismos sem documenta-lo, e o pior de tudo, sem impugnar o texto de fato. Quando você fizer um esforço em me responder de fato, conversaremos, ademais, sem pesquisa eu não pretendo mais responde-lo. Muito me decepciona o descaso, não só seu, mas de parte significativa o movimento comunista em se fundamentar mais brutalmente nos clássicos, em buscar seguir seus exemplos, em buscar basear suas ações tais como faziam LÊNIN, STÁLIN e MAO ZEDONG, nas citações da teoria revolucionária. Em nenhum texto que escreveram, os já citados revolucionários, eles se deram ao luxo de fundamentar suas ações nas teorias revolucionarias que lhes precederam. Este meu incomodo atual, é claro, não se resume a você, mas a quase todo o movimento comunista que, em maior ou menor proporção, independentemente das posições que assumem, não fazem esforço em liga-las a teoria em todos os detalhes. E sim devemos ligar se possível todos nossos parágrafos, nossas afirmações de algum modo das lições ensinadas pelos clássicos. É dito e com algum razão que lula desmobiliza, não faz avançar a consciência de classe, mas a verdade é que com esta postura dos comunistas, não se faz algo muito melhor que ele.
Cordialmente, Klaus
[1] Sou amigo de Platão, mas amigo maior da verdade [2] LÊNIN, V,I. ESQUERDISMO DOENÇA INFANTIL DO COMUNISMO. Disponível em: <https://www.marxists.org/portugues/lenin/1920/esquerdismo/cap05.htm#topp> [3] Idem. Ibidem. [4] LÊNIN, Carta aos Comunistas Austríacos: https://www.marxists.org/portugues/lenin/1920/08/15.htm [5] https://www.marxists.org/portugues/lenin/1920/esquerdismo/cap03.htm#topp [6] https://www.marxists.org/portugues/lenin/1920/esquerdismo/cap05.htm#topp
Nenhum comentário:
Postar um comentário