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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
Sobre Cuba
Sobre Cuba
O presidente Lula comentou que os operários não participaram nem da revolução cubana e nem da russa e sim classe média. Lula voltou ao velho “obreirismo” que, inclusive, é um problema que ainda retorna nas posturas de um Galo de Luta, que acaba recaindo em algo semelhante: colocar que classe trabalhadora é só o operário industrial e esse setor seria privilegiado em relação aos demais. O fato de Galo de Luta retomar esse mesmo tema em outra clave mostra a incrível persistência desse tópico. Galo de Lula, em debate com Ian Neves, retoma esse obreirismo, chamando Ian Neves, que é professor, de “playboy”, tendo ao lado Chavoso da Usp. Chavoso, posteriormente, retoma o mesmo tema e pondera que pior do que o pobre de direita é o playboy de esquerda. Difícil debater com essa criação tipológica hegeliana pobre sob a égide de Jessé de Souza, cuja ciência social é enviesada para o lulismo e para o âmbito eleitoral.
A revolução russa, inclusive, foi puxada pela classe trabalhadora de Leningrado e Moscou, já farta da guerra e das condições insuportáveis derivadas dela. A ela juntaram-se soldados e camponeses, mas foi uma revolução puxada pela classe trabalhadora que chegou a seu limite, já extenuada com o esforço da Primeira Guerra Mundial. Ou seja, Lula errou.
E errou mais uma vez a respeito da revolução cubana. Em Santa Clara, episódio lembrado no filme Che, os ferroviários, simpatizantes da revolução, atrasam o trem e conseguem que o grupo de Che intercepte a ajuda para o grupo de Batista em Havana, tornando praticamente impossível a defesa de Havana, que logo a seguir caiu. Poderíamos elencar outros exemplos: a greve geral de 1958, importante ainda que fracassada, o apoio do movimento citadino de Frank País ao foco de Che e Castro, dentre outros exemplos. Che e Castro apagaram a importância do movimento nas cidades depois da revolução, mas há muito registro da importância desse movimento nas cidades. Podemos supor que o movimento de Castro seria esmagado se o Diretório Revolucionário não tivesse atacado o palácio presidencial em 1957. O governo não podia deslocar tropas para o campo depois desse episódio.
Chavoso pensa o conceito de playboy de esquerda como o personagem que advoga transformações, mas na prática aceita e pratica neoliberalismo. Ou seja, tem o liberalismo pautando sua mente –no entanto, essa tipologia não se aplica a Ian Neves. A problemática de Ian Neves é o ecletismo, bem como o de João Carvalho.
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