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quinta-feira, 25 de abril de 2024
A “Câmera-Olho” de Alberto Coimbra
A “Câmera-Olho” de Alberto Coimbra
O livro Cine Belas-Artes, de Alberto Coimbra (editora Adelante, 2024) e que será lançado dia 11/04/2024 às 19:30 horas na Biblioteca Municipal de Bom Despacho, nasceu da ideia de Alberto de dedicar um livro mais especificamente ao cinema. O livro Impressões de Cinema tinha três livros dentro dele: a infância em Bom Despacho nos anos 80 e a juventude nos 90; as ruas do Rio de Janeiro e esse livro sobre as vivências com o cinema, em especial focando no cinema europeu. Lendo Cine Belas-Artes, penso no Cine Regina, embora em si o nome seja o nome de um cinema de Belo Horizonte também muito importante para mim. Alberto conta os filmes que via no Cine Regina. Ele obteve uma formação muito importante ali: viu Bruce Lee, Mazzaropi, “Dio Como te Amo”. Seria muito importante se outras pessoas trouxessem suas memórias do Cine Regina como fez Alberto. Ele comenta, por exemplo, que viu lá o filme Comboio dos Duros (Convoy, 1978), faroeste/ação do excelente diretor Sam Peckinpah, com o cantor/ator Kris Kristofferson. Era a história de um caminhoneiro durão chamado Patinho de Borracha (e que realmente tinha um que lhe fazia companhia). Mais Alberto Coimbra, impossível.
Os livros de Alberto são uma verdadeira cápsula do tempo para mim. Ele fala que se sentia personagem de Estúpido Cupido. Outro dia vi vários episódios dessa novela que foi transmitida em 1977, embora situada no tempo da Jovem Guarda, que já tinha deixado saudades no coração da geração 68. Realmente, novela muito bem escrita, excelentes diálogos e dirigida com muito talento. Curiosamente, a novela foi escrita pelo escritor, jornalista e roteirista Mário Prata, que tinha um jornal em Uberaba e que, certa vez, chamou meu pai para ser colunista social. Ele não aceitou, tímido que é, mas essa história parece saída de um dos livros de Alberto Coimbra, filmada por sua “câmera-olho”. Por vezes Alberto dá ao que escreve um toque romântico: em algum lugar no passado, em busca do que poderia ter sido e não foi; ele retorna com frequência a esse tema, seja na amizade com o pai, a descoberta da diversidade sexual nos anos 90 ou seu talento incubado de artista que sonhava com a Broadway. Adoro flanar pelos livros de Alberto, procurar na internet os filmes e canções que ele cita. Sinto assim ter “vivido” seus livros.
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